O Rock in Rio 2022 promete começar o festival com nomes de peso do heavy metal. A organização do evento anunciou, nesta quinta-feira (19), a banda Iron Maiden como principal atração do “Dia do Metal”, marcado para 2 de setembro.
Além do Maiden, fazem parte do line-up roqueiro as bandas Dream Theter, Megadeth e Sepultura + Orquestra Sinfônica Brasileira.
“Só digo uma coisa: @IronMaiden, @Megadeth, @DreamTheaterNet e @SepulturaComBR + @OSBrasileira. Todos no Palco Mundo, no primeiro dia de #RockinRio2022″, divulgou a organização do Rock in Rio no Twitter.
O Iron Maiden já tocou no Brasil mais de dez vezes. A estreia dos roqueiros no país foi na primeira edição do Rock in Rio, em 1985. Se você é roqueiro e tem mais de 50 anos, provavelmente estava lá na multidão.
Esta será a quinta participação do Iron Maiden no Rock in Rio, eles marcaram presença nas edições de 1985, 2001, 2013 e 2019.
Atrações nacionais
Além do line-up do “Dia do Metal”, a organização do Rock in Rio anunciou também os shows das cantoras Iza e Ivete Sangalo no palco mundo.
“É claro que vai ter Veveta no #RockinRio2022. E pro dia 11 de setembro, a Rainha do Brasil prometeu um show porreta daqueles! Não foi isso, @ivetesangalo?! #VEVETAnoRockinRio #PalcoMundo #EuVou”, publicou a conta do Rock in Rio no Twitter.
A participação da cantora Iza no Rock in Rio 2017 é considerada a grande revelação da artista. Na ocasião, ela foi convidada pelo CeeLo Green e, no ano seguinte, lançou o hit “Pesadão”, com Marcelo Falcão, que a fez explodir de vez.
Na última edição do festival, em 2019, ela se apresentou com a Alcione. Já em 2022, a artista terá sua estreia como atração individual no palco mundo.
“Ei, @IzaReal, corre aqui pra contar essa novidade junto comigo! Dia 4 de setembro de 2022 tem a diva no Palco Mundo, SIM, na mesma noite de Justin Bieber e Demi Lovato” informou a organização do evento.
Antes do rompimento da barragem, 1% dos participantes da pesquisa relatavam ansiedade e depressão severa. Depois do desastre, percentual subiu para 23%.
Aumento de ansiedade, surgimento de depressão, pessoas que passaram a tomar remédios controlados. Relatos assim são comuns entre pessoas que tiveram a vida revirada pela enxurrada de lama que jorrou da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana (MG).
Um estudo realizado com os atingidos pelo rompimento mensurou esses impactos, e os resultados têm magnitude que pode ser considerada “catastrófica”, segundo responsáveis pela pesquisa. O estudo aponta que 74% das pessoas tiveram perdas de qualidade de vida em saúde.
A pesquisa, que foi recentemente publicada na revista interacional “Science Direct”, é parte de um projeto para realizar a valoração dos danos materiais e imateriais decorrentes do desastre.
O estudo foi contratado pela Cáritas, entidade que atua no assessoramento dos atingidos, e coordenado pelas professoras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mônica Viegas e Kenya Noronha, da Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar).
“Um dos resultados principais do estudo foi a magnitude da perda em qualidade de vida relacionada à saúde, sendo inclusive considerada catastrófica. Entre os indivíduos atingidos, 74% relataram perdas de saúde após o rompimento da barragem, com cada indivíduo tendo em média uma deterioração de 27% em sua saúde, sendo comparável à de pacientes com Parkinson, diabetes mellitus ou HIV”, dizem as professoras.
Paracatu de Baixo — Foto: Raquel Freitas / G1
Esses números impactam o cotidiano de muitas famílias, como a de um comerciante que perdeu a casa em 2015 e até hoje segue sem previsão de quando receberá um novo imóvel.
Ele conta que sua mulher enfrentava um quadro de depressão profunda, mas, antes da tragédia, o casal comprou uma casa em uma das comunidades atingidas. Aos poucos, o quadro de saúde dela foi melhorando. No entanto, após a tragédia, ela voltou a ter crises de ansiedade e segue em acompanhamento até hoje. O comerciante diz que ele também chegou a precisar de atendimento psicológico, com indicação de encaminhamento para psiquiatra.
O estudo, que ouviu 459 adultos e 52 crianças, aponta que, antes do rompimento da barragem, a proporção de indivíduos sofrendo de ansiedade e depressão severa era igual a 1%.
