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Doença renal crônica pode ser diagnosticada a partir de exames de rotina

Leia o artigo do médico nefrologista da Unimed Araxá Roberto Rodrigues Júnior

A Doença Renal Crônica (DRC) é definida como a perda da capacidade de filtração renal com duração maior que três meses, a partir de alterações baseadas em exames laboratoriais e alterações à ultrassonografia renal (elevação dos índices de creatinina, presença de perda de proteína no exame de urina simples e alterações anatômicas à imagem ultrassonográfica). Costuma ser uma doença silenciosa, manifestando sintomas apenas nos estágios finais, em que passa a ser denominada insuficiência renal crônica com necessidade nas fases finais (classificadas como estágio Vd) de suporte dialítico e/ou transplante para manutenção da vida.

No Brasil, a prevalência de pacientes em programa de hemodiálise para crônicos vem aumentando exponencialmente, mais que dobrando nos últimos oito anos. A incidência cresce cerca de 8% a 10% ao ano, aumentando gastos com tratamento, manutenção e suporte para paciente renal crônico (programas de hemodiálise e serviços de transplante renal), girando em torno de 1,4 bilhões de reais por ano. 

A detecção precoce da doença renal, bem como o tratamento adequado, consegue reduzir drasticamente a progressão para insuficiência renal terminal, desde que haja disciplina por parte do paciente e seus familiares, bem como seguimento especializado de um nefrologista para controle e intervenção precoce.

As duas principais causas de doença renal crônica (DRC), na nossa realidade, são a Hipertensão Arterial e o Diabetes Mellitus e normalmente os médicos clínicos gerais e da ESF (Estratégia Saúde de Família), da atenção básica, acabam sendo os primeiros médicos a atender esses casos. Por isso a importância do investimento na área básica e no atendimento primário à saúde são essenciais. O diagnóstico precoce é o pilar essencial para o melhor desfecho e o melhor prognóstico do paciente portador de doença renal crônica.

A doença renal crônica, com raras exceções, apresenta uma história natural e uma progressão insidiosa, progressiva e assintomática, o que dificulta o diagnóstico precoce. Por isso, a importância da capacitação, conscientização e vigilância do médico da atenção básica à saúde são essenciais para o diagnóstico precoce e o encaminhamento para o nefrologista o mais rapidamente possível.

O seguimento precoce, a partir do diagnóstico, retarda a progressão da doença renal, reduzindo os riscos de complicações e de desfechos desfavoráveis, piorando as comorbidades e o prognóstico do paciente; bem como o início precoce da TRS (terapia renal substitutiva), nos pacientes com indicação clínica e nefrológica de forma adequada.

Roberto Rodrigues Júnior

médico nefrologista

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