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Prefeito visita Obras Sociais Eurípedes Barsanulfo e reforça importância do Terceiro Setor

“Precisamos valorizar essas instituições do Terceiro Setor que exercem uma função social que ajuda a transformar nosso município”. A fala é do prefeito Robson Magela durante visita, na sexta-feira (6), à sede das Obras Sociais Eurípedes Barsanulfo e mais os três lares de idosos mantidos pela entidade. 

A organização desenvolve diversas atividades assistenciais que beneficiam famílias carentes da comunidade, sem distinção de sexo, raça e crença religiosa, em suas necessidades básicas como: alimentação, vestuário, calçados e moradia. 

A presidente da entidade, Nilza Balieiro, destaca que já são cerca de 70 anos que a instituição atua na cidade e, hoje, mais de 100 voluntários se revezam nas obras. “Os lares são mantidos através de doações da comunidade araxaense e projetos da entidade aprovados pelo Conselho Municipal do Idoso. Recentemente, o prefeito assinou repasse no valor de R$ 520 mil do Fundo do Idoso e esse recurso é muito importante para a gente manter esse trabalho ao longo do ano”, reforça. 

Além de Nilza, o prefeito também foi recebido pelo secretário da Organização Social, Carlos Edésio Balieiro. A visita começou pela oficina de costura, na sede da entidade na rua Presidente Olegário Maciel, no Centro. Ali, são confeccionados enxovais que, junto a outros itens importantes como banheiras, mamadeiras, fraldas e materiais de higiene, formam kits para recém-nascidos. São cerca de 12 kits distribuídos mensalmente às mulheres carentes da comunidade. 

Também na sede, o prefeito conheceu o refeitório da “Casa da Sopa”, onde são distribuídos almoços e lanches, o Bazar da Pechincha e depósitos onde são armazenados alimentos e roupas doadas pela comunidade. 

Além da sede, o prefeito percorreu os três lares que abrigam idosos carentes: o Lar Vovô Edésio, no bairro Leda Barcelos, o Lar Gustavo Martins de Oliveira e Tia Francisca, na Vila Estância, e Lar Eurípedes Barsanulfo, no bairro Santo Antônio. Ao todo, são 25 idosos assistidos com alimentação, despesas de moradia e assistência em saúde, além da promoção de atividades sociais e de lazer. 

Cada um deles reside em uma unidade habitacional composta por quarto, cozinha, lavanderia e banheiro adaptado. “Cada idoso é responsável pelo seu dinheiro e sua aposentadoria com plena liberdade de gastá-lo com o que não recebe da entidade”, explica Nilza. 

O prefeito Robson Magela destaca a importância do Poder Público reconhecer as atividades desenvolvidas pelas entidades assistenciais na cidade. “Projetos do Terceiro Setor, como esses desenvolvidos pelas Obras Sociais Eurípedes Barsanulfo, desenvolvem um papel fundamental na complementação à atuação do setor público. E a Prefeitura de Araxá está sempre de portas abertas para atuar através de incentivos para que essas instituições continuem prestando esse papel tão importante para nossa cidade”, destaca.

Assessoria de Comunicação

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Vacinação contra a gripe está sendo feita exclusivamente na Unicentro durante a semana

A Campanha de Vacinação Contra a Gripe continua sendo realizada para grupos contemplados e população em geral (acima de 6 meses) em Araxá durante esta semana – segunda (9) a sexta (13) – exclusivamente na Unicentro, das 16h às 19h. É obrigatório apresentar o Cartão de Vacina e o documento de identidade com foto. 

A Unicentro fica na avenida Dâmaso Drummond, 275, Vila Guimarães. Os grupos anteriormente contemplados foram crianças a partir de 6 meses, gestantes, puérperas, povos indígenas, trabalhadores da saúde, idosos e professores. 

A orientação é que quem recebeu a vacina contra a Covid-19, seja a 1ª ou 2ª dose, deve esperar um intervalo de 14 dias para aplicação de qualquer outra vacina. Pessoas com coronavírus ou que tiveram a doença há menos de 28 dias também devem adiar a vacinação contra a gripe. 

Campanha Vacinação Solidária 

A Prefeitura de Araxá é parceira da Campanha Vacinação Solidária, de iniciativa da Câmara Municipal, Ampara, SOS e Insanos Moto Clube, para arrecadação de óleo nos dias de vacinação contra a Covid-19 ou contra a gripe. 

A doação está sendo revertida em cestas básicas às famílias carentes de Araxá. “Ajudar ao próximo também é uma forma de salvar vidas. Receba vacina, doe amor”.

Assessoria de Comunicação

Área de anexos

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VAGAS SINE ARAXÁ: SEGUNDA, 9 DE JULHO

O interessado deve comparecer com Carteira de Trabalho, Identidade e CPF para se candidatar.

O Sine Araxá fica na Rua Dr. Franklin de Castro, nº 178, Centro – Telefones 3691-7046 e 3691-7049.

• 2 vagas – Açougueiro [Cód. 5820975] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho.

• 5 vagas temporárias (90 dias) – Ajudante de eletricista [Cód. 5818884] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar) – SALÁRIO R$ 1.185,00.

• 2 vagas temporárias (30 dias) – Ajudante de eletricista [Cód. 5827848] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal – SALÁRIO R$ 1.300,00.

• 15 vagas – Ajudante de obras [Cód. 5830571] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal – SALÁRIO R$ 1.319,00.

• 15 vagas – Auxiliar de jardinagem [Cód. 5814509] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho – ensino fundamental completo (apresentar Histórico Escolar) – SALÁRIO R$ 1.350,00.

• 2 vagas – Camareira de hotel [Cód. 5822283] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho.

• 1 vaga – Chapista de lanchonete [Cód. 5804759] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal – SALÁRIO R$ 1.100,00.

• 5 vagas temporárias (90 dias) – Eletricista [Cód. 5818930] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar) – SALÁRIO R$ 1.800,00.

• 1 vaga – Empregada doméstica [Cód. 5827918] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal – SALÁRIO R$ 1.100,00.

• 1 vaga – Empregada doméstica [Cód. 5828770] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho – SALÁRIO R$ 1.100,00.

• 1 vaga – Encarregado de obras [Cód. 5820992] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho.

• 1 vaga – Encarregado de padaria [Cód. 5812853] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino fundamental completo (apresentar Histórico Escolar) – SALÁRIO R$ 1.731,68.

• 1 vaga – Encarregado na agropecuária – Cultivo de café [Cód. 5802954] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, graduação em Agronomia (apresentar Certificado) e CNH “AB” – SALÁRIO R$ 3.650,00.

• 1 vaga – Enfermeiro do trabalho [Cód. 5799080] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, graduação em Enfermagem (apresentar Certificado) e CNH “AB” – SALÁRIO R$ 3.135,00.

• 1 vaga – Farmacêutico [Cód. 5798622] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal e graduação em Farmácia (apresentar Certificado).

• 5 vagas – Garçom [Cód. 5822339] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino fundamental completo (apresentar Histórico Escolar).

• 1 vaga – Instalador de sistemas eletroeletrônicos de segurança – Rastreador veicular [Cód. 5778714] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar), CNH “B” e disponibilidade para viagens.

• 1 vaga temporária (90 dias) – Jardineiro [Cód. 5828555] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal – SALÁRIO R$1500,00.

• 1 vaga – Lavador de veículos [Cód. 5832675] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal, ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar) e CNH “B” – SALÁRIO R$ 1.222,00.

• 15 vagas – Lavador e lubrificador de peças e equipamentos [Cód. 5814592] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino fundamental completo (apresentar Histórico Escolar) – SALÁRIO R$ 1.700,00.

• 1 vaga – Marmorista [Cód. 5822972] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal, ensino fundamental completo (apresentar Histórico Escolar) e disponibilidade para residir em Perdizes/MG.

• 1 vaga – Massoterapeuta [Cód. 5822368] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e curso de Massoterapia (apresentar Certificado).

• 1 vaga – Mecânico de máquina agrícola [Cód. 5830201] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, CNH “B” e disponibilidade para residir em alojamento na cidade de Tapira/MG – SALÁRIO R$ 1.500,00.

• 1 vaga – Mecânico de máquinas pesadas [Cód. 5818598] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho – SALÁRIO R$ 2.216,28.

• 1 vaga – Mecânico de máquinas pesadas [Cód. 5830668] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar), CNH “B” e disponibilidade para viagens – SALÁRIO R$ 2.700,00.

• 2 vagas – Mensageiro [Cód. 5822428] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho.

• 15 vagas – Montador de andaimes [Cód. 5832503] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino fundamental completo (apresentar Histórico Escolar) – SALÁRIO R$ 1.603,00.

• 2 vagas – Montador de móveis de madeira [Cód. 5750361] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal e CNH “B” – SALÁRIO R$ 1.600,00.

• 1 vaga – Montador soldador / Solda MIG [Cód. 5721716] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar), CNH “B” e disponibilidade para viagens.

• 1 vaga – Motorista de caminhão-guincho [Cód. 5830281] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, CNH “D” e disponibilidade para viagens – SALÁRIO R$ 1.595,40.

• 2 vagas – Motorista de caminhão-guincho pesado com munk [Cód. 5775377] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, CNH “D” e disponibilidade para viagens – SALÁRIO R$ 2.000,00.

• 7 vagas – Motorista de ônibus urbano [Cód. 5773660] – exige CNH “D” e disponibilidade de horários – SALÁRIO R$ 1.489,00.

• 1 vaga – Motorista entregador [Cód. 5778561] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal e CNH “D”.

• 1 vaga – Motorista entregador [Cód. 5832613] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e CNH “AD” – SALÁRIO R$ 1.800,00.

• 1 vaga – Nutricionista [Cód. 5798642] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal e graduação em Nutrição (apresentar Certificado).

• 1 vaga – Oficial de serviços gerais [Cód. 5828025] – exige ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar).

