Museu-Itinerante-2

Araxá recebe Museu Itinerante Ponto UFMG

Um mundo de conhecimento que cabe dentro de um caminhão estacionou e ganhou forma de museu no estacionamento do Estádio Municipal Fausto Alvim. O Museu Itinerante Ponto Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) inaugurou sua estadia em Araxá nesta segunda-feira (6).

O prefeito Robson Magela participou da abertura oficial e destacou o museu itinerante como um importante espaço de conhecimento para a comunidade. “Eu vejo como uma oportunidade para estudantes e comunidade que não têm à disposição um material tão rico relacionado à Ciência e Natureza”, disse.

Com o tema “O ser humano e sua interação com o universo”, o museu realiza uma exposição interativa até a próxima sexta-feira (10) na cidade, das 8h às 11h e das 13h às 17h, com entrada gratuita. A vinda do Museu Itinerante Ponto UFMG foi oportunizada pela Secretaria Municipal de Educação que cuidou da logística para a sua instalação na cidade e conta com o patrocínio da CBMM.

“Agendamos a visita de todas as escolas da rede municipal. Essa é uma grande oportunidade para que nossos alunos conheçam esse espaço rico em conhecimento”, afirmou a secretária municipal de Educação, Zulma Moreira.

A coordenadora do programa da UFMG, Tania Costa, reitera que o museu itinerante é um projeto sobre rodas que existe desde 2012, esteve parado nos últimos dois anos devido à pandemia, e Araxá é a primeira cidade que recebe o projeto após o período inoperante.

“É uma carreta baú com 5 salas interativas que abordam a relação do ser humano com o planeta de forma didática, além de possuir uma exposição externa com experimentos das áreas de ciências biológicas, matemática e física. As salas interativas e imersivas garantem a diversão de todo mundo, até mesmo os adultos”, afirma Tania.


Assessoria de Comunicação

Medicamentos

Prefeitura de Araxá descentraliza fornecimento de medicamentos de alto custo

A descentralização do fornecimento de medicamentos de alto custo do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) irá agilizar a entrega desses remédios a quem mais precisa em Araxá.

Os medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são organizados de acordo com a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, que classifica os medicamentos em três categorias distintas: Básico, Estratégico e Especializado.

A coordenadora da Farmácia Municipal de Araxá, Maria Paula Di Mambro, explica que os medicamentos do CEAF são utilizados contra doenças que configuram problemas de saúde pública, com impacto socioeconômico, e disponibilizados diretamente pelo Ministério da Saúde ao Estado de Minas Gerais, que por sua vez faz o repasse aos municípios.

“São medicamentos pré-selecionados pelo Estado e oferecidos através de processos. Geralmente são de alto custo, a partir de R$ 100, podendo chegar a R$ 2 mil, e que os pacientes retiram gratuitamente na Farmácia Municipal”, explica.

Atualmente, em Araxá, cerca de 1.000 pacientes são beneficiados com esses medicamentos. De acordo com ela, até então, os fármacos eram enviados para a Superintendência Regional da Saúde (SRS) em Uberaba e duas vezes na semana uma funcionária buscava esses medicamentos no município vizinho.

“Com a adesão de Araxá à Política de Descentralização do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (PDCEAF), o município irá buscar de uma só vez todos os medicamentos fornecidos para um mês de tratamento, evitando a espera por parte de pacientes atendidos pelo CEAF na Farmácia Municipal”, explica.

Entre as vantagens estão, o aumento da acessibilidade e comodidade na obtenção dos medicamentos especializados, economia com transporte dos fármacos da SRS em Uberaba até Araxá (que agora passa de duas vezes na semana a uma vez ao mês) e melhoria da assistência prestada ao usuário.

Assessoria de Comunicação

Castracao

2ª etapa do mutirão CastraAção acontece de 9 a 17 de junho; cadastramento está aberto

Ferramenta importante no controle reprodutivo de animais, a Prefeitura de Araxá realiza mais um mutirão de castração de cães e gatos na cidade de 9 a 17 de junho, por meio do mutirão CastraAção. A expectativa é que o Castramóvel realize cerca de 800 procedimentos nos animais de ambos os sexos de forma gratuita. O objetivo é dar atendimento veterinário a cães e gatos de rua e a donos que não podem pagar pelo serviço.

