infelizes-1-696x445

Sentimento de nostalgia pode reduzir a percepção da dor, diz estudo

Pesquisa descobriu que observação de fotos que trazem memórias da infância está ligada a sensações mais fracas de dorNostalgia pode reduzir a dorNostalgia pode reduzir a dorReprodução / Freepik

Da próxima vez que você sentir dores, você pode considerar pular o analgésico e pegar uma foto antiga.

A nostalgia – aquela sensação sentimental de saudade do passado – pode reduzir a percepção da dor, de acordo com uma nova pesquisa publicada na revista JNeurosci.

Cientistas da Academia Chinesa de Ciências e da Universidade Normal de Liaoning pediram aos participantes do estudo que classificassem o nível de dor por estimulação de calor enquanto observavam imagens nostálgicas – retratando desenhos antigos, jogos de infância ou doces retrô – em comparação com imagens mais modernas.

Durante as tarefas, uma máquina de ressonância magnética também escaneou os 34 participantes.

Os pesquisadores descobriram que a observação de fotos que desencadeavam memórias de infância estava ligada a participantes relatando sentimentos mais fracos de dor.

“Ao gerenciar seu desconforto, em vez de eliminar ou reduzir os estímulos (desagradáveis), as pessoas podem usar a nostalgia para reformular suas experiências dolorosas”, disse Joe Yazhuo Kong, um dos autores do estudo, por e-mail.

“A nostalgia é uma emoção predominantemente positiva que as pessoas percebem facilmente em suas vidas”, disse Kong, líder do grupo de pesquisa do Laboratório de Neuroimagem Integrativa da Dor da Academia Chinesa de Ciências.

“Por exemplo, as pessoas podem se sentir felizes e em paz ao navegar em suas fotos agrupadas com familiares ou amigos.”

Estudos anteriores também demonstraram os benefícios psicológicos e emocionais da nostalgia. Um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology mostrou que a nostalgia – desencadeada por uma tarefa de escrita – diminuiu a percepção da intensidade da dor entre pessoas que sofrem de dor crônica.

Outras pesquisas descobriram que as pessoas tinham uma maior tolerância à dor após pensamentos de nostalgia, de acordo com Cathy Cox, professora associada de psicologia da Universidade Cristã do Texas.

“É legal encontrar mais e mais pesquisas fazendo a sobreposição entre essas construções psicológicas e emocionais que estamos estudando e essas respostas biológicas e comportamentais”, disse Cox, psicóloga com foco em nostalgia. Ela não esteve envolvida no estudo.

Dado que é raro e caro usar exames de ressonância magnética para pesquisa em psicologia, de acordo com Cox, não se sabia muito sobre os mecanismos biológicos subjacentes aos efeitos positivos da nostalgia.

“Durante esse processo de alívio da dor induzido pela nostalgia, o tálamo desempenha um papel crucial”, disse Kong à CNN.

O tálamo, muitas vezes descrito como a estação de retransmissão do cérebro, é responsável por transmitir informações sensoriais e sinais motores para o córtex cerebral.

O novo estudo mostrou que o tálamo integra essa “informação de nostalgia” e desencadeia uma resposta à dor mais controlada. A visualização de fotos nostálgicas também diminuiu a atividade em duas áreas do cérebro relacionadas à dor.

E não são apenas as fotos antigas que podem levar a respostas positivas devido à nostalgia – música, filmes ou certas histórias também podem desencadear isso. Assim como odores, como perfumes, ou o sabor de certos alimentos, como doces da infância ou biscoitos que lembram alguém de casa.

Todos esses gatilhos de nostalgia podem ser úteis no futuro para fornecer ferramentas de gerenciamento de dor baratas e facilmente acessíveis às pessoas.

Cox e Julie Swets, doutoranda na Universidade Cristã do Texas, também estão trabalhando em pesquisas sobre como a nostalgia pode ser usada como recurso para gerenciar conflitos em relacionamentos românticos e aumentar a satisfação entre parceiros.

Mas Swets alertou que usar a nostalgia para aliviar a dor pode não ser uma solução geral para todos. Estudos anteriores destacam que a nostalgia é uma experiência emocional pessoal que varia em termos de frequência e intensidade.

“O que é nostalgia é esse sentimento de conexão com outras pessoas”, disse Swets, observando que as pistas em muitos estudos são projetadas para fazer as pessoas pensarem em bons momentos com a família e amigos.

“Então, as pessoas que evitam um pouco mais a intimidade com outras pessoas, ou mais propensas a preferir a distância a relacionamentos próximos, essas pessoas não colhem os mesmos benefícios da nostalgia.”

Tal como acontece com outras intervenções de psicologia positiva, como praticar mindfulness ou ioga, os impactos podem depender da pessoa.