• 1 vaga – Oficial de serviços gerais [Cód. 5828587] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho – SALÁRIO 1067,63

• 8 vagas temporárias (150 dias) – Oficial de serviços gerais (Rural) [Cód. 5830239] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal e disponibilidade para residir em alojamento na cidade de Tapira/MG – SALÁRIO R$ 1.250,00.

• 2 vagas – Operador de guindaste fixo [Cód. 5799198] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, CNH “D” e disponibilidade para viagens – SALÁRIO R$ 2.200,00.

• 1 vaga – Operador de retro-escavadeira [Cód. 5793272] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, CNH “B” e disponibilidade para residir em alojamento na cidade de Tapira/MG – SALÁRIO R$ 1.500,00.

• 1 vaga – Operador de sistemas de informática [Cód. 5822542] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e curso de Informática completo ou cursando.

• 1 vaga – Padeiro [Cód. 5822478] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino fundamental completo (apresentar Histórico Escolar).

• 1 vaga – Padeiro [Cód. 5740739] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e disponibilidade de horários.

• 1 vaga – Pedreiro [Cód. 5785701] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho.

• 8 vagas – Pedreiro [Cód. 5762892] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino fundamental completo (apresentar Histórico Escolar) – SALÁRIO R$ 1.857,50.

• 8 vagas – Pedreiro [Cód. 5766703] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino fundamental completo (apresentar Histórico Escolar) – SALÁRIO R$ 1.965,65.

• 2 vagas – Pedreiro [Cód. 5820895] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho – SALÁRIO R$ 1.754,80.

• 2 vagas – Pedreiro [Cód. 5757612] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho – SALÁRIO R$ 2.200,00.

• 2 vagas – Pintor de casas [Cód. 5806933] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho – SALÁRIO R$ 2.400,00.

• 1 vaga – Quitandeira [Cód. 5830366] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal – SALÁRIO R$ 1.100,00

• 1 vaga – Serralheiro montador [Cód. 5721703] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar), CNH “B” e disponibilidade para viagens.

• 1 vaga – Soldador [Cód. 5818612] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar) – SALÁRIO R$ 2.135,55.

• 1 vaga – Supervisor de transportes [Cód. 5833909] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar).

• 1 vaga – Técnico de contabilidade [Cód. 5830799] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal, ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar) e disponibilidade para residir em alojamento na cidade de Ibiá/MG – SALÁRIO R$ 2.000,00.

• 1 vaga – Técnico de refrigeração [Cód. 5806828] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal e CNH “B” – SALÁRIO R$ 1.250,00.

• 1 vaga – Técnico em manutenção de máquinas [Cód. 5762395] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e CNH “C”.

• 1 vaga – Técnico em segurança do trabalho [5803070] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e curso Técnico em Segurança do Trabalho (apresentar Certificado) – SALÁRIO R$ 1.900,00.

• 1 vaga – Técnico em segurança do trabalho [5814787] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e curso Técnico em Segurança do Trabalho (apresentar Certificado) – SALÁRIO R$ 2.200,00.

• 1 vaga – Técnico em segurança do trabalho [5820671] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, curso Técnico em Segurança do Trabalho (apresentar Certificado), CNH “A” ou “B” e veículo próprio (carro ou moto) – SALÁRIO R$ 2.400,00.

• 1 vaga – Técnico em segurança do trabalho [5820835] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho, curso Técnico em Segurança do Trabalho (apresentar Certificado), CNH “B” e disponibilidade para viagens – SALÁRIO R$ 2.246,95.

• 1 vaga – Técnico em segurança do trabalho [5828718] – exige três meses de experiência em carteira de trabalho ou informal, curso Técnico em Segurança do Trabalho (apresentar Certificado) e CNH “B” – SALÁRIO R$ 1.554,00.

• 1 vaga – Torneiro mecânico [Cód. 5789374] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho – SALÁRIO R$ 2.000,00.

• 1 vaga – Vaqueiro [Cód. 5818520] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho.

• 1 vaga – Vaqueiro inseminador [Cód. 5818447] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho.

• 4 vagas – Vendedor de consórcio [5818631] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar).

• 1 vaga – Vendedor de serviços [Cód. 5814681] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho e ensino médio completo (apresentar Histórico Escolar) – SALÁRIOR$ 1.100,00.

• 2 vagas – Vidraceiro [Cód. 5720579] – exige seis meses de experiência em carteira de trabalho ou informal – SALÁRIO R$ 1.100,00.


Assessoria de Comunicação

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Caetano Veloso completa 79 anos hoje, dia 07 de Agosto.

Caetano Emanoel Viana Teles VelosoOMC (Santo Amaro7 de agosto de 1942) é um músicoprodutorarranjador e escritorbrasileiro. Com uma carreira que ultrapassa cinco décadas, Caetano construiu uma obra musical marcada pela releitura e renovação[1] e considerada amplamente como possuidora de grande valor intelectual e poético.

[2][3] Embora desde cedo tivesse aprendido a tocar violão em Salvador, escrito entre os anos de 1960 e 1962 críticas de cinema para o Diário de Notícias e conhecido o trabalho dos cantores de rádios e dos músicos de bossa nova (notavelmente João Gilberto, seu “mestre supremo”[4] e com quem dividiria o palco anos mais tarde), Caetano iniciou seu trabalho profissionalmente apenas em 1965, com o compacto “Cavaleiro/Samba em Paz”, enquanto acompanhava a irmã mais nova Maria Bethânia por suas apresentações nacionais do espetáculo Opinião, no Rio de Janeiro.

Nessa década, conheceu Gilberto GilGal Costa e Tom Zé, participou dos festivais de música popular da Rede Record e compôs trilhas de filmes. Em 1967, saiu seu primeiro LPDomingo, com Gal Costa, e, no ano seguinte, liderou o movimento chamado Tropicalismo, que renovou o cenário musical brasileiro e os modos de se apresentar e criar música no Brasil, através do disco Tropicalia ou Panis et Circencis, ao lado de vários músicos. Em 1968, face ao endurecimento do regime militar no Brasil, compôs o hino “É Proibido Proibir”, que foi desclassificado e amplamente vaiado durante o III Festival Internacional da Canção. Em 1969, foi preso pelo regime militar e partiu para exílio político em Londres, onde lançou o disco Caetano Veloso (1971), disco com temática melancólica e com canções compostas em inglês e endereçadas aos que ficaram no Brasil. O disco Transa (1972) representou seu retorno ao país e seu experimento com compassos de reggae. Em 1976, uniu-se a Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia para formar os Doces Bárbaros, grupo influenciado pela temática hippie dos anos 1970, lançando um disco, Doces Bárbaros, e saindo em turnê. Na década de 1980, mais sóbrio, apadrinhou e se inspirou nos grupos de rock brasileiros, aventurou-se na produções dos discos Outras PalavrasCores, NomesUns e Velô, e, em 1986, participou de um programa de televisão com Chico Buarque. Na década de 1990, escreveu o livro Verdade Tropical (1997) e o disco Livro (1998). Ganhou o Prêmio Grammy em 2000, na categoria World Music. Com o disco A Foreign Sound, cantou clássicos norte-americanos. Em 2006, lançou o álbum , fruto de sua experimentação com o rock e o underground. Unindo estes gêneros ao sambaZii e Zie, de 2009, manteve a parceria com a Banda Cê, que encerrou-se no disco Abraçaço, de 2012.

Caetano Veloso é considerado um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 1960, tendo já sido chamado de “aedo pós-moderno”.[5] Em 2004, foi considerado um dos mais respeitados e produtivos músicos latino-americanos do mundo, tendo mais de cinquenta discos lançados e canções em trilhas sonoras de filmes como Hable con Ella, de Pedro Almodovar e Frida, de Julie Taymor. Ao longo de sua carreira, também se converteu numa das personalidades mais polêmicas no Brasil. É uma das figuras mais importantes da música popular brasileira e considerado internacionalmente um dos melhores compositores do século XX,[6] sendo comparado a nomes como Bob DylanBob MarleyJohn Lennon e Paul McCartney.[7] Foi eleito pela revista Rolling Stone o 4º maior artista da música brasileira de todos os tempos pelo conjunto da obra[8] e pela mesma revista o 8º maior cantor brasileiro de todos os tempos.[9]

Vida Pessoal

Caetano junto com seus filhos

Caetano Veloso nasceu em 7 de agosto de 1942 em Santo Amaro, na Bahia, como o quinto dos sete[10] filhos de José Teles Velloso (1901-1983), o “Seu Zezinho”, funcionário público da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e Claudionor Viana Teles Velloso, mais conhecida como “Dona Canô” (1907-2012), casados em 7 de janeiro de 1931.[11] Possui ascendência indígena, mais precisamente da etnia pataxó, por parte de sua bisavó paterna, afro-brasileira e portuguesa, por parte de pai.[12][13]

Desde pequeno, mostrou imenso interesse em arte e pintura. Em 1946, sua irmã mais nova nasceu. Veloso foi fundamental no momento da escolha de seu nome: o garoto de quatro anos de idade que adorava música brasileira, inspirado na valsa “Maria Bethânia” do compositor Capiba e sucesso na voz do cantor Nélson Gonçalves, assim escolheu o nome da irmã, Maria Bethânia.[14] Ambos veriam sua trajetória artística se cruzar por diversos momentos e foram os dois filhos de Dona Canô que mais se destacaram no cenário nacional.