O Castramóvel oferece uma estrutura completa com todos os equipamentos necessários para o funcionamento, como ala para atendimento, sala para pré e pós-operatório, espaço para cirurgia e descanso, além de profissionais especializados para o procedimento. Nesta etapa serão priorizado cães de rua e rural.

De acordo com a coordenadora da Vigilância em Saúde, Leninha Severo, a castração é uma forma de controlar a população de animais abandonados, visto que esses animais são, geralmente, fruto de ninhadas indesejadas.  “A ação é realizada com muito zelo, amor e carinho. O procedimento é seguro, minimamente invasivo e rápido. O animalzinho já sai com a roupa de proteção, microchipado e medicado com todos os remédios para a sua boa recuperação pós-operatória”, explica.

Para fazer o cadastro, o interessado deve levar até se dirigir ao Departamento de Vigilância Ambiental – Zoonoses (Av. Rosália Isaura de Araújo, s/n – Centro Administrativo) os documentos originais e cópia do CPF, documento oficial com foto (RG ou CNH) e mais o comprovante de renda de todos da família ou a ficha de resumo do CadÚnico – que pode ser baixada através do aplicativo “Meu CadÚnico” ou impressa nos Núcleos de Convivência da Secretaria Municipal de Ação Social.

O contato da Vigilância Ambiental é o (34) 3691-7120.

Castração no Itaipu

Outra ação definida pela Vigilância Ambiental é a castração gratuita de cães e gatos no Distrito do Itaipu, nos dias 18 e 19 de junho, contemplando 160 animais.


Assessoria de Comunicação

vigilante_pma-2

Prefeitura de Araxá abre concurso público com 190 vagas para vigilantes; inscrições vão até 8 de julho

A Prefeitura de Araxá, através da Secretaria Municipal de Segurança Pública, lançou edital do concurso público com vagas para vigilantes. São 190 vagas ofertadas, sendo 171 para ampla concorrência e 19 para pessoas com deficiência.

As inscrições estão abertas desde esta segunda-feira (6) e se encerram às 21h do dia 8 de julho de 2022, através do site ( www.imamconcursos.org.br ) e também na sede da Secretaria Municipal de Segurança Pública, localizada no Centro Administrativo – avenida Rosália Isaura de Araújo, nº 275, das 9h às 12h e das 13h às 17h, exceto aos sábados, domingos, feriados e ponto facultativo.

No momento da inscrição, o candidato deve apresentar documento de identidade e CPF para realização de sua inscrição e impressão do seu boleto bancário. Na Secretaria de Segurança Pública há um servidor disponível para auxiliar na realização da inscrição do candidato que não possui computador.

Entre os requisitos, o candidato deve ter ensino fundamental completo e o concurso será por meio de prova objetiva de caráter eliminatório e classificatório. O salário-base para vigilantes é de R$ 1.212 – jornada semanal de 40 horas, mais auxílio-alimentação de R$ 500 e outros benefícios.

O valor da inscrição é de R$ 65,00 e o edital com as informações completas pode ser acessado pelo site oficial da Prefeitura de Araxá ( www.araxa.mg.gov.br ) ; link Editais e Processos; Secretaria Municipal de Segurança Pública; Edital de Concurso Público nº 001/2022 – Concurso Público de Provas para Provimento de Vagas no Quadro de Pessoal da Prefeitura Municipal de Araxá-MG.

Link direto do edital: ( https://municipiovirtual.com.br/araxa/dados/site_publicacao/828/arquivo/edital-araxa-001-2022-final-com-datas-para-publicacao.pdf ).–


Assessoria de Comunicação

maos-a-obra

Prefeitura de Araxá amplia Mãos à Obra para beneficiar mais famílias

A Secretaria Municipal de Ação Social ampliou de R$ 5.000 para R$ 8.000 o limite máximo em materiais de construção para famílias de baixa renda que desejarem aderir ao programa Mãos à Obra.

