Guilherme Arantes (São Paulo, 28 de julho de 1953) é um cantor e compositor brasileiro.
É um dos poucos pianistas brasileiros a integrar o hall da fama da secular fabricante teuto-americana de pianos Steinway & Sons, estando em companhia de nomes como Guiomar Novaes, Franz Liszt, George Gershwin e Duke Ellington.[1][2]
Guilherme contribuiu decisivamente também para o surgimento do fenômeno new wave no Brasil, em 1981, assinando aquela que é considerada a primeira música do gênero no país: “Perdidos na Selva“.[3]
É reconhecido como um grande hitmaker, emplacando sucessos na sua própria voz e nas de inúmeros outros artistas tais como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Nando Reis, Elis Regina, Roberto Carlos, Belchior, Gal Costa e MPB4.[4][5]
Tem influenciado artistas das gerações mais recentes da música brasileira, tais como Mano Brown, Vanessa da Mata, Marcelo Jeneci, Tulipa Ruiz, Curumin, Céu e Bruna Caram.[6][5]
Na década de 1980, chegou a bater recorde de arrecadação de direitos autorais, superando nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil, além de ter colocado 12 músicas em primeiro lugar nas paradas do sucesso.[7] Também nos anos 1980, recebeu elogios de Tom Jobim.[8]
Em 2008, foi eleito pela revista Rolling Stone Brasil um dos 100 maiores artistas da música brasileira.[9] No ano seguinte, a mesma revista também considerou seu primeiro sucesso “Meu Mundo e Nada Mais” como uma das 100 maiores músicas brasileiras em todos os tempos.[10] e inclui o cantor em 3 dos 100 maiores momentos da história da música do Brasil, classificando-o como “o mestre do pop brasileiro”.[11]
É um dos 20 artistas que mais tiveram canções incluídas como trilhas sonoras de novelas brasileiras, com 27 músicas.[12]
Em 2013, seu álbum Condição Humana recebeu o Prêmio Multishow de melhor álbum daquele ano [13] e em 2019 eleito, por absoluta unanimidade, o álbum da década – de 2010 a 2020 – na votação pública do site da Red Bull Brasil.[14]
Carreira
Década de 1970
Começou sua carreira em 1973 como tecladista, pianista e vocalista da banda Moto Perpétuo, grupo de rock progressivo, tendo lançado um álbum com o grupo em 1974, no qual foi o compositor em 9 das 11 faixas.[15][16] Em 1975, desliga-se do Moto Perpétuo e estoura imediatamente em sua carreira solo, com a música Meu Mundo e Nada Mais, incluída na trilha sonora da telenovela Anjo Mau, da TV Globo.[17] Em seguida, no ano de 1976, lança seu primeiro álbum homônimo, sucesso de crítica e público.[18]
Ainda na década de 1970, lança mais três álbuns e começa a pavimentar seu caminho de hitmaker com canções de sucesso como Cuide-se Bem, Baile de Máscaras, Amanhã e Êxtase.[19]
Na época, escreveu “Só Deus é Quem Sabe” e ‘Aprendendo a Jogar” para Elis Regina, com quem iniciaria um relacionamento mais tarde. O namoro continuou por quatro meses, até Guilherme recusar o convite de Elis para ser seu diretor musical.[20]
Década de 1980
Em 1980, lança o álbum Coração Paulista, ainda com muitas características roqueiras e progressivas que marcaram em grande medida seus álbuns na década anterior.[21] Ainda em 1980, se aproxima de Elis Regina, que grava duas músicas suas: Só Deus É Quem Sabe e Aprendendo a Jogar, esta com grande êxito comercial.[22]
No ano seguinte, 1981, lança sucessos como Deixa Chover e Planeta Água, esta responsável por levá-lo à final do Festival MPB-Shell daquele ano.
Ao longo da década, vai acumulando hits e trilhas de novelas, tais como O Melhor Vai Começar, Lance Legal (1982), Pedacinhos (1983), Fio da Navalha (1984), Cheia de Charme, Olhos Vermelhos, Fã Número 1 (1985), Coisas do Brasil, Loucas Horas (1986), Um Dia, Um Adeus, Ouro, Marina no Ar (1987), Raça de Heróis e Muito Diferente (1989). Emplaca ainda muitas músicas em trilhas sonoras de programas infantis, a exemplo de Brincar de Viver, na voz de Maria Bethânia, e Lindo Balão Azul, interpretada por Baby Consuelo, Bebel Gilberto, Moraes Moreira e Ricardo Graça Mello.[23]
Décadas de 1990, 2000 e 2010
Nos anos 1990, lança seis álbuns de inéditas e, embora em quantidade menor que nos anos 1980, segue lançando hits e trilhas de novelas tais como Sob o Efeito de Um Olhar, Lágrima de Uma Mulher, Trilhas, Hora de Partir o Coração e Marca de Uma Estrela.[24]
Em 2000, muda-se para a Bahia[25] e na década que ali se iniciava lançou três álbuns de inéditas, bem como o seu primeiro DVD ao vivo.[26]
Em 2013, lança o álbum Condição Humana[27] e, em 2017, seu álbum mais recente: Flores & Cores,[28] eleito o 13º melhor disco brasileiro de 2017 pela revista Rolling Stone Brasil.[29]
Em [(2020)], participa do DVD do Edu Falaschi, Temple of Shadows in Concert, lançado em fevereiro de 2021.[30]
Discografia
Com o Moto Perpétuo
- 1974 – Moto Perpétuo – (Continental, GEL)
SoloVer artigo principal: Discografia de Guilherme Arantes
Projetos sociais e outras atividades
- Instituto Planeta Água Jacuípe/BA – Plantio e Replantio de mudas, conservação de manguezais, atividades de artesanato e educação ambiental com jovens e senhoras.
- Pousada Estúdio Planeta Água – Produtora Coaxo do Sapo Jacuípe, Bahia – Pousada para receber músicos, com estrutura de estúdio, equipamentos e instrumentos para produção musical, onde foi gravado o CD e DVD Intimidade em 2007 e o CD Condição Humana em 2013.
Bibliografia
- BARCINSKI, André. Pavões Misteriosos — 1974-1983: A explosão da música pop no Brasil São Paulo: Três Estrelas, 2014.
- Acesse: www.palavramoderna.com.br