A indústria brasileira enfrentará a necessidade de qualificar 14 milhões de profissionais entre 2025 e 2027, de acordo com o Mapa do Trabalho Industrial, divulgado nesta sexta-feira (11) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O estudo, elaborado pelo ONI (Observatório Nacional da Indústria), destaca tanto a formação de novos trabalhadores quanto a requalificação daqueles que já estão no mercado, com o objetivo de acompanhar as demandas do setor.
Segundo a especialista em mercado de trabalho do ONI, Anaely Machado, a projeção reflete o contexto de crescimento moderado da economia brasileira, impulsionado por reformas estruturais e pela recuperação pós-pandemia. “Estimamos que será necessário qualificar 14 milhões de trabalhadores em ocupações industriais e correlatas”, afirmou Machado
O documento prevê um crescimento médio do PIB de 1,91% entre 2025 e 2027, com a indústria avançando a uma taxa ligeiramente superior, de 1,93% ao ano. Durante esse período, espera-se a criação de 610 mil novas vagas na indústria, além da substituição de profissionais que deixarão o mercado de trabalho.
Requalificação e novas competências
Dos 14 milhões de profissionais, 2,2 milhões serão novos ingressantes no mercado de trabalho, enquanto 11,8 milhões precisarão ser requalificados. A requalificação desses trabalhadores envolve o desenvolvimento de competências em três áreas principais:
Hard skills (habilidades técnicas como operação de máquinas e softwares);
Soft skills (competências comportamentais, como pensamento crítico e inteligência emocional);
Saúde e segurança no trabalho (conformidade com normas e regulamentos de segurança).
Setores com maior demanda
O setor de transporte e logística lidera a demanda por qualificação, representando 23,9% do total, ou 3,4 milhões de trabalhadores. De acordo com Anaely Machado, o setor está cada vez mais tecnológico, o que exige maior capacitação dos profissionais.
Confira a demanda por formação profissional em outras áreas:
Construção: 10,5% (1,5 milhão)
Operação Industrial: 9,4% (1,3 milhão)
Metalmecânica: 8,4% (1,2 milhão)
Manutenção e Reparação: 7% (987,1 mil)
Alimentos e Bebidas: 6,5% (914,6 mil)
Tecnologia da Informação: 4,5% (636,4 mil)
Tecnologia e Engenharia: 4% (561 mil)
Serviços Administrativos: 3,6% (509,2 mil)
Têxtil e Vestuário: 3% (422 mil)
Agropecuária: 2,9% (413,1 mil)
Serviços Gerais: 2,7% (378,6 mil)
Demanda por novos profissionais
Entre 2025 e 2027, as áreas que mais vão precisar de novos trabalhadores são:
Logística e Transporte: 474,6 mil (técnicos de controle de produção, motoristas de cargas, almoxarifes)
Construção: 364 mil (operadores de máquinas, ajudantes de obras civis)
Manutenção e Reparação: 179,4 mil (mecânicos de veículos, eletricistas de manutenção)
Operação Industrial: 181 mil (alimentadores de linhas de produção, trabalhadores de carga e descarga)
Metalmecânica: 175,4 mil (soldadores, serralheiros)
Distribuição regional da demanda
O Sudeste será a região com maior necessidade de qualificação, concentrando 51% da demanda total, o que equivale a 7,1 milhões de profissionais. As demais regiões apresentam a seguinte distribuição:
Movimento é formado por sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, lançadas em 1945
O Prêmio Nobel da Paz foi entregue nesta sexta-feira (11) ao grupo japonês Nihon Hidankyo, que luta contra o uso e fabricação de armas nucleares. Segundo o comitê, a escolha do vencedor se deu “pelos seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar através de depoimentos de testemunhas que as armas nucleares nunca devem ser utilizadas novamente”. Ao todo, 286 candidatos estavam concorrendo à honraria, sendo 197 indivíduos e 89 organizações, mas as indicações são mantidas em sigilo. Além de uma premiação em coroas suecas, a organização também receberá um diploma e uma medalha, entregues em uma cerimônia com a presença do rei sueco, Carlos XVI Gustavo.
“O destino daqueles que sobreviveram aos infernos de Hiroshima e Nagasaki foram durante muito tempo ocultados e negligenciados”, também ressaltou a organização do prêmio. Em agosto de 1945, tropas americanas lançaram duas bombas sob as cidades de Hiroshima e Nagasaki no fim da 2ª Guerra Mundial, causando a morte de 120 mil pessoas. Essa foi a única vez que armas nucleares foram usadas durante conflitos no mundo.