Além disso, os moradores do bairro Max Neumann, que em julho deste ano completarão 10 anos no Programa Minha Casa, Minha Vida e receberão o termo de posse (para imóveis quitados), já poderão ser contemplados pelo Mãos à Obra.

Com o intuito de conceder a doação de materiais de construção para famílias em estado de vulnerabilidade social, que necessitam de pequenas reformas em suas moradias, o projeto também disponibiliza assistência técnica qualificada para os beneficiados. Muitos imóveis da cidade foram construídos sem o apoio de um profissional especializado ou ficaram com estrutura inacabada, com umidade ou sem ventilação, e que acabam comprometendo a saúde dos moradores.

Os interessados em participar do Mãos à Obra devem possuir renda bruta familiar de até R$ 3.424, sendo:

– R$ 3.424 – Família com duas crianças ou mais;
– R$ 2.924 – Família com apenas uma criança;
– R$ 2.424 – Famílias sem crianças.

Entre outros critérios analisados, o morador deve ser o proprietário do imóvel e esse mesmo local deve estar em condições de reforma. Não existe limite de vagas para participar do projeto, que é permanente. Mais de 130 famílias já foram contempladas e estão na fase de recebimento dos materiais. Portas, janelas, cimento, tintas, madeira, telhas, pisos, areia, barras de segurança, entre outros itens, são os materiais disponíveis para as pequenas reformas e acabamentos incluídos no Mãos à Obra.

Para participar do processo de seleção do programa, o morador interessado deve realizar o cadastro e agendamento através do site oficial do projeto ( www.maosaobra.araxa.mg.gov.br ). Os profissionais alertam que após o agendamento o inscrito deve comparecer no setor específico, no dia e hora marcados, em posse de toda a documentação exigida: Documento de Identidade com foto (RG ou CNH), CPF, Folha Resumo do CadÚnico atualizado, comprovante de renda de todos da família, fotos atualizadas do imóvel e comprovante regular da propriedade.

A coordenadora do Setor de Habitação, Alessandra Silva, destaca a busca pela dignidade das famílias através do Mãos à Obra. “O projeto foi idealizado para atender famílias de baixa renda, onde os imóveis estão precisando de reforma, garantindo uma melhor qualidade de vida para toda a família.”

O secretário municipal de Ação Social, Wagner Cruz, enfatiza a importância do projeto. “O Mãos à Obra não muda apenas a vida do morador, mas, sim, de toda uma família. Da criança, do adulto e do idoso também. É um projeto de grande significado para todos”, destaca.

O prefeito Robson Magela reitera que o novo limite poderá atingir de forma bastante positiva mais famílias. “O Mãos à Obra é um dos principais e mais importantes projetos da nossa gestão e vem mudando a vida de muita gente. A atual administração quer e vai continuar na busca por mais investimentos em todas as áreas que necessitam de mudanças imediatas, contribuindo para que famílias de baixa renda, que aguardam por isso há tantos anos, tenham uma melhora de vida significativa”, conclui o prefeito.


Assessoria de Comunicação

inss

Justiça concede indenização a segurado após demora do INSS em liberar benefício

Autarquia terá que pagar R$ 15 mil por danos morais pelos períodos nos quais o segurado não recebeu a aposentadoria

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi condenado a pagar uma indenização de R$ 15 mil a um segurado. A decisão do juiz federal Daniel Chiaretti, da 1ª Vara Federal de Corumbá (MS), considera que a demora na implantação da aposentadoria foi resultado de uma suspensão ilegal.

Leia mais: Saiba quem recebe a 2ª parcela do 13º salário do INSS nesta quinta

O magistrado avaliou que o INSS tem responsabilidade no dano decorrente da demora e da negativa para pagamento da verba. O beneficiário teve a aposentadoria suspensa entre os anos de 1998 e 2000, quando entrou com um pedido de revisão de benefício.

O requerimento foi julgado procedente em 2022 e ele voltou a receber os repasses em 2018. No mesmo ano, o segurado entrou com outra ação na Justiça pedindo indenização pela espera.