Os pesquisadores envolvidos no novo estudo do JNeurosci também têm planos de usar diferentes faixas etárias em pesquisas futuras e analisar os impactos de pistas nostálgicas mais pessoais, em vez de nostalgias genéricas, como músicas e filmes antigos.

“Esperamos um efeito de alívio da dor muito mais forte se os participantes observarem cenários pessoais, sejam quais forem as pistas visuais ou não visuais”, disse Kong à CNN.

FONTE CNN

7617_30DFB83BA80FA2F0-1

Com venda proibida, cigarro eletrônico é sensação entre os jovens e acende alerta

Nas ruas, portas de escola, bares, tabacarias e festas, eles deixam uma fumaça branca e densa, com cheiro que nada lembra os cigarros comuns. No boca a boca, recebem diversos nomes: vape e pod são os mais comuns.

Especialistas alertam para complicações cardiovasculares e pulmonares dos cigarros eletrônicosAnvisa proibiu importação, comercialização e propaganda dos dispositivos eletrônicos para fumarAnvisa proibiu importação, comercialização e propaganda dos dispositivos eletrônicos para fumarFoto: Kurylo Sofiya/Shutterstock

Com venda proibida no Brasil, especialistas alertam para complicações cardiovasculares e pulmonares dos cigarros eletrônicos. Consumidos por jovens, podem ser porta de entrada para o tabagismo e colocar em xeque avanços no combate à dependência química da nicotina.

Os dispositivos têm tecnologia simples. Uma bateria permite esquentar o líquido que, em geral, é uma mistura de água, aromatizante alimentar, nicotina, propilenoglicol e glicerina vegetal.

Eles aquecem a nicotina em vez da combustão dos cigarros comuns. Na fumaça do tradicional, há alcatrão, que contém produtos químicos potencialmente cancerígenos, e monóxido de carbono, que aumenta a chance de enfarte e dificulta o transporte de oxigênio das células.

O aerossol do dispositivo pode conter substâncias nocivas, alertam os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Destacam, também, que é difícil saber quais substâncias o produto contém. Por vezes, no lugar da nicotina, o aparelho é usado para vaporizar outras drogas, como maconha. Alguns, ditos livres de nicotina, apresentaram a substância em análises.

Paulo Corrêa, coordenador da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), diz que o eletrônico tem toxicidade aumentada em relação ao cigarro convencional, por causa da forma de produção do aerossol. “Ele tem um filamento, que deve ser aquecido. O filamento é revestido por níquel e outros metais, como latão e cobre. O nível de níquel que tem nos cigarros eletrônicos é de duas a 100 vezes maior do que nos tradicionais. O níquel é considerado cancerígeno.”

No Brasil, em 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a importação, comercialização e propaganda dos dispositivos eletrônicos para fumar, que além dos cigarros incluem os produtos de tabaco aquecido.

Uso

Em Pinheiros, na zona oeste paulistana, o dispositivo se camufla na mão dos usuários e o aerossol se dissipa com rapidez. Em uma tabacaria, os aparelhos e essências tomam pelo menos quatro prateleiras. O preço varia de R$ 60 a R$ 680 – os mais baratos eram descartáveis. O vendedor do estabelecimento, que comercializa o produto há três anos, diz que o que faz mal é o uso sem orientação. “Não vendo sem dar uma consultoria.”

Com sabor frutado e diversos formatos, os dispositivos se tornaram sensação entre os mais novos. Julia (nome fictício), de 24 anos, que não quis se identificar, junto a amigos, traz aparelhos do Paraguai para vender em Santa Catarina, onde mora. Ela explica que são pods descartáveis. “Você vai inalar 800 vezes e descartar. Você não recarrega”, diz. Eles compram o produto a R$ 30 e revendem por R$ 60.

Paula (nome fictício), de 18 anos, que também preferiu se manter anônima, passou a usar o cigarro eletrônico por não ter o cheiro e gosto do convencional. “Percebi que dava para fumar o pod em qualquer lugar. As pessoas não percebiam que tu tava (sic) fumando alguma coisa”, conta.

Chefe da coordenação de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Liz Almeida aponta que o dispositivo pode ser porta de entrada para o tabagismo, principalmente entre os mais jovens. A chance de um adolescente que experimentou um cigarro eletrônico passar a fumar o tradicional é quatro vezes maior do que aqueles que não, mostrou estudo feito por ela e outros seis pesquisadores.

Neste ano, o Carnaval de Allan Doug, funcionário de banco, de 30 anos, começou no Rio e terminou em uma unidade de terapia intensiva (UTI), em Manaus. O manauara fumava cigarro tradicional “há algum tempo”, mas só socialmente. Passou a usar o eletrônico, conta, nos últimos cinco meses.

No Rio durante duas semanas, sem ter de trabalhar, o uso se tornou diário e exagerado. De volta a Manaus, acordou com muita dor no peito. “No raio X identificaram umas perfurações e muito líquido (no pulmão)”, afirma.