Desde 1901, já foram concedidos 104 prêmios de Literatura, dos quais 17 foram atribuídos a mulheres. O laureado mais jovem foi Malala Yousafzai, que, com 17 anos, se tornou símbolo da luta pelo direito à educação das meninas, sendo escolhida como vencedora em 2014.
A temporada de premiações começou na segunda-feira (7), com o prêmio na área de Medicina, e terminará na próxima segunda-feira (14) com o escolhido na área de Economia. Apesar de acontecer junto ao Nobel, a premiação da área econômica é oficialmente chamado de Prêmio do Banco da Suécia para as Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, criador da premiação.
Medicina
Dois pesquisadores americanos venceram o Prêmio Nobel de Medicina com uma descoberta na área da genética. Victor Ambros, de 70 anos, é professor da Universidade de Massachusetts, e Gary Ruvkun, de 72, leciona em Harvard. Eles descobriram o papel dos microRNAs. Assim como o DNA, que determina as características humanas, os microRNAs também fazem parte das nossas células e influenciam o desenvolvimento de diferentes partes do corpo. Uma falha nesse sistema pode levar uma pessoa a desenvolver câncer.
Física
O Nobel de Física de 2024 foi concedido aos pesquisadores John Hopfield e Geoffrey Hinton, responsáveis por estudos que impulsionaram o aprendizado de máquina, fundamental para o avanço da inteligência artificial, anunciou a Real Academia Sueca de Ciências na manhã desta terça-feira (8). Essas pesquisas abriram caminho para o desenvolvimento de tecnologias que usamos no cotidiano, como reconhecimento facial e tradução de idiomas.
Química
O Prêmio Nobel de Química deste ano foi entregue nesta quarta-feira (9) a um trio de cientistas que estudaram a estrutura de proteínas. Demis Hassabis e John Jumper pertencem à Divisão de Inteligência Artificial do Google e desenvolveram um modelo que mapeia a estrutura de quase todas as proteínas. David Baker, da Universidade de Washington, criou um sistema computacional para projetar novas proteínas. As descobertas têm relevância no estudo dos mecanismos das doenças.
Literatura
O Prêmio Nobel de Literatura deste ano foi concedido à escritora sul-coreana Han Kang “pela sua intensa prosa poética que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana”, segundo o comitê do prêmio. Nascida em novembro de 1970, em Gwangju (Coreia do Sul), a obra de Kang confronta tramas históricos e um conjunto de regras invisíveis e, em cada uma das suas obras, expõe a fragilidade da vida humana. “Ela tem uma consciência única das conexões entre corpo e alma, os vivos e os mortos, e em seu estilo poético e experimental tornou-se uma inovadora na prosa contemporânea” afirmou o comitê.
Nobel
O prêmio foi criado pelo químico e inventor da dinamite, o sueco Alfred Nobel. O cientista deixou a maior parte da fortuna para subsidiar a criação de prêmios nas áreas de Literatura, Física, Química, Paz e Medicina. Hoje, a honraria também é entregue a estudiosos de Economia. Cada ganhador recebe, além da premiação em dinheiro, uma medalha de ouro e um diploma.
Levantamento com base no Censo de 2022 chama atenção para as desigualdades que afetam a infância
Cerca de 2,1 milhões de crianças e adolescentes não têm acesso adequado à água no Brasil, e 12,2 milhões vivem em más condições de saneamento básico. É o que aponta um estudo do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgado nesta quinta-feira (10) feito com base no Censo de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O alerta ocorre na semana do Dia das Crianças e chama a atenção para as desigualdades que afetam a infância no país.
O estudo aponta que a falta de água e saneamento é mais grave no semiárido do Nordeste e na região amazônica. Segundo o Unicef, essas carências, especialmente em áreas vulneráveis, aumentam a desigualdade social, pioram a situação dessas crianças e trazem consequências de longo prazo, como problemas de saúde e dificuldades na escola.
Em relação à cor e raça, quase 70% das crianças e adolescentes com esgoto inadequado são pretas ou pardas. Entre os indígenas, 25% das crianças e adolescentes não têm acesso adequado à água, e 48% vivem sem esgoto.
O Rio Negro, um dos principais afluentes do Rio Amazonas em Manaus, chegou ao nível mais baixo em mais de 100 anos.Play Video
Até 2040, cerca de 600 milhões de crianças no mundo viverão em áreas com extrema falta de água, de acordo com o relatório “Thirsting for a Future”, do Unicef.
O estudo alerta sobre os impactos na saúde e sobrevivência infantil, destacando que as mudanças climáticas, o aumento da demanda por água e a má gestão dos recursos hídricos são os principais fatores que agravam essa crise.
