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O genial Milton Nascimento faz seu último show de uma maravilhosa carreira em BH, e o dedica à amiga Gal Costa.

Ele se apresentou no Mineirão, neste domingo (13), para 60 mil pessoas.

“Esse show é dedicado à minha querida Gal Costa“, disse Milton Nascimento para o público de 60 mil pessoas, no Mineirão, neste domingo (13). Nesta noite, ele fez o último espetáculo de sua carreira, em Belo Horizonte.

Gal Costa morreu na última quarta-feira (9), aos 77 anos, em São Paulo. Ela e Milton eram grandes amigos. O carioca de nascimento e mineiro de coração acumulou, além de prêmios e reconhecimento internacional, muitas amizades ao longo de sua trajetória artística.

O espetáculo celebrou o Clube da Esquina. Wagner Tiso, Lô BorgesToninho Horta e Beto Guedes subiram ao palco ao lado de Bituca. Como se o tempo não tivesse passado, cantaram juntos “Para Lennon e McCartney”. FONTE G1

CONHEÇA MAIS À HISTORIA DE MILTON NASCIMENTO:

Milton Nascimento (Rio de Janeiro26 de outubro de 1942) é um cantorcompositor e multi-instrumentista brasileiro, reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos músicos da Música Popular Brasileira.[1] Carioca de nascimento, mas mineiro de coração, tornou-se conhecido nacionalmente, quando a canção “Travessia”, composta por ele e Fernando Brant, ocupou a segunda posição no Festival Internacional da Canção, de 1967.

Milton Nascimento já gravou ao todo 34 álbuns e recebeu 5 prêmios Grammy, sendo um Grammy Award de Best World Music Album em 1998 pelo álbum Nascimento[2][3] e um Grammy Latino de Best Contemporary Pop Album em 2000 pelo álbum Crooner.[4]

Teve como parceiros e músicos brasileiros que regravaram suas canções como AngraBeto GuedesCaetano VelosoChico BuarqueClementina de JesusCrioloElis ReginaFafá de BelémGal CostaGilberto GilJorge Ben JorSamuel RosaMaria Bethânia e Simone, além de diversos estrangeiros como BjörkDuran Duran (com quem co-escreveu e gravou a faixa “Breath After Breath“, de 1993),[5] Herbie HancockMercedes SosaPat MethenyPaul SimonPeter GabrielQuincy JonesSarah Vaughan e Wayne Shorter.

Milton já se apresentou na América do SulAmérica do NorteEuropaÁsia e África.

Biografia

Milton nasceu em uma favela do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Filho da empregada doméstica Maria do Carmo do Nascimento, que fora abandonada grávida por seu primeiro namorado, ela registrou o filho como mãe solteira. Mesmo muito pobre, tentou criar Milton com ajuda de sua mãe, viúva, também empregada doméstica mas, ainda muito jovem, entrou em depressão e morreu de tuberculose antes de Milton completar dois anos, ficando entregue aos cuidados da avó materna.

Uma das duas filhas do casal para o qual sua avó trabalhava, a professora de música Lília Silva Campos, era recém-casada e não estava conseguindo engravidar. Imediatamente, Lília apegou-se a Milton e propôs adotá-lo. A avó concordou, desde que o trouxessem para ela vê-lo algumas vezes e não tirassem o nome da sua mãe do registro. O casal concordou e Milton foi então adotado por Lília e seu marido Josino Campos, dono de uma estação de rádio. A família mudou-se para Três Pontas, em Minas Gerais. Por alguns anos ele foi filho único. Mesmo fazendo tratamento, Lília não engravidava. O casal, então, passou a visitar orfanatos e adotou um menino e, poucos anos depois, uma menina. O casal só teve uma filha biológica, alguns anos depois. Milton sempre soube ser adotado, assim como seus irmãos.