Fiscalização

Em 2009, a Anvisa proibiu a importação, comercialização e propaganda dos dispositivos. Em nota, a agência disse ser responsável pela fiscalização das vendas online. As lojas físicas são de “responsabilidade das autoridades locais”.

A Polícia Militar e a Polícia Civil de São Paulo, em nota, afirmaram que, sempre que solicitado pela Prefeitura, ajudam em ações para coibir o comércio ambulante irregular e combater a pirataria. No fim do ano passado, em parceria com a Receita Federal e a administração municipal, apreenderam 135 mil cigarros eletrônicos e 325 mil essências.

As empresas Souza Cruz (BAT Brasil), Philip Morris Brasil e Japan Tobacco International (JTI) se mostraram favoráveis à flexibilização da comercialização dos dispositivos eletrônicos de fumar. A JTI disse, em nota, que “hoje o uso desses produtos já é corrente, abastecido por produtos de origem 100% ilegal, sem controle sanitário”.

A BAT Brasil disse defender uma “regulamentação robusta, responsável e equilibrada”. “No Brasil, já existe um crescente mercado de consumidores de cigarros eletrônicos, estimado em mais de 2 milhões de pessoas. No entanto, 100% desse mercado é ilegal”, destacou, em nota.

A Philip Morris Brasil afirmou que cabe à Anvisa decidir sobre a comercialização autorizada, mas disse que apresentou estudos e pesquisas científicas sobre seu produto. “Os documentos estabelecem uma diferença entre esse dispositivo e os cigarros eletrônicos que são comercializados ilegalmente no Brasil”, declara.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FONTE CNN

pexels-ken-tomita-389818

Novas regras sobre home office entram em vigor nesta segunda; veja o que muda

Medidas incluem regime de trabalho por produção e trabalho em outros estados ou países

Governo também alterou regras referentes ao auxílio-alimentaçãoKen Tomita no Pexels

governo federal publicou nesta segunda-feira (28) duas medidas provisórias (MP) referentes ao teletrabalho, também conhecido como home office. Os textos mudam e adicionam algumas regras para essa modalidade, e já estão em vigor.

Entretanto, por serem MPs, as mudanças valerão por no máximo quatro meses, e passarão a ter caráter definitivo apenas após a aprovação pelo Congresso.

A principal mudança é uma regulamentação nova sobre o home office, com mais informações sobre o modelo híbrido, em que o trabalhador vai ao local de trabalho em algum momento mas também trabalha de casa, além da contratação por produção.

Os textos abordam ainda temas ligados à legislação trabalhista, como o auxílio-alimentação e antecipação de férias ou benefícios para trabalhadores durante situações de calamidade pública.

De acordo com o governo federal, o objetivo com as medidas é “adaptar a legislação às necessidades da nova forma de trabalho, explicitadas durante a pandemia”, aumentando a segurança jurídica do trabalho remoto e otimizando o pagamento do auxílio-alimentação.

Regime híbrido

O governo fez uma leve alteração na definição de teletrabalho que está na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), incluindo a expressão “de maneira preponderante ou não” ao se referir ao trabalho fora das dependências do empregador e, portanto, abarcando o regime híbrido, independente de qual modalidade for predominante.

Com a mudança, “considera-se teletrabalho ou trabalho remoto a prestação de serviços fora das dependências do empregador, de maneira preponderante ou não, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação, que, por sua natureza, não se configure como trabalho externo”.

Ainda nesse sentido, o texto estabelece que o comparecimento, mesmo que habitual, do emprego nas dependências da empresa em que trabalha para realizar alguma atividade específica, que exige o comparecimento, não descaracteriza do regime de home office.

Outra novidade é que o teletrabalho passa a ser permitido legalmente para estagiários e aprendizes.

Há a exigência que “a prestação de serviços na modalidade de teletrabalho ou trabalho remoto deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho”.

A MP também estabelece que os empregadores precisarão dar prioridade para conceder o regime de teletrabalho para empregados que tenham algum tipo de deficiência ou então filhos ou crianças sob guarda judicial de até quatro anos de idade.

Contratação por produção

Uma das mudanças que o governo estabeleceu é a possibilidade de o trabalhador ser contratado para realizar home office em um regime de produção. Nesse caso, não há controle do tempo da jornada de trabalho, cuja duração não é fixa.

Com isso, o trabalhador pode realizar as tarefas no trabalho a hora que desejar, com o controle do serviço sendo feito pela entrega dessas demandas.

A modalidade por produção é uma alternativa à atual, de controle de jornada, em que o trabalhador possui um horário de trabalho definido e com pagamento por realização de hora extra a partir de controle remoto, em geral pelo sistema de ponto.

Outras medidas ligadas ao home office

A MP estabelece que os empregados em regime de home office precisam seguir as disposições da legislação, assim como convenções e acordos coletivos, referentes à base territorial do estabelecimento de lotação do empregado em contrato, mesmo que ele se mude para outro estado.