Dois acontecimentos principais o fizeram optar pela música. Aos dezesseis anos, sofreu um impacto que mudou definitivamente os seus planos de trabalhar no cinema: ouviu, num programa da Rádio Mayrink Veiga, a canção “Chega de Saudade” na voz de Marisa Gata Mansa e tomou conhecimento do disco homônimo de 1959 de João Gilberto. “Foi o marco mais nítido que uma canção já me deixou na vida”, recordaria anos mais tarde.[15] As maiores influências musicais desta época foram alguns cantores em voga na época, como “o rei do baião” Luís Gonzaga, e canções de maior apelo regional, como sambas de roda e pontos de candomblé. Em 1956, frequentou o auditório da Rádio Nacional, na cidade do Rio de Janeiro, que contava com apresentações dos maiores ídolos musicais brasileiros.[carece de fontes] Caetano Veloso teve vários relacionamentos sendo o mais polémico com Paula Lavigne, com quem teve a primeira relação sexual, tinha ela treze anos de idade e Caetano Veloso tinha quarenta anos de idade.[16][17] Paula Lavigne, divulgou o facto em várias revistas nos anos noventa, tendo mesmo admitido que manteve este relacionamento ao longo de toda a sua adolescência.

Trajetória artística

Iniciou a carreira interpretando canções da bossa nova, sob influência de João Gilberto, um dos ícones e fundadores desse tipo de canção. Colaborou com os primórdios de um estilo musical que ficou conhecido como MPB (música popular brasileira), deslocando o melodia pop na direção de um ativismo político e de conscientização social. O nome ficou então associado ao movimento hippie do final dos anos 1960 e às canções do movimento da Tropicália. Trabalhou como crítico cinematográfico no jornal Diário de Notícias, dirigido pelo diretor e conterrâneo Glauber Rocha. A obra adquiriu um contorno pesadamente engajado e intelectualista, o artista firmava-se, sendo respeitado e ouvido pela mídia e pela crítica especializada.

Participou na juventude de espetáculos semiamadores ao lado de Tom Zé, da irmã Maria Bethânia e do parceiro Gilberto Gil, integrando o elenco de “Nós, por exemplo”, “Mora na filosofia” e “Nova bossa velha, velha bossa nova” em 1964. O primeiro trabalho musical foi uma trilha sonora para a peça teatral Boca de ouro, do escritor Nelson Rodrigues, do qual Bethânia participou em 1963, e também escreveu a trilha da peça “A exceção e a regra”, do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, dirigido por Álvaro Guimarães, na mesma época em que ingressou na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia.

Início da carreira musical

Caetano Veloso no III Festival da Música Popular, 1967. Arquivo Nacional.

Foi lançado no cenário musical nacional pela irmã, a já reconhecida cantora Maria Bethânia, que gravou uma canção de sua autoria no primeiro disco, “Sol negro”, um dueto com Gal Costa (as duas foram as cantoras que mais gravaram músicas de sua autoria). Em 1965, lançou o primeiro compacto, com as canções “Cavaleiro” e “Samba em Paz”, ambas de sua autoria, pela RCA, que posteriormente transformou-se em BMG (adquirida depois pela Sony Music), participando também do musical “Arena canta Bahia” (ao lado de Gal, Gil, Bethânia e Tom Zé), dirigido por Augusto Boal e apresentado no TBC (São Paulo). Teve músicas incluídas na trilha do curta-metragem “Viramundo”, dirigido por Geraldo Sarno.

O primeiro LP gravado, em parceria com Gal Costa, foi Domingo (1967), produzido por Dori Caymmi, lançado pela gravadora Philips, que, posteriormente, transformou-se em Polygram (atualmente, Universal Music), que lançaria quase todos os seus discos. “Domingo” contou com uma sonoridade totalmente bossa-novista e a ele pertence o primeiro êxito popular da carreira, a canção “Coração vagabundo”. Mesmo não tendo sido um estrondoso sucesso, garantiu um bom reconhecimento à dupla e foi muito aclamado pelo meio musical da época, como Elis ReginaWanda Sá, o próprio Dori Caymmi e Edu Lobo, marcando a estreia de ambos nessa gravadora, a convite do então diretor artístico João Araújo. A canção “Um dia”, do repertório deste disco, recebeu o prêmio de melhor letra no II Festival de Música Popular Brasileira da TV Record.

Tropicalismo

Ver artigo principal: Tropicalismo

Nesse mesmo ano, foi lançado seu primeiro LP individual, Caetano Veloso, que trouxe canções como “No dia em que vim-me embora”, “Tropicália”, “Soy loco por ti América“, “Superbacana” e a canção Alegria, Alegria – também lançada em compacto simples – que, ao som das guitarras elétricas do grupo argentino Beat Boys, enlouqueceu o terceiro Festival de Música Popular Brasileira (TV Record, outubro de 1967), juntamente com Gilberto Gil, que interpretou Domingo no Parque, classificadas respectivamente em quarto e segundo lugar. Era o início do Tropicalismo, movimento este que representou uma grande efervescência na música popular brasileira.

Este marco foi realizado pelo lançamento do álbum Tropicalia ou Panis et Circencis (julho de 1968), disco coletivo que contou com as participações de outros nomes consagrados do movimento, como Nara LeãoOs MutantesTorquato NetoRogério DupratCapinamTom ZéGilberto Gil e Gal Costa. Ficou associada a este contexto a canção “É Proibido Proibir”, da sua autoria (mesmo compacto que incluía a canção Torno a repetir, de domínio público), que ocasionou um dos muitos episódios antológicos da eliminatória do 3.º Festival Internacional da Canção (TV Globo), no Teatro da Universidade Católica (São Paulo, 15 de setembro de 1968). Vestido com roupa de plástico, acompanhado pelas guitarras distorcidas d’Os Mutantes, ele lança de improviso um histórico discurso contra a plateia e o júri. “Vocês não estão entendendo nada!”, gritou. A canção foi desclassificada, mas também foi lançada em compacto simples. Em novembro, Gal defendeu sua canção “Divino maravilhoso”, parceria sua com Gil, no mesmo musical onde participou defendendo a canção “Queremos guerra” (de Jorge Benjor). Caetano lançou um compacto duplo que continha a gravação do samba “A voz do morto” que foi censurado, com isso o LP foi recolhido das lojas.

O ímpeto tropicalista logo se viu sintonizado com a criação artística que fervilhava em outras linguagens. “Eu tinha escrito ‘Tropicália’ havia pouco tempo quando O Rei da Vela [texto de Oswald de Andrade, encenado por José Celso Martinez Corrêa] estreou. Assistir a essa peça representou para mim a revelação de que havia de fato um movimento acontecendo no Brasil. Um movimento que transcendia o âmbito da música popular”, lembra o artista.[18]

Naturalmente, o movimento não tardaria a abraçar também a esfera do comportamento. Caetano Veloso e Jorge Mautner foram os primeiros andróginos da música popular brasileira. Em seu primeiro show na volta ao Brasil, em 1972, Caetano encarava o público de brincos de argolas, tamancos, batom e tomara-que-caia. Caetano Veloso foi a maior referência para o artista Ney Matogrosso — que, mais tarde, estrearia no grupo Secos & Molhados.

Regime militar

Desde o início da carreira, Veloso sempre demonstrou uma posição política contestadora, sendo até confundido como um militante de esquerda, ganhando por isso a inimizade do regime militar instituído no Brasil em 1964 e cujos governos perduraram até 1985. Por esse motivo, as canções foram frequentemente censuradas neste período, e algumas até banidas. Em 27 de dezembro de 1968, Veloso e o parceiro Gilberto Gil foram presos, acusados de terem desrespeitado o hino nacional e a bandeira brasileira. Foram levados para o quartel do Exército de Marechal Deodoro, no Rio, e tiveram suas cabeças raspadas.

Ambos foram soltos em 19 de fevereiro de 1969, quarta-feira de cinzas, e seguiram para Salvador, onde tiveram de se manter em regime de confinamento, sem aparecer nem dar declarações em público. Em julho de 1969, após dois shows de despedida no Teatro Castro Alves, nos dias 20 e 21, Caetano e Gil partiram com suas mulheres, respectivamente as irmãs Dedé e Sandra Gadelha, para o exílio na Inglaterra. O espetáculo, precariamente gravado, se transformou no disco “Barra 69”, de três anos mais tarde.

Antes de partir para o exílio, em abril e maio de 1969, Caetano gravou as bases de voz e violão do próximo disco, “Caetano Veloso”, que foram mandadas para São Paulo, onde o maestro Rogério Duprat faria os arranjos e dirigiria as gravações do disco, lançado em agosto – um dos únicos que não traz uma foto sua na capa. No repertório, destaque para as canções “Atrás do trio elétrico” (lançada em novembro em compacto simples com “Torno a repetir”), “Irene” feita na cadeia em homenagem à irmã, o grande sucesso “Marinheiro só”, e regravações de “Carolina”, de Chico Buarque (regravada muitos anos depois no CD Prenda minha) e o tango argentino “Cambalache“.

A canção “Não identificado”, desse mesmo disco, foi lançada em novembro em compacto simples, juntamente com “Charles anjo 45”, de Jorge Ben, em dueto com o próprio. Além disso, também trabalhou como produtor musical, com João Gilberto (“João voz e violão”), Jorge Mautner (“Antimaldito”), Gal Costa (“Cantar”, cujo espetáculo originado deste também foi dirigido por ele) e a irmã Maria Bethânia (“Drama – Anjo Exterminado”, com faixa-título da autoria), caracterizando-se também por numerosas canções gravadas por outros intérpretes.

Década de 1970

Caetano no inicio da década de 1970 em São Paulo

A maior parte das canções do álbum Caetano Veloso, gravado em Londres pelo selo Famous da Paramount Records, foram cantadas em inglês, e Transa mesclou português e inglês nas canções, ambos de 1971. Um dos sucessos deste, London London, acabou por ser regravada pelo grupo RPM quinze anos depois, novamente colocando a canção nas paradas de sucesso, e a regravação de Asa branca (de autoria da dupla Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira).