“Esse percentual sobe para 23% após o rompimento da barragem. No caso de dor/mal-estar, essa proporção aumenta de 1% para 11%”, dizem as pesquisadoras.
Com a destruição de comunidades, como Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, moradores acostumados com a vida pacata na zona rural se viram obrigados a viver na sede de Mariana, deixando para trás plantações, criações e a convivência diária com parentes e amigos.https://7ac8d57246fd66f02cc022b4f889de7f.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
“Os efeitos do rompimento da barragem foram ainda mais graves para os idosos devido à baixa capacidade de adaptação e recuperação de traumas comumente observada nesse subgrupo populacional. As perdas estimadas para os idosos são comparáveis a pacientes com condições crônicas graves”, afirmam as pesquisadoras.
Impactos persistem com demora
Moradores relatam que os impactos à saúde mental não cessaram na época do rompimento. Pelo contrário, eles afirmam que a falta de uma data definitiva para entrega do reassentamento das comunidades, a judicialização das indenizações e o preconceito que sofrem de outros moradores de Mariana contribuem para agravar a situação.
“É um processo de violação de direitos que se dá cotidianamente, de forma continuada”, diz o coordenador da assessoria técnica aos atingidos em Mariana, Gladston Figueiredo, da Cáritas.
No novo Bento Rodrigues, segundo dados da Fundação Renova, apenas dez casas estão concluídas. Em Paracatu de Baixo, a situação é ainda pior. Só seis residências tiveram a construção iniciada.
De acordo com as pesquisadoras, o estudo não avaliou de que forma os danos se estenderiam ao longo do tempo, mas elas afirmam que há evidências da persistência das doenças comportamentais e psicológicas.
“Como nosso estudo foi realizado após três anos do rompimento da barragem, o estado de saúde aferido já se refere ao período de recuperação ou agravamento das perdas de saúde. A perda em saúde pode tanto se dissipar como também se acentuar ao longo do tempo dependendo da capacidade de resiliência e adaptação dos indivíduos a essa nova realidade imposta pela tragédia”, afirmam.
Mas elas destacam que, em Mariana, a população atingida está exposta a vários fatores que são considerados agravantes do estado de saúde de vítimas de eventos desse tipo. “Tais como população vulnerável, deslocada de seu habitat original determinando ruptura de identidade individual e social, perda de estilo de vida, dificuldade de manutenção de atividades produtivas, e desgaste crônico com o processo jurídico para compensação das perdas”, dizem.
Marcas da tragédia de Mariana denunciam extensão dos impactos na vida dos atingidos — Foto: Raquel Freitas/G1
O que diz a Fundação Renova
A Fundação Renova afirmou que vem cumprindo todas as ações previstas e destinadas a prestar apoio para o atendimento à Prefeitura de Mariana na execução dos planos de ação de saúde e de assistência social para atenção às famílias atingidas.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
“A Fundação Renova informa que, atualmente, 44 profissionais – entre médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos, sendo 24 para o Programa de Saúde e 20 para a Proteção Social – contratados pela Fundação Renova atuam em Mariana. As atividades desses profissionais estão sob a gestão da Secretaria Municipal de Saúde. A Fundação também será responsável pelo apoio à capacitação de profissionais do SUS do município, que está prevista para o início do próximo ano”, disse em nota.
A entidade informou também que que entregou, em maio de 2020, o novo Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil, espaço que foi reformado e ampliado. “Em 2020, R$ 19 milhões foram desembolsados para apoio a políticas públicas entrega do Centro de Atenção psicossocial para Infância e Juventude (CAPSIJ) de Mariana. Em 2021, até o momento, o desembolso foi de R$ 5,16 milhões”, afirmou.
Em relação aos reassentamentos, a fundação diz que os prazos estão sendo discutidos na Justiça. “Foram expostos os protocolos sanitários aplicáveis em razão da Covid-19, que obrigaram a Fundação a trabalhar com equipes reduzidas e a reprogramar as atividades. Também foram expostos todos os desafios que envolvem particularidade das modalidades e etapas das obras, aprovação de leis, emissão de alvarás e aprovação dos projetos pelas famílias”, pontuou a Renova.
Já sobre as indenizações, a fundação disse que já foram pagos R$ 256,4 milhões em em Mariana.
A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que informação publicada nas redes sociais afirmando que não havia médicos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no início da manhã desta quinta-feira (19) é inverídica.