“Todavia, não é possível constatar com precisão os períodos nos quais o autor não recebeu a aposentadoria. Aliás, sequer o INSS foi capaz de precisar esse ponto, limitando-se a constatar que no período em que recebeu o benefício assistencial certamente não estava recebendo quaisquer valores relativos a benefício previdenciário”, destacou o magistrado.

Prazo de resposta

A advogada Maria Emília Santos Florim, do escritório Neves Bezerra Sociedade de Advocacia, afirma que casos semelhantes estão se tornando comuns. Ela relembra que há prazos de análise previstos por lei.

“É importante observar que nos termos da Lei 9.749/99, existe um prazo para que os pedidos administrativos sejam analisados quando o segurado apresenta um requerimento junto ao posto do INSS. Esse prazo de 30 dias, pode ser prorrogado por igual período, não podendo ultrapassar o limite de 60 dias”, detalha.

“O mandado pode ser pedido à justiça quando os requerimentos estão em análise em um período superior a 60 dias, por exemplo”, completa.

Acordo

O Supremo Tribunal Federal (STF) homologou um acordo entre o governo e o Ministério Público Federal (MPF) que estabelece prazos, após inúmeros casos de demora na análise de pedidos. Agora, o INSS deve responder os requerimentos entre 30 e 90 dias, com acréscimo de 10 dias após a chegada na Central de Análise Emergencial de Prazo (Cemer).

Caso isso não ocorra, o segurado tem direito a receber juros e correção monetária junto com o primeiro pagamento.

acervo-sp1-limpo-20220411-1130-frame-136708

Quarta dose para pessoas acima de 50 anos chega em momento de alta dos casos de covid

Especialistas destacam a importância da dose de reforço na imunização contra a doença

Pelo menos cinco capitais do país e o Distrito Federal já aplicam a 4ª dose da vacina contra a covid-19 em pessoas acima de 50 anos. O Ministério da Saúde orientou, esta semana, a ampliação da faixa etária, para todo o Brasil. Especialistas destacam importância da dose de reforço.

FONTE R7

mae-e-filho-fernanda-depressao

Depressão infantojuvenil: mães falam da luta diária e da superação ao enfrentar depressão dos filhos

Ataques de raiva, cortes no braço, mudanças de comportamento. Esses foram alguns dos sinais que serviram de alerta para mães de BH no diagnóstico da depressão dos filhos.

Mãe de menino de 10 anos relata como é a luta contra depressão do filho em BH — Foto: Arquivo pessoal

Depressão infantil. Embora seja um assunto pouco falado, especialistas alertam que os diagnósticos da doença em crianças e adolescentes são mais comuns do que a gente pensa.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos de depressão em crianças entre 6 e 12 anos aumentou de 4,5% para 8% nos últimos 10 anos, em todo o mundo. O crescimento alarmante leva a outra consequência: o aumento dos suicídios.

Para abordar o tema, o g1 Minas ouviu relatos de três mães que enfrentam a luta no tratamento da depressão dos filhos, duas crianças de 10 anos e uma adolescente de 15, e que pediram para não ter os nomes divulgados. Veja a seguir.

‘Ele estava se machucando de propósito’

O rosto vermelho de tanta ira, explosões de raiva e agressividade fizeram com que os pais de um menino de 10 anos, morador do bairro Cidade Nova, Região Nordeste de Belo Horizonte, não reconhecessem o filho que sempre foi calmo e amoroso.

Esses sinais foram a “ponta do iceberg” para que eles desconfiassem que havia algo de errado com a criança. No entanto, no início da mudança de comportamento, a mãe achou que o motivo era a volta às aulas presenciais e a alteração na rotina.

“Eu fiquei com eles em casa o máximo de tempo possível, mas, quando retornei para o presencial, os meus filhos também retornaram para a escola. Ele não queria voltar, queria ficar comigo o dia todo, e achamos que era isso”, disse a jornalista de 38 anos.

Dias depois, ela percebeu cortes no braço do filho caçula.