Foi apelidado de “Bituca” ainda criança, por fazer um bico quando estava contrariado, numa referência aos índios botocudos. Milton começou a gostar de música por influência da mãe, que havia estudado com Villa Lobos. Aos quatro anos, ganhou uma sanfona de dois baixos, e desde cedo explorou sua voz. Aos 13 anos, era crooner do conjunto Continental de Duilio Tiso Cougo, grupo musical de baile de Três Pontas.[6]

Milton casou-se no cartório e na Igreja dos Capuchinhos, na Tijuca, em 1968, com uma estudante chamada Lurdeca. O casal foi viver em Copacabana, porém o matrimônio durou apenas um mês. Após dois meses separados, veio a anulação do casamento, voltando ao estado civil de solteiro. Teve depois diversas namoradas, uma delas, chamada Kárita, uma socialite paulistana muito rica, que foi sua namorada por mais de cinco anos. Optando por investir seu tempo e dedicação em sua carreira artística, não quis casar e nem ter filhos, apenas mantendo relacionamentos casuais. Vivendo sozinho, Milton, então, decidiu ser pai, e adotou Augusto, seu único filho, que nasceu em 3 de junho de 1993. Milton o conheceu quando o menino tinha 13 anos, em 2006, em Juiz de Fora, cidade em que Augusto residia desde a infância. O filho sempre manteve relação com a mãe, Sandra, mas, desde muito jovem, não tinha qualquer laço com o pai biológico. Milton apegou-se a ele como um pai, e perguntou se ele queria ser seu filho. Augusto aceitou, e passou a se dividir entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro. Quando o rapaz completou 23 anos, em 2016, foi oficialmente adotado, passando a assinar Augusto Kesrouani do Nascimento, mantendo o sobrenome da mãe, e incluindo o “Nascimento”, do pai. Em entrevistas, Milton revelou que seu filho foi o maior presente que recebeu.

Trajetória profissional

Milton Nascimento, 1969. Arquivo Nacional.

Gravou a primeira canção, “Barulho de Trem”, em 1962. Em Três Pontas, integrava, ao lado de Wagner Tiso, o grupo W’s Boys, que tocava em bailes. Mudou-se para Belo Horizonte para cursar Economia, onde, tocando em bares e clubes noturnos, começou a compor com mais frequência; datam dessa época as composições “Novena” e “Gira Girou” (1964), ambas com Márcio Borges.

Em 1966 Milton escreveu, em parceria com César Roldão Vieira, as canções para a peça infantil “Viagem ao Faz de Conta” de Walter Quaglia. Em 1967, segundo o trecho da contracapa do disco Milton e Tamba Trio: “Milton Nascimento entrou no estúdio acompanhado pelo ‘Tamba Trio’, no Rio de Janeiro, em 1967, para gravar seu primeiro disco. O encontro de ‘Milton & Tamba’ com os arranjos de Luizinho Eça fazem de ‘Travessia’ um álbum definitivo e eternamente moderno.” No ano anterior,1966, a composição “Canção do Sal” foi gravada por Elis Regina. A convite do músico Eumir Deodato, gravou um LP nos Estados Unidos (Courage), no qual gravaram uma versão de “Travessia” chamada “Bridges”. Em 1970 realiza temporadas no Rio de Janeiro e em São Paulo com o conjunto Som Imaginário, destacando-se desse período “Para Lennon e McCartney” (1970, com Fernando Brant, Márcio Borges e Lô Borges) e Clube da Esquina. Participou e compôs a trilha sonora de filmes como Os Deuses e os Mortos (1969, direção de Ruy Guerra), e atuou em Fitzcarraldo (1981, direção de Werner Herzog).

Clube da Esquina

Na pensão onde foi morar na capital mineira, no Edifício Levy, Milton conheceu os irmãos Borges, Marilton e Márcio. Dos encontros na esquina das ruas Divinópolis com Paraisópolis, no tradicional bairro belo-horizontino de Santa Tereza, surgiram os acordes e letras de canções como “Cravo e Canela”, “Alunar”, “Para Lennon e McCartney“, “Trem Azul”, “Nada Será Como Antes”, “Estrelas”, “São Vicente” e “Cais”. Aos meninos fãs do The Beatles e do The Platters vieram juntar-se Tavinho MouraFlavio VenturiniBeto GuedesFernando BrantToninho Horta. Em 1972 a EMI gravou o primeiro LP, Clube da esquina, que era duplo.