Falta de saneamento afeta acesso à creche
Um estudo do Instituto Trata Brasil, também divulgado nesta quinta-feira, aponta que aproximadamente quatro a cada dez crianças com idade de até seis anos deixaram de ir à creche devido a diarreias e doenças transmitidas por insetos e animais.
O levantamento avaliou o efeito da falta de esgoto adequado na gravidez, primeira infância, segunda infância e adolescência. A conclusão é que todas essas fases são impactadas, mas a primeira infância é que a sofre mais. Essa fase, que vai de zero a seis anos, é extremamente importante para o desenvolvimento cognitivo do ser humano.
Das 18,3 milhões de crianças no Brasil, 6,6 milhões tiveram que se afastar da escola por doenças causadas por água contaminada, como o rotavírus, que é uma das principais causas de diarreia grave em crianças menores de cinco anos.
A verdade sobre o atum: o peixe é saudável ou seu teor de mercúrio é preocupante?
Especialistas explicam o que você precisa saber antes de abrir a próxima lata para uma refeição
Bife de atum. Sashimi de akami. Albacora em massa fermentada. Quer tenha defumado atum amarelo na grelha, quer tenha feito sanduíche de bonito, é bem provável que recentemente você tenha comido atum.
Em média, os americanos comem cerca de 900 gramas do peixe por ano, mais do que qualquer outro animal marítimo, exceto camarão e salmão. E por um bom motivo: o atum é saboroso e versátil, e a versão enlatada pode custar apenas US$ 1.
Mas será que ele é bom para a saúde? Ou seu teor de mercúrio é preocupante? E quanto à saúde dos nossos oceanos? Aqui está o que você precisa saber antes de abrir a próxima lata para uma refeição.
O atum é saudável?
O atum é um alimento muito nutritivo. Chris Vogliano, nutricionista e diretor de pesquisa da organização educacional sem fins lucrativos Food and Planet, ensinou que é rico em proteínas, minerais e vitaminas, possui mais selênio do que qualquer outra carne e também tem baixo teor de gordura, embora isso signifique que tem menos ácidos graxos ômega 3 do que outros frutos-do-mar. Vogliano acrescentou que não há uma grande diferença nutricional entre o atum enlatado, o sushi e um bife de atum. Cozinhar o peixe pode diminuir o teor de vitamina D, e o processo de enlatá-lo empobrece alguns de seus nutrientes, mas seu valor nutricional é basicamente o mesmo.
Os especialistas afirmam que a maior desvantagem do atum para a saúde é o risco representado pelo mercúrio, uma neurotoxina. Esse metal pesado chega ao oceano principalmente por meio das atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis. É absorvido por pequenos organismos, sobe na cadeia alimentar e se acumula em espécies maiores e de vida mais longa – como o tubarão, o peixe-espada e, sim, o atum.
Em concentrações elevadas, o mercúrio pode causar problemas de saúde graves. Casos de envenenamento por mercúrio são raros nos Estados Unidos, mas os especialistas se preocupam com os efeitos de longo prazo do mercúrio no cérebro. Os níveis altos tendem a ser mais comuns entre populações urbanas e costeiras que comem mais frutos-do-mar.
Qual o significado disso para quem consome atum? A resposta é sutil, porque a quantidade de mercúrio depende da espécie, e há 15 tipos de atum que podem acabar no seu prato. Os menores – geralmente, os mais baratos –, como o bonito (também conhecido como gaiado ou bonito-listrado), têm muito pouco mercúrio. A albacora e o atum-galha-amarelo podem ter três vezes mais; e o atum patudo e o atum-azul podem ter muito mais, disse Vogliano.
Como o mercúrio é especialmente perigoso para crianças e mulheres grávidas, a Food and Drug Administration (FDA, sigla em inglês), agência norte-americana que controla os medicamentos e alimentos, emite diretrizes para o consumo de frutos do mar para esse público. Recomendam não mais do que três porções (ou 340 gramas) por semana de atum do tipo “light” enlatado ou uma porção de albacora para quem está grávida, e menos ainda para crianças menores de 12 anos. A maioria dos outros países desenvolvidos estabelece limites mais baixos, e muitos especialistas recomendam que grávidas e crianças pequenas evitem o peixe completamente.
A FDA não estabelece limites para as outras pessoas, mas os especialistas dizem que uma opção cuidadosa seria seguir as mesmas diretrizes. Pessoas que comem atum regularmente tendem a ter níveis mais altos de mercúrio no sangue do que aquelas que não comem, embora grande parte do metal saia do corpo depois de alguns meses. Mesmo nos raros casos confirmados de envenenamento por mercúrio devido ao consumo de frutos-do-mar, a maioria dos pacientes se recupera depois de mudar sua dieta.