O texto permite ainda que o empregado não viva no Brasil, mas ainda fica sujeito às determinações da legislação brasileira sobre o tema.

Referente ao retorno ao trabalho presencial, a MP determina que o empregador não é responsável por arcar com as despesas caso o empregado tenha optado por realizar o teletrabalho fora da localidade prevista no contrato, a menos que haja um acordo determinando essa ajuda.

Ainda em relação aos acordos, o texto estabelece que “acordo individual poderá dispor sobre os horários e os meios de comunicação entre empregado e empregador, desde que assegurados os repousos legais”.

Caso o empregado tenha recebido equipamentos da empresa para realizar o home office, incluindo softwares, máquinas e ferramentas digitais, o tempo de uso delas fora da jornada de trabalho não pode ser configurado como um regime de sobreaviso ou prontidão para trabalhar, a menos que haja previsão em acordo individual ou coletivo.

Auxílio-alimentação

A MP que trata sobre o auxílio-alimentação muda as regras para o pagamento do valor ao trabalhador, estabelecendo que os recursos devem ser efetivamente usados para adquirir apenas gêneros alimentícios.

O objetivo, segundo o governo, é equilibrar as normas do auxílio-alimentação, presentes na CLT, com as regras do Programa de Alimentação do Trabalhador, que envolve os vales refeição e alimentação.

Pelo texto, fica proibida a cobrança de taxas negativas ou descontos na contratação de empresas que forneçam o auxílio-alimentação, com multa caso haja execução inadequada ou desvio da finalidade do auxílio.

O governo estabeleceu um prazo de transição das normas para evitar insegurança jurídica nos contratos que já estão em vigor. Haverá cobrança de multa para as empresas em caso de descumprimento das novas regras, podendo variar de R$ 5.000 a R$ 50 mil.

Segundo o governo, a cobrança de taxas negativas ou descontos fazia com que as fornecedoras do auxílio cobrassem taxas elevadas dos estabelecimentos credenciados, o que acaba prejudicando o trabalhador. A ideia, agora, é eliminar essa distorção de mercado.

Home office durante calamidade pública

Já em situações de calamidade pública, caso da pandemia, o empregador poderá mudar o regime de trabalho para teletrabalho, ou retornar para o trabalho presencial, sem um acordo individual ou coletivo prévio, ou alteração contratual.

Ainda nesse cenário, a responsabilidade de adquirir, manter e fornecer equipamentos tecnológicos e infraestrutura para o home office é do empregador, e caso o empregado tenha gastos com isso, será necessário realizar um reembolso, com prazo previsto em contrato ou em trinta dias a partir da mudança de regime de trabalho.

O fornecimento dos equipamentos e infraestrutura não caracterizaram verba de natureza salarial para a empresa.

Férias durante situações de calamidade

Já em relação às férias individuais, o texto estabelece que, em situações de calamidade pública, o empregador precisará informar ao empregado sobre a antecipação das férias com uma antecedência de pelo menos 48 horas, indicando o período de descanso, que não pode ser inferior a cinco dias corridos.

Será possível negociar a antecipação de períodos futuros de férias, mas apenas por meio de contrato individual escrito.

Caso haja rescisão do contrato de trabalho durante uma calamidade pública, os valores das férias, individuais ou coletivas, que não foram adquiridas serão descontadas do valor da rescisão.

fonte CNN

tagreuters.com2022binary_LYNXMPEI1O0Z3-FILEDIMAGE

Reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste atingem maior nível desde 2013

Cenário positivo é reflexo das chuvas que caíram no Brasil nos últimos meses

Barragem hidrelétrica de Furnas em São José da Barra02/02/2022REUTERS/Washington Alves

As chuvas que caíram nos últimos meses no país já mudaram o cenário hídrico brasileiro. Como consequência, os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste atingiram o maior nível desde junho de 2013. Atualmente, o nível de armazenamento está em 62,78%.

Em junho daquele ano era de 63,8%. Os reservatórios deste subsistema são responsáveis por 70% da geração hídrica do país.

A nível de comparação, no segundo semestre de 2021, os reservatórios das Usinas Hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste operavam com apenas 22,7% de sua capacidade de armazenamento.

E não é só no Sudeste e Centro-Oeste que a situação hídrica está favorável. Os reservatórios do Nordeste estão com níveis de armazenamento em 93,09% e os do Norte com 97,86%.

Apenas os reservatórios do Sul registram níveis ainda mais baixos, com 42,40% de volume útil. Os dados são do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Com os bons níveis dos reservatórios, a tendência é de que, mesmo com o início do período mais seco, que vai de abril a novembro, haja uma redução do uso das termelétricas e um aumento da geração das hidrelétricas.

Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), divulgados na última semana, a geração de hidrelétricas cresceu 6,1% no mês de fevereiro, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso fez com que houvesse um recuo de 35% na utilização das termelétricas no comparativo anual.

Para o professor de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Maurício Tolmasquim, os números são muito positivos e mostram que a crise hídrica do ano passado está sendo superada.

O ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) explica que se a hidrologia se mantiver positiva, com a redução do uso das termelétricas, que encarecem os custos de geração e produção, há boas possibilidades de o governo federal rever a bandeira tarifária de escassez hídrica.

Atualmente, o valor da tarifa cobrada na conta de luz é de R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatts /hora).

Apesar dos cenários positivos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve a taxa extra, em anúncio feito na última sexta-feira (25).

A previsão é de que a atual bandeira tarifária fique em vigor até o final de abril, apesar de especialistas já enxergarem um cenário favorável para a redução da conta de luz paga pelos consumidores.

fonte CNN

reinauguracao-nucleo-7

Prefeitura de Araxá reinaugura Núcleo de Convivência do Bairro Bom Jesus

Um espaço mais acolhedor, funcional e com cheiro de pintura nova. Após cerca de um ano fechado para reforma estrutural, a Prefeitura de Araxá reinaugurou o Núcleo de Convivência do Bairro Bom Jesus. A entrega do equipamento social à comunidade aconteceu no sábado (26), durante a estreia do projeto Prefeitura no Bairro. E o espaço, totalmente revitalizado, foi o anfitrião para receber a primeira edição do projeto itinerante do Governo Municipal.

“É uma satisfação poder voltar a este local para entregar este serviço em seu pleno funcionamento à comunidade. A gente sabe o quanto é um espaço importante para oferecer serviços de programas e benefícios da Secretaria de Ação Social. É aqui que a gente fortalece os vínculos familiares e comunitários, implanta políticas públicas que dão mais dignidade à população, além de aproximar a gestão da população local”, destacou o prefeito Robson Magela na reinauguração.

A secretária municipal de Ação Social, Cristiane Gonçalves Pereira, acrescentou que o Núcleo de Convivência do bairro Bom Jesus foi um dos primeiros locais que foram visitados pela atual gestão. “Nós tínhamos notícia da vulnerabilidade da região e da necessidade de implantar políticas públicas efetivas voltadas para assistência social. Quando chegamos, deparamos com um espaço destruído, sem manutenção, com problemas estruturais e equipe insuficiente para atender à demanda da população. Foi quando definimos pela reforma geral”, relembrou.

Entre as principais reestruturações no prédio estão a troca de vidros das portas e janelas, pintura nova, conserto de infiltrações, troca de telhado, reforma dos banheiros e da cozinha, reparos elétricos e revitalização do campo de futebol e da quadra poliesportiva.

Tereza Cássia de Jesus é moradora do bairro há cerca de 40 anos e participa como membro da Associação de Moradores do Bairro Bom Jesus. Ela foi a primeira a discursar durante a reinauguração do núcleo e falou da importância do pleno funcionamento do equipamento social para a comunidade. “Isso significa acompanhamento das famílias, assistência a quem mais precisa, além de oferta de serviços como cursos profissionalizantes, práticas esportivas e lazer para nossas crianças e jovens”, disse.

O Núcleo de Convivência do Bairro Bom Jesus atende cinco bairros do entorno e oferece mais de 15 serviços. O atendimento ao público é de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. A quadra poliesportiva e campo de futebol estão abertos conforme agendamento prévio, das 18h às 20h, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, das 13h às 18h. O núcleo fica na rua Jason Armando de Paula, nº 117.


Assessoria de Comunicação

Cor-de-Burro-quando-foge-BRASIL-ESCOLA

Cor de burro quando foge!? CURIOSIDADE

Uma expressão nascida do uso equivocado de um termo mais antigo

Como as pessoas se comunicarão daqui a algumas décadas? Essa é um pergunta bem difícil de responder quando temos a sensação de que a nossa língua foi sempre a mesma ou que as nossas formas de comunicação não precisam sofrer algum tipo de mudança. Contudo, a verdade é que muitas expressões do nosso cotidiano irão simplesmente desaparecer. Em outros casos, alguns de nossos termos serão alterados em sua forma, conteúdo e sentido.

Do ponto de vista histórico podemos ver que essas mudanças nem sempre são voluntárias, e que acontecem ao sabor de erros de difícil previsão. No caso do termo “cor de burro quando foge”, algumas pessoas acreditam que o termo tem uma significação quase que literal. Afinal de contas, a cor parda que um burro “pega”, após correr léguas e mais léguas por uma estrada de chão, pode lembrar bem aquele tom estranho de um carro, blusa ou cabelo que vemos por aí.

