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Ônibus a hidrogênio começam a ser produzidos no início de 2022 no Rio de Janeiro

Tecnologia desenvolvida na Coppe-UFRJ promete neutralizar poluição desses veículos

Depois do compromisso das nações de acelerar a redução do uso dos combustíveis fósseis na COP26, um grupo de empresas do Rio de Janeiro formou uma parceria para fabricar e vender, nos próximos meses, ônibus movidos a hidrogênio verde e à eletricidade, tecnologias não poluentes.

Os protótipos foram desenvolvidos no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Coppe-UFRJ. A fabricação de um novo protótipo em escala pré-industrial começará no início do ano que vem. Depois dessa fase, será realizada a produção e a venda.

Segundo dados do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), quando se fala em poluição ambiental, os transportes são responsáveis por 47% das emissões de dióxido de carbono no Brasil, sendo 23% referentes ao transporte de passageiros e 25% ao de cargas. Esses dados, contudo, excluem as emissões relacionadas a queimadas e desmatamento.

Atualmente, de acordo com a Secretaria Municipal de Transporte do Rio de Janeiro, na capital fluminense, a frota de ônibus a diesel é de 6.477 veículos – sem incluir o BRT. De forma aproximada, na cidade, as emissões de gases de efeito estufa chegam a 20 mil toneladas com a circulação desses veículos.

Na cidade de São Paulo, a situação é ainda pior: a frota circulante em dias úteis permanece em torno da média de 12.200 veículos – constituindo uma das maiores frotas de transporte público do mundo.

No mês de outubro, pelos dados do IEMA, foram emitidas na atmosfera 36,9 mil toneladas de dióxido de carbono por conta do uso desses transportes. Atualmente, a capital paulista tem 219 ônibus movidos à eletricidade.

Apesar do cenário atual de predomínio do diesel como combustível principal dos ônibus brasileiros, os investimentos vêm crescendo no mercado do hidrogênio verde – que é produzido pela eletrólise (quebra da molécula) de água ou a partir de biomassa.

“De março deste ano para cá, dobrou o número de empresas associadas à Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), hoje são 30. Isso ainda não é muito visível para a população em geral, mas os investimentos estão em curso”, afirma Paulo Emílio de Miranda, presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2) e professor de engenharia da Coppe-UFRJ.

Na instituição, atualmente, ainda se projeta um catamarã movido a hidrogênio, com capacidade para cem pessoas, que ficará pronto em 2023. Também há trabalhos para desenvolver pilhas a combustível de óxido sólido, que fazem a conversão eletroquímica da energia contida no combustível, usualmente o hidrogênio, em eletricidade.

UFRJ Ônibus Hidrogênio
Mais detalhes do veículo / Coppe-UFRJ

“Os produtos de engenharia hoje utilizados gastam muita energia. O tanque do carro com gasolina, por exemplo, numa estrada plana e reta, com velocidade e aceleração constantes usa 18 % da energia, o resto é perdido. Na cidade isso cai para 8%. Uma pilha comum tem uma eficiência de conversão da energia química do combustível em energia elétrica acima de 45%, já nas de combustível de óxido solido, a eficiência sobe para 60%, e quando se usa uma turbina isso chega a 80%”.

Ainda de acordo com o pesquisador, a Agência Internacional de Energia (IEA, da sigla em inglês) prevê que em 2050 o mundo use sete vezes mais hidrogênio do que é consumido hoje.

“Atualmente, consumimos 120 milhões toneladas de hidrogênio, na indústria petroquímica e alimentícia, mas a maior parte desse montante é poluente, vindo do gás natural. Hoje o mundo já sabe produzir e armazenar hidrogênio em larga escala – como produto químico. A mudança virá com combustível produzido sem emissões de carbono ou até mesmo com emissões negativas no caso do processamento da biomassa”, explica o professor.

Trens movidos a hidrogênio verde já são uma realidade em países desenvolvido, como na Alemanha e na Inglaterra. Nos Jogos Olímpicos em Tóquio, este ano, também foram usados 500 veículos, entre ônibus e microônibus, abastecidos com o gás.

“Experimentalmente no Japão há mais de 400 mil residências usando uma pilha que utiliza o hidrogênio para produzir eletricidade. Da mesma forma que são utilizadas em carros, ônibus e trens, elas estão substituindo aquecedores e boilers, além de poderem servir para todas os possíveis fins (de eletricidade) de uma casa”, conta.

Paulo Emílio de Miranda ressalta ainda que a tendência é que essa alternativa de energia fique mais barata.

“Toda a tecnologia nova é cara porque os equipamentos necessários são produzidos em pequena escala. Produzir hoje hidrogênio a partir da eletrólise da água é cerca de é 5 a 7 vezes mais caro do que produzir hidrogênio a partir da reforma a vapor do gás natural, mas a expectativa é que a paridade de custo entre eles ocorra ao longo desta década. O hidrogênio de baixo carbono é necessário por conta da emergência climática”, declara.

Na COP 26, a secretária executiva da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa, Olga Algayerova, classificou a energia nuclear e o hidrogênio como fundamentais para que o acordo de Paris seja cumprido até 2030.

“É preciso adotar tecnologias emergentes que serão adequadas para redes elétricas menores com aplicação para a dessalinização da água e produção de hidrogênio”, completou.