Os especialistas, tal como os consumidores, enfrentam a tensão principal que se estabelece no jogo entre o mercúrio e os frutos-do-mar. “Não há nível que seja livre de riscos. Se você é um adulto saudável e come atum de vez em quando, provavelmente isso não é um problema tão grande”, declarou Tracey J. Woodruff, diretora de Pesquisa Ambiental e Tradução para a Saúde na Universidade da Califórnia em San Francisco. Além do mais, há provas de que comer peixe traz benefícios cerebrais que superam os perigos.
Comer atum é bom para o planeta?
Se você foi uma criança na década de 1980, deve se lembrar de que os golfinhos costumavam ser apanhados em redes de atum. Graças a anos de ativismo e regulamentações, isso não é mais problema.
No entanto, a pesca do atum continua a causar estragos, especialmente no exterior. Ao contrário do salmão ou do camarão, quase todo atum é capturado na natureza. Espécies menores, como o gaiado e a albacora, são capturadas em grandes redes de cerco com retenida que também capturam outros peixes, devastando ecossistemas inteiros.
No entanto, atuns menores podem ser pescados de forma sustentável quando linhas de pesca individuais são usadas, como cada vez mais é o caso com produtos de alta qualidade.
Já as espécies grandes de atum apresentam um problema diferente: a população de peixes está simplesmente diminuindo. O maior atum rabilho, geralmente enviado para mercados japoneses, pode medir até quatro metros e meio, pesar tanto quanto um piano de cauda e ser vendido por mais de US$ 1 milhão.
Predadores de ponta como esses nunca serão tão abundantes quanto a cavala ou a sardinha que eles comem, e a pesca os ameaça gravemente. O atum rabilho do Pacífico, provavelmente o atum com maior risco de excesso de pesca, está apenas com dez por cento de sua população histórica. E note que isso é muito melhor do que os dois por cento para os quais caiu em 2010. Mas especialistas em pesca temem que ainda seja insuficiente para o consumo generalizado.
Comprando o melhor atum
Para escolher o atum mais sustentável e seguro, comece pelo rótulo. “Eu diria a alguém que quer saber como comer atum sustentável que escolha o atum pescado com vara e linha ou pescado com iscas do tipo troll”, disse Andre Boustany, biólogo pesqueiro do Aquário da Baía de Monterey que aconselha quem quer entrar no mundo dos frutos-do-mar.
Uma lata de atum sustentável dará alguma informação sobre como os peixes foram capturados: com vara e linha, com troll ou se era um cardume livre. Isso significa que medidas foram tomadas para capturar apenas o atum, e não tudo que nadava nas proximidades, e que a pescaria provavelmente foi bem administrada.
Se não houver menção de como o atum foi capturado, ou se a lata disser “pedaços de atum leve”, isso provavelmente significa que ele foi capturado em uma rede de cerco e tem um custo ecológico maior.
O atum enlatado capturado de forma sustentável é geralmente mais caro – começando em torno de US$ 3 a US$ 4, informou Boustany, apontando para uma pilha de latas em seu escritório que ele usa para dar sabor às saladas no almoço. Mas o atum capturado de forma sustentável ainda é bem barato para uma refeição, e a qualidade tende a ser melhor. Ele acrescentou que as redes utilizadas na pesca não sustentável machucam o peixe.
No mercado de peixes ou nos restaurantes, é melhor evitar o atum-azul, não importa como ele é capturado, dizem muitos especialistas em conservação. Mas a albacora, que rende belos filés e sashimis, geralmente é pescada de forma sustentável. Procure peixes capturados com vara e linha no Pacífico, recomendam os especialistas, ou certificados por um grupo como o Conselho de Administração Marítima. Evite peixes do Oceano Índico, onde as regras de pesca são mal aplicadas, sugeriu Boustany.
Se sua principal preocupação é o mercúrio, escolher a espécie de atum é ainda mais importante. A albacora e o patudo tendem a ser encontrados em maior quantidade. O atum-listrado é sua escolha mais segura, enquanto o atum voador (geralmente chamado de “branco”) e o atum amarelo, provavelmente, são os que têm mais mercúrio. Como o atum “light”, mais barato, geralmente é uma combinação de atum listrado e albacora, compre esse tipo com cuidado.
Mas até os especialistas comem de vez em quando. “Adoro um bom sanduíche de atum com alguns picles e um pouco de maionese ou um pouco de azeite de oliva e limão. Pessoalmente, não me preocupo com o mercúrio, porque não como todo dia”, comentou Vogliano.