De acordo com o diretor técnico da UPA, o médico Petrônio Moreira Vargas, a paciente em questão, uma senhora de 68 anos, deu entrada na UPA às 5h47 desta quinta. Ela passou pela triagem logo em seguida comunicando queixa de dor epigástrica e cefaleia (dor de cabeça), sintomas estes que estavam manifestados há pelo menos um dia. Diante disso, ela foi classificada com a cor amarela que, conforme o Protocolo de Manchester, o atendimento deve ser realizado em até 30 minutos.
Em seguida ela foi direcionada para aguardar o atendimento no tempo previsto, no entanto, por conta própria decidiu deixar a UPA após 15 minutos de permanência desde a abertura da ficha para buscar uma unidade hospitalar particular. O tempo de permanência está registrado no sistema de videomonitoramento da unidade.
O diretor técnico ressalta que cinco médicos cumpriam plantão no momento. Um deles era ele mesmo, além do diretor clínico Felipe Verçosa, e os médicos Carolina Carmelina Cunha, Ronaldo Silva Rossi e Gustavo Marques.
“A família a levou para ser atendida em um hospital particular da cidade e às 7h26 ela retornou à UPA com um encaminhamento com hipótese de diagnóstico de infarto. Ela foi atendida de imediato pela médica que estava de plantão na Sala Vermelha, a doutora Vanessa Fraga, que a internou para receber medicação e exames de sangue e eletrocardiograma”, informa Petrônio.
Ainda conforme o diretor técnico, às 10h a UPA encaminhou a paciente para o hospital particular conveniado com a Prefeitura de Araxá para realização de internação e procedimento de cateterismo custeado com recursos do município.
A Secretaria Municipal de Saúde informa que os óbitos incluídos no Boletim Epidemiológico desta quinta-feira (19/08/2021) referem-se a ocorrências em outros municípios, mas registrados residência em Araxá. Os dados foram repassados oficialmente à Vigilância Epidemiológica de Araxá no final da tarde desta quarta-feira (18/08/21) pela Superintendência Regional de Saúde (SRS Uberaba).
– Óbito do sexo masculino, 80 anos, ocorrido em 08/04/2021, em Feira de Santana (BA).
– Óbito do sexo masculino, 40 anos, ocorrido em 23/04/2021, em Brasília (DF).
– Óbito do sexo feminino, 61 anos, ocorrido em 14/07/2021, em Patos de Minas (MG).
– Óbito do sexo masculino, 79 anos, ocorrido em 04/08/2021, em Uberlândia (MG). . Assessoria de Comunicação
A Secretaria Municipal de Saúde realiza a aplicação da 1ª dose da vacina contra a Covid-19 em pessoas a partir de 27 anos nesta sexta-feira (20), no Sesc, das 8h às 16h. A imunização abrange ainda trabalhadores da indústria e construção civil com a mesma faixa etária.
A 1ª dose para demais grupos contemplados (exceto por idade e trabalhadores da indústria e construção civil) acontece na Unisa, das 8h às 16h.
2ª dose Pfizer
A aplicação da 2ª dose da Pfizer é realizada exclusivamente na Unisa, das 8h às 16h, de acordo com o Cartão de Vacina ou doses em atraso.
2ª dose CoronaVac e AstraZeneca
A aplicação da 2ª dose das vacinas CoronaVac e AstraZeneca ocorre também conforme Cartão de Vacina ou doses em atraso, na Unisa, Unioeste e ESF do Pão de Açúcar, das 8h às 16h.
CRONOGRAMA
Vacinação por idade – SESC
– 27+ (27 a 59 anos)
Dia e horário: 20 de agosto (sexta) – 8h às 16h
Documentos exigidos: cópia (xerox) CPF, RG, Comprovante de Residência, Cartão de SUS (se tiver).
Trabalhadores da Indústria e Construção Civil (por idade) – SESC
– 27+ (27 a 59 anos)
Dia e horário: 20 de agosto (sexta) – 8h às 16h
Documentos exigidos: cópia (xerox) CPF, RG, Comprovante de Residência, Cartão de SUS (se tiver); cópia (xerox) da Carteira de Trabalho ou crachá funcional; ou contracheque com documento de identidade.
2ª dose Pfizer: Conforme Cartão de Vacina ou doses em atraso – UNISA
Dia e horário: 20 de agosto (sexta) – 8h às 16h
Documentos exigidos: cópia (xerox) dos documentos pessoais e Cartão de Vacina.