FONTE CNN

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Brasileiros descobrem nova espécie de dinossauro no interior do Paraná

Berthasaura leopoldinae foi encontrada por pesquisadores do Museu Nacional e da Universidade do Contestado

Réplica da Berthasaura leopoldinaeMuseu Nacional/UFRJ

O Museu Nacional anunciou nesta quinta-feira (18) a descoberta de uma nova espécie de dinossauro, com base em fósseis encontrados em Cruzeiro do Oeste, cidade do Noroeste do Paraná, a 500 quilômetros de Curitiba. O órgão, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), batizou o exemplar como “Berthasaura leopoldinae”. O exemplar encontrado seria juvenil, com cerca de 80 centímetros de altura e um metro de comprimento. Os dados foram estimados graças ao bom estado da ossada, principalmente, da coluna vertebral. Não há, ainda, projeções a respeito do peso.

A espécie é um terópode, dinossauros bípedes que, geralmente, são carnívoros ou onívoros. O fóssil foi encontrado a partir de escavações realizadas em quatro campanhas de campo ocorridas em Cruzeiro do Oeste, no período de 2011 a 2014. Os ossos e fragmentos foram encontrados a partir de blocos de arenito que ainda não têm data exata, mas remetem ao período conhecido como Cretáceo Superior, algo entre 70 e 80 milhões de anos.

Berthasaura leopoldinae é edêntula, o que a transfora no primeiro terópode sem dentes da América do Sul. A constatação foi confirmada por microtomografias computadorizadas, realizadas pelo Laboratório de Instrumentação Nuclear da Coppe/UFRJ. O animal possuía um bico córneo, com lâmina óssea bem desenvolvida na arcada superior. A explicação, contudo, desperta novas dúvidas, como explica Luiz Weinschütz, do Centro Paleontológico da Universidade do Contestado (SC), parceira do Museu Nacional no estudo, que resultou nesta quinta-feira (18) na publicação em um artigo na revista científica “Nature”.

“Deixa uma série de perguntas. Qual seria a dieta? É importante salientar que o fato de ser edêntula não significa que ela não seria capaz de comer carne. Gaviões e corujas não têm dentes e conseguem dilacerar carne om facilidade. É mais provável que fosse um animal onívoro, dado o ambiente em que vivia. Era árido, deserto, com escassez de recursos nutricionais, o que seria muito vantajoso, já que a próxima alimentação poderia demorar meses”, afirma Weinschütz.

Doutorando do programa de pós-graduação em Zoologia do Museu Nacional, Geovane Alves de Souza detalha as descobertas. “Além de não apresentar dentes, a espécie não tem qualquer sinal da existência de alvéolos na mandíbula e no maxilar. É difícil confirmar se a Berthasaura pode ter usado o bico para rasgar nacos de carne, ou se era utilizado para cortar material vegetal”, explica Alves de Souza.

O nome científico da espécie é uma homenagem a duas mulheres: a pesquisadora Bertha Luz, primeira pessoa brasileira a se formar em Ciências Naturais: em 1918, na Sorbonne, na França, e à Imperatriz Maria Leopoldina, primeira mulher do Imperador Dom Pedro I e considerada uma grande incentivadora das Ciências Naturais.

O nome é ainda uma referência à escola de samba Imperatriz Leopoldinense, que homenageou o centenário do Museu Nacional no Carnaval de 2018. Um ano antes do incêndio que consumiu o Palácio de São Cristóvão, prédio histórico que abrigava o maior museu de história natural da América Latina, localizado na Quinta da Boa Vista, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Integrante do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional, Marina Bento Soares explica que o registro da espécie com nome feminino é algo raro na paleontologia. Não é possível aferir ainda se os fósseis encontrados são de um exemplar macho ou fêmea.

“Nomes genéricos em paleontologia são extremamente raros. Com a terminação saura, só encontramos três espécies. Todos são de dinossauros ornitópodes. Então, a Berthasaura leopoldinae é a primeira terópode. Esse nome será registrado no repositório ZooBank, onde entram os nomes de animais, extintos ou atuais”, afirma.

FONTE CNN

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Entenda o que são superbactérias e a ameaça global da resistência a antibióticos

Resistência de microrganismos aos medicamentos poderá levar à morte de 10 milhões de pessoas por ano a partir de 2050, de acordo com estudo britânico

Resistência aos antibióticos é um problema de saúde globalGutemberg Brito/IOC/Fiocruz

A resistência de microrganismos aos antibióticos é uma das maiores ameaças à saúde global atualmente. O aumento no número de bactérias resistentes aos medicamentos, chamadas popularmente de superbactérias, coloca em risco a saúde de humanos e de animais. O problema está associado diretamente ao uso excessivo e incorreto dos antibióticos disponíveis.

Nesta quinta-feira (18), tem início a Semana Mundial do Uso Consciente de Antibióticos (World Antibiotic Awareness Week), realizada anualmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A campanha tem como objetivo conscientizar a população, profissionais de saúde e gestores públicos sobre os impactos de dimensões sociais, econômicas e ambientais causados pela resistência ao medicamento.

Há cinco anos, um relatório do governo britânico liderado pelo economista Jim O’Neill apontou um cenário global preocupante para a resistência bacteriana aos antibióticos. Segundo o documento, 700 mil pessoas morrem a cada ano no mundo devido a infecções causadas por bactérias resistentes.

Os pesquisadores estimaram que, se não forem feitas mudanças em nível global, a resistência a antibióticos pode levar à morte de 10 milhões de pessoas por ano a partir de 2050, o que representa uma morte a cada 3 segundos.

Para traçar um panorama atual da resistência bacteriana, a CNN consultou o economista Jim O’Neill, que revelou uma preocupação com os impactos da Covid-19, apontou a falta de interesse da indústria farmacêutica na produção de novos antibióticos e cobrou ações de governos e autoridades sanitárias no enfrentamento do problema.

