Pouco difundido fora da área da saúde, o termo Saúde Única (originário do inglês One Health) trata da interconexão entre a saúde humana, animal e do meio ambiente, que todos compartilham, cuidando de todo o ciclo da vida. O termo trata também da adoção de políticas públicas efetivas para prevenção e controle de enfermidades, relacionado à saúde pública.
O médico-veterinário é o profissional mais qualificado para implantar e coordenar ações de Saúde Única.
No último 9 de setembro comemoramos o dia deste profissional multidisciplinar.
É de extrema importância que a população saiba e valorize que a Medicina Veterinária vai muito além dos cuidados nas clínicas e na produção de proteína animal que chega à mesa das famílias brasileiras.
São eles os responsáveis pela prevenção de doenças transmissíveis de animais para pessoas (as zoonoses). Também trabalham na produção de remédios e vacinas, e ainda garantem a qualidade do que a população come e bebe.
São dezenas de áreas de atuação que promovem o bem-estar e o equilíbrio entre animais, pessoas e o meio ambiente. Estes profissionais atuam em outras atividades econômicas imprescindíveis ao crescimento do país, como o ensino, a pesquisa, a preservação da fauna silvestre, perícia, laboratórios, agronegócio e diversas outras áreas.
A Lei nº 5517/1968 regulamenta o exercício profissional da Medicina Veterinária e define que o estudo e a aplicação de medidas de saúde pública no tocante às doenças de animais transmissíveis ao homem, as zoonoses, é uma das funções do médico-veterinário, um profissional de saúde reconhecido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) desde 1998.
Com essa missão, os médicos-veterinários realizam ações de educação para prevenir e diagnosticar zoonoses, como: raiva, leptospirose, brucelose, tuberculose, dengue, chikungunya, febre amarela, dentre outras doenças que têm animais como hospedeiros ou vetores, que causam riscos à saúde humana e animal.
A constante ameaça de novas pandemias originadas pela relação homem-animal demonstra a necessidade de colaboração intersetorial, especialmente em vigilância, gerenciamento de riscos, biossegurança e comunicação.
Como profissional de saúde pública, o médico-veterinário é o grande aliado na prevenção de novas pandemias, já que 62% dos patógenos humanos conhecidos são transmitidos por animais e 75% das doenças emergentes tiveram origem na fauna silvestre.
Estudos recentes publicados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela revista Science, apontam a Saúde Única como o meio para prevenir e responder a novos surtos de doenças zoonóticas e pandemias.
A OMS (Organização Mundial de Saúde), desde 2002, tem ressaltado a importância da participação do médico-veterinário no planejamento e avaliação das medidas preventivas e de controle adotadas pelas equipes de Saúde Pública.
Investimentos constantes em aprimoramento profissional e um ensino de qualidade são essenciais para o bom exercício profissional, pautado pela conduta ética e voltado à proteção da sociedade. “A Medicina cura o homem, a Medicina Veterinária cura a humanidade”. Disse Louis Pasteur sobre o impacto da atuação da Medicina Veterinária e a relação direta com o bem-estar dos humanos.
O Sistema Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária apoia esses profissionais por saber que eles são indispensáveis para assegurar a saúde da população humana, animal e do meio ambiente.