2ª dose CoronaVac e AstraZeneca: Conforme Cartão de Vacina ou doses em atraso – UNISA, UNIOESTE e ESF PÃO DE AÇÚCAR
Dia e horário: 20 de agosto (sexta) – 8h às 16h
Documentos exigidos: cópia (xerox) dos documentos pessoais e Cartão de Vacina.
1ª dose Grupos Contemplados (exceto por idade e trabalhadores da indústria e construção civil) – UNISA
Dia e horário: 20 de agosto (sexta) – 8h às 16h
– Grupos Contemplados: Trabalhadores da saúde, idosos com 60 anos ou mais, pessoas com comorbidades e com deficiência permanente (com e sem BPC), funcionários do sistema de privação de liberdade, trabalhadores da educação (Todos os professores e funcionários das escolas públicas e privadas do ensino básico – Cemei, pré-escola, ensino fundamental, ensino médio, curso técnico, EJA, ensino superior), forças de segurança e salvamento (Policiais Federais, Militares, Civis e Rodoviários, Bombeiros Militares e Civis, e Guardas Municipais), forças armadas (Membros ativos da Marinha, Exército e Aeronáutica), trabalhadores de limpeza urbana, caminhoneiros e trabalhadores do transporte.
Documentos exigidos: cópia (xerox) CPF, RG, comprovante de residência, cartão de SUS (se tiver) e comprovante específico de cada grupo.
Gestantes, Puérperas e Lactantes – UNISA
Dia e horário: 20 de agosto (sexta) – 8h às 16h
– Puérperas (com até 45 dias) e Lactantes (até 6 meses)
Documentos exigidos: cópia (xerox) CPF, RG, Comprovante de Residência, Cartão de SUS (se tiver) e certidão de nascimento ou cartão do bebê.
– Gestantes (com e sem comorbidades)
Documentos exigidos: cópia (xerox) CPF, RG, Comprovante de Residência, Cartão de SUS (se tiver) e cartão pré-natal.
Campanha Vacinação Solidária
A Prefeitura de Araxá é parceira da Campanha Vacinação Solidária, de iniciativa da Câmara Municipal, Ampara, SOS e Insanos Moto Clube, para arrecadação de óleo nos dias de vacinação contra a Covid-19 ou contra a gripe.
A doação está sendo revertida em cestas básicas às famílias carentes de Araxá. “Ajudar ao próximo também é uma forma de salvar vidas. Receba vacina, doe amor”.
A cidade recebeu a primeira etapa da Copa Nacional de Bicicross de 2021 e a Prefeitura de Araxá foi uma das parceiras do torneio, colaborando com a implantação de asfalto na pista e disponibilização de ambulância e equipe da saúde.
O evento promovido pela Associação BMX no último fim de semana não recebeu público e seguiu todas as medidas de biossegurança exigidas pela Vigilância Sanitária.
Araxá tem uma das melhores pistas da modalidade no Brasil e o objetivo da Administração Municipal é apoiar e incentivar todas as modalidades esportivas.
Os Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis) retornaram suas atividades recebendo alunos de forma gradativa, iniciando com crianças de 4 anos. A Secretaria Municipal de Educação permitiu a liberação das aulas para as crianças dessa faixa etária nas unidades que não estão atendendo o 1º e 2º período.
As aulas presenciais foram iniciadas no modo bolha (uma turma por semana) respeitando todos os protocolos de biossegurança estabelecidos em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, nos Cemeis Professora Olga Cunha Pinheiro (Central), Armindo Barbosa (Proinfância), Ilídia Maria dos Santos (Dona Petrosa), Professora Marlene Braga Guimarães e Conceição Velasco.
Zulma destaca que as medidas de segurança estão intensificadas por se tratar de crianças mais novas e o retorno para outras idades será gradativo. “Estamos voltando aos poucos, com muita responsabilidade, turmas pequenas de cada vez para que o retorno seja tranquilo e não haja necessidade de retroceder”, afirma.
A diretora do Cemei Dona Petrosa, Lilian Salerno Martins, comenta que os preparativos para receber as crianças foram intensos. Professores e alunos se cumprimentaram através da cortina, respeitando todos os protocolos, com o uso do álcool em gel, máscara face shield, medição de temperatura, tapete sanitizante e distanciamento. O Cemei está recebendo 22 alunos, sendo atendidas 11 crianças por dia.
“A equipe está muito motivada, todos se ajudando. Como o processo é novo, passamos segurança umas para as outras. Viemos no domingo decorar o prédio, cuidar de cada detalhe e foi muito bom receber os alunos, a expectativa é muito boa”, ressalta Lilian.