“Como resultado da Covid-19, o mundo inteiro se dá conta, ou deveria se dar conta, de que as principais infecções globais, não apenas nos países emergentes, em que morrem milhões de pessoas, podem acontecer”, afirmou. “Alguns aspectos das nossas recomendações aconteceram, especialmente mais pessoas estudando infecções resistentes a medicamentos em departamentos de pesquisa especializada, e alguns esforços para reduzir o uso inadequado em animais, com resultados melhores do que o esperado”, acrescentou O’Neill.

O economista contou à CNN como foi receber o convite para liderar um estudo de uma área que não fazia parte da sua formação. “Fui convidado conscientemente porque não era especialista em ciências médicas, em parte para espalhar a consciência sobre o problema, mas também para pensar nas soluções em termos de economia e finanças”, afirmou.

“Esse foi um movimento muito inteligente, ao meu ver, por que os que entendem a ciência médica percebem o problema, mas se ele não for compreendido pelos políticos fora da saúde, não será resolvido”, completou.

Além disso, segundo O’Neill, a resistência aos antibióticos pode impactar diferentes áreas além da saúde. “Conforme minha análise mostrou, terminaremos com pelo menos 10 milhões de pessoas morrendo por ano devido à resistência aos antimicrobianos até 2050, e uma perda colossal do PIB. A experiência da Covid-19 em 2020 e 2021 mostra o que pode acontecer”, afirmou.

O especialista avalia que há uma falta de compromisso por parte de governos e autoridades de saúde no combate à resistência antimicrobiana.

“Há menos e menos atenção para o problema nos pronunciamentos de política global desde os destaques de 2015 e 2016, principalmente no que se refere ao tópico central do investimento financeiro. Nem os governos nem as empresas do ‘Big Pharma’ [as grandes farmacêuticas do mundo] querem comprometer recursos para isso”, disse. “Houve muito pouco progresso em muitas de nossas recomendações, especialmente no diagnóstico e no mercado quebrado de novos antibióticos”, afirmou O’Neill.

Pesquisadora da Fiocruz, Ana Paula Assef atua no estudo da resistência bacteriana. Na imagem, rotina do laboratório em 2017, antes da pandemia de Covid-19 / Josué Damacena/IOC/Fiocruz

Como o uso indiscriminado favorece a resistência

Os antibióticos são medicamentos capazes de matar ou inibir o crescimento de bactérias. A sua eficácia está associada diretamente ao agente causador da infecção. Isso significa que nem todos os antibióticos são adequados para o tratamento de uma mesma infecção. Por isso, esses medicamentos devem ser utilizados apenas no combate a infecções bacterianas e de acordo com a prescrição médica.

resistência aos antibióticos acontece quando determinada bactéria se modifica em resposta ao uso dos medicamentos.

Imagine uma pessoa que tenha contraído a sífilis, uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Após o diagnóstico, o indivíduo é tratado com um antibiótico chamado penicilina benzatina, conhecido como Benzetacil.

Vamos supor que 90% das bactérias sejam eliminadas e que 10% sobrevivam. Dentre as sobreviventes, é possível que uma parte tenha desenvolvido mecanismos de resistência à penicilina benzatina. Quando essas mesmas bactérias forem expostas novamente ao medicamento, ele pode não ter a mesma eficácia, tornando mais difícil o combate à infecção.

“São as bactérias que se tornam resistentes e não os seres humanos. Com o uso inadequado de antibiótico, pode ocorrer um processo de ‘seleção’: enquanto as bactérias ‘sensíveis’ são eliminadas a partir do tratamento, as ‘resistentes’ permanecem e se multiplicam”, explica a pesquisadora Ana Paula Assef, do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Segundo a pesquisadora da Fiocruz, o uso indiscriminado desses medicamentos por instituições de saúde, pela população e em práticas agropecuárias tem contribuído para o aumento da resistência.

“A rotina hospitalar, por exemplo, conta com uma série de procedimentos invasivos que são portas de entrada para as bactérias – como a utilização de ventilação mecânica e de cateteres venosos. Em consequência ao aumento das infecções hospitalares associadas a esses instrumentos, o uso de antibióticos é intensificado, o que promove a seleção de bactérias resistentes nesse ambiente”, explica.

A falta de sistemas de saneamento eficazes, com o lançamento de esgoto de hospitais e domicílios no ambiente sem o tratamento adequado, também favorece o aumento da resistência. Na natureza, as bactérias entram em contato com outros microrganismos e resíduos de antibióticos, o que gera novos processos de seleção e resistência.

A resistência eleva os custos de tratamentos, prolonga a permanência dos pacientes nos hospitais e aumenta os índices de mortalidade. Conforme os antibióticos vão se tornando ineficazes, o número de infecções que se tornam mais difíceis de tratar também tende a aumentar.

“Com o esgotamento das ações terapêuticas, infecções que hoje são conhecidas por ter um tratamento simples, poderão, no futuro, causar danos maiores ao organismo, na medida em que teremos menos recursos para combatê-las”, afirma Assef.

A opinião é compartilhada pelo economista Jim O’Neill. “Um dos acontecimentos mais preocupantes desde o nosso estudo é que existe o uso excessivo de colistina para promoção de crescimento em animais, que levou à evidência de resistência em animais e humanos. Esse é um dos últimos e mais importantes antibióticos de amplo espectro para a humanidade”, ressaltou.

Ações globais podem reverter a situação

O documento produzido por Jim O’Neill destacou um cenário alarmante da resistência bacteriana no mundo, mas também elencou dez pontos de ação que podem nortear as decisões de governos e autoridades sanitárias (veja quadro abaixo).

Arte/CNN

Cinco anos após a publicação do documento, o economista afirma enxergar dois cenários para 2050, um otimista e outro pessimista. “O mais otimista não poderá acontecer sem a ação decisiva dos formuladores de políticas. Estou especialmente desapontado que a reunião de 2021 do G20 não tenha feito maiores progressos na reforma sistemática chave da política de saúde global”, ressaltou.

