O “arranca-rabo” tem suas origens ligadas a uma antiga tradição militar dos egípcios
Muitas pessoas hoje dizem que a vida é uma luta diária pela sobrevivência. Além de enfrentar nossos próprios limites, ainda temos que encarar a ameaça imposta por terceiros. Seja no trabalho, na fila do banco, no trânsito ou no caixa do supermercado, é comum sermos afortunados por algum contratempo ou alguém que nos queira prejudicar. Vez ou outra, não suportando o tamanho da injúria, o bom senso acaba ficando de lado. E, se necessário, aprontamos um belo “arranca rabo”.
Todo mundo sabe que o tal “arranca rabo” é sinônimo de escândalo, briga e confusão. Entretanto, tão irracional quanto um acesso de fúria, a expressão em si não parece ter uma ligação lógica com os ataques de nervos ou rixas do cotidiano. Sendo esse mais um mistério de nossa peculiar língua, temos que voltar a tempos muito remotos para enfim descobrirmos quando o arranca-rabo começou.
Como em outros casos, essa expressão idiomática foi trazida pelos colonizadores que aportaram em terras brasileiras. Entretanto, os nossos irmãos lusitanos herdaram o termo por conta de uma antiga tradição criada pela civilização egípcia. Durante suas conquistas militares, os guerreiros egípcios tinham o costume de arrancar a cauda dos cavalos inimigos. Por meio desse gesto, eram prestigiados ao atestar o número de oponentes que venceram no campo de batalha.
No decorrer dos séculos, esse hábito se transformou em uma espécie de tradição militar presente em diferentes culturas da Europa, incluindo a lusitana. No Brasil, o costume de arrancar o rabo foi registrado entre os cangaceiros nordestinos. Toda vez que invadiam a propriedade de um fazendeiro, essas peculiares figuras da República Velha arrancavam o rabo de alguns animais da propriedade. Nesse caso, a ação funcionava como um tipo de humilhação pública simbolizada pelas reses que perderam a cauda.
Você sabia que essa expressão ibérica está ligada ao manuseio dos cavalos?
Ao longo da História, observamos que as sociedades humanas foram colocadas a frente dos mais diversos desafios. O processo de dominação da natureza, a criação de máquinas e a compreensão de outras experiências foram essenciais para que as dificuldades fossem progressivamente superadas. De fato, de simples e frágil primata, o homem passou a explorar o seu meio em uma escala jamais antes observada.
Chegando até o mundo contemporâneo, vemos que muitas dificuldades foram superadas e outras ainda estão por vir. Toda essa visível dificuldade nos mostra que as grandes civilizações venceram o desafio da sobrevivência “aos trancos e barrancos”. Para alguns, o uso dessa expressão remete a uma estrada tortuosa, repleta de desafios e várias armadilhas.
Na verdade, para compreendermos a origem dessa curiosa expressão, devemos nos reportar à Península Ibérica nos tempos medievais. A palavra “tranco” era empregada para fazer menção aos saltos que um cavalo dava ao longo de uma trajetória percorrida. Por outro lado, o “barranco” faz justamente referência aos obstáculos e valas que o tal equino deveria superar em cada um de seus saltos.
Segundo os levantamentos do folclorista Câmara Cascudo, o emprego idiomático desses termos foi pioneiramente empregado por Alfonso Martinez de Toledo, um escritor espanhol do século XV. Em sua obra El Corbacho, onde realiza um rico tratado sobre as artimanhas do amor tolo, há uma curta frase em que o termo “a trancos ou barrancos” aparece com o sentido de tarefa realizada com muito esforço.
Na hora que acontece um infortúnio, palavras e expressões que manifestam o nosso desalento surgem sem maiores dificuldades. Contudo, por que alguns desafortunados costumam dizer que “deram com os burros n’água”? Para responder a esse mistério do nosso vernáculo, basta investigar o tempo em que as mulas e os burros se transformaram no principal meio de transporte do Brasil.
No século XVIII, o desenvolvimento da economia aurífera foi responsável pelo aparecimento de vários centros urbanos no interior da colônia. Nessa época, a corrida pelo ouro acabou deixando em segundo plano o desenvolvimento dos meios e recursos que poderiam atender as demandas de cada uma dessas cidades. Dessa forma, as localidades com economia mais diversificada acabaram fornecendo muitos dos víveres necessários à sobrevivência dos habitantes de tais localidades.
Para atravessar o sertão brasileiro com essas mercadorias, os tropeiros utilizaram o lombo de burros e mulas que resistiam a longos períodos de caminhada pelas matas. Apesar de bastante lucrativa, essa atividade era repleta de desafios que transformavam o tropeirismo em uma aventura incerta e tomada por alguns riscos. Em algumas dessas situações, os pobres animais de carga eram obrigados a atravessar terrenos alagados e muitos acabavam morrendo afogados.Não pare agora…
Além de perder o útil animal, muitas vezes obtido junto a contrabandistas da região sul, os viajantes poderiam perder as mercadorias que lhe dariam um considerável retorno financeiro. Com isso, na medida em que a expressão foi aumentando, toda vez que alguém levava a pior, o incidente com os burros (ou mulas!) acabava simbolizando a falta de sorte do infeliz.