Woodruff às vezes pede atum em restaurantes de sushi, mas ela tenta comprar outros peixes no mercado local. “Você já comeu bacalhau preto? É incrível! É pequeno, e eles o pescam localmente aqui na Califórnia. É um peixe em que todos ganham.”
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, vetou no domingo (29) um projeto de lei de segurança de inteligência artificial muito contestado, depois que a indústria de tecnologia levantou objeções, dizendo que isso poderia expulsar empresas de IA do estado e dificultar a inovaç
Newsom pediu aos principais especialistas em IA generativa para ajudar a Califórnia a “desenvolver barreiras de proteção viáveis” que se concentrem “no desenvolvimento de uma análise de trajetória empírica e baseada na ciência”.
Ele também ordenou que as agências estaduais expandissem sua avaliação dos riscos de potenciais eventos catastróficos vinculados ao uso de IA.
A IA generativa — que pode criar texto, fotos e vídeos em resposta a solicitações abertas — gerou entusiasmo e também temores de que poderia tornar alguns empregos obsoletos, prejudicar eleições e potencialmente dominar os humanos, além de ter efeitos catastrófico
A indústria de IA está crescendo rapidamente na Califórnia e alguns líderes questionaram o futuro dessas empresas no estado se o projeto de lei fosse aprovador.
Wiener disse no domingo que o veto torna a Califórnia menos segura e significa que “empresas que visam criar uma tecnologia extremamente poderosa não enfrentam restrições vinculativas”.
Ele acrescentou que “compromissos voluntários da indústria não são executáveis e raramente funcionam bem para o público”.
“Não podemos esperar que uma grande catástrofe ocorra antes de tomar medidas para proteger o público”, disse Newsom, mas acrescentou que não concorda que “devemos nos contentar com uma solução que não seja informada por uma análise de trajetória empírica de sistemas e capacidades de IA”.
Newsom disse que “uma abordagem somente da Califórnia pode ser justificada — especialmente na ausência de uma ação federal por parte do Congresso”.
A Câmara do Progresso, uma coalizão da indústria de tecnologia, elogiou o veto de Newsom, dizendo que “a economia tecnológica da Califórnia sempre prosperou com base na competição e na abertura”.
Entre outras coisas, a medida teria exigido testes de segurança para muitos dos modelos de IA mais avançados que custam mais de US$ 100 milhões para desenvolver ou aqueles que exigem uma quantidade definida de poder de computação.
Os desenvolvedores de software de IA que operam no estado também precisariam delinear métodos para desligar os modelos de IA, efetivamente um kill switch.
O projeto de lei estabeleceria uma entidade estadual para supervisionar o desenvolvimento dos chamados “Modelos de Fronteira”, que excedem as capacidades presentes nos modelos existentes mais avançados.
O projeto de lei enfrentou forte oposição de uma ampla gama de grupos. O Google da Alphabet, a OpenAI apoiada pela Microsoft e a Meta Platforms, todas as quais estão desenvolvendo modelos de IA generativos, expressaram suas preocupações sobre a proposta.
Alguns democratas no Congresso dos EUA, incluindo a representante Nancy Pelosi, também se opuseram.
Os proponentes incluíam o CEO da Tesla, Elon Musk, que também dirige uma empresa de IA chamada xAI. A Anthropic, apoiada pela Amazon, disse que os benefícios do projeto de lei provavelmente superam os custos, embora tenha acrescentado que ainda há alguns aspectos que parecem preocupantes ou ambíguos.
Newsom assinou separadamente uma legislação exigindo que o estado avalie as potenciais ameaças representadas pela IA generativa à infraestrutura crítica da Califórnia.
O estado está analisando os riscos da infraestrutura energética e os provedores do setor de energia previamente convocados e realizará a mesma avaliação de risco com os provedores de infraestrutura hídrica no próximo ano e, posteriormente, com o setor de comunicações, disse Newsom.
Dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado
O Brasil registrou fluxo cambial total negativo de 4,148 bilhões de dólares em setembro, em movimento puxado pela via financeira, informou nesta quarta-feira o Banco Central.
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Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado.
Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de 4,574 bilhões de dólares em setembro. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações.
Pelo canal comercial, o saldo de setembro foi positivo em 426 milhões de dólares.
Na semana passada, de 30 de setembro a 4 de outubro, o fluxo cambial total foi negativo em 277 milhões de dólares.
No acumulado do ano até 4 de outubro, o Brasil registra fluxo cambial total positivo de 5,904 bilhões de dólares.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país, acelerou em setembro a 0,44%, mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (9).
No mês anterior, o índice havia apresentado deflação de 0,02%. No ano, a inflação acumulada é de 3,31% e, nos últimos 12 meses, de 4,42%.