O especialista estima que, sem a adoção das recomendações do documento, o mundo enfrentará um contexto catastrófico devido à resistência antimicrobiana. “Precisamos que muitos países, incluindo o Brasil e outros grandes países do chamado mercado emergente, tratem isso como um problema grave”, disse O’Neill.

A pesquisadora Ana Paula Assef, da Fiocruz, participa das formulações de documentos nacionais sobre o tema e de um projeto de fortalecimento do Sistema Nacional de Vigilância da Resistência Antimicrobiana.

Ela defende o desenvolvimento de políticas públicas que abordem o tema e incentivem mudanças de comportamento da população.

“A lavagem correta das mãos e dos alimentos, por exemplo, são práticas eficazes que devem ser estimuladas para a prevenção da transmissão de bactérias. Além disso, é importante cumprir as recomendações médicas sobre os antibióticos, evitando o uso por conta própria e a interrupção da duração do tratamento recomendado pelo médico”, disse.

Como parte de um esforço coletivo, as recomendações para a população em geral incluem o uso de antibióticos apenas com prescrição de um profissional de saúde, seguir as orientações médicas quanto aos horários e dosagens recomendadas, não compartilhar ou usar sobras de antibióticos, além de manter hábitos de higiene individual e lavar os alimentos antes do consumo.

Iniciativas brasileiras de enfrentamento da resistência

A reportagem da CNN consultou o Ministério da Saúde, mas não obteve respostas. Também consultou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre o uso indiscriminado de antibióticos na pecuária como estratégia de promoção do crescimento animal.

Em nota, o Mapa afirmou que a resistência aos antimicrobianos no âmbito da pecuária é guiada pelas diretrizes de um plano nacional elaborado em 2018. Dessa forma, médicos veterinários, produtores rurais, tutores de animais, profissionais da cadeia de produção e transformação de produtos de origem animal, profissionais da indústria veterinária, entre outros especialistas, atuam de acordo com o documento.

“Há diversas intervenções para promover a implementação de medidas de prevenção e controle de infecções na saúde animal, as boas práticas agropecuárias, o bem-estar animal e o uso racional de antimicrobianos em animais”, informa a nota.

Em 2021, o ministério elaborou e implementou o Programa de Vigilância e Monitoramento da Resistência aos Antimicrobianos no Âmbito da Agropecuária, coordenado pelos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (AFFAs).

O programa tem como objetivo avaliar riscos, tendências e padrões na ocorrência e disseminação da resistência antimicrobiana por meio de alimentos de origem animal produzidos no Brasil. Segundo o ministério, através do programa, serão fornecidos dados essenciais para análises de risco relevantes à saúde animal e humana.

Com vigência de 2019 a 2022, o programa monitora as cadeias de avicultura de corte, suinocultura e bovinocultura de corte, tendo como alvo microrganismos como a Salmonella spp. e a Escherichia coli.

O monitoramento das fases 1 e 2 da resistência é realizado por meio da avaliação de espécimes bacterianos obtidos de amostras coletadas em programas sanitários do ministério. Ao final desta etapa, será realizada uma avaliação do programa e dos resultados obtidos para definir as atividades e estratégias a serem implementadas nas próximas etapas, a partir do ano de 2023, segundo o Mapa.

Ministério da Agricultura realiza o monitoramento da resistência antimicrobiana na pecuária / Helena Lopes/Unsplash

Controle do uso de antimicrobianos na pecuária

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou, ainda, promover o uso racional de antimicrobianos a partir de medidas legais que incluem o registro e a fiscalização dos produtos de uso veterinário, em relação à fabricação, comércio e administração.

“O registro dos produtos de uso veterinário é concedido somente após a análise pelo Mapa do atendimento aos requisitos previstos na legislação, visando assegurar a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos”, disse o ministério.

No Brasil, a comercialização dos antimicrobianos de uso veterinário só é autorizada mediante a prescrição veterinária, de acordo com a instrução normativa nº 26/2009 do Mapa. Os produtos destinados à alimentação animal que contêm esses medicamentos também são regulamentados por instrução normativa da pasta.

Em relação ao uso indiscriminado, o ministério afirmou que proibiu, de forma progressiva, a partir de 1998, a autorização de diversas classes e substâncias antimicrobianas que tinham finalidade de melhorar o desempenho animal.

“São elas: avoparcina, anfenicóis, tetraciclinas, penicilinas, cefalosporinas, quinolonas, sulfonamidas, eritromicina, espiramicina, colistina em 2016 e, mais recentemente, em 2020, tilosina, lincomicina e tiamulina”, informou o MAPA.

O ministério reforça que para além das regulamentações em vigência no país, a conscientização dos médicos veterinários, técnicos, produtores e a sociedade, de forma geral, sobre a obrigatoriedade de prescrição para antimicrobianos de uso veterinário é um dos desafios prioritários para o enfrentamento da resistência no Brasil e no mundo.

O que explica a falta de interesse das grandes farmacêuticas

A formulação de um novo antibiótico pode levar de 10 a 15 anos. Por mais que sejam formulados novos medicamentos, as bactérias continuam criando mecanismos de resistência, o que faz com que o desenvolvimento dos antibióticos seja visto como um mercado pouco lucrativo.

“As grandes empresas farmacêuticas tomam uma decisão calculada de risco e retorno, a menos que os governos ofereçam financiamento ou grande suporte, elas não querem investir em soluções por que não é especialmente rentável”, diz O’Neill.