“Transa”, com uma capa inusitada em formato de objeto tridimensional, com destaque para a regravação do samba “Mora na filosofia” (de autoria da dupla Monsueto e Arnaldo Passos) e “Triste Bahia (feita sobre inspiração de um trecho de soneto do conterrâneo, o poeta barroco Gregório de Matos). “Transa” também iniciou uma trilogia marcada pelo experimentalismo. O segundo trabalho nesse caminho foi o polêmico “Araçá Azul” (1973), que surpreendeu pelo perfil anticomercial, tendo por isso grande número de devoluções, foi retirado de catálogo e relançado somente em 1987.

Em fins de 1971, também lançou o compacto duplo “O Carnaval de Caetano”, com destaque para a canção “Chuva, suor e cerveja”, que obteve enorme sucesso no ano seguinte. Na época, lançou outros compactos destinados ao mercado carnavalesco: “Piaba”, “Um frevo novo”, “A filha da Chiquita Bacana”, “Massa real” e “Deus e o diabo”.

A última obra da trilogia foi “Joia” (1975), lançado juntamente com “Qualquer coisa”. A capa original deste primeiro foi censurada por exibir um autorretrato, a então mulher e o filho nus – num desenho de sua autoria, cuja capa só seria reconstituída dezesseis anos depois, quando da reedição em CD. A capa de “Qualquer coisa” foi uma paráfrase ao do álbum Let it be, do grupo inglês The Beatles, a quem homenageou justamente nesses dois discos, com as canções Lady MadonnaEleanor Rigby e For No One (“Qualquer coisa”) e Help (“Joia”).

Em janeiro de 1972, Caetano Veloso retornou definitivamente ao Brasil, após haver visitado o país em agosto de 1971, onde participou de um encontro histórico, ao lado de João Gilberto e Gal Costa, realizado pela extinta TV Tupi. Ao lado deste que fora uma das maiores influências, participou em 1981 do álbum “Brasil”, do seu mestre João Gilberto. O disco, que contou também com a presença de Gil e Bethânia, foi lançado pela gravadora WEA, paralelamente à estreia da peça “O percevejo”, do poeta russo Vladimir Maiakóvski, com a participação de Dedé Veloso como atriz, e alguns poemas musicados pelo próprio Caetano. Um deles, “O amor”, se tornaria sucesso na voz de Gal.

Em 1974, lançou, ao lado de Gil e Gal, o disco “Temporada de verão”, gravado no Teatro Castro Alves, em Salvador, com destaque para a regravação de “Felicidade”, de Lupicínio Rodrigues, e as inéditas “De noite na cama” (que seria regravada posteriormente por Marisa Monte e Erasmo Carlos, novamente obtendo êxito) e “O conteúdo”, ambas de sua autoria.

Em 1973, apresentou-se no evento “Phono 73“, série de espetáculos promovidos pela gravadora Philips com todo o elenco desta, no Anhembi, em São Paulo, onde ele cantou a canção “Eu vou tirar você deste lugar”, do ícone considerado brega Odair José. Um compacto simples com as musicalizações para “Dias dias dias” (com citação para “Volta”, de Lupicínio Rodrigues) e “Pulsar” (Augusto de Campos) saiu encartado em “Caixa preta” (“Edições Invenção”), obra do poeta em parceria com Júlio Plaza; quatro anos depois, também saiu acoplado ao livro “Viva vaia” (editora Duas Cidades), que seria então publicado por Augusto. Participou de um espetáculo com Gilberto Gil na Nigéria (1977), onde passaram cerca de um mês. Em abril, foi publicado pela editora Pedra q ronca o livro “Alegria alegria”, com uma série de artigos, manifestos e poemas de Caetano, além de entrevistas com ele, realizada pelo conterrâneo, amigo e poeta Waly Salomão. Em 1977 vieram dois discos: “Muitos carnavais”, com canções destinadas ao carnaval, feito a partir de gravações de músicas lançadas anteriormente em compactos, e “Bicho”, que simulou uma incursão pela discoteca, gênero muito em voga na época, com destaque para a canção Tigresa, sucesso na voz de Gal Costa que fora composta em homenagem a atriz Sônia Braga (para quem também escreveu “Trem das cores”, do disco “Cores e nomes”, lançado em 1982). Em 1978, lançou o criticado “Muito”, que iniciou a parceria com o grupo “A Outra Banda da Terra” (terminada em “Uns”, lançado em 1983 que contou com a participação especial de Marina LimaAntônio Cícero, a bateria da escola de samba GRES União da Ilha do Governador e a irmã Maria Bethânia na canção “É hoje”[19]) e foi um fracasso comercial – vendeu cerca de 30 000 cópias, com destaque para as canções “Terra”, uma homenagem à Bahia, mas também ao planeta Terra, e “Sampa”, escrita em homenagem à cidade de São Paulo, além de uma homenagem ao futebolista e ex-ministro dos esportes Pelé (Love love love) e a regravação de um sucesso da bossa nova, Eu sei que vou te amar, (de autoria da dupla Tom Jobim e Vinícius de Moraes).

Neste mesmo ano, lançou “Maria Bethânia e Caetano Veloso – ao vivo”, que inicialmente seria concebido apenas na cidade natal para levantar fundos para a recuperação da catedral local, mas acabou sendo levado a várias cidades brasileiras. No ano seguinte, lançou o elogiado “Cinema Transcendental”, cujo título era extraído da canção “Trilhos urbanos”, no repertório. Atingindo a vendagem de cerca de 100 000 cópias, trouxe canções antológicas de sua autoria, como “Menino do Rio” (sucesso na voz de Baby Consuelo, atual Baby do Brasil), “Lua de São Jorge”, “Beleza pura” (que se tornou o grande hit do LP), e “Cajuína”‘, e uma exaltação à religiosidade com “Oração ao tempo”.

Em 1979, apresentou-se em um festival na TV Tupi defendendo a canção “Dona culpa ficou solteira”, de Jorge Ben, onde foi vaiado e a canção desclassificada.

A década de 1970 foi muito importante para carreira de Caetano, e para toda a música popular brasileira. Entre as canções de Caetano mais representativas desse período, estão, entre outras: “Louco por você”, “Cá-já”, “A Tua presença morena”, “Épico”, “It’s a long way“, “Um índio”, “Oração ao tempo”, “A little more blue“, “Nine out of ten“, “Maria Bethânia”, “Júlia/Moreno”, “Minha Mulher”, “Tigresa”, “Cajuína”, “You don’t know me” e “London London“.

Doces Bárbaros

Ao lado dos colegas Gilberto Gil e Gal Costa, lançou o disco Doces Bárbaros, do grupo batizado com o mesmo nome e idealizado pela irmã Maria Bethânia, que era um dos vocais da banda. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disso, curiosamente na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Ao longo dos anos, o lema “Doces Bárbaros” foi tema de filme com direção de Jom Tob Azulay, DVD e enredo da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira em 1994, com a canção “Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu” (paráfrase do verso de “Atrás do trio elétrico”, gravada em 1969), puxadores de trio elétrico no carnaval de Salvador, apresentaram-se na praia de Copacabana e numa apresentação para a então rainha da Inglaterra, Elizabeth II. O quarteto Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 1970.

Inicialmente o disco seria gravado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções “Esotérico”, “Chuckberry Fields Forever“, “São João Xangô Menino” e “O seu Amor”, todas gravações raras.

Anos 1980

Nos anos 1980, cresceu a popularidade no exterior, principalmente em Israel, Portugal, França e África. Comandou, em 1986, ao lado de outro dos grandes cantores de sua geração, o carioca Chico Buarque, com quem gravou um antológico disco ao vivo em 1972, na apresentação do programa Chico e Caetano (TV Globo). O sucesso deste acabou por originar o álbum Melhores momentos de Chico e Caetano, que contou com a participação especial, dentre outros, de Rita Lee, Jorge Benjor, Astor PiazzollaElza SoaresTom JobimLuiz Caldas, o grupo Fundo de Quintal e Paulo Ricardo.

Além deste, neste ano lançou dois discos: Totalmente demais, originado de um espetáculo acústico (outubro de 1985) que fora gravado no hotel carioca Copacabana Palace. Este disco, lançado para o projeto “Luz do Solo” inclusive, foi o primeiro grande sucesso da carreira, que vendeu cerca de 250 000 cópias e que trouxe regravações de canções que fizeram sucesso na voz de outros cantores, com destaque para a faixa-título, proibida pelo regime militar havia três anos, e ainda “Caetano Veloso”, também conhecido como “Acústico”, pelo selo Nonesuch, que trouxe regravações dos antigos sucessos neste formato. Este disco contou com a participação especial de três músicos: Tony Costa (violão), Marcelo Costa e Armando Marçal (percussão). Lançado inicialmente nos Estados Unidos, onde foi gravado, foi distribuído no Brasil somente quatro anos depois (outubro de 1990) e obteve boa recepção crítica, originando um espetáculo na casa carioca Canecão, que seria reiniciado em abril de 1991. Nesse mesmo mês, no dia 21, dia de Tiradentes, fez uma apresentação em homenagem ao Dia da Terra, que contou com a participação de cerca de 50 000 pessoas, realizado na enseada do Botafogo, no Rio de Janeiro.

Em 1981, o disco “Outras palavras” atingiu a marca de 100 000 cópias vendidas, tornando-se o maior sucesso da sua carreira até então e lhe garantindo o seu primeiro disco de ouro. A vendagem deste disco foi impulsionada pelos sucessos “Lua e estrela” e “Rapte-me camaleoa”, esta última composta em homenagem à atriz Regina Casé. Neste disco, também homenageou a também atriz Vera Zimmerman, com a canção “Vera Gata”, a língua portuguesa, numa incursão poética vanguardista (com a faixa-título), o estado de São Paulo (“Nu com a minha música”), o poeta Paulo Leminski (“Verdura”), a cultura do candomblé e umbanda (“Sim/não”), o grupo Os Trapalhões (“Jeito de corpo”) e o cantor francês Henri Salvador (Dans mon île), a quem também homenagearia na canção “Reconvexo”, gravada por Maria Bethânia. Nessa mesma época, causou polêmica ao se desentender com a imprensa especializada (jornalistas e poetas como Décio Pignatari, com quem se reconciliaria em 6 de dezembro de 1986, José Guilherme Merquior – que o acusou de “pseudointelectual que tenta usurpar a área do pensamento”, e Paulo Francis).