Mesmo sendo plausível, essa explicação nunca foi historicamente comprovada em algum livro de época, carta ou documento formal. De fato, a explicação mais aceitável desse mistério encontra-se na antiga expressão coloquial “corro de burro quando foge”. Registrada pelo gramático Antônio de Castro Lopes (1827 – 1901), o indício leva-nos a crer que o uso equivocado da expressão original acabou dando origem à “cor de burro quando foge”.

Apesar dos termos não terem nexo algum entre si, essa não é a primeira (e talvez nem a última!) que esse tipo de transformação pelo erro acontece. Investigando a origem de outros termos, veremos que a fala não se perpetua ao longo das gerações. Assim como os comportamentos, gostos e hábitos, as expressões populares assumem feições que estão ameaçadas pelo esquecimento ou pela reinvenção de alguém que escuta um dito da forma que bem entende.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Culpa-no-cartorio-BRESCOLA

CURIOSIDADES: Culpa no Cartório!?

A Santa Inquisição matinha um registro daqueles que tinham “culpa no cartório

“Culpa no cartório” ou “ter culpa no cartório” é uma expressão cotidiana para dizer que alguém deve algo ou cometeu algum tipo de infração. Contudo, se levarmos ao pé da letra, perceberemos que este recurso da língua não tem nada a ver com as atuais funções de um cartório. Quando somos julgados por alguma infração, somos geralmente convocados a aparecer em um tribunal ou delegacia para que se faça o registro do crime em questão.

Dessa forma, vem a pergunta: “de onde surgiu a tal culpa no cartório?”. Para respondermos a esse questionamento, precisamos antes nos deslocar para a Europa da Baixa Idade Média. Nesse período, lá pelos idos do século XIII, a Igreja tinha uma visível preocupação em combater os movimentos heréticos que contrariavam as verdades eternas pregadas por seus clérigos.

Foi nesse momento em que os dirigentes da Santa Sé decidiram criar o chamado Tribunal da Santa Inquisição. Este órgão tinha como função essencial vigiar e punir qualquer tipo de ação que pudesse ser vista como um crime contra a doutrina católica. Os acusados sofriam um processo judicial que poderia converter em um variado leque de penalidades que iam da penitência até a morte na fogueira. Desse modo, várias pessoas tiveram suas crenças tolhidas pelo terror implantado pela Igreja.

Para controlar o histórico dos envolvidos em uma investigação, a Igreja mantinha um cartório onde registrava e mantinha cada um dos processos judiciais conduzidos por ela. Dessa forma, a pessoa acabava tendo seu nome manchado ao ter em algum momento se envolvido com a investigação clerical. Na Espanha, a incômoda situação levava muitos a caçoarem de um ex-condenado dizendo que ele tinha “culpa en el notario”. Foi daí que a tal “culpa no cartório” se transformou em expressão comum nos países ibéricos.


Por Rainer Sousa
Graduado em História

veterinaria

Veterinária usa óleos essenciais e aromaterapia para acalmar e tratar bichos no zoológico do Recife

Hellen Macedo passou a utilizar a terapia alternativa como aliada no cuidado de animais silvestres.

Hellen Macedo se formou médica veterinária em 2008. Na faculdade, ela aprendeu a tratar, medicar e até a operar os animais. No entanto, com mais de dez anos de profissão, foi na aromaterapia que ela encontrou algumas das ferramentas mais utilizadas por ela no tratamento dos bichos do Zoológico de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife (veja vídeo acima).

A aromaterapia é uma técnica que utiliza óleos essenciais, líquidos extremamente concentrados que são extraídos de plantas. De forma terapêutica, os aromas são utilizados de forma preventiva e para tratar sintomas físicos e psicológicos.

Os óleos são colocados em difusores de ambiente e, em alguns casos, têm as gotas pingadas nos habitats dos animais. Cremes também podem ser utilizados.https://d62088eb66e295b898a3431fbd6b095b.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Um dos pacientes é a arara-canindé Fred, uma fêmea que, quando filhote, sofreu uma fratura na cabeça e cresceu com uma má formação no bico. O bicho, devido ao trauma, sequer deixava que alguém tocasse na cabeça dele. Agora, segundo a veterinária, até pede cafuné.

“A gente tem que reduzir a carga de estresse pelo barulho das pessoas, pelo próprio ambiente de estar preso, não ter aquele céu para voar. Ela teve uma fatura na base do bico, que cresceu meio tortinho. Uma narina ficou disfuncional, só tem uma narina funcional para respirar. Vi que a secreção ocular reduzia bastante. É como se desentupisse”, explicou.

Arara Fred é uma das pacientes da veterinária Hellen Macedo — Foto: Reprodução/TV Globo

Arara Fred é uma das pacientes da veterinária Hellen Macedo — Foto: Reprodução/TV Globohttps://d62088eb66e295b898a3431fbd6b095b.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Hellen disse que escolhe os óleos essenciais de acordo com a necessidade dos bichos. O óleo de lavanda é um dos mais utilizados, por ter propriedades calmantes. Foi o caso de uma onça-pintada que, estressada, tinha costume de morder a si mesma.