Para a pesquisadora da Fiocruz, a limitação das drogas disponíveis para o tratamento de infecções bacterianas chama a atenção para o investimento em pesquisa que permita ampliar o estudo de novas formas de eliminação das bactérias.

“Para pensar em novas formas de combate, é importante estudar a estrutura da bactéria, conhecer os mecanismos de resistência e investigar novos alvos de antibióticos”, afirma a especialista.

Pandemia de Covid-19 pode acelerar processo de resistência

A Covid-19 é uma infecção respiratória causada por um vírus chamado tecnicamente de SARS-CoV-2, ou novo coronavírus. Embora os antibióticos não tenham efeito no combate às infecções virais, o aumento no número de pacientes internados em decorrência da Covid-19 ampliou o uso desses medicamentos em larga escala em todo o mundo.

O aumento do uso de antibióticos está associado principalmente ao tratamento de infecções hospitalares, comuns em pacientes que permanecem internados por longos períodos, como pode acontecer em casos graves de Covid-19.

O economista Jim O’Neill afirma que, por um lado, a pandemia deixou duas lições: a lavagem de mãos é uma estratégia simples e eficaz para conter a disseminação de doenças e que as vacinas são especialmente úteis, em termos da resistência, por reduzir a necessidade dos antibióticos e prevenir a doença.

Por outro, ele reforça que o uso incorreto dos antibióticos na pandemia contribuiu para o agravamento do contexto da resistência. “A pandemia piora esse cenário uma vez que em muitas partes do mundo os antibióticos têm sido utilizados para lidar com os problemas da Covid-19, para enfrentar desafios para os quais não foram feitos, aumentando a resistência”, disse.

A pesquisadora da Fiocruz, Ana Paula Assef, aponta a necessidade de ampliar o controle das infecções, agilizar a identificação da bactéria e do mecanismo de resistência. Dessa forma, é possível acelerar ações de isolamento do paciente e contenção do espalhamento do microrganismo.

“É imprescindível estimular o desenvolvimento de novas drogas, visto que temos um número restrito de antibióticos no mercado que apresentam eficácia no combate às bactérias multirresistentes”, conclui.

FONTE CNN

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Um pouco de Minas Gerais para o mundo.

Por GIULIANO FERNANDES | GERENTE DE MARKETING E COMUNICAÇÃO DA CBMM

As Exposições Universais (Expo) sempre foram marcadas pela exposição dos maiores trabalhos das indústrias de todas as nações, fazendo jus ao mote da primeira delas, realizada em 1851 em Londres.

A deste ano que acontece pela primeira vez no Oriente Médio, na cidade de Dubai, é carregada de grande simbolismo, não só por marcar o reencontro dos povos após quase dois anos do afastamento causado pela pandemia, mas também por apresentar tecnologias futuristas que sempre marcaram a história das Expos, agora dentro do contexto de soluções sustentáveis para o planeta.

A expectativa do governo dos Emirados Árabes é por recorde de público, após um investimento bilionário feito e a confirmação de presença de pavilhões de exposições de mais de 190 países em uma área de 4,38 quilômetros quadrados. A abertura, que contou com apresentações de ícones da música como Andrea Bocelli e Ellie Goulding, já deu o tom da grandiosidade dessa edição atual.

A grande estrutura brasileira traz aos visitantes uma imersão de visões, sons e cheiros do país. Entre suas atrações está uma lâmina d’agua, representando rios e lagos do país, por onde as pessoas poderão caminhar.

Por duas semanas, a partir de 17 de novembro, o centro das atenções será o pavilhão Minas Gerais, uma iniciativa liderada pela FIEMG e que tem a CBMM como grande apoiadora dessa ação que visa promover o estado e gerar potencial de novas oportunidades e negócios.

A CBMM ainda será a responsável por apresentar soluções mais sustentáveis para a construção civil e a mobilidade do futuro através da aplicação da tecnologia do nióbio na qual é a maior expoente mundial.

Um dos caminhos mais rápidos e práticos para a redução das emissões de carbono é o uso imediato de materiais mais inteligentes como o aço de alto resistência ao nióbio, que já está disponível. O uso desses aços propicia a desmaterialização, ou seja, a construção de edifícios e infraestrutura com muito menos material e com a imediata redução das emissões geradas.

No campo da mobilidade, a adoção de veículos elétricos com as novas baterias de recarga ultrarrápida com nióbio se apresenta como muito inteligente dada sua eficiência e praticidade. O setor de transporte, um dos maiores responsáveis por emissões, é um dos que mais podem se beneficiar com essas tecnologias. Temos orgulho de Resende/RJ e Araxá/MG serem as primeiras cidades do mundo a testarem ônibus com essa tecnologia a partir de 2022 através de uma parceria entre a CBMM, a Volkswagen Caminhões e Ônibus e a Toshiba.

O imaginário do mundo é, há séculos, impactado pelo que é mostrado nesse evento. Se em 1939 a edição realizada em Nova Iorque mostrou pela primeira vez a possibilidade do uso do nylon como a nova seda sintética, além de inspirar os estúdios Marvel a criar a Expo Stark e o personagem do Homem de Ferro, quem sabe a tecnologia do nióbio e outras belezas e riquezas inspirem a indústria e o turismo mundial a conhecerem ainda mais as soluções para a economia sustentável que podem ser potencializadas a partir de Minas Gerais e do Brasil?

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Leopardos-das-neves morrem de complicações de Covid-19 em zoológico nos EUA

Três leopardos-das-neves do Lincoln Children’s Zoo, em Nebraska, nos Estados Unidos, morreram de complicações causadas pela Covid-19, anunciaram os funcionários do zoológico na sexta-feira (13).