Participou como ator, em 1982, do filme Tabu, de Júlio Bressane, onde interpretou o compositor Lamartine Babo, e sete anos depois, de “Os Sermões – A História de Antônio Vieira”, como Gregório de Matos, também de autoria de Júlio. No ano seguinte, inaugurou o programa Conexão Internacional, da extinta Rede Manchete, numa gravação realizada em Nova Iorque, onde entrevistou Mick Jagger, cantor do grupo Rolling Stones. Em fins de 1988 – dezembro, a editora Lumiar publicou um songbook (livro de canções), produzido por Almir Chediak, desmembrado em dois volumes e com as letras e cifras de 135 músicas.

Em 1984, veio “Velô”, acompanhado pelos músicos da Banda Nova, com destaque, dentre outras, para “Podres poderes”, “O pulsar”, a regravação de “Nine out of ten” (gravada originalmente no álbum “Transa”, de 1972), “O quereres”, uma homenagem ao pai com “O homem velho”, “Comeu”, “Shy moon” e “Língua”, uma homenagem à língua portuguesa. Estas duas últimas contaram com as participações especiais de Ritchie e Elza Soares.

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-regime militar cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit estadunidense que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções “Chega de Mágoa” e “Seca d´Água”. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.

A década de 1980 foi o momento em que Caetano começou a lançar seus discos e fazer shows maiores no exterior. Dentre as gravações mais representativas deste período na carreira do artista, e para toda a música popular brasileira, estão, entre outras: “Os outros românticos”, “O estrangeiro”, “José”, “Giulieta Massina”, “O ciúme”, “Eu sou neguinha”, “Ele me deu um beijo na boca”, “Outras Palavras”, “Peter Gast”, “Eclipse oculto”, “Luz do sol”, “Jasper”, “Queixa”, “O quereres”, “O homem velho”, “Trem das cores”, “Noite de Hotel”, “Este amor”, “Rapte-me camaleoa”, “Língua” e “Podres Poderes”. Da vasta discografia, destacou-se também o álbum “Estrangeiro”, gravado em Nova Iorque, após uma série de apresentações na Itália em abril, foi gravado em parceria com Arto Lindsay, que obteve ótima recepção crítica da imprensa dos Estados Unidos, rendendo-lhe o extinto Prêmio Sharp (atual “Prêmio Tim”) de música (1989), tendo como um dos grandes êxitos a canção “Meia lua inteira” (de um compositor até então novato, Carlinhos Brown), que integrou a trilha sonora da telenovela Tieta de Aguinaldo Silva. Um dos discos mais aclamados pela crítica estrangeira foi o álbum “Estrangeiro”, lançado em 1989.

Década de 1990

Caetano em 1996

Em julho de 1990, participou do Festival de Jazz de Montreux, na Suíça. Merecem destaque também os álbuns “Circuladô” (1991), novamente produzido por Arto Lindsay após ter realizado em setembro alguns espetáculos na casa de espetáculos nova-iorquina Town Hall, cuja faixa-título é inspirada num poema de Haroldo de Campos, colaborador de longa data, que originou um álbum duplo ao vivo e ainda um documentário, como também um especial de cinco programas na TV Manchete, dirigido por Walter Salles. Em outubro, escreveu, no jornal The New York Times, um longo artigo, de profundas implicações culturais, sobre a cantora Carmen Miranda, paralelamente ao lançamento de outro livro: “Caetano, por que não?”, de autoria de Gilda Dieguez e Ivo Lucchesi, pela Editora Francisco Alves. Em maio, pela segunda vez, recebeu o Prêmio Sharp de Música. A tropicália seria retomada no álbum “Tropicália 2” (1993), que comemorou os 25 anos do movimento e trinta anos de amizade entre Caetano e Gil, e ainda retomando a parceria entre ambos, contendo algumas doses de experimentalismo (“Rap popcreto”, “Aboio”, “Dada”, “As coisas”), uma crítica à situação política do país (“Haiti” – rap social da dupla), uma homenagem ao cinema (o movimento Cinema novo), ao carnaval baiano (“Nossa gente” – também gravada pela banda Cheiro de amor com sucesso), ao poeta Arnaldo Antunes (“As coisas” – cuja letra foi musicada de um trecho deste livro homônimo), e ainda ao músico Jimi Hendrix, com Wait until tomorrow. Anteriormente, ambos já haviam lançado um compacto simples com as canções “Cada macaco no seu galho” (Riachão), também inclusa no repertório deste, e “Chiclete com banana” (Gordurinha e Almira Castilho).

Em 1993, foi lançado o livro “Caetano – esse cara”, de Héber Fonseca, publicado pela editora Revan, que continha depoimentos dados ao longo da carreira em várias publicações, como emissoras de rádio e televisão brasileiras. Também gravou um LP em espanhol, “Fina Estampa” (1994), que trouxe clássicos latino-americanos com arranjos do maestro e violoncelista Jacques Morelenbaum, em estilo de bossa nova, e originou um álbum ao vivo homônimo, com parte daquelas canções entre outras músicas consagradas e pouco conhecidas da música popular brasileira (“O samba e o tango”, “Canção de amor”, “Suas mãos”, “Lábios que beijei”, Você esteve com meu bem), regravações dos antigos sucessos (“Haiti”, “O pulsar”, “Itapuã”, Soy loco por ti América) e canções em espanhol fora do disco de estúdio, com Cucurrucucú palomaLa barca e Ay amor. O espetáculo contou com poucas apresentações em território nacional, apresentando-se principalmente na cidade italiana de Nápoles (agosto de 1994, num encontro com o cantor Lucio Dalla). Inclusive a versão em CD do álbum de estúdio trouxe três músicas a mais: Tonada de luna llenaLamento borincano e Vete de mi.

A 25 de março de 1996, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, de Portugal.[20]

Outro trabalho que obteve relevante sucesso foi Omaggio a Federico e Giulietta (1999), com parte das canções em italiano (Come primaGelsomina e Luna rossa, que integrou a trilha sonora da telenovela Terra Nostra, de Benedito Ruy Barbosa), consistindo em uma homenagem ao cineasta italiano Federico Fellini e a esposa, a atriz cinematográfica Giulietta Masina, a quem também homenagearia na canção homônima, incluída neste mesmo disco. Ela também fez parte do repertório do disco “Caetano” (1987), que vendeu 100 000 cópias. Inclusive esta canção foi proibida na época do lançamento. Diferentemente dos lançamentos anteriores, este “Caetano” não foi acompanhado de entrevistas. Caetano, desgostoso com a imprensa, quis cortar relações com ela. O espetáculo realizado em Paris (março de 1988), lhe garantiu uma aparição exclusiva na revista Vogue. Em 1996, foi alvo de criação de outro livro: “O arco da conversa: um ensaio sobre a solidão”, de Cláudia Fares (Cada Jorge Editorial). Em 1997, redigiu o texto de “Verdade Tropical” (editora Companhia das Letras – 524 páginas), livro este onde relatou as lembranças do tropicalismo e um relato pessoal sobre a sua visão de mundo. Em 1997, também houve o lançamento do CD “Livro”, muito elogiado pela crítica especializada e indicado para o prêmio “Grammy Latino” em setembro de 2000, na categoria World Music. No repertório, a recriação de um trecho do poema O Navio Negreiro, do conterrâneo Castro Alves; algumas canções inéditas (“Os passistas”, “Doideca”, “Você é minha”, “Livro”, “Um tom”, ‘Manhatã” – dedicada a Lulu Santos -, “Não enche”, “Alexandre” e “Para ninguém”), regravações de clássicos da música popular brasileira (“Na baixa do sapateiro’, de Ary Barroso) e de canções de sua autoria (“Onde o Rio é mais baiano” e “Minha voz, minha vida”, feita nos anos 1980, mais precisamente em 1982, para Gal Costa gravar), e “How beautiful could a being be“, do filho Moreno Veloso.

Deste disco, foi originado o espetáculo “Prenda minha”, que, por sua vez, originou o também elogiado CD homônimo, lançado em fins de 1998, que trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas, na ausência total de canções do disco de estúdio. Inclusive este CD foi o primeiro a atingir a marca de 1 000 000 de cópias vendidas na sua carreira, vendagem esta alavancada pelo estrondoso sucesso da regravação da canção “Sozinho” (Peninha), que, incluída na trilha sonora da telenovela Suave Veneno, de Aguinaldo Silva, explodiu nas rádios brasileiras. Exibiu alta produtividade também como compositor, com viés predominantemente poético e intelectual.

Década de 2000

Caetano Veloso no TIM Festival

Lançou ainda o CD “Noites do norte” (2000), que trata das culturas negras e africanas, onde todas as canções são inéditas, e cuja-faixa título foi extraída de um trecho de livro de Joaquim Nabuco, e que também originou um álbum duplo ao vivo e um DVD, contendo a íntegra do espetáculo. Gravou um disco com Jorge Mautner em 2002, Eu não peço desculpa, que inclusive foi indicado ao prêmio “Grammy Latino” no ano seguinte, na categoria melhor álbum de música popular brasileira, na mesma época em que participou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, de um especial realizado pela TV Cultura, em homenagem ao poeta, crítico e tradutor Haroldo de Campos – fundador do movimento de poesia concreta nos anos 1950 -, que havia falecido em 16 de agosto daquele mesmo ano. No super-elogiado e polêmico “Cê” (2006), retomou o repertório pop contido em outros discos, como “Transa” e “Velô”. Este disco causou polêmica por conter algumas letras picantes que remetem à sexualidade, como “Outro”, “Deusa urbana”, “Homem” e “Por quê’.

