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“Sempre busquei pela minha independência”, diz Katya, cadeirante há 46 anos

Katya Hemelrijk da Silva tem Osteogênese Imperfeita, mais conhecida como doença dos ‘ossos de vidro’.

Pessoas com deficiência ainda enfrentam muitas barreiras de acessibilidade, seja no emprego, na educação ou em outras áreas. Até 24% da população se reconhece como PCD. Isso representa 45 milhões de brasileiros, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Mesmo com um diagnóstico muito raro e os médicos dando uma expectativa de vida de apenas um ano, Katya leva uma “vida normal”. Para ela, uma pergunta sempre fez parte do seu cotidiano: ‘será que eu sou capaz de fazer isso?’ e a resposta sempre foi positiva. “Eu fui trilhando o meu caminho e, nessa jornada, sempre busquei pela minha independência e autonomia financeira. Eu não queria depender dos meus pais a vida inteira, então sempre encontrei uma forma de trabalhar”, conta.

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A taxa de PCD’s no mercado de trabalho é de apenas 28,3%, de acordo com a pesquisa “Pessoas com Deficiência e Desigualdades”, realizada em 2019 pelo IBGE.

Katya diz que ainda enfrenta muitos julgamentos no seu dia a dia em todos os ambientes, mesmo sendo alguém que busca por espaços que a acolham. “Quando eu comecei a procurar emprego recebi muitas respostas negativas. Era comum ir até o final dos processos seletivos e os recrutadores falarem assim: ‘você é muito boa, mas não dá para te contratar porque você não vai conseguir fazer isso’”, relata.

No Brasil, em 2019, 17,3 milhões de pessoas viviam com alguma deficiência, segundo o IBGE. Dessas, 40% são deficientes visuais; 32% têm alguma deficiência física; 15% vivem com deficiência intelectual e 13% com deficiência auditiva.

“Minha caminhada me exigiu muita resiliência, força e coragem. Mas sempre tive a certeza de que nada me impediria de fazer o que queria e ser feliz’, finaliza.

Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência

A ausência de serviços públicos para a população com deficiência auxiliaram na implementação da Lei 13.146/2015, que é direcionada a proporcionar condições de igualdade, direitos e liberdades fundamentais para PCD’s.

A coordenadora do departamento de pesquisa do Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural, Natália Mônaco, comenta que já avançamos bastante desde a criação da LBI. “Podemos falar por exemplo nas questões trabalhistas. Atualmente é visível em muitas empresas, lojas, restaurantes e outras áreas, pessoas com deficiência trabalhando, coisa que não se via com tanta frequência anos atrás. A garantia do direito ao trabalho, participação e acesso a cursos, acessibilidade e condições de permanência foram fatores fundamentais para este crescimento”, afirma.

O capacitismo é o termo usado para um comportamento de prejulgamento que se apresenta de várias formas. “Precisamos olhar para o próximo compreendendo que todos os seres humanos são diferentes e que o preconceito está naquelas pessoas que não têm acesso à informação. O respeito é obrigatório, mas a inclusão ainda é uma escolha’, conclui.

Facilitadores da Educação Inclusiva

A porta de entrada para as pessoas com deficiência ao mercado de trabalho é a educação, mas o acesso ainda é muito exclusivo. Dados do IBGE mostram que 67% da população com alguma deficiência não têm formação alguma ou possuem apenas o ensino fundamental incompleto. Entre as pessoas sem deficiências, esse porcentual é de 30%.

O Instituto Rodrigo Mendes, em parceria com Instituto Unibanco e com o apoio do Todos Pela Educação e Centro Lemann, criaram juntos o “Painel de Indicadores da Educação Especial”, que facilita o acesso aos dados educacionais no Brasil.

Rodrigo Hübner Mendes, fundador e superintendente do Instituto Rodrigo Mendes, no evento de lançamento do “Painel de Indicadores da Educação Especial” no SP Hall. /Foto: Laviron Fotografias

“Queremos fazer deste portal uma fonte de referência para gestores públicos, pesquisadores, estudantes, profissionais da educação e organizações da sociedade civil”, comenta o fundador e superintendente do Instituto Rodrigo Hübner Mendes.

FONTE CNN

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