A Finlândia está entre os melhores países do mundo em educação. No ranking do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) realizado desde 2000, a Finlândia aparece em segundo lugar na alfabetização em leitura empatada com o Canadá entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Fica atrás da Estônia e de países que não fazem passe da organização, como China, Cingapura, Macau e Hong Kong.
Com 520 pontos, a Finlândia está no sexto lugar em educação entre todos os países e regiões participantes (veja o ranking completo, em inglês). O Brasil ficou em 57º no ranking. Mas, afinal, o que faz deste país frio, expremido no extremo norte da Europa entre Noruega e Suécia a oeste e a Rússia a leste, ser uma referência internacional e quais lições podemos aprender com eles?
A educação na Finlândia é um direito de todos os cidadãos e por essa razão o ensino é gratuito até a universidade. Os estudantes pagam pelo material e transporte, se necessário. Mesmo as escolas particulares são gratuitas: o governo subsidia o ensino e todas elas devem seguir as orientações do ministério da Educação.
Como destaca o governo do país no site oficial, “os resultados obtidos pelo sistema de educação não vieram da noite para o dia”, mas fruto de um esforço de décadas. Após a Segunda Guerra Mundial, para combater a fome e a miséria, as escolas passaram oferecer refeições para todas as crianças. A educação é vista como uma forma de combater as desigualdades sociais e como uma forma de alavancar a economia.
Comparativo Brasil x Finlândia no Pisa (2018):
LEITURA
Finlândia: 520 pontos
Brasil: 413 pontos
Média dos países: 487 pontos
MATEMÁTICA
Finlândia: 507 pontos
Brasil: 384 pontos
Média dos países 489 pontos
CIÊNCIAS
Finlândia: 522 pontos
Brasil: 404 pontos
Média dos países: 498 pontos
Escola
Na Finlândia, as crianças são obrigadas a ir para a escola a partir dos 7 anos de idade até os 15 anos. A educação básica tem duração de 9 anos. As aulas são marcadas pela multidisciplinaridade, com a participação ativa dos alunos e desenvolvimento de habilidades socioemocionais e tecnológicas.
As salas de aula têm no máximo 30 alunos. Durante os seis primeiros anos do ensino fundamental, uma professora é responsável por cada classe. Nos últimos três anos do ensino médio, cada matéria é de responsabilidade de um professor. Caso necessário, os alunos também recebem assistência especial para problemas de fala, de leitura e escrita, ou outras necessidades especiais.https://www.youtube.com/embed/oZkPgsGLnP4
O foco é no bem-estar dos estudantes. Os professores respeitam a individualidade, o ritmo e a maneira de aprender de cada um. As provas são raras, existe uma diversidade dos métodos de avaliação. Não existe prova de avaliação nacional.
A partir dos 16 anos, no ensino médio, os estudantes podem optar se continuam ou não os estudos, a maioria continua na escola seguindo itinerários de acordo com sua aptidão. Após três anos, os jovens podem participar do Exame Nacional de Matrícula, necessário para quem quiser cursar uma faculdade.