Caetano Veloso foi designado como perito no processo João Gilberto x EMI, no qual constatou adulterações nas gravações de João causadas pela gravadora. Nas palavras de Caetano, “por essas falhas gritantes da Ré (EMI), João Gilberto sofreu e continua sofrendo incalculáveis prejuízos”.[21]

Em 2003, lançou o primeiro DVD-áudio, “Muito mais”, que foi bônus da caixa “Todo Caetano’, lançada em fins do ano anterior (dezembro) em comemoração aos 35 anos de carreira (foi lançada originalmente em 1996, com trinta álbuns), e cujo repertório apresenta canções consagradas do artista escolhidas pelos fãs através da Internet, rede mundial de computadores. Em 2004, foi considerado um dos mais respeitados e produtivos pop stars latino-americanos no mundo, com mais de cinquenta álbuns lançados, incluindo canções em trilhas sonoras de filmes de longa-metragem como Hable con ella, de Pedro AlmodóvarFrida, uma biografia de Frida KahloS. Bernardo, de Leon Hirszman, com roteiro a partir do romance homônimo de Graciliano Ramos; o documentário Cinema Falado, relançado em 2003 em DVD, cujo título remete ao primeiro verso de um antigo samba de Noel RosaLisbela e o Prisioneiro, de Guel ArraesTieta do Agreste, de Cacá Diegues, baseado no romance homônimo do escritor Jorge AmadoA dama do lotação, de Neville de Almeida, baseado no conto homônimo de Nelson Rodrigues; O Quatrilho, de Fábio BarretoO coronel e o lobisomemOrfeu; Proezas do Satanás na Terra do Leva-e-Traz, de Paulo Gil Soares; Ó Paí, Ó, de Monique Gardenberg, dentre outros.

Em 2000, Caetano Veloso produziu o disco “João Voz e Violão”, de João Gilberto. Em 2001, o disco ganhou o prêmio Grammy de melhor álbum de World Music.

Em 2002, publicou um livro sobre o movimento da tropicália, Tropical Truth: A Story of Music and Revolution in Brazil (“Tropicália: uma história de música e revolução no Brasil”). A primeira produção de um CD totalmente em inglês (já havia lançado o disco “Fina Estampa” totalmente em espanhol) foi A Foreign Sound (2004), no qual interpretou clássicos das músicas estadunidense e inglesa. Em 2007, a Universal Music lançou “Quarenta Anos Caetanos”, caixa dividida em quatro partes, contendo toda a discografia oficial, em comemoração aos quarenta anos de parceria entre Caetano e a gravadora.

Em 2008, Caetano e o cantor Roberto Carlos fizeram um show juntos em tributo a Antônio Carlos Jobim, no qual foi registrado o CD e DVD Roberto Carlos e Caetano Veloso e a música de Tom Jobim. Caetano, em maio de 2008, estreou o show “Obra em Progresso”, onde canta canções de sua carreira, mas sobretudo canções inéditas. O show só foi apresentado na cidade do Rio de Janeiro, e acabou voltando no mês de agosto à mesma cidade. Entre as canções novas apresentadas ao público que lotou as noites nas casas Vivo Rio e Teatro Casa Grande, estão: “Falso Leblon”, “Lobão tem Razão”, “Perdeu” e “Base de Guantánamo”. As canções inéditas do show “Obra em Progresso” foram gravados em disco, todo produzido em estúdio no segundo semestre de 2008 e lançado em abril de 2009 com o título de “zii e zie” .

Foi feito um blogue para o cantor para este projeto iniciado em 2008 -e que terminou no mesmo mês do lançamento do álbum de estúdio-. A turnê seguiu pelo Brasil e exterior entre 2009 e 2010.

Década de 2010

Caetano Veloso na entrega da medalha de Ordem ao Mérito Cultural, 2015

No ano de 2011, Caetano lançou o CD simples “MTV Ao Vivo – Zii e Zie”, e o DVD duplo com a íntegra do show “Zii e Zie”, gravado na casa Vivo Rio, mais alguns momentos do show Obra em Progresso, gravado em 2008 no Teatro Oi Casa Grande, também no Rio de Janeiro. Os dois grandes projetos de Caetano para o ano de 2011 são o disco de inéditas de Gal Costa, onde todas as canções serão dele, e o terceiro disco dele com a banda Cê. Ainda no início da década, o cantor passou a se tornar figura constante na internet (meme) por meio do resgate de um vídeo em que se referia sucessivamente à pouca inteligência de um entrevistador. O fragmento de vídeo passou a ser utilizado corriqueiramente para uma série de situações.

Em 2013, veio a público que o cantor faz parte do conselho da Associação Procure Saber, formada por artistas e seus representantes. Presidida pela produtora cultural Paula Lavigne,[22] ex-mulher de Caetano, a Procure Saber é contra a publicação de biografias não-autorizadas de pessoas públicas. Entre seus membros, estavam também os cantores Roberto Carlos, Djavan e Chico Buarque.[23] A intenção do grupo era impedir que uma ação direta de inconstitucionalidade movida pela Associação Nacional de Editores de Livros (Anel) fosse aceita pelo Supremo Tribunal Federal. Na ação, a Anel questiona a validade dos artigos 20 e 21 do Código Civil, que exigem autorização prévia do biografado para publicação de obras a seu respeito caso elas lhe atinjam a honra, a boa fama ou a respeitabilidade ou se forem feitas para fins comerciais. Segundo a Anel, a Constituição Federal afirma que a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação é livre e independe de censura ou licença.[24] A posição da Procure Saber foi vista por escritores e por diversos setores da sociedade e da mídia como um apoio à censura.[25] Em outubro de 2013, o jornal Folha de S. Paulo revelou a existência de uma biografia do cantor não publicada por falta de autorização.[26] Caetano usou algumas vezes o espaço de sua coluna semanal no jornal O Globo para defender a associação e chegou a criticar Roberto Carlos ao dizer que o cantor havia demorado para vir a público para falar sobre o assunto.[27] Pouco depois, Roberto Carlos anunciou sua saída do grupo.[28] Em sua coluna no jornal, Caetano pediu desculpas.[29] Em 2016 Veloso saiu vencedor no Prêmio da Música Brasileira pelo álbum Dois Amigos, um Século de Música ao lado de Gilberto Gil,na categoria Álbum de MPB e também como vencedor na categoria Cantor de MPB[30]

Em 5 de agosto de 2016 participou da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, cantando Isso Aqui, o Que É ao lado de Gilberto Gil e Anitta.[31] No final do mesmo ano, saiu o disco novo da banda Fresno que conta com a sua participação na faixa 3, Hoje Sou Trovão.[32]

Em maio de 2017, depois de muita polêmica envolvendo o assunto biografias não-autorizadas, chegou às livrarias o livro “CAETANO – uma biografia (a vida de Caetano Veloso, o mais Doce Bárbaro dos Trópicos), de autoria de Carlos Eduardo Drummond e Marcio Nolasco.[33]

Seu álbum Ofertório (Ao Vivo), gravado com os filhos Moreno, Zeca e Tom, foi eleito o 25.º melhor disco brasileiro de 2018 pela revista Rolling Stone Brasil.[34]

Legado

Considerado também um grande intelectual, Caetano Veloso, em entrevista ao jornal Gazeta de Alagoas, diz que “… entre Merleau-Ponty que defendia a percepção do mundo por meio do corpo, e Sartre, que defendia a tomada de posição intelectual, sempre fui mais Sartre, desde a universidade”, sendo retrucado pelo entrevistador que argumenta que sendo Caetano homem de “afirmação erótica” e de “presença intensa”, estaria mais para Merleau-Ponty. Ao que Caetano acrescentou: “Pois é. Mas o fato é que líamos Sartre, e não Merleau-Ponty”.[35]

Discografia

Ver também: Discografia de Caetano Veloso

Filmografia

Principais espetáculos

  • Os Doces Bárbaros – com Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia – 1976
  • Bicho Baile Show – 1977 / 1978
  • Muito – 1978 / 1979
  • Cinema Transcendental – 1980
  • Outras Palavras – 1981
  • Cores, Nomes – 1982
  • Uns – 1983
  • Velô – 1984 / 1985
  • Voz e Violão – 1986
  • Caetano – 1988
  • Estrangeiro – 1989 / 1990
  • Acústico – 1990 / 1991
  • Circuladô – 1992
  • Tropicália Duo – com Gilberto Gil – 1994
  • Fina Estampa – 1995 / 1996
  • Livro Vivo – 1998 / 1999
  • Noites do Norte – 2001 / 2003
  • A foreign Sound – 2004 / 2005
  • Cê – 2006 / 2007
  • Obra em Progresso – 2008
  • Zii e Zie – 2009 / 2010
  • Abraçaço – 2012 / 2014
  • Dois Amigos, um Século de Música – com Gilberto Gil – 2015/2016
  • Caetano apresenta Teresa Cristina – 2017
  • Ofertório – 2018 / 2019

