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Novo remédio consegue reduzir até 22,5% do peso em pacientes obesos ou com sobrepeso

Em testes finais, participantes de estudo da tirzepatida perderam até 24 kg no período de um ano e meio, segundo fabricante

Estudo global da tirzepatida envolveu mais de 2.000 participantes
ITACI BATISTA/ESTADÃO CONTEÚDO

A farmacêutica norte-americana Lilly divulgou recentemente resultados do estudo de fase 3 (etapa final antes do licenciamento) de um novo medicamento que poderá ser usado no tratamento de sobrepeso ou obesidade. A droga tirzepatida se mostrou capaz de reduzir até 22,5% do peso corporal em 72 semanas (um ano e meio).

Ao todo, 2.539 pessoas participaram do estudo, que avaliou a eficácia e a segurança de doses de 5 mg, 10 mg e 15 mg do medicamento em todo o mundo.

Todos tinham obesidade ou sobrepeso e pelo menos uma comorbidade que não fosse diabetes. O peso médio delas no início do estudo era de 105 kg.

Parte do grupo tomou uma das doses estudadas e a outra parte recebeu apenas placebo, uma substância sem efeito no organismo.

A empresa salienta que 89% dos que tomaram 5 mg e 96% dos que tomaram doses de 10 mg ou 15 mg de tirzepatida emagreceram pelo menos 5% do peso corporal, enquanto no grupo placebo foram 28%.

Os pesquisadores ainda constataram que pouco mais da metade dos participantes que tomaram a dose de 10 mg conseguiram emagrecer 20%. Dos que tomaram a dose mais elevada, 63% perderam esse percentual, na comparação com 1,3% do grupo placebo.

“A tirzepatida proporcionou reduções de peso corporal impressionantes no Surmount-1 [nome do estudo], o que pode representar um importante passo em frente para ajudar a parceria entre paciente e médico a tratar essa doença complexa”, comemorou em comunicado um dos autores do trabalho, Louis J. Aronne, médico e professor, especialista em controle da obesidade.

O medicamento é um novo receptor GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e agonista do receptor GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon). Ele é tomado uma vez por semana.

“A tirzepatida é um único peptídeo que ativa os receptores do corpo para GIP e GLP-1, dois hormônios incretinas naturais”, diz a farmacêutica.

O comunicado acrescenta que “a obesidade é uma doença crônica e progressiva causada por rupturas nos mecanismos que controlam o peso corporal, muitas vezes levando ao aumento da ingestão alimentar e/ou diminuição do gasto energético. Essas rupturas são multifatoriais e podem estar relacionadas a fatores genéticos, de desenvolvimento, comportamentais, ambientais e sociais”.

Efeitos adversos

A farmacêutica avaliou que as reações adversas no estudo foram “semelhantes a outras terapias baseadas em incretinas [substâncias produzidas pelo pâncreas e pelos intestinos e que regulam o metabolismo da glicose] aprovadas para o tratamento da obesidade”.

Os efeitos colaterais ocorreram principalmente quando houve aumento de dose e os que predominaram foram os gastrointestinais.

Náusea, diarreia, vômito e constipação foram os mais frequentes, atingindo entre 8,3% e 33,3% dos participantes.

Mesmo assim, apenas 6,2% dos que tomaram a dose máxima do medicamento pararam o tratamento durante um ano e meio de estudo por causa de efeitos adversos.

FONTE R7

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