A mentira é algo que permeia o nosso cotidiano de uma forma impressionante. Apesar de ser condenada como pecado e figurar grandes casos de corrupção, a mentira, por menor que seja, acaba sendo quase inevitável. No dia a dia, o hábito acaba tendo tamanha relevância, que pode ser vista nas várias expressões que denunciam a consumação do ato. Entre outros tantos, o termo “de araque” aparece sempre junto a algo que parece ser uma coisa, mas não é.
Para explicar a origem dessa expressão tão cotidiana, temos que primeiramente derrubar um antigo mito ligado à bebedeira. Nos vários botequins e festas, é comum ouvirmos que, sempre quando a bebida alcoólica é ingerida, o seu consumidor acaba deixando escapar algumas verdades escondidas. Esse parece não ser o caso do “arak”, uma bebida destilada árabe, fabricada a partir da seiva da palmeira ou do arroz e dotada de um altíssimo teor alcoólico.
Trazida ao Brasil pelos imigrantes árabes de origem não muçulmana, essa bebida logo foi conhecida pelo seu potencial em causar uma grande sensação de embriaguez. Como todos sabem, o bebum, além de deixar escapar muitas verdades, também confessa o seu estado tétrico quando começa a falar uma série de histórias “de araque”. E foi dessa forma que, a partir do aportuguesamento do termo “arak”, que a expressão aqui explicada, saiu dos copos para incorporar-se à linguagem usual.
Ao verificar a inesperada origem árabe do termo “de araque”, comprovamos a existência do grande mosaico que figura a cultura brasileira. Além de negros, índios e brancos, temos uma outra leva de civilizações que trouxeram consigo hábitos que determinam a construção dos nossos costumes. Sendo assim, temos mais uma lição para os pensadores “de araque” que negam ou criticam a multiplicidade que constrói a identidade do povo brasileiro.
Por Rainer Sousa Graduado em História Equipe Brasil Escola
Ouça guia do festival na voz de suas estrelas. Podcast g1 ouviu tem prévia do evento em entrevistas com Foo Fighters, Black Pumas, Alessia Cara, Pabllo Vittar, Marina Sena, Gloria Groove, Fresno e mais.
Falta uma semana para o Lollapalooza 2022. É pouco tempo para quem já esperou três anos até curtir o festival de novo – foram duas edições canceladas desde a mais recente, em 2019, por conta da pandemia.
O Lolla mais aguardado de todos os tempos vai começar na sexta-feira (25), até o domingo (27). O podcast g1 ouviu faz uma prévia do festival na voz de algumas das suas principais estrelas.
Rashid
No Lolla de 2019, Rashid estava começando seu show no Lolla quando começou uma tempestade de raios. O show teve que parar e não voltou. “Foi um momento muito frustrante. Acho que para todo artista, ainda mais de uma cena alternativa, começando e fazendo rap no Brasil, o palco do Lolla é um dos maiores sonhos profissionais”.
“Agora a minha expectativa novamente está lá em cima, porém já com a experiência de que ‘calma também as coisas podem não sair com planejado’. Mas a expectativa é sempre fazer um grande show e se divertir”.
Rashid — Foto: Kleber de Oliveira /
Gloria Groove
“Lollapalooza é a preparação da minha vida agora. Porque é o lugar onde eu escolhi para estrear esse novo show.”
“Ele tem uma importância gigante para marcar esse esse momento, e eu acredito que pode ser o show da minha vida.”
“O álbum (“Lady Leste”) engloba uma versatilidade grande de estilos, e eu acho que trazer isso para um palco pop do festival pode colocar em tudo em outro patamar.”
“Ao mesmo tempo, eu sinto que eu me preparo para isso a vida inteira. Eu sempre quis ser uma artista de grandes shows e festivais. Lollapalooza para mim é uma confirmação de que ‘Lady Leste’ é a era que eu sempre quis fazer – só não tinha antes a condição de amarrar isso tudo.”
Gloria Groove — Foto:
Pabllo Vittar
“Eu me sinto muito honrada, espero poder representar o Norte e o Nordeste com muita força e muita garra e mostrar essa cultura que é tão rica para todo o Brasil. Estou muito ansiosa mesmo de fazer minhas coreografias, de cantar as músicas e de sentir toda essa vibração nortista no palco do Lolla.”