O Cemei Professora Marlene Braga Guimarães está recebendo 12 alunos, sendo seis crianças por semana. “Sei que o momento é de muita reflexão e a escola está amparada, tomando todos os cuidados. Os pais podem ter confiança na nossa equipe e tenho certeza que esse retorno vai ser um sucesso, confio na equipe e juntamente com elas sei que esse retorno será um sucesso”, destaca a diretora Alessandra Ananias.
Os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negaram unanimemente o pedido do Instituto Butantan para incluir crianças e adolescentes (de 3 a 17 anos) entre as pessoas que podem receber a CoronaVac no Brasil.
Na mesma reunião da diretoria colegiada realizada nesta quarta-feira (18), os técnicos também revisaram e mantiveram a autorização de uso emergencial do imunizante para os adultos, que já tinha sido aprovado em 17 de janeiro. Entretanto, os diretores cobraram o envio de dados recentes sobre o desempenho da vacina, conforme previsto no processo.
A CoronaVac atualmente está em uso para crianças acima de 3 anos na China. A decisão foi baseada em estudos de fase 1 e 2 que indicam que imunizante é seguro. Os resultados foram publicados em junho na revista The Lancet. Os pesquisadores dizem que uma forte resposta imunológica foi verificada em 96% dos participantes.
No Brasil, atualmente a vacina da Pfizer é a única aprovada para maiores de 12 anos. Além disso, o laboratório Janssen recebeu autorização para condução de estudo com menores de 18 no país.
Relatora nega pedido e indica dose de reforço
A diretora Meiruze Freitas, da Segunda Diretoria da Anvisa, foi a relatora do processo e resumiu seu voto em quatro pontos:
Recomendou que não seja aprovada a ampliação de uso da CoronaVac para as crianças e solicitou que sejam providenciados estudos de fase 3 (mais abrangente e específicos para avaliar a eficácia)
Foi favorável à manter a autorização para uso emergencial da CoronaVac para adultos considerando que não houve mudança no benefício/risco do uso da vacina, que ajudou a conter a pandemia no Brasil.
Votou por determinar que o Butantan apresente dados complementares de imunogenicidade, conforme cronograma a ser estabelecido, e
Recomendou ao Ministério da Saúde que “considere a possibilidade de indicação de uma dose de reforço em caráter experimental para quem recebeu duas doses de CoronaVac, especialmente imunossuprimidos, idosos e em especial os idosos acima de 80 anos”.
Gerência de medicamentos cobra dados
O gerente Gustavo Mendes, responsável pela Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED) da Anvisa, explicou que os dois estudos apresentados pelo Butantan são preliminares (fase 1 e 2) e que faltam dados sobre a eficácia, a duração da proteção da vacina e também qual a proteção para crianças com comorbidades ou imunossuprimidas.
“O que concluímos é que os dados apresentados até o momento são insuficientes para estabelecer o perfil de segurança na população pediátrica. Portanto, a relação de benefício-risco é desfavorável para o uso da vacina nessa população” – Gustavo Mendes, gerente da GGMED
Na mesma reunião, Mendes também apresentou outro relatório, desta vez sobre a manutenção do autorização de uso emergencial da vacina para adultos. O parecer foi favorável: “o perfil benefício-risco se mantém favorável, mas as incertezas persistem”, definiu Mendes.
O gerente da GGMED alertou que o Instituto Butantan ainda não entregou diversos dados aguardados, entre eles estão as informações completas sobre imunogenicidade (capacidade da estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos) ou os que mostram o acompanhamento da população vacinada, entre outros.
O gerente afirmou que não recebeu dados sobre o estudo de Serrana e que as informações ausentes somadas têm impacto até mesmo no planejamento sobre a necessidade de uma terceira dose.
“O que discutimos internamente é que as lacunas sobre imunogenicidade e do acompanhamento dos vacinados no estudo limitam conclusões sobre a duração da proteção e, por consequência, a necessidade de doses de reforço da vacina. No momento não há dados regulatórios que indicam se e quando existe a necessidade de dose de reforço para nenhuma vacina”, explicou Gustavo Mendes.
Butantan diz estar em diálogo com Anvisa
Em nota, o Butantan disse que está em diálogo com a Anvisa. “Os dados do estudo de imunogenicidade da CoronaVac ainda não foram entregues na sua totalidade à Anvisa por conta de divergências no método de análise”, informou o instituto.
E complementou: “Cabe ressaltar que em relação ao estudo de fase III da vacina, o artigo foi disponibilizado na plataforma de preprint Lancet e aguarda a revisão dos pares para a publicação em revista”..