“Nossos leopardos, Ranney, Everest e Makalu, eram amados por toda a nossa comunidade dentro e fora do zoológico”, disse a instituição em uma publicação no Facebook. “Esta perda é verdadeiramente dolorosa e estamos todos juntos de luto”.

Os leopardos-das-neves são nativos das áreas montanhosas da Ásia Central e são considerados uma espécie vulnerável à extinção, de acordo com o World Wildlife Fund (WWF).

No mês passado, o zoológico disse que os leopardos e seus tigres de Sumatra testaram positivo após apresentar sintomas consistentes com os causados pelo vírus. Os animais foram tratados com esteroides e antibióticos para prevenir infecções secundárias, afirmou o zoológico na época.

“Os tigres de Sumatra, Axl e Kumar, tiveram uma recuperação aparentemente completa de sua doença”, disseram autoridades do zoológico na sexta-feira. A Covid-19 foi detectada em vários mamíferos, incluindo grandes felinos, primatas, furões e martas, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos.

O zoológico permanece aberto “e continua a tomar todas as precauções para evitar a disseminação da Covid-19 para humanos e animais”, informou no Facebook.

“Continuaremos seguindo as diretrizes da Associação Americana de Veterinários de Zoológicos (AAZV) e do CDC para garantir a segurança de nossos animais, equipe e comunidade”, disse a publicação.

Um leopardo-da-neve no zoológico de San Diego testou positivo em julho e três leopardos-da-neve no zoológico de Louisville foram infectados com a doença em dezembro passado.

FONTE CNN

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Prefeito decreta luto oficial de três dias pelo falecimento do radialista Silmar Borges

Prefeito decreta luto oficial de três dias pelo falecimento do radialista Silmar Borges

O prefeito Robson Magela decretou luto oficial de três dias em razão do falecimento do radialista Silmar Borges Ferreira, ocorrido na madrugada deste domingo (14). Neste período, o pavilhão do Centro Administrativo ficará hasteado a meio-mastro.

Silmar Borges se destacou como ícone do rádio araxaense, líder de audiência no despertar das manhãs, conquistando uma legião de fãs com o seu bordão “Alô, Moçada!”. Além disso, sua inconfundível voz marcou a locução de grandiosos eventos de Araxá e região e também de mídias publicitárias. Silmar deixa esposa Lucivani, as filhas Nataliana, Sabrina e Mila e netas


“Falar do Silmar é falar de um amigo, de uma referência, de uma pessoa consagrada que eterniza seu nome nas áreas de comunicação e imprensa de Araxá. É uma perda que sentimos profundamente. Aos amigos, familiares, admiradores, deixamos em nome do nosso município o mais profundo pesar”, destaca o prefeito Robson Magela.
Assessoria de Comunicação

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Cultura de Prevenção de Riscos

A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil em cooperação com a Secretaria de Educação de Araxá, Corpo de Bombeiros e a CBMM realizou o lançamento do projeto Cultura de Prevenção de Risco. Uma aula inaugural na Escola Municipal Professora Romália Porfírio de Azevedo Leite, localizada no bairro Aeroporto, marcou o início do programa. A ação tem o objetivo de evitar o impacto adverso de ameaças, ampliando a segurança da cidade.


Assessoria de Comunicação

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CBMM lança video aulas para ampliar o acesso à Educação Ambiental

Iniciativa visa estimular interesse de crianças e jovens por temas como Sustentabilidade e Preservação Ambiental

O Cientistas do Cerrado, projeto da CBMM que integra seu Programa de Educação Ambiental, desenvolveu um novo método para impulsionar a educação ambiental neste momento de pandemia. Em parceria com o Uniaraxá e a Secretaria Municipal de Educação, está sendo produzida uma série de videoaulas especiais que serão exibidas em TV aberta (TV Araxá Educa – canal 12.2) e disponibilizadas no canal da CBMM no YouTube.

“As atividades presenciais de nossos projetos de Educação Ambiental estão paralisadas desde o início dos protocolos de distanciamento social, e, para continuar proporcionando esse importante aspecto da educação para a proteção ambiental, buscamos parceiros que pudessem nos apoiar na continuidade destes projetos”, diz Aloísio Silva, Analista de Meio Ambiente da CBMM.

O material foi desenvolvido pela equipe de Educação Ambiental da CBMM em parceria com o corpo docente do Uniaraxá e tem como público-alvo estudantes do 4º e 5º anos do ensino fundamental. “O Projeto Cientistas do Cerrado é uma nobre e responsável iniciativa da CBMM, a qual temos a honra de sermos parceiros. Esta nova versão do projeto está sendo um trabalho ainda mais desafiador por ser na modalidade a distância. Fizemos filmagens dentro e fora de estúdio, contamos com colaboração de outros parceiros para entrevistas, e ao mesmo tempo tivemos o desafio de colocar a informação de forma fácil e lúdica para as crianças”, diz a Profª. Drª. Lorena Bittencourt Guimarães Thibau, do Suporte pedagógico do Núcleo de Educação a Distância do Uniaraxá.

As videoaulas abordam diversos temas relacionados à preservação do meio ambiente, sustentabilidade, preservação e recuperação dos biomas, além de temas específicos do Cerrado mineiro – onde está localizada Araxá – como fauna e flora da região. Além das pautas serem foco de debates essenciais para o futuro, há um olhar especial para contexto geográfico em que a CBMM e a comunidade araxaense se inserem.

Desde 1992, a CBMM, por meio do seu Programa de Educação Ambiental, é parceira das escolas públicas e privadas araxaenses por meio de um amplo projeto de construção de conhecimentos sobre o Cerrado para crianças e adolescentes da região.

