Com repertórios de antigos sucessos da música de serenata, o grupo de seresta Música na Janela, da Escola Municipal de Música, completa 30 anos em 2023. As noites de terça-feira são mais especiais. Durante o ensaio semanal do grupo, vozes femininas e masculinas de todos os tons ecoam pelo prédio da escola formando um único coro.
Quanto às aulas que são realizadas em espaço aberto na praça Arthur Bernardes, não é difícil encontrar pessoas que param para apreciar a apresentação. Para garantir a harmonia musical, o som de quatro violões, um cavaquinho e uma flauta transversal se intercalam junto à cantoria.
Músicas como “Chalana”, “Meu Violão em Seresta”, “Peixe Vivo”, “Cabecinha no Ombro” e “Lá no Pé da Serra” são algumas das inúmeras canções interpretadas. Com o objetivo de resgatar músicas seresteiras e antigas, o grupo se apresenta nos diversos eventos que a Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB) promove, bem como em outros locais em que são convidados. Cantar para pessoas impossibilitadas de saírem de casa é uma das principais ações realizadas pelos 30 participantes.
Grupo mais antigo da escola em atividade, o Música na Janela nasceu um ano após a fundação da instituição, por iniciativa da então diretora Maria Ângela de Azevedo Bittar. Como ela vinha de Belo Horizonte com a experiência de estar à frente de um grupo de seresta por lá, convidou o músico e professor Paulinho Torres para constituírem o projeto.
A seresteira mais antiga
Quem se lembra muito bem deste início é dona Olívia de Oliveira. Hoje com 85 anos, a aposentada é a participante mais antiga do grupo.
“Quando eu comecei a ter aulas na Escola de Música, eu fazia parte do Coral Villa-Lobos, mas aí surgiu o convite para participar do grupo de seresta, que havia sido recentemente criado. A gente fez uma apresentação muito pequena, mas de repente tudo foi crescendo. Outras pessoas que viram e gostaram do tipo de música, começaram a participar. Fizemos muitas apresentações, cantamos em várias casas. Saímos muito em serenata pela cidade”, relembra.
Ainda para Olívia, a existência do grupo depois de 30 anos reforça a continuidade de uma tradição que vem se perdendo com o tempo.
“Cantar músicas românticas e carinhosas proporcionam um sentimento muito bom. Sempre bate uma saudade. Hoje em dia não existe tanta serenata como antigamente. Essa é uma emoção que precisa continuar e ser repassada para novas gerações. Ver que o grupo está ativo e chegando a novas pessoas é para mim um motivo de muita felicidade”, conta.
Socialização
De acordo com a coordenadora do grupo de seresta, Angélica Maximiano, além de garantir o aprendizado da música, o projeto também promove a socialização entre os participantes, que são em maioria da Terceira Idade.
“Esse é um dos objetivos. Quem participa, vem até aqui porque gosta. Muitos até dizem que ficam contando os dias para ter o ensaio. Eles se sentem bem. Durante as atividades, todos interagem com outros participantes. Por meio da vivência musical, o projeto proporciona qualidade de vida, com essa conotação de você estar participando de um grupo e de se sentir inserido em um meio social”, destaca.
Interessados em participar do grupo de seresta, devem procurar a secretaria da Escola Municipal de Música (Praça Arthur Bernardes, 18, Centro), de segunda a sexta-feira, das 7h às 21h, e preencher uma ficha de inscrição. Os ensaios são realizados às terças-feiras, das 18h às 19h15.
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