“Meu coração ficou apertado porque na hora eu soube que ele estava se machucando de propósito. Acabei negando isso pra mim mesma, mas, em uma consulta de rotina com o pediatra, ele viu e me pediu para procurar um psicólogo para dar uma olhada na situação”, contou.

Mãe e filho lutam contra a depressão do menino de 10 anos em BH  — Foto: Arquivo pessoal

Mãe e filho lutam contra a depressão do menino de 10 anos em BH — Foto: Arquivo pessoal

O pequeno começou a fazer terapia e a profissional indicou que a família procurasse um psiquiatra.

“Hoje em dia, fazemos controle com os dois profissionais semanalmente. Ele está medicado, meu marido demorou muito para aceitar, era contra medicação, mas, hoje, vendo que ele apresentou melhora, que não teve mais crise de raiva nem de violência, ele percebeu que é necessário. Meu filho agora anda pela casa cantando, dançando, contando piada, não teve mais nenhuma explosão de raiva nem se machucou mais”, contou.

O alívio por estar tudo indo bem não anula o alerta diário.

“Eu estou aliviada e feliz, mas sempre atenta e vigilante porque sei que essa é uma doença complicada e tem muito tabu ainda. Eu converso com mães que estão passando pela mesma situação. É muito grave. A gente tem que tratar depressão como a doença que ela é”, disse a mãe.

Menino de 10 anos se recupera da depressão com ajuda de terapia em BH — Foto: Arquivo pessoal

‘Parecia ser indolência juvenil, rebeldia, preguiça’

Depressão não cabia na cabeça nem na casa de uma escritora moradora da Região Nordeste de Belo Horizonte. Com três filhos, era inimaginável que um deles poderia ter essa doença.

Mas a caçula, hoje com 15 anos, foi diagnosticada. Os pais descobriram após a menina e outros colegas publicarem nas redes sociais automutilações.

“Os primeiros sinais foram quando ela tinha 11 anos. Ela começou a se cortar e usar blusas de manga comprida para esconder as marcas. A escola nos avisou. Conversamos muito com ela e, na época, achamos que era para chamar nossa atenção, não cabia na nossa cabeça que era sintoma de doença. Achava que depressão não atingia jovens”, disse a mãe, de 52 anos.

A escritora contou que, enquanto ela e o marido lidavam com a resistência de acreditarem que seria algo patológico, a filha continuava com problemas na escola, sono excessivo e notas baixas.

“Ela continuava não entregando para-casa [tarefa], com muitos problemas com professores, parecia ser indolência juvenil, rebeldia, preguiça, não havia relacionamento entre os colegas e professores. Aí, veio a pandemia e tudo piorou. Nada fazia muito sentido, era muito diferente da menina que eu conhecia”, contou.

Só depois de estudar muito o assunto e conversar com médicos, a mãe entendeu que a filha estava em depressão. O próximo desafio era convencer a filha a procurar ajuda profissional. “Ela tinha que entender que ela estava doente, não adiantava forçar”.

A belo-horizontina disse que, durante o processo, ela se separou do pai da filha.

“Já tinha entendido que minha filha estava doente, ela entendeu também e aceitou ajuda médica. A situação estava bem complexa, ela disse para o psiquiatra, na minha frente, que não queria mais viver, que a vida não tinha mais graça para ela. Foi aí que a médica entrou com medicação, que era vital”, contou.

A medicação era dosada de acordo com o humor da adolescente.

“Foi muito difícil entender o processo, uma ‘quase criança’ entrando na vida de jovem entender que teria que reportar todas as reações do remédio, era muito difícil esse processo do tratamento. Nesse processo, ela tentou suicídio. Além da dor de quase perdê-la, além de tudo, tinha o julgamento de terceiros”.

A dor de uma filha atinge a família toda.

“Eu tive que intensificar minha terapia para entender o que minha filha estava passando. Eu me sentia arrasada, eu me sentia incompetente como mãe. Como eu podia ter permitido que minha filha tivesse depressão? Como não vi os sinais iniciais? E me senti culpada, ainda mais por estar em processo de separação. Uma culpa mesmo, só depois entendi que não adiantava essa culpa, tive que olhar para frente”, disse a escritora.