“O Projeto Cientistas do Cerrado fomenta a consciência ambiental nos nossos jovens alunos. Esta abordagem é cada dia mais importante. Por questão de formação acadêmica e de sobrevivência. Quanto mais cedo o tema for abordado com as crianças, maiores as chances de despertar a consciência pela preservação.” afirma Zulma Moreira, Secretária Municipal de Educação de Araxá. “Trabalhar os temas do projeto nas escolas resulta em transformações no sujeito que aprende e incide. É cultivar com amor a sementinha que floresce no futuro”, completa.

A CBMM trabalha para a preservação da fauna e flora do Cerrado, com projetos para a reprodução e reinserção de animais nativos, reflorestamento e recuperação da flora local, e para a disseminação da educação ambiental para as próximas gerações da comunidade araxaense.

Assista aos primeiros episódios das videoaulas no YouTube da CBMM: https://youtu.be/U_MhAehxeuc

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Prefeito assina Plano de Segurança para Desastres Naturais elaborado pela Defesa Civil

Dilúvios, deslizamentos de terra, erosão, incêndio florestal, inundação e tempestades. Todo e qualquer evento ou desastre natural que eventualmente possa acontecer em Araxá, agora passa a ter um protocolo de ações preventivas, de socorro, assistência e reconstrução. O Plano de Segurança para Desastres Naturais foi assinado nesta sexta-feira (12) pelo prefeito Robson Magela, em reunião com representantes políticos e de segurança pública.

Também participaram o vice-prefeito e secretário municipal de Governo, Mauro Chaves, os secretários Daniel Rosa (Segurança Pública), Zulma Moreira (Educação), Ricardo Alexandre da Silva (Serviços Urbanos), José Antunes Soares Júnior (Esportes), Rick Paranhos (Procuradoria Geral), Cristiane Gonçalves Pereira (Ação Social), Ney Dutra (superintendente do IPDSA), o presidente da Câmara Municipal, Raphael Rios, os vereadores Valtinho da Farmácia e Professora Leni Nobre, o coordenador da Defesa Civil, José Márcio Nogueira, o capitão do Corpo de Bombeiros, Thiago Augusto Pereira e o comandante do 37º Batalhão de Polícia Militar, Ademir Fagundes

O plano é destinado a evitar desastres ou minimizar seus impactos para a população e a restabelecer a normalidade social. O objetivo é reduzir os riscos e os danos sofridos pela população em caso de desastres. “A cidade cresceu de forma desordenada nos últimos anos e hoje temos vários moradores residindo em áreas de risco. Sempre que há chuvas mais fortes, essas famílias estão em perigo. E o mínimo que uma cidade do porte de Araxá deve ter é um plano de contingência para evitar desastres”, destaca o prefeito.

O vice-prefeito Mauro Chaves, destaca que as ações implantadas reduzirão os danos causados por eventos inesperados “As ações são relacionadas ao monitoramento, alerta, preparação e resposta em tempo rápido e estruturada. A tradução desse plano é justamente preparar a cidade para qualquer evento que vier acontecer. Com o plano em mãos, nós estamos prontos para atender a qualquer eventualidade e minimizar os prejuízos causados”, reforça Mauro, coordenador do plano.

O plano foi elaborado pela Defesa Civil, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Segurança Pública. Conforme o coordenador José Márcio Nogueira, o documento detalha quais procedimentos serão adotados em casos de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas, processos geológicos ou hidrológicos correlatos.

Já o secretário municipal de Segurança Pública, Daniel Rosa, destaca a importância do documento para nortear as ações dos órgãos de segurança. “É um documento fundamental para apontar medidas preventivas e, caso aconteça algum desastre, a gente ter um norte de como agir para minimizar os impactos causados”, destaca Daniel.

O capitão do Corpo de Bombeiros Militar, Thiago Augusto Pereira, relembra o processo de implantação do plano, que começou com a estruturação da Defesa Civil de Araxá, com aquisição de equipamentos e reforço com recursos humanos. “O plano já tem mapeado as áreas de riscos e também os órgãos que podemos buscar apoio em caso de desastres. Ou seja, um suporte de extrema importância e que dá um norte também ao trabalho feito pelo Corpo de Bombeiros”, conclui Augusto.


Assessoria de Comunicação

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Falta de chuva encareceu luz, comida e etanol; tendência é que seca seja comum

Pouca água nas hidrelétricas e em diversas plantações no Sul, Sudeste e Centro-Oeste é uma das grandes culpadas pela inflação alta

Colheita de café: preço do produto subiu 35% nos supermercados em um ano Wenderson Araujo/CNA

Uma das maiores secas das últimas décadas foi a grande responsável por uma sucessão de aumentos pesados na conta de luz dos brasileiros.

Desde o ano passado e também em 2021 adentro, as chuvas nas regiões onde ficam algumas das principais hidrelétricas do país, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, vieram nos menores níveis em décadas.

Como resultado, os reservatórios esvaziaram e o governo teve que recorrer a fontes de geração complementares, mais caras do que a água que vem de graça, para que o país não ficasse sem energia.

Foi exatamente a mesma falta de chuva que atrapalhou diversas lavouras em estados como São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná, algumas das principais regiões agrícolas do país. Isso acabou pesando também no preço de vários alimentos e até do etanol.

Caféaçúcarlegumes, e muitas frutas são alguns itens que têm alta perto de 20% ou mais nos últimos 12 mesesde acordo com os dados do IPCA, o índice oficial de inflação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Todos eles foram prejudicados por quebras de safra por seca ou geada – ou ambas – no Sudeste e no Sul do país no último ano.

O frango, que se alimenta de milho, que ficou sem água no Mato Grosso do Sul e no Paraná, está 30% mais caro. A conta de luz também subiu 30%, na média, e o etanol, cuja cana também apanhou da seca e das geadas em São Paulo, saltou 67%.

