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Turistas brasileiros sofrem ‘assalto’ pela própria polícia em Cancún, no México

Casal trafegava por rodovia com carro alugado quando foi alvo de ameaça e extorsão após abordagem; liberação custou R$ 780

Brasileiros foram vítimas de extorsão no México
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Um casal de turistas brasileiros relatou um caso de ameaça e extorsão pela polícia do México, na noite da última segunda-feira (23), em Cancún, paraíso caribenho que é destino de viajantes do país todos os anos. Sem encontrarem irregularidades, os policiais cobraram o que os viajantes tinham em espécie na hora da abordagem para devolver os passaportes e deixá-los ir embora.

O caso aconteceu com o empresário Luiz* e a mulher dele, Rosana*, que passam férias no local. Eles trafegavam com um carro alugado por uma rodovia mexicana quando uma dupla de policiais, um homem e uma mulher, deu ordem de parada. Os brasileiros imediatamente obedeceram e encostaram o veículo no acostamento.

Os agentes solicitaram os passaportes e alegaram que a razão da abordagem se devia ao fato de o condutor ter supostamente furado dois faróis vermelhos. Os brasileiros contestaram e disseram que não haviam cometido a infração. Mesmo assim, os policiais afirmaram que aplicariam uma multa de 700 dólares (o equivalente a R$ 3.400). Embora contrariados, os brasileiros exigiram a confecção da multa em papel.

Foi aí que começou a extorsão. A dupla de policiais solicitou a entrega dos passaportes e perguntou se os brasileiros haviam ingerido bebida alcoólica. Diante da negativa, os agentes se concentraram na suposta infração de o veículo ter cruzado a via com o farol vermelho.

“Eles disseram que a multa seria de 700 dólares, mas aceitariam 300 dólares [cerca de R$ 1.500] em dinheiro. Nós nos recusamos a pagar, e eu disse que não tinha essa quantia. Pedi que fizessem a multa. A policial, então, revistou a bolsa da minha mulher, onde havia dinheiro. Mesmo assim, eu disse que não pagaríamos e poderiam nos levar para a delegacia”, afirma Luiz.

Paraíso caribenho, Cancún é destino comum de turistas brasileiros

Paraíso caribenho, Cancún é destino comum de turistas brasileiros

DIVULGAÇÃO/VISIT MEXICO

O policial também vistoriou Luiz, que tinha uma nota de 100 dólares (o equivalente a R$ 485) e outra de 20 euros (cerca de R$ 100). “Sou totalmente contrário a isso e jamais quis pagar pela liberação, mas não havia outro jeito. O clima estava muito tenso. Entreguei o que eu tinha no bolso e ainda levaram mais 40 dólares [cerca de R$ 195] da minha mulher. Estávamos em uma estrada erma, no meio do nada e a cerca de 10 km do hotel, onde passavam poucos carros. Tanto que isso durou cerca de 10 minutos e eles pararam um carro logo depois que nos liberaram”, explica. No total, o prejuízo foi de R$ 780 (140 dólares e 20 euros).

Os turistas brasileiros procuraram o Consulado Honorário do Brasil em Cancún, que solicitou que eles formalizassem por e-mail a ocorrência. Na resposta, a autoridade consular informou que “alguns policiais inescrupulosos abusam dos turistas justamente porque a grande maioria desconhece seus direitos”.

Leia a íntegra da resposta do consulado:

“Lamentamos o incidente, que, infelizmente, tem se tornado cada vez mais comum, devido à deterioração da situação de segurança no México. Alguns policiais inescrupulosos abusam dos turistas justamente porque a grande maioria desconhece seus direitos. Em caso de infração grave, o infrator pode ter o veículo rebocado, mas, na maioria das vezes, como excesso de velocidade, a pena é a imposição de uma multa. De toda forma, nesses casos, o melhor [é] insistir que deseja esclarecer a situação numa delegacia especializada em atender turistas.

Caso não seja possível ir à delegacia, é possível ligar para o 911 para reportar a situação. Se desejar, podemos fazer uma reclamação formal junto à Secretaria de Segurança Pública, mas necessitaríamos seus dados de identificação e do veículo em que se encontravam, bem como mais elementos para identificar o policial. Na eventualidade de não saber o nome, pelo menos mencionar a data, a hora e o local do incidente.”

*Os sobrenomes foram preservados a pedido das vítimas.

FONTE R7

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