Analistas esperavam uma alta de 0,46% no índice de setembro, com alta anual de 4,43%, conforme pesquisa da Reuters.
A meta de inflação perseguida pelo Banco Central neste e nos próximos anos é de 3%, com intervalo de tolerância que vai de 1,5% a 4,5%.
Os maiores impactos na inflação de setembro vieram dos grupos Habitação, levado pelo encarecimento da energia elétrica, e Alimentação.
“A mudança de bandeira tarifária de verde em agosto, onde não havia cobrança adicional nas contas de luz, para vermelha patamar um, por causa do nível dos reservatórios, foi o principal motivo para essa alta. A bandeira vermelha patamar um acrescenta R$ 4,46 aproximadamente a cada 100kwh consumidos”, explica o gerente da pesquisa, André Almeida.
Só o grupo Habitação subiu 1,80% no mês, após aumento nos preços da energia elétrica residencial, que passou de queda de 2,77% em agosto para alta de 5,36% em setembro.
O grupo também teve influência de reajustes tarifários em Porto Alegre, Vitória, São Luís e Belém, e de reajustes na taxa de água e esgoto em Fortaleza, Salvador e Vitória. O IBGE destaca ainda nesse grupo o aumento do gás de botijão.
Alimentação
Já o grupo Alimentação e bebidas teve alta de 0,50%, com destaque para alimentação no domicílio, que subiu 0,56%, após dois meses consecutivos de queda.
O IBGE ressalta aumentos nos preços do mamão (10,34%), da laranja-pera (10,02%), do café moído (4,02%) e do contrafilé (3,79%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-16,95%), o tomate (-6,58%) e a batata inglesa (-6,56%).
Um levantamento feito pelo instituto Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) mostra que 52% das mulheres ainda subestimam a importância da mamografia para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Além disso, para 56% das respondentes ainda não está clara a necessidade de passar pelo procedimento caso outros exames, como o ultrassom das mamas, não indiquem alterações.
A pesquisa “A Mulher perante o Câncer“, realizada a pedido da Pfizer, revela que, apesar de as mulheres temerem o câncer, ainda persiste a crença de que o autoexame das mamas é a principal forma de identificar o câncer de mama em estágio inicial. Segundo o levantamento, 54% ainda acreditam que o toque das mamas é o suficiente para detectar suspeitas do câncer em mulheres.
Apesar de o autoexame ser importante para identificar nódulos ou alterações nas mamas, a mamografia é o principal exame para o diagnóstico precoce do câncer. O Ministério da Saúde recomenda que o procedimento seja realizado anualmente a partir dos 50 anos, enquanto sociedades médicas — como a Sociedade Brasileira de Mastologia, o Colégio Brasileiro de Radiologia e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) — recomendam a mamografia anual a partir dos 40 anos, seguindo o protocolo da American Cancer Society.
“Ao fazer a apalpação e não encontrar nada, a mulher pode acreditar que as mamas estão saudáveis e deixar de fazer avaliações de rotina que detectariam um possível tumor precocemente, quando ainda não é possível senti-lo por meio do toque. É importante lembrar que, quando a doença é diagnosticada no estágio inicial, ela é mais fácil de tratar, o que contribui para a redução da mortalidade”, afirma Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil.
Além disso, a pesquisa também mostrou que a maioria das mulheres desconhece as recomendações médicas para a realização da mamografia: 33% acreditam que o exame deve ser feito apenas após achados suspeitos em outros testes, enquanto 23% não sabem opinar.
Já 25% estão convictas de que, após um primeiro exame com resultado normal, a mulher estaria liberada para realizar apenas o autoexame em casa, enquanto 27% da amostra não sabe opinar sobre esse assunto.
Para a pesquisa, foram entrevistadas 1.400 mulheres com 20 anos ou mais de idade, moradoras de São Paulo (capital) e das regiões metropolitanas de Belém, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Segundo o levantamento, apenas 39% da amostra de Recife está ciente de que a crença sobre o autoexame ser o principal exame para detectar câncer de mama é equivocada; esse número é de 44% em Belém, 46% para o Distrito Federal e 47% no Rio de Janeiro.
32% não visitaram o médico nos últimos 18 meses
Outro ponto levantado pela pesquisa são os cuidados de saúde das entrevistadas. De acordo com o estudo, apenas 33% das respondentes de 40 a 49 anos disseram ter completado toda a jornada esperada para essa faixa etária em relação ao exame nas mamas: ir ao médico, receber a solicitação de mamografia, passar pelo exame, buscar os resultados e compartilhá-los com o profissional que fez o pedido.