Prêmios e indicações

Grammy Latino

AnoCategoriaIndicaçãoResultado
2000Melhor Álbum de MPBLivroVenceu
Álbum do AnoLivroIndicado
Produtor Musical do AnoCaetano VelosoIndicado
2001Melhor Álbum de MPBNoites do NorteVenceu
Melhor Canção BrasileiraSou Seu SabiáIndicado
Melhor Canção BrasileiraZera a RezaIndicado
2003Melhor Álbum de MPBEu Não Peço Desculpa (com Jorge Mautner)Venceu
Melhor Álbum Pop Contemporâneo BrasileiroLive in BahiaIndicado
2004Melhor Canção BrasileiraVocê Não Me Ensinou a Te EsquecerIndicado
2007Melhor Álbum de Cantor/CompositorVenceu
Melhor Canção BrasileiraNão Me ArrependoVenceu
2008Melhor Álbum de MPBCê – Multishow Ao VivoIndicado
2009Melhor Álbum de Cantor/CompositorZii e ZieVenceu
Melhor Vídeo Musical (versão longa)Roberto Carlos e Caetano Veloso e a Música de Tom Jobim (com Roberto Carlos)Venceu
Melhor Canção BrasileiraA Cor AmarelaIndicado
2011Melhor Álbum de Rock BrasileiroMTV Ao Vivo – Zii e ZieVenceu
Melhor Álbum de MPBMultishow ao Vivo: Caetano e Maria Gadú (com Maria Gadú)Indicado
2012Melhor Álbum de MPBIvete, Gil e Caetano (com Ivete Sangalo e Gilberto Gil)Venceu
Personalidade do Ano[37]Caetano VelosoVenceu
Álbum do AnoIvete, Gil e Caetano (com Ivete Sangalo e Gilberto Gil)Indicado
Melhor Vídeo Musical (versão longa)Ivete, Gil e Caetano (com Ivete Sangalo e Gilberto Gil)Indicado
2013Melhor Álbum de Cantor/CompositorAbraçaçoVenceu
Gravação do AnoUm AbraçaçoIndicado
Canção do AnoUm AbraçaçoIndicado
Melhor Canção BrasileiraUm AbraçaçoIndicado
2014Melhor Canção BrasileiraA Bossa Nova é FodaVenceu
Canção do AnoA Bossa Nova é FodaIndicado

MTV Video Music Brasil

AnoCategoriaIndicaçãoResultado
1998Videoclipe de MPBNão EncheVenceu
Atitude MTVCaetano Veloso (por sua “atitude” em Não Enche)Venceu
Videoclipe do AnoNão EncheIndicado
1999Videoclipe do AnoSozinhoIndicado
Escolha da AudiênciaSozinhoIndicado
Videoclipe de MPBSozinhoIndicado
2002Videoclipe de MPBTodo Errado (com Jorge Mautner)Indicado

Prêmio da Música Brasileira

AnoCategoriaIndicaçãoResultado
1989Melhor Cantor de MPBCaetano VelosoVenceu
Melhor Disco de MPBEstrangeiroVenceu
Melhor Projeto VisualCaetano Veloso e Hélio EichbauerVenceu
1991Melhor Cantor de MPBCaetano VelosoVenceu
Melhor Mùsica de MPBItapuãVenceu
1992Melhor Cantor de MPBCaetano VelosoVenceu
Melhor Disco de MPBCirculadôVenceu
Melhor Projeto VisualCaetano Veloso, Hélio Eichbauer e Arthur FróesVenceu
1995Melhor Arranjador de MPBCaetano Veloso e Jaques MorelenbaumVenceu
2015Melhor DVDAbraçaçoIndicado
Melhor Cantor de MPBCaetano VelosoIndicado
2016Melhor Álbum de MPBDois Amigos, Um Século de Música (com Gilberto Gil)Venceu
Melhor Cantor de MPBCaetano VelosoVenceu
Melhor DVDDois Amigos, Um Século de Música (com Gilberto Gil)Indicado

Prêmio Multishow

AnoCategoriaIndicaçãoResultado
1998Melhor CantorCaetano VelosoIndicado
1999Melhor CantorCaetano VelosoVenceu
Melhor MúsicaSozinhoIndicado
2000Melhor CantorCaetano VelosoIndicado
2001Melhor CantorCaetano VelosoVenceu
2002Melhor CantorCaetano VelosoIndicado
Melhor DVDNoites do Norte ao VivoIndicado
2004Melhor CantorCaetano VelosoVenceu
2005Melhor CantorCaetano VelosoIndicado
2007Melhor CantorCaetano VelosoIndicado
Melhor ShowCaetano VelosoIndicado
Melhor CDIndicado
2008Melhor CantorCaetano VelosoIndicado
2010Melhor CantorCaetano VelosoIndicado
2011Melhor ShowCaetano Veloso e Maria GadúIndicado
2013Melhor Show (Superjúri)Caetano VelosoVenceu
Melhor Disco (Superjúri)AbraçaçoIndicado
Melhor ShowCaetano VelosoIndicado
2016Música Boa ao VivoAlegria, Alegria (com Seu Jorge e Xande de Pilares)Indicado

Prêmio Contigo! MPB FM

AnoCategoriaIndicaçãoResultado
2012Melhor DVDMultishow ao Vivo: Caetano e Maria Gadú (com Maria Gadú)Indicado
Projetos EspeciaisMultishow ao Vivo: Caetano e Maria Gadú (com Maria Gadú)Indicado
Projetos EspeciaisEspecial Final de Ano – TV Globo (com Ivete Sangalo e Gilberto Gil)Indicado
2013Melhor Álbum de MPBAbraçaçoVenceu
Melhor CantorCaetano VelosoVenceu
Melhor Música (júri oficial)Um AbraçaçoVenceu
2014Melhor DVDAbraçaço ao VivoIndicado

Troféu Imprensa

AnoCategoriaIndicaçãoResultado
1967Revelação do AnoCaetano VelosoVenceu
1968Melhor CompositorCaetano VelosoVenceu[38]
1993Melhor CantorCaetano VelosoVenceu[39]
2000Melhor CantorCaetano VelosoVenceu[40]
Melhor MúsicaSozinhoVenceu[40]

Melhores do Ano

AnoCategoriaIndicaçãoResultado
1999Música do AnoSozinhoVenceu
2003Melhor CantorCaetano VelosoIndicado
2017Troféu Mário LagoCaetano VelosoVenceu

Troféu APCA

AnoCategoriaIndicaçãoResultado
1973Melhor Compositor de Música PopularCaetano VelosoVenceu
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Turismo de aventura trilha rota de expansão

Cidades mineiras com cachoeiras e áreas verdes despontam na preferência dos turistas

Foto: Flavio Tavares

Entrecortada por cachoeiras de tirar o fôlego, a serra do Cipó é um símbolo de como regiões rodeadas por belezas naturais podem acabar se saindo melhor em momentos de retomada turística. Em Santana do Riacho, a pequena cidade de 5.000 habitantes cortada pela serra, cerca de 200 pousadas e dezenas de casas de temporada passaram à míngua durante a pandemia. Há algumas semanas, no entanto, as acomodações voltaram a ficar cheias, graças ao apelo de quedas d’água, trilhas e montanhas, além do Parque Nacional da Serra do Cipó. A região, que já foi chamada de “jardim do Brasil” pelo paisagista Burle Marx, é um dos “pedacinhos de Minas” com condições ideais para avançar no tipo de turismo que é uma das apostas do governo federal e do Estado nessa fase: o ecoturismo.  

A pousada Capim do Mato foi uma dessas que foi obrigada a fechar. Com diárias que passam de R$ 1 mil, o requintado hotel ficou quatro meses sem receber hóspedes em 2020. “Foi uma tristeza. Se a pousada fecha, o turismo acaba e a gente fica sem emprego”, diz Camila Moreira, governanta executiva. Após um período sombrio, os ventos positivos voltam a soprar pelas bandas de lá. “Muitos hóspedes optaram por remarcação. A retomada está sendo muito grande, está tendo muita demanda”, celebra. Em julho, a pousada apresentava ocupação total. 

“Isso (o aumento dos visitantes) deu certa esperança, mas temos cautela, porque a gente não sabe o que vai acontecer”, conta André Jack Belisário, presidente da Associação Comercial da Serra do Cipó. A desconfiança é fruto do abre e fecha do passado. Enquanto isso, os profissionais do turismo estão atentos às preferências atuais de boa parte dos viajantes: na corrida dos destinos turísticos, lugares com áreas abertas e atrativos do turismo de aventura estão largando na frente. “As pessoas estão cansadas de ficar trancadas em casa, e temos áreas verdes”, diz.  

Os empresários do turismo calculam que cerca de 500 posições de trabalho foram perdidas na serra do Cipó ao longo da pandemia, o equivalente a 10% da população local. “Ano passado foi um colapso”, diz Belisário. Distante da capital mineira cerca de 100 km, o local só não teve um baque maior porque acabou atraindo belo-horizontinos que aproveitaram essa época de trabalho remoto e optaram pela vista para as montanhas. O reflexo disso movimentou os depósitos de materiais de construção, que funcionaram a pleno vapor.  

Diante do manancial de atrativos ainda pouco explorados em Minas Gerais, o governo estadual aposta na divulgação de roteiros com trilhas e cachoeiras. O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, acredita que o turismo de bicicleta seja uma boa opção. “O entorno de Belo Horizonte tem trilhas maravilhosas integradas à serra do Curral, à serra da Gandarela e ao Parque do Rola-Moça. Também em Lagoa Santa, na serra do Cipó. Essa é uma tendência, pois as pessoas podem dormir em Belo Horizonte e ir para essas cidades”, destaca. 

Integrante dos circuitos Estrada Real e Serra do Cipó, Conceição do Mato Dentro, na região Central de Minas, também tem se beneficiado com essa nova procura dos turistas. “A cidade é considerada a capital mineira do ecoturismo. Nosso turismo tem três vertentes. Conceição é uma cidade histórica, tem um ecoturismo muito forte com a cachoeira do Tabuleiro – a maior de Minas Gerais – e os parques naturais, e temos um turismo religioso com o jubileu de Bom Jesus de Matosinhos”, conta o prefeito da cidade, José Fernando Aparecido de Oliveira. A cachoeira é a mais alta de Minas e a terceira do Brasil, com 273 m de queda livre. 

Os atrativos naturais já existem e estão lá. O que a prefeitura quer fazer agora é criar as condições para receber mais visitantes nessa retomada. “Fizemos o primeiro ‘bikestation’ do Brasil, que é uma estação com estrutura para ciclistas, com lugar para deixar a bicicleta. E estamos investindo em melhoria das trilhas agora”, conta José Fernando. Para ele, esse é o momento de divulgar as belezas naturais da cidade. “O que vai acontecer no pós-pandemia é um fortalecimento da economia verde, do contato com o meio ambiente.  