Milton Nascimento foi convidado por Wayne Shorter a gravar um disco com ele, em 1975. O disco chamava-se Native Dancer e serviu para projetar Milton no mercado norte-americano.

Milton Nascimento (1979).

Entre outras canções, há “Maria Maria” (1978, com Fernando Brant), e a interpretação de “Coração de Estudante” (Wagner Tiso), que se tornou o hino das Diretas Já (movimento sócio-político de reivindicação por eleições diretas, 1984) e dos funerais de Tancredo Neves (1985). Posteriormente, a “Canção da América” foi o tema de fundo dos funerais de Ayrton Senna (1994).

Diversificação

Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba1982), o espetáculo O Grande Circo Místico foi lançado em 1983. Milton integrou o grupo seleto de intérpretes da MPB que viajaram o país durante dois anos apresentando o projeto. Milton interpretou a canção “Beatriz”, composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e a saga da família suíça proprietária do Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século.

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, participou em 1985 do Nordeste Já, versão brasileira do USA for Africa que criou as canções “Chega de Mágoa” e “Seca D’água”.

Em 2010 Milton Nascimento foi o homenageado do Festival Internacional de Corais (FIC) de Belo Horizonte. No encerramento do festival Milton esteve presente e recebeu uma homenagem de mais de mil vozes que cantaram uma composição de Fernando Brant e Leonardo Cunha “A Voz Coral” feita especialmente para o homenageado.

O cantor Milton Nascimento e o ex-governador do Distrito FederalRogério Rosso, conversam durante lançamento do selo e da moeda comemorativos dos 50 anos de Brasília (Valter Campanato/ABr).

Além disso, neste mesmo ano, o cantor que também é padrinho da banda Roupa Nova, foi homenageado pelo sexteto carioca em uma participação especial no CD/DVD ao vivo da banda na faixa “Nos Bailes da Vida”, de composição de Milton, como forma de agradecimento pelo que ele fez para o grupo durante os 30 anos de carreira, já que ambos vieram de ‘bailes’.

O diretor Marcelo Flores está preparando um filme celebrando os 50 anos de carreira do cantor, Milton – A Voz. Híbrido de documentário e ficção, o filme incluirá além de cenas atuais, recriações de passagens da vida de Milton com o músico interpretado por Fabrício Boliveira.[7]

A escola de samba Tom Maior fez de Milton seu enredo para o desfile de 2016 com tema: Travessias de Milton Nascimento, em homenagem aos seus 50 anos de carreira e uma festa com participações do grupo KLBSandra de SáFat Family e Erikka Rodrigues.[8]

Em maio de 2015, é convidado pela Berklee College of Music para ser o homenageado do ano na formatura dos graduandos de 2016 e receber o título de Doutor Honoris Causa daquela instituição, por sua vasta contribuição à música.

Agostinho dos Santos

Num documentário sobre sua carreira exibido na TV Cultura em 2008, com depoimentos de inúmeros artistas em vários tempos, Milton revelou quem foi um grande divulgador de sua arte no Rio de Janeiro em fins da década de 60. Ele seria solicitado a substituir apressadamente um músico num bar, tocando violão e cantando; à vontade, incluiu na programação várias de suas músicas. Foi nesta apresentação que Agostinho dos Santos – ídolo confesso do fã “Bituca” – conheceu-o, interessou-se pelo seu trabalho e se tornou um amigo pessoal, levando-o a tiracolo pelo meio artístico e a sociedade carioca do show business, antes de seu trágico desaparecimento.[9]

Elis Regina

Elegeu Elis Regina como “a grande musa inspiradora” para quem compôs inúmeras canções. A filha de Elis, Maria Rita, teve sua carreira catapultada pelo padrinho Milton Nascimento com a participação no álbum Pietá, cantando as faixas “Voa Bicho”, “Vozes do Vento” e “Tristesse”.[10] Em seguida a cantora teve entre os sucessos de seu disco de estreia duas composições de Milton, “A Festa” e “Encontros e Despedidas”.[11]

Em Portugal

Além da composição de A barca dos amantes em parceria com Sérgio Godinho e apresentações pontuais de álbuns como Pietà em 2003, Milton Nascimento apresentou o álbum Novas Bossas em 18 de julho de 2008, em que dançou e cantou no Coliseu dos Recreios.