Na análise por extrato social, esse porcentual se mantém baixo tanto entre as mulheres das classes A/B (35%) como no grupo da classe C (24%).
Além disso, no levantamento, 32% das entrevistadas responderam que não visitaram o médico nos últimos 18 meses quando perguntadas se realizaram a mamografia dentro desse período. O recorte por extrato social mostra que esse comportamento é representativo tanto entre as entrevistadas das classes A/B, quanto na classe C (25% e 35%, respectivamente).
O estudo mostrou, ainda, que 20% das participantes entre 40 e 49 anos não recebeu do médico uma solicitação de mamografia nos 18 meses anteriores ao levantamento.
Desconhecimento sobre fatores de risco ainda existe
O levantamento também mostrou que ainda existe um desconhecimento sobre os fatores de risco relacionados ao câncer de mama. Para 70% das respondentes, a herança genética interfere mais na probabilidade de desenvolver o tumor do que os hábitos de vida da mulher. No entanto, a literatura médica aponta que apenas 5% a 10% do total de casos de câncer de mama estão associados à genética.
“É preciso reforçar que o câncer de mama é uma doença multifatorial, em que hábitos de vida modificáveis e até mesmo tendências sociais, como a redução no número de filhos, devem ser considerados”, afirma Ribeiro.
A maioria das entrevistadas ainda desconhece a relação entre estilo de vida pouco saudável e câncer de mama: 71% das mulheres ouvidas pelo Ipec não reconhece o consumo de álcool, por exemplo, como um fator de risco para a doença.
Apenas 31% das entrevistadas estão convencidas de que o excesso de peso é um fator de risco para a doença, conforme alertam as autoridades de saúde – esse porcentual é de 27% entre as respondentes mais velhas, com 50 anos ou mais de idade.
Além disso, apenas 11% das respondentes afirmam saber que elementos ligados ao perfil reprodutivo da mulher, como a menopausa tardia (após os 55 anos), também fazem parte dos fatores de risco associados ao câncer de mama. Apenas 9% estão cientes de que ter a primeira menstruação antes dos 12 anos também contribui para elevar o risco.
“A falsa percepção de que ter câncer de mama dependeria apenas da herança genética não só contradiz a literatura médica, como também pode desestimular a tomada de atitudes importantes, capazes de alterar fatores de risco modificáveis. Isso vale não apenas para a ingestão de bebida alcoólica, mas também para a obesidade e o sedentarismo”, comenta Evelyn Lazaridis, diretora médica da área de oncologia da Pfizer Brasil.
O italiano Sammy Basso morreu no sábado (5) aos 28 anos, se tornando a pessoa mais longeva portadora da síndrome de Hutchinson-Gilford, também conhecida como progeria, uma doença que causa o envelhecimento precoce do corpo.
Basso foi responsável por fundar, ao lado de seus pais, a Associação Italiana de Progeria Sammy Basso, que busca conscientizar e informar sobre a doença. Ele fez várias aparições na mídia e também participou de estudos em busca da cura da síndrome.
“Ele nos ensinou a todos que, embora os obstáculos da vida às vezes pareçam intransponíveis, vale a pena vivê-la plenamente”, diz o comunicado no qual a família informou sua morte.
O que é a síndrome de Hutchinson-Gilford, conhecida como progeria?
A síndrome de Hutchinson-Gilford, mais conhecida como progeria, é uma doença genética extremamente rara que causa o envelhecimento precoce do corpo.
A condição costuma tornar o processo de envelhecimento cerca de sete vezes mais rápido que o normal, ou seja, uma criança de 10 anos com progeria pode aparentar ter 70 anos. Por conta disso, os portadores da síndrome possuem expectativa de vida de 14 anos para o sexo feminino e 16 anos para o sexo masculino, segundo informações da Fiocruz.
A doença afeta uma pessoa em cada 20 milhões no mundo todo. O italiano Sammy Basso foi o caso mais longevo já registrado.
Os portadores de progeria não apresentam sinais da doença ao nascer, mas passam a desenvolver os sintomas após completar um ano.
Dentre as principais características do envelhecimento precoce estão: queda de cabelo; perda de gordura subcutânea; artrose; estatura baixa e magra; pele fina e enrugada; puberdade tardia; mudanças na voz; osteoporose; entre outras. A doença não afeta a mente.
A síndrome de Hutchinson-Gilford é causada por uma mutação pontual em uma das duas cópias do gene LMNA e não possui cura conhecida até então.
O McLaren W1, novo modelo flagship da marca, foi revelado no domingo (6). O hipercarro híbrido traz tecnologias que irão pavimentar o futuro da marca, com alta performance e já pode ser considerado o modelo mais potente da história da montadora.