“Vai desde ‘Vai passar Mal’ a ‘Batidão Tropical’, também (o remix com) Lady Gaga. Vou passear por todos os meus quatro álbuns e levar um pouquinho do “I am Pabllo Tour” para o palco do Lolla, com troca de look, coreografias, arranjos e vocais.”
“Eu lembro da primeira vez que fui como espectadora, e me diverti tanto. Lembro do show da MØ, do Duran Duran e do BaianaSystem, que assisti bem na grade. Voltar agora em 2022 é um sonho realizado.”
“A gente que é artista vai num show e vê a entrega do cantor, com toda aquela luz e a galera gritando… a gente se imagina lá. Graças a Deus esse ano é minha vez. Eu vou arrasar, não vou perder essa oportunidade”, promete.
Pabllo Vittar durante apresentação no festival ‘Corona Capital’, na Cidade do México, neste domingo (21) — Foto: Eduardo Verdugo/AP
Marina Sena
“A gente está preparando um showzão. Alugamos um lugar agora em que a gente vai ensaiar o show como ele é mesmo, cada detalhe, cada fala, cada coisa, cada movimento, cada luz, cada tudo, para ficar realmente um espetáculo bem amarradinho. E bem teatral. Vai ser pequeno, 45 minutos de show. Mas a gente vai tentar fazer eu ser gigante nesse tempo.”
“Eu estou com duas bailarinas no meu show normalmente. Mas no Lollapalooza vai ter mais balé. A gente nunca ensaiou o show como ele é, porque não deu tempo – não tem como, você é engolido pelas demandas. Então você vai ensaiando no show, basicamente, já fazendo.”
“Agora a gente vai parar e entender cada detalhe do show, para ficar tudo bem amarradinho, tal qual uma diva pop tem que agir. Então vai ser bem mais especial, bem mais pensado.”
“E a partir desse show do Lollapalooza os próximos já vão vir com esse mesmo peso. Mas acho que é realmente no Lollapalooza que o show vai subir uns 10 degraus”.
Marina Sena no clipe de ‘Cabelo’ — Foto: Divulgação/Fernando Tomazhttps://d3c074a4f8ec82cfe4e61b3f72abee49.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Foo Fighters
A banda vai tocar no festival logo após lançar no Brasil “Terror no Estúdio 666”. É um filme de horror-zoeira, inspirado na mansão com fama de mal assombrada onde eles gravaram o disco mais recente, “Medicine at midnight”.
Em entrevista sobre o filme, o g1 aproveitou para perguntar se haveria algum elemento do longa no telão ou durante o show. “A gente nem tinha pensado nisso. É uma ideia muito boa mesmo”, respondeu Dave Grohl em tom de brincadeira.
Eles viajaram na ideia e até sugeriram pegar emprestado o Eddie, boneco do Iron Maiden. Dave anda que poderia ter sangue jorrando no público, ainda em clima de piada.
Foo Fighters — Foto:
Black Pumas
O Black Pumas toca no mesmo dia dos Foo Fighers. Com cinco anos de existência e shows lotados, o duo texano faz um som que transita pelo rock, soul e R&B, numa embalagem mais moderna. Há quem chame de soul-psicodélico.
O público pode esperar algo mais complexo do que muita coisa do pop atual. “Escrevo de forma mais complexa, mas apenas porque não sigo a estrutura que ouvimos no TikTok. É menos pop”, disse o vocalista Eric Burton.
Quer referências? “Sou fã de folk music, de Bob Dylan e Neil Young, e também de Marvin Gaye, Al Green, Aretha Franklin, Otis Redding e Wilson Pickett. São todos artistas que me identifico e tento levar para o Black Pumas.” Leia mais sobre os Black Pumas.
Eric Burton e Adrian Quesada, do duo Black Pumas — Foto: Jody Domingue
Fresno
“O que a gente fez não foi nem montar um setlist. A gente montou uma banda. A gente vai ser uma banda maior no Lolla, vai tocar com uma formação maior, que já testou, mas agora vai ser a primeira vez que vai botar todo mundo no palco. É com naipe de metais, percussão, uma doideira”, diz o vocalista Lucas Silveira.
“Então todas as músicas, até as que já são mais batidas, que todo mundo conhece, vão estar sendo executadas numa versão diferente. Isso sim eu acho que faz o cara que está passando lá olhar e falar: ‘Putz, isso aqui é Fresno, mano, que doido’.” Fresno no Lollapalooza.
Clarice Falcão
“Eu acredito muito em fazer um show espontâneo. Pelo menos é o que eu tenho feito com essa turnê. Até o meu primeiro show, ‘Monomania’, era bem teatral, todo roteirizado. Cada fala era totalmente pensada, e eu gostei muito de fazer. Mas eu tenho tido muito prazer em fazer um show espontâneo, em que você não sabe o que vai acontecer. Entender o público, entender qual é a ‘vibe’ da galera, responder as coisas. Alguém grita um negócio… Enfim, eu