“Nesse caso, tivemos que colocar as gotinhas no próprio recinto dela, em locais estratégicos. Ela ficou muito calma, ficou bem zen mesmo. E eu vi que o efeito foi duradouro, de uns três dias, mais ou menos. Eu costumo utilizar principalmente os óleos de lavanda, laranja e hortelã-pimenta. Cada um tem uma ação terapêutica específica”, afirmou.

A aromaterapia era usada por Hellen de forma empírica. Ela recorria aos óleos para tratar a si mesma e, durante uma viagem à Austrália, decidiu se especializar no assunto. A veterinária morou um ano no país da Oceania para aprender inglês e, de lá, viajou para Portugal.

“Fiz um curso no Instituto Português de Naturologia. Lá, as técnicas eram voltadas para humanos, mas eu queria trazer para o uso veterinário, porque eu já utilizava técnicas da medicina tradicional chinesa, como acupuntura. Passei um ano lá e, ao concluir, vim para Pernambuco”, declarou.

Hellen Macedo usa a aromaterapia para tratar animais silvestres — Foto: Reprodução/TV Globo

Hellen Macedo usa a aromaterapia para tratar animais silvestres — Foto: Reprodução/TV Globohttps://d62088eb66e295b898a3431fbd6b095b.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

O plano de Hellen era passar poucos meses no Brasil e, depois disso, voltar à Austrália para um doutorado. Tudo mudou quando chegou a pandemia, que obrigou países a fecharem fronteiras e sacudiu a vida da veterinária.

“Na minha cabeça, eu viria, passaria quatro ou cinco meses, até passar no doutorado. A pandemia mudou tudo. Em 2021, diante do cenário, fiz um concurso para trabalhar no zoológico. Minha nomeação saiu em outubro e, desde então, tenho trabalhado com os animais silvestres de lá”, disse.

Para Hellen, a inspiração de utilizar a aromaterapia nos animais vem de trabalhos já realizados com equinos, como cavalos. No entanto, segundo ela, nem todos os óleos podem ser utilizados para qualquer animal.

“Eu fiz o curso para pegar a base científica e aplicar nos animais. Fui vendo a literatura, trabalhando em artigos científicos, vendo que trazia resultados. Mas tem óleos que podem causar intoxicação, tanto em humanos quanto em animais. Tem que ter muito cuidado”, afirmou.

Vida saudável

Segundo o presidente da comissão de clínicos de animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) e diretor da Associação Nacional de Médicos Veterinários, Rogério de Holanda, existem três pilares básicos para se manter uma vida feliz e saudável entre os animais, sejam domésticos ou silvestres: socialização, alimentação e enriquecimento ambiental.https://d62088eb66e295b898a3431fbd6b095b.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Ele, que tem pós-graduação em comportamento animal e em dermatologia, disse que o comportamento animal ainda é pouco estudado e que os bichos são bastante mal interpretados na vida entre humanos.

No caso da alimentação, é preciso manter uma alimentação saudável que seja o mais natural possível. O pilar de socialização é necessário porque, em vida livre, os animais costumam viver em bandos, em contato com outros da mesma espécie. A aromaterapia entra como forma de enriquecimento ambiental.

“A aromaterapia supre o déficit dos três pilares. É um elemento, como quando a gente dá picolés para eles se distraírem, bota comida embaixo de uma toca para caçarem, para que eles gastem energia mental. A aromaterapia diminui os níveis de estresse, mas deve ser utilizada em complemento com os outros pilares para manter a vida saudável dos animais”, explicou o veterinário.

Rogério de Holanda também afirmou que é possível utilizar da aromaterapia e de outras técnicas de enriquecimento ambiental dentro de casa, com os animais domésticos.

“Isso muda a vida dos pets, se a gente entendesse melhor o comportamento deles. Nos hospitais, 99% dos cães e gatos que recebemos vêm por manejo inadequado e por alimentação inadequada. Se todos os bichos tivessem os três pilares equilibrados, teriam uma vida muito mais saudável e longeva”, afirmou.

FONTE G1

foo-fighters-132a2796-fabio-tito-g1

LUTO NA MUSICA Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, morre aos 50 anos

”Seu espírito musical e riso contagiante vão viver conosco para sempre” escreveu grupo no Twitter.

Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, durante show da banda em SP em 2018 — Foto: Fábio Tito/G1

Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, morreu aos 50 anos. A notícia foi divulgada pela banda nas redes sociais. A causa da morte não foi divulgada.

“A família Foo Fighters está devastada pela trágica e prematura perda de nosso amado Taylor Hawkins”, escreveu o grupo no Twitter.

“Seu espírito musical e riso contagiante vão viver conosco para sempre. Nossos corações vão a sua mulher, filhos e família, e pedimos que sua privacidade seja tratada com o máximo de respeito nesse tempo de dificuldade inimaginável.”

Segundo comunicado do festival colombiano Estéreo Picnic, onde a banda se apresentaria, o Foo Fighters cancelou o resto da turnê sul-americana. Eles tocariam no Lollapalooza Brasil no domingo (27).

Hawkins se juntou ao grupo liderado por Dave Grohl em 1997, depois de dois anos atuando como baterista de Alanis Morissette.

Ele substituiu William Goldsmith, que pediu demissão do cargo após um desentendimento com o vocalista. Depois de gravar o segundo disco, “The Colour and the Shape”, Grohl não estava satisfeito com a participação de Goldsmith e refez todas as suas partes escondido.

Sem um baterista, o cantor (e antigo baterista do Nirvana) pediu a Hawkins por uma recomendação de um substituto, e foi surpreendido quando o músico se ofereceu.

Apesar de se juntar aos demais algum tempo depois da formação da banda, com os anos ele se tornou uma parte integral do conjunto, participando de todos os discos desde então.

Ao longo da carreira, enquanto o Foo Fighters estava em hiato ou ocasiões parecidas, Taylor participou de outros projetos. Entre eles estão o Taylor Hawkins and the Coattail Riders, no qual tocava bateria e cantava, e sua banda de covers, a Chevy Metal.

Pat Smear, Nate Mendel, Rami Jaffee, Chris Shiflett, Taylor Hawkins, Paul McCartney e Dave Grohl durante introdução do Foo Fighters no Hall da Fama do Rock and Roll, em 2021 — Foto: David Richard/AP Photo

Pat Smear, Nate Mendel, Rami Jaffee, Chris Shiflett, Taylor Hawkins, Paul McCartney e Dave Grohl durante introdução do Foo Fighters no Hall da Fama do Rock and Roll, em 2021 — Foto: David Richard/AP Photo

Atualmente, ele ainda formava o NHC, uma superbanda que teve início durante a pandemia, com Dave Navarro e Chris Chaney, do Jane’s Addiction.

Em 2021, ele e seus companheiros de Foo Fighters foram incluídos ao Hall da Fama do Rock and Roll.

FONTE G1

pizza

Cientistas na Itália desenvolvem massa de pizza que cresce sem fermento

Ideia partiu de um dos pesquisadores, que é alérgico a leveduras que compõem o fermento

Em novo estudo, pesquisadores italianos usaram pequenos pedaços de massa para testar o crescimentoErnesto di Maio

O ingrediente estrela responsável por uma massa de pizza arejada e borbulhante é o fermento. Como células que comem açúcar e se convertem em dióxido de carbono, o fermento é o que faz a massa crescer – mas cientistas italianos descobriram uma maneira de fazer massa de pizza sem ela.

Por causa de uma grave alergia ao fermento, o cientista de materiais italiano Ernesto Di Maio não pode comer pizza tradicional, que é algo difícil de evitar enquanto mora no berço desse prato icônico. Então ele embarcou em uma jornada para fazer uma massa de pizza napolitana que cresceria sem a ajuda de fermento. Os resultados do experimento culinário e físico foram publicados terça-feira (22) na revista científica Physics of Fluids.

“A invenção é baseada em um profundo conhecimento do que está acontecendo enquanto cozinha”, disse Di Maio, principal autor do estudo e professor associado de ciência dos materiais da Universidade de Nápoles Federico II, por e-mail. “Nós nos divertimos no laboratório.”

A equipe de pesquisa, que incluiu um engenheiro químico e um estudante de doutorado trabalhando como pizzaiolo (chef de pizza), usou ingredientes simples – água da torneira, sal marinho iodado e farinha – e processos para preparar massa levedada e massa sem fermento, de modo eles poderiam comparar os dois. Eles até usaram uma configuração de fotografia com lapso de tempo para ver como o processo de crescimento afetou a estrutura final da massa fermentada e da massa sem fermento.

Eles mediram que a massa fermentada se tornou mais elástica e cresceu em área em cerca de 20%, enquanto a outra massa mal mudou ao longo do tempo e diminuiu ligeiramente em área.

A experiência anterior dos pesquisadores provou ser fundamental para compensar a ausência da levedura. Di Maio estudou como as bolhas se formam em polímeros, incluindo o poliuretano, que é usado como componente de tintas, vernizes, adesivos e espumas. Ele sabia que tanto o pão quanto o poliuretano são formados após dois processos simultâneos.

Para o poliuretano, a formação de espuma envolve o uso de uma autoclave, um dispositivo industrial fechado normalmente usado para esterilizar objetos matando bactérias, vírus, fungos ou esporos. Ao usar autoclaves, os cientistas podem mexer nos níveis de pressão e temperatura para alcançar o que desejam. A espuma de poliuretano também requer um agente de expansão, uma substância inicialmente líquida que auxilia o processo.

FONTE CNN