Além de ver a filha sofrendo, a mãe precisou enfrentar preconceito e o tabu que margeiam a doença.

“Ela ainda enfrenta preconceito explícito, às vezes de forma implícita, a gente percebe. Falo de pessoas conhecidas e do sistema de saúde também, que não está preparado para lidar com jovens com essa doença. Alguns médicos de outras especialidades já debocharam dela quando viram o nome da medicação”, contou.

A mãe disse também que, aliado ao acompanhamento médico e aos medicamentos, o que ajudou a filha a entender o que estava acontecendo foi o diálogo em casa.

“Ela tem uma doença crônica e grave. A gente fala pra ela que antes de ficar mal ela precisa gritar por ajuda. É o que eu falo com ela sempre. Houve uma aproximação muito grande entre os membros da família. Há diálogo, a gente fala sobre a doença para que ela aprenda a se proteger. Meu sonho é que ela se fortaleça e que possa caminhar com suas próprias pernas porque eu não estarei aqui para sempre”.

A adolescente segue no tratamento e já apresentou melhoras tanto no convívio familiar quanto no desempenho da escola. E ela faz planos.

“Hoje ela está bem melhor que há três, quatro meses. Continua medicada, na terapia, e o que mais me chama atenção é que ela tem sonhos, planos para futuro, faculdade, viagem, e fazer planos é querer estar viva. Às vezes, o humor cai muito, quer abraço, quer ficar junto, a gente chora junto. Eu diria que estamos muito melhor que estávamos quando não sabíamos o que ela estava vivendo. Estamos tratando uma doença que ameaça a vida dela e a nossa, mas com muita esperança”, contou a mãe.

‘Trancamos os armários de casa’

A enfermeira de 42 anos conta como foi descobrir a depressão da filha de 10 em BH. — Foto: Arquivo pessoal

A enfermeira de 42 anos conta como foi descobrir a depressão da filha de 10 em BH. — Foto: Arquivo pessoal

Sentadas no chão do quarto, a enfermeira de 42 anos ouviu as piores palavras que uma mãe pode ouvir vindas de uma filha: “Não quero mais viver”.

Foi essa declaração que a filha dela de 10 anos disse, aos prantos, em uma noite de dezembro de 2021. Nesta mesma noite, a menina assumiu que pensou em acabar com a própria vida.

“Ela me chamou chorando, dizendo que não queria mais viver. Me disse que pensava em tomar remédio que tinha no armário do banheiro chegou a pegar o medicamento, mas não teve coragem de prosseguir”, contou a mãe.

A enfermeira disse que após o desabafo da filha eles procuraram ajuda médica e ela passou a dormir com a filha.

“Me senti morta por dentro. Impotente, uma péssima mãe, eu chorava o dia todo, mas não na frente dela. Eu e meu marido chorávamos à noite e quando íamos trabalhar, com medo mesmo. Passei a dormir com ela até a medicação fazer efeito, até hoje ela não fica sozinha nem por um minuto. Trancamos todos os armários de casa. Tudo trancado”, disse.

Atualmente, a menina está tomando medicamento e fazendo terapia. A mãe contou que só depois da medicação é que ela percebeu o quão triste ela estava antes do diagnóstico.

“Me sinto ainda péssima por não ter notado os sinais, por não ter percebido nada. Mas sei que estou fazendo o meu melhor e que tenho uma filha maravilhosa que confiou em mim e pediu ajuda”, disse.

