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Assistente que entregou arma a Alec Baldwin é alvo de reclamações desde 2019

Dave Halls questionava reuniões de segurança e inspeção de armas usadas em cena, disseram à CNN fontes que trabalharam com ele

Ator Alec Baldwin em Nova YorkReuters

A tragédia no set do filme “Rust” ganha mais um novo capítulo. Isso porque o assistente de direção que entregou a arma ao ator Alec Baldwin durante a filmagem e disse que ela estava descarregada já havia recebido queixas de seu comportamento sobre segurança anteriormente, informaram duas pessoas à CNN.

As fontes disseram que o assistente de direção Dave Halls não respeitava os protocolos de segurança com uso de armas de fogo, pirotecnia, bloqueios de saída de incêndio e tinha compramentos sexuais impróprios no ambiente de trabalho.

Halls foi identificado como o homem que entregou uma arma de fogo ao ator Alec Baldwin antes de o mesmo atirar e matar acidentalmente a diretora Halyna Hutchins. Segundo um documento judicial, Halls gritou “arma fria” antes de dar o objeto, que é um código para informar que a arma não tinha balas reais. No entanto, ele não sabia se a pistola de fato estava sem munição.

Baldwin então disparou a arma contra a diretora Halyna Hutchins durante a gravação. Após ser atingida, a mulher foi levada para um hospital do Novo México, mas não resistiu e faleceu.

Denúncias

Maggie Goll, fabricante de hélices IATSE Local 44 e pirotécnica licenciada, disse em comunicado à CNN que, enquanto trabalhava na série “Into the Dark”, do Hulu, em 2019, Halls negligenciou a realização de reuniões de segurança e sempre falhou em anunciar o presença de arma de fogo no set para o elenco, conforme manda o protocolo.

“A única razão pela qual os atores eram informados da presença de uma arma era porque o mestre de adereços, responsável pelos objetos em cena nas filmagens, exigia que Dave reconhecesse e anunciasse a situação dos objetos”, afirmou Goll.

Maggie também disse que o mestre de adereços frequentemente avertia Dave por dispensar o elenco ainda com os objetos em mãos, incluindo armas, sem que eles fossem devolvidos à produção.

Ela lembra de um caso em que um pirotécnico licenciado teve uma emergência médica no set e Halls pediu que ela continuasse com as filmagens.

“Eu disse que ele era livre para filmar o que quisesse, mas não haveria fogo, faíscas ou o que quer que fosse até que o médico, o oficial de segurança contra incêndios e todos os meus companheiros estivessem em segurança no set”, contou.

Halls não respondeu ao pedido da CNN para comentar sobre as alegações de Goll contra ele.

Um outro membro da equipe que trabalhou com Goll em 2019 corroborou os relatos da colega, mas pediu para não ser identificado por medo de retaliação.

A fonte anônima disse que, quando Halls chegava a realizar reuniões de segurança, elas eram curtas e ele sempre terminava questionando o porquê de estarem fazendo aquilo.

Em um dos episódios contados pela fonte à CNN, Halls teria reclamado por usar uma “arma liberada”, o que significa que ela seria inspecionada antes de uma cena. Na passagem em questão, a atriz apontaria a arma para sua própria cabeça e puxaria o gatilho.

Em outro episódio, uma tempestade atingiu o lugar das filmagens, que estava com fios elétricos expostos à chuva. Apesar de membros do elenco terem falado que temiam por sua segurança, Halls insistiu em continuar com a produção.

Assédio sexual

Sobre as denúncias de assédio sexual, Goll afirmou que nunca apresentou queixa, mas que foi orientada logo no primeiro dia de trabalho a “tomar cuidado” com Dave.

“Algumas pessoas do elenco estavam ficando desconfortáveis ​​com os toques de Dave em suas costas, cintura, ombros, etc. ”

Goll disse na época que ligou para uma linha de segurança de produção e reclamou pessoalmente aos produtores executivos da Blumhouse Productions.

Ela também contou que informou o Directors Guild of America (DGA) sobre a insegurança das pessoas com Halls por perto.

“Que eu saiba, nada foi feito depois que eu prestei reclamações”, disse.

A CNN entrou em contato com a Blumhouse Productions e o Directors Guild of America (DGA) para comentar sobre o caso.

FONTE CNN

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