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África do Sul diz que ainda não há sinal de aumento da gravidade da Ômicron

Dados hospitalares mostram aumento de casos da Covid-19, entretanto, o número de mortes não cresce no mesmo ritmo

gente de saúde prepara dose da vacina contra Covid-19REUTERS/Siphiwe Sibeko

Cientistas sul-africanos não veem nenhum sinal de que a variante Ômicron do coronavírus esteja causando doenças mais graves, segundo declaração nesta sexta-feira (10). Enquanto isso, as autoridades anunciavam planos para lançar vacinas reforçadas, devido às infecções diárias que se aproximavam de um recorde histórico.

África do Sul alertou o mundo sobre a Ômicron no final do mês passado, mostrando que a variante altamente mutada poderia desencadear um novo surto de infecções globais.

Os dados hospitalares mostram que os casos de Covid-19 estão agora aumentando drasticamente em mais da metade das nove províncias do país, mas as mortes não estão crescendo no mesmo ritmo. Os indicadores, como a duração média da internação hospitalar são tranquilizadores.

Embora os cientistas digam ser necessário mais tempo para se chegar a uma conclusão definitiva, o ministro da Saúde, Joe Phaahla, disse que os sinais de gravidade são positivos.
“Os dados preliminares sugerem que, embora haja um aumento na taxa de hospitalização, parece que é puramente por causa dos números, e não como resultado de qualquer gravidade da própria variante”, reiterou.

Nos últimos dias, um surto nacional ligado à variante infectou cerca de 20.000 pessoas por dia, com 19.018 novos casos de Covid-19 na quinta-feira, segundo dados do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis. Entretanto, foram apenas 20 novas mortes.

As infecções ainda não atingiram o pico de mais de 26.000 casos diários durante uma terceira onda alimentada pela variante Delta.

A África do Sul vacinou totalmente cerca de 38% dos adultos, mais do que em muitos outros países africanos. Mas aquém da meta do governo para o final do ano. Recentemente, houve o atraso de algumas entregas de vacinas devido ao excesso de oferta à medida que o ritmo das imunizações diminuía.

Reforço vacinal com dose da Pfizer

O vice-diretor geral do departamento de saúde, Nicholas Crisp, disse na sexta-feira que reforços da vacina da Pfizer-BioNTech estariam disponíveis seis meses após a segunda dose, com as primeiras pessoas se tornando elegíveis no final deste mês.

Os reforços da Janssen, da Johnson & Johnson, já estão disponíveis para profissionais de saúde em um estudo de pesquisa, e seriam lançados para outros em breve, disse ele.

Crisp negou que oferecer reforços fosse um meio de esgotar o estoque de vacinas. “Não precisamos consumir vacinas. Elas são caras e só usaremos as vacinas se houver evidências”, disse.

A Organização Mundial da Saúde recomendou esta semana que reforços devem ser dados a pessoas que são imunocomprometidas ou receberam uma vacina inativada COVID-19 para proteger contra o declínio da imunidade. Mas foi dito anteriormente que a administração de doses primárias deve ser a prioridade, visto que as taxas de vacinação permanecem preocupantemente baixas em muitos países em desenvolvimento.

Um pequeno estudo de um instituto de pesquisa sul-africano sugeriu esta semana que a Omicron poderia evitar parcialmente a proteção de duas doses da vacina Pfizer, mas a empresa e seu parceiro, BioNTech, dizem que um curso de três doses de sua vacina pode neutralizar Omicron em laboratório.

Glenda Gray, presidente do Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul, disse que havia muito mais pessoas não vacinadas entre as internações hospitalares da África do Sul e que a evidência era de que a vacina Pfizer ainda oferecia proteção.

“Estamos vendo que esta vacina está mantendo a eficácia. Pode ser ligeiramente reduzida, mas estamos vendo a eficácia sendo mantida para internações hospitalares e isso é muito encorajador”, disse ela.

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