Orientações aos pais

Veja algumas dicas da Sociedade Brasileira de Pediatria para ajudar os pais a lidar com os problemas emocionais dos filhos:

  • Diante dos sinais de alerta, oferecer uma rede de apoio familiar é indispensável para garantir o bem-estar das crianças e adolescentes.
  • Valide o sentimento que a criança demonstra, diga: “O que foi? Estou te vendo e te ouvindo”.
  • Deixe a criança à vontade para falar do que está incomodando.
  • Mantenha a rotina da casa, os horários de sono, de despertar, de alimentação, de obrigações e de lazer.
  • Incentive o contato com os amigos por meios seguros e monitorados.
  • Regule o tempo de tela e uso de eletrônicos, não ultrapassando as horas recomendadas.
  • Observe o comportamento, identificando os sinais de alerta.
  • Demonstre empatia.
  • Incentive valores familiares.
  • Programe atividades juntos, seja criativo, evite o tédio.
  • Procure ajuda profissional, preventiva, caso identifique uma situação de risco.
PEDRO-ISAACSSON-e1654284164874

Médico brasileiro recebe prêmio considerado “Oscar” da oncologia por inovação

Terapia que utiliza altas doses de testosterona associadas a uma medicação contribui para o tratamento e qualidade de vida de pacientes com câncer de próstataOncologista Pedro Henrique Isaacsson Velho, líder de pesquisa premiadaOncologista Pedro Henrique Isaacsson Velho, líder de pesquisa premiadaFoto: Leonardo Lenskij/Hospital Moinhos de Vento

Um estudo brasileiro desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Moinhos, com a participação da Johns Hopkins Medicine International, busca avaliar uma nova forma de tratamento para o câncer de próstata.

O método, chamado terapia androgênica bipolar, consiste em altas doses de testosterona associadas a uma medicação já aprovada para câncer de próstata, o Radium-223. Tratamentos semelhantes à nova terapia foram utilizados em cerca de 40 pacientes do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Os resultados preliminares promissores levaram ao reconhecimento da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que concedeu o prêmio Career Development, ao médico oncologista Pedro Henrique Isaacsson Velho, 36.

O prêmio é considerado o Oscar da oncologia e reconhece os profissionais que mais se destacam em suas áreas com pesquisas desenvolvidas para melhorar a experiência e o tratamento do paciente.

Em entrevista à CNN, o médico, que atua como chefe do Instituto de Pesquisa Moinhos, ressaltou que é gratificante estar ao lado de outras iniciativas lideradas por instituições que são referência mundial.

“Esse é um prêmio que tem 30 anos e, pela primeira vez, um hospital brasileiro foi selecionado. São 20 projetos selecionados que receberão 200 mil dólares”, conta. Os recursos serão destinados ao Hospital Moinhos de Vento para serem investidos em projetos de pesquisa em câncer de próstata.

Segundo o especialista, a terapia utilizada no projeto tem como objetivo tratar a doença ao mesmo tempo em que devolve a qualidade de vida ao paciente. No entanto, destaca o médico, o uso de testosterona contra o câncer de próstata deve ser utilizado somente dentro dos protocolos clínicos da pesquisa e não de maneira indiscriminada.

“Nosso projeto devolve níveis de testosterona altos ao paciente de forma a tratar a doença e também melhorar a qualidade de vida. É uma linha de pesquisa que já temos com alguns projetos em andamento em que investimos nessa terapia com testosterona sozinha ou em combinação com outra terapias. No caso deste estudo premiado, a testosterona é usada em conjunto com uma terapia chamada Radium 223, um radiofármaco, aprovada para câncer de próstata”, explica.

Em junho, os pesquisadores devem dar início à fase de recrutamento de pacientes no Brasil e nos Estados Unidos. Ao todo, serão cerca de 50 pessoas diagnosticadas com câncer de próstata com apresentação de metástase, que é o espalhamento da doença para outras partes do organismo.

“É uma pesquisa muito promissora para pacientes com câncer de próstata. Podemos regredir o câncer e melhorar a qualidade de vida das pessoas, devolvendo e aumentando a testosterona dos pacientes e proporcionando menos efeitos adversos da hormonioterapia como fadiga, disfunção erétil, risco de fraturas, entre outros”, destacou Pedro.

A cerimônia de entrega do prêmio acontecerá neste sábado (4), durante a Reunião Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago, nos Estados Unidos. Segundo a entidade organizadora, o evento reúne anualmente mais de 40 mil profissionais de todo o mundo.

FONTE CNN