Sucessor do P1, lançado há 11 anos, o McLaren W1 traz um conjunto híbrido composto por um motor V8 4.0 l biturbo e um motor elétrico, derivado da Fórmula 1.
O conjunto gera 1.275 cv de potência e 136,7 kgfm de torque. Tudo isso é transmitido somente às rodas traseiras por um câmbio manual-automatizado (DCT) de oito marchas. O W1 pode acelerar de 0 a 100 km/h em 2,7 segundos.
O preço base do McLaren W1 é US$2,1 milhões (cerca de R$ 11,5 milhões, sem considerar taxas). Todas as 399 unidades do modelo já foram vendidas, e ainda não foi divulgado se alguma delas virá ao Brasil. Caso venha, o preço deve ultrapassar os R$ 20 milhões.
Design
O W1 foi apresentado ao mundo em pinturas bicolores, que unem laranja e preto — em referência às cores usadas pela marca na Fórmula 1. Em breve, o carro deve ser exibido em outras configurações.
O design do modelo, embora não tão inovador quanto o do antecessor P1, é bastante agressivo e traz novos elementos não vistos antes na marca.
As portas, diferentemente dos outros McLaren até hoje, abrem-se no estilo “asa de gaivota”. A prioridade principal do design externo é a aerodinâmica: além das inúmeras entradas e saídas de ar, os aerofólios traseiro e dianteiro movem-se para atender as necessidades aerodinâmicas do carro.
Os bancos do motorista e do passageiro são fixos: são os pedais, volante e painel de instrumentos que contam com ajustes de profundidade — essa solução já foi empregada antes em carros como Ferrari LaFerrari e Ford GT, mas em um McLaren é a primeira vez.
O volante é novo e traz consigo dois botões, herdados do P1: BOOST e DRS. O primeiro oferece potência extra por breves intervalos de tempo e o segundo opera na aerodinâmica do carro para reduzir o arrasto, assim como em um carro de Fórmula 1.
A maior parte do interior é revestido em fibra de carbono e em um tecido leve desenvolvido pela McLaren e batizado de InnoKnit.
Performance
O conjunto híbrido do McLaren W1 gera 1.275 cv de potência e 136,7 kgfm de torque. A marca opta por manter a tração traseira e direção hidráulica, a fim de manter a sensação de pilotagem mais próxima a de um carro de corrida.
O carro pesa 1.399 kg (sem fluidos), apenas 4 kg a mais que seu antecessor, o McLaren P1. A tecnologia compacta do motor elétrico cobra seu preço em autonomia: o McLaren W1 é capaz de rodar por apenas 2 km no modo 100% elétrico.
No material de lançamento, a McLaren optou por dar ênfase na aceleração de 0 a 200 km/h, que acontece em 9,6 segundos. Os números de aceleração do W1 são os mais impressionantes de qualquer carro de rua que a McLaren já produziu.
A velocidade máxima do W1 é de 350 km/h, a mesma do antecessor P1. Para a fabricante, velocidade máxima não era uma prioridade nesse modelo, já que ela já se mostrou capaz de fazer carros com maior velocidade máxima, como o Speedtail e o F1.
A suspensão do modelo é focada em performance e leveza. Muitos de seus componentes são feitos em titânio e impressos em 3D. A altura da suspensão muda de acordo com o modo de condução selecionado.
O chassi é um monocoque em fibra de carbono, batizado de McLaren Aerocell. Os bancos são integrados a ele. Os freios de carbono-cerâmica podem desacelerar de 100 a 0 km/h em 29 metros.
História e futuro
Considerado o avô do W1, o McLaren F1 revolucionou o universo automotivo quando foi lançado em 1992. O F1 foi, por anos, o carro de rua mais rápido do mundo, com velocidade máxima de 386 km/h.
Após a produção do F1 e suas variações, a McLaren passou por uma era de projetos cancelados, incertezas e uma colaboração com a Mercedes-Benz na produção do famoso esportivo SLR. Foi em 2010 que a marca retomou o desenvolvimento e a criação de carros de rua sob o nome de McLaren Automotive.
O híbrido P1 foi lançado em 2013 para ocupar a primeira prateleira da marca — chamada de Ultimate Series. Os carros dessa categoria são os mais caros e potentes da marca.
Após o lançamento do P1 e da suas variantes não homologadas para uso em vias públicas, a McLaren lançou outros carros na categoria Ultimate Series, como Elva, Senna e Speedtail, mas nenhum deles tinha a mesma filosofia do P1: de ser um projeto completamente inovador e que pavimentaria a próxima década de produtos da marca. O W1 vem para ocupar esse posto.