A pandemia trouxe essa oportunidade e curiosidade de se olhar por trás das montanhas. O que traz oportunidades de negócios. “Estamos tentando fomentar o empreendedorismo turístico porque tem muita vocação não explorada no Estado. Queremos, através dos circuitos, mostrar à iniciativa privada esses nichos”, conta o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda. A entidade tem se reunido com representantes do poder público e do empresariado para montar estratégias para o setor. 

Existe essa necessidade de união entre poder público e empresariado para se criar as condições adequadas para o turismo. “Uma das fortes tendências para a retomada da atividade turística é por viagens regionais, de curta duração, atividades de lazer e ao ar livre. Nesse sentido, é fundamental que o mercado se reinvente para criação e aprimoramento de produtos que atendam ao perfil do turista doméstico e a comercialização de destinos regionais. O desafio agora é montar estrutura para atender essa demanda”, comenta o ministro do Turismo, Gilson Machado.  

As necessidades vão além de trilhas: “Como as pessoas estão mais conectadas com a internet, os destinos e as empresas também precisarão oferecer seus serviços pela rede mundial de computadores, e adotar ferramentas tecnológicas para que permitam interação prévia com os turistas, caso desejem se conectar com seus potenciais visitantes”, explica Machado. Uma pesquisa do Ministério do Turismo apontou que 74% das rotas turísticas estratégicas do país não possuem internet pública gratuita. 

CIRCUITOS MINEIROS SE REINVENTAM À ESPERA DE RECURSOS 

Enquanto mais dinheiro não chega para o setor, os 44 circuitos turísticos em Minas Gerais se organizam neste momento de reinvenção. Vários estão criando novas rotas, como o Caminho da Boiada – trilha de 300 km feita pelo escritor Guimarães Rosa – e a Travessia da Fé, que vai de Curvelo a Felixlândia. Com a pandemia, os gestores perceberam que o visitante está optando por passeios com grupos menores de pessoas, especialmente em atividades de contemplação da natureza, conforme Marcus Januário, presidente da Federação dos Circuitos Turísticos de Minas Gerais (Fecitur).  

O roteiro Caminhos de São Tiago, que o Circuito Trilha dos Inconfidentes, gerido por Januário, acaba de inaugurar, tem esse perfil. “A gente passou a conhecer melhor as cidades vizinhas e nossa potencialidade rural. Estamos nos redescobrindo como cidades mineiras”, destaca. 

Diretora da Associação Circuito do Ouro, Márcia Martins vê no ecoturismo e nos roteiros de aventura uma tendência. “Em Minas, há a vantagem das hospedagens em paisagens belíssimas, próximas dos grandes alvos turísticos e muito seguras quanto à Covid-19”, pontua.  

Entre as novidades, no Roteiro da Piedade ao Caraça, Márcia ressalta o reconhecimento do queijo da região de Entre Serras como Patrimônio Cultural. “Estamos avançando no processo, na mesma linha do queijo canastra”, adianta. 

FONTE: ECOTURISMO JORNAL O TEMPO.

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Araxá solicita ao Estado apoio aos produtores que tiveram perda com geada

Uma das piores geadas registradas nos últimos anos. Os prejuízos causados aos produtores em decorrência das baixas temperaturas, em especial aos cafeicultores, mobilizam gestores de diversos municípios mineiros. O prefeito Robson Magela entrou em contato com a secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, e solicitou uma solução para o setor que já enfrenta uma grave situação em decorrência da forte seca na região. 

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e a Prefeitura de Araxá têm realizado levantamento das áreas atingidas pelas geadas. O objetivo é reunir informações detalhadas sobre as perdas nos cafezais para a construção de uma política pública para região. O Governo Federal, o Governo de Minas Gerais, prefeituras, cooperativas e instituições do setor estão empenhados para encontrar um caminho que as geadas trouxeram para diversos municípios mineiros.

De acordo com o prefeito Robson Magela, a prorrogação das dívidas dos produtores afetados é a principal solicitação dos cafeicultores no momento. “Em nossa conversa, a secretária Ana Valetini deixou claro que a situação das lavouras de café também é uma grande preocupação do Estado. Solicitamos que medidas sejam construídas para amenizar a perda que todos tiveram. No momento, o nosso pedido principal, assim como de outros municípios produtores de café, é a prorrogação das dívidas desses produtores”, ressalta Robson. 

O secretário municipal de Agricultura e Pecuária, Fárley Pereira de Aquino, explica que o município já começou o levantamento dos dados dos produtores. “Hoje temos mais de 300 cafeicultores da nossa região cadastrados junto à secretaria. Em parceria com a Emater-MG, iniciamos o levantamento das perdas, inclusive, com fotos das lavouras. E, infelizmente, o cenário é devastador. Certamente, a produção de café para o próximo ano está muito comprometida e deverá faltar produto no mercado. O prefeito tem buscado uma solução junto ao Estado para tentar reduzir os prejuízos dos nossos produtores”, conta o secretário.

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Fernanda Montenegro confirma candidatura à Academia Brasileira de Letras

A atriz Fernanda Montenegro oficializou sua candidatura a uma vaga na Academia Brasileira de Letras (ABL), nesta sexta-feira, 6. No dia anterior, o cantor e compositor Gilberto Gil também revelou seu interesse em se tornar imortal. Fernanda deverá disputar a cadeira de número 17, que pertenceu a Affonso Arinos de Mello Franco, morto em março do ano passado. “Enviamos a carta para a candidatura da cadeira número 17, que pertenceu ao saudoso acadêmico Affonso Arinos”, informou a assessoria de Fernanda Montenegro.

A vacância foi oficialmente declarada após a cerimônia da Sessão da Saudade, na ABL, em homenagem a Arinos. Já Gilberto Gil ainda não se decidiu se oficializa sua candidatura pela cadeira de Murilo Melo Filho ou a de Alfredo Bosi, que logo deverão ser declaradas vagas: na quinta-feira da semana que vem, dia 12, será a de Murilo Melo Filho (cadeira de número 20); no dia 19, a de Alfredo Bosi (12) e, no dia 26, a de Marco Maciel (39).

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Familiares criam acervo digital de Vinicius de Moraes

O Poetinha deixou saudades, mas também deixou cartas, rascunhos e manuscritos que agora podem ser acessados gratuitamente, com apenas um clique. O projeto Acervo Digital Vinicius de Moraes possui 11 mil documentos originais, e foi idealizado e coordenado por Julia e Marcus Moraes, neta e sobrinho-neto de Vinicius, respectivamente.

Vinicius de Moraes ganha acervo digital (09.jul.2021)Foto: Reprodução / CNN

Vinicius de Moraes era poeta, compositor, cantor, jornalista, diplomata, cronista e, como define a neta Julia Moraes um homem que “amava o amor”. Um dos maiores artistas brasileiros partiu há 41 anos, neste dia 9 de julho.

O objetivo é preservar digitalmente os arquivos, incentivar a pesquisa e democratizar o acesso à obra do poeta. Manuscritos e datiloscritos revelam particularidades do processo de criação do artista ao longo de quase 50 anos da vida e obra.

O acervo, agora digitalizado, foi doado no final da década de 1980 pela família de Vinicius de Moraes ao Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. São materiais que revelam o coração, a cabeça e o talento de Vinícius bem na ponta da sua caneta. Um Vinícius nu e cru, que também pisava na terra dos mortais, que errava e acertava.

“Você entende que esse processo não é só feito de acertos. Existe uma busca e um empenho muito grande dele nesse encontro da palavra perfeita. Dessa simplicidade poética”

Julia Moraes, neta de Vinicius de Moraes


Toquinho, parceiro musical de Vinicius por pelo menos uma década, falou à CNN com carinho de uma história que confirma isso: 

“Me lembro que uma vez cheguei na casa dele e ele estava olhando o quintal dele lá na Bahia, e tinha um pavão, um peru, um gato e um cachorro. Aí ele olhou assim para mim e falou: Olha, Toquinho, estou aprendendo mais com esses bichos, com a harmonia que eles têm, do que com toda humanidade que conheci.”

Toquinho


Escrever o mundo, os sentimentos e a vida de forma simples, não é fácil. Vinícius era incansável na busca pela palavra certa.

Doutor e mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Miguel Jost lembra uma obra do poeta que mostra o quanto ele era criterioso na finalização dos seus escritos:

“Um poema muito importante na obra de Vinicius, ‘O Haver’, que você vai encontrar, por exemplo, no site, três versões distintas que denotam de forma muito interessante o rigor do Vinicius na forma final do poema”

Miguel Jost, doutor em Letras pela PUC-Rio


Também foi com muito talento que Vinicius deixou sua marca no cenário cultural, observando o entorno. Pensando e criando a partir do que estava em sua volta, como o Rio de janeiro, um dos seus cenários preferidos. E cada particularidade da cidade maravilhosa inspirava o Poetinha, como foi mostrado em um dos seus maiores sucessos: “A Garota de Ipanema”.

A canção que descreve Helô Pinheiro, na época, a menina de 17 anos, que passava por ele, “a caminho do mar”, foi composta em parceira com Tom Jobim e se tornou o hino da bossa nova. Rompeu fronteiras e se transformou na segunda música mais regravada de todos os tempos, ficando atrás apenas de “Yesterday”, dos Beatles. A canção foi interpretada por artistas consagrados, ganhou prêmios e levou para o mundo algumas paixões do nosso Poetinha: o Rio, o mar e as mulheres.

Durante sua vida e obra, Vinicius se deu, se doou e nos presenteou com músicas inesquecíveis, com versos simples, mas de sentimentos profundos. O artista era um apaixonado que nos ensinou a amar, e seu legado não para por aqui. A cultura brasileira tem muito de Vinicius, para nós e para as próximas gerações. Ainda bem. Como disse o poeta, “que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.

FONTE CNN BRASIL