Aposentadoria dos palcos

Anunciou em 2021 que não fará mais apresentações no palco a partir de 2022, ano da sua última turnê.[12][13]

Discografia

Milton Nascimento em 1972

Álbuns de estúdio

Álbuns ao vivo

Álbuns de compilação

Homenagens

Ver também

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Commons

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Referências

  1.  «Sai a primeira biografia sobre Milton Nascimento – O Globo Online». 20 de outubro de 2008. Consultado em 9 de janeiro de 2017
  2.  Grammy. «Milton Nascimento | Artist | GRAMMY.com»www.grammy.com. Consultado em 27 de outubro de 2022
  3.  Moraes, Luciana. «Milton Nascimento / Prêmios»Milton Nascimento Site Oficial. Consultado em 27 de outubro de 2022
  4.  «Latin GRAMMYs»Latin GRAMMYs. Consultado em 27 de outubro de 2022
  5.  «Duran Duran – Duran Duran»Discogs. Consultado em 21 de março de 2016
  6.  «A mineirice de Milton Nascimento»revistaepoca.globo.com. Consultado em 9 de janeiro de 2017
  7.  Entretenimento, Portal Uai (27 de outubro de 2013). «História de uma voz»Portal Uai Entretenimento
  8.  «Milton Nascimento ganha homenagem aos 50 anos de carreira». Diário de Pernambuco. 5 de agosto de 2015. Consultado em 19 de fevereiro de 2016
  9.  «Mosaicos – A Arte de Milton Nascimento (Parte 4)»
  10.  «ÉPOCA – Blog Mente Aberta » Pablo Milanés e Maria Rita: um encontro que merece se repetir » Arquivo»colunas.revistaepoca.globo.com. Consultado em 9 de janeiro de 2017
  11.  «A Dona do Jogo»RollingStone. 10 de novembro de 2011
  12.  «Milton Nascimento anuncia aposentadoria dos palcos no fim de 2022»GZH. 15 de maio de 2022. Consultado em 11 de junho de 2022
  13.  «Milton Nascimento anuncia turnê de despedida dos palcos e escolhe BH para o último show»R7.com. 16 de maio de 2022. Consultado em 11 de junho de 2022
  14.  «Milton Nascimento – Maria Maria – Ultimo Trem»Far Out Recordings. Consultado em 9 de janeiro de 2017
  15.  «Anastasia destaca importância de Milton Nascimento para a cultura de Minas Gerais»www.casacivil.mg.gov.br. Secretaria de Estado de Casa Civil e Relações Institucionais. Consultado em 9 de janeiro de 2017
  16.  «Milton Nascimento receberá título de doutor em música nos EUA»Música. 5 de maio de 2016. Consultado em 8 de junho de 2016
  17.  «Embaixador Internacional do Cruzeiro completa 70 anos nesta sexta-feira»www.cruzeiro.com.br. Consultado em 6 de fevereiro de 2019

Bibliografia

  • BORGES, Márcio. Os Sonhos não Envelhecem: Histórias do Clube da Esquina. 1996. Editorial Geração. Postfácio: Milton Nascimento.
  • DOLORES, Maria. Biografia. Travessia: A Vida de Milton Nascimento. 2006. Editora RCB.
  • MEI, Giancarlo. Canto Latino: Origine, Evoluzione e Protagonisti della Música Popolare del Brasile. 2004. Stampa Alternativa-Nuovi Equilibri. Prefácio: Sergio Bardotti. Postfácio: Milton Nascimento.
  • NETTO, Carlos Eduardo. Cais: o aqui e o além da poesia. Poesia e alteridade. Itinerários, Araraquara, n. 8, p. 53-57, 1995. Disponível em: seer.fclar.unesp.br. Acesso em: 2 jun. 2017.

Ligações externas

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