A mesma chuva que deixou de cair para a cana, deixou de cair para o café, deixou de cair para a laranja e deixou de recuperar os reservatórios.Maciel Silva, coordenador de produção agrícola a Confederação Agricultura e Pecuária (CNA)

A boa notícia é que, em outubro, as chuvas da região voltaram mais fartas e ajudaram a estancar, um pouco, os prejuízos.

A má notícia é que um ou outro mês de chuva regular será ainda muito pouco para desfazer os prejuízos criados ao logo do ano inteiro. Não é o suficiente para encher logo os reservatórios e levar os preços tanto da energia quanto da comida de volta para a normalidade tão cedo.

Outra má notícia é que há indícios de que secas intensas como a deste ano podem se tornar cada vez mais recorrentes. Isso significaria hidrelétricas vazias, plantações prejudicadas e, portanto, falta de produtos e aumentos de preços com muito mais frequência nos anos à frente.

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Made with Flourish

Pior seca desde os anos 60

“É normal haver secas de tempos em tempos. O que chama a atenção nesta é que ela vem de uma sequência longa de anos com chuvas abaixo da média”, diz o meteorologista Mozar Araújo Salvador, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

De acordo com levantamento feito pelo Inmet, 2020 foi o segundo ano com menos chuvas na região da bacia do Rio Paraná desde 1961, até quando há dados disponíveis. E 2021 caminha para ser o terceiro ou empatar (só será possível saber quando o ano terminar).

O Paraná é o rio que corta todos os principais estados atingidos pela seca deste ano.

Até hoje, o pior ano da região continua sendo 1963, quando o volume de chuvas ficou mais de 400 milímetros abaixo da média histórica, que é de 1000 a 1500 milímetros de precipitação por ano.

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Desvio da precipitação anual média à média histórica, em milímetros / Inmet

A diferença é que aquele foi um ano isolado entre outros que tiveram chuvas normais. Agora assistimos a uma sequência inédita de anos ruins.

Já são seis anos seguidos com precipitação abaixo da média – e bastante abaixo da média. Dos dez anos entre 2012 a 2021, em oito choveu menos. Nada parecido tinha acontecido, nesta intensidade, desde 1961.

“Apesar de já serem seis anos, trata-se ainda de uma série muito recente para o histórico do clima, e não dá para afirmar que há uma mudança de padrão”, diz Salvador.

Mas acende uma luz amarela. O período de 1961 para cá já é um histórico relativamente longo e isso nunca tinha acontecido. Há a possibilidade, sim, de que, a partir de agora, possamos ter novas sequências de três, quatro ou cinco anos de poucas chuvas.Mozar Araújo Salvador, meteorologista do Inmet

La Niña e desmatamento

De acordo com o meteorologista, é difícil mensurar o quanto dessa mudança de padrão dos últimos anos é resultado de causas naturais e o quanto já é resultado das interferências do homem no clima. “Pode ser influência da La Niña, e pode ser também efeito das mudanças climáticas e do desmatamento”, diz.

A La Niña é um fenômeno natural de resfriamento das águas do Oceano Pacífico e que, a depender da intensidade, pode potencializar os riscos de seca no Sul e no Sudeste do Brasil em determinados períodos do ano.

O desmatamento em regiões-chave como a Amazônia, por sua vez, algo que há décadas vem reduzindo a cobertura vegetal da maior floresta tropical do mundo e que voltou a acelerar nos últimos anos, reduz a umidade e transporte de umidade pelos territórios vizinhos no Brasil.

Ou seja, controlar essas interferências é também uma maneira de, no longo prazo, evitar que a vida fique mais cara de diversas maneiras.

“Parte gigantesca da chuva que vai para o Sudeste e o Sul é transportada da região amazônica, e a manutenção da floresta ajuda a manter esse processo”, explica Santiago.

Menos chuva, menos comida, mais inflação

Nos alimentos, a falta de chuva pode afetar as lavouras de diversas maneiras. Pouca água no solo, se não inviabiliza ou mata totalmente a plantação, pode gerar menos grãos e frutos nas plantas, ou mesmo frutos menores.

O resultado são aumento de custos para os produtores, plantações menos produtivas, colheitas encolhidas e, por consequência, preços mais altos no mercado.

Foi o que aconteceu com o café, que teve uma safra 23% menor que a de 2020, e com a laranja, por exemplo.

“O número de frutos [da laranja] veio maior do que em 2020, mas eles não tiveram volume para encher as caixas [de suco], porque faltou água no solo e os frutos ficaram menores”, conta o coordenador de produção agrícola da CNA, Maciel Silva. No varejo, a laranja lima sobe 15% e, a laranja pera, 18%.

Outro efeito das chuvas desreguladas são colheitas que podem ficar prontas mais tarde ou ter intervalos maiores entre uma e outra, criando períodos de entressafra – quando os produtos já ficam naturalmente mais caros – maiores.

Foi o caso da soja e do milho, que são plantados alternadamente nas mesmas áreas ao longo do ano.

“Com as poucas chuvas [no fim do ano passado], alguns esperaram para plantar quando chovesse, e demorou a chover. Outros arriscaram, perderam e tiveram que plantar de novo”, conta Salvador, do Inmet.

“As alterações das chuvas da última safra têm seguido um comportamento semelhante de alguns anos mais recentes”, diz Silva, da CNA.

“Com isso, já se começa a assumir a possibilidade de um plantio um pouco mais tardio. A plantação que era esperada para acontecer na primeira ou segunda semana de setembro, já se cogita que pode ser feita no fim de setembro ou começo de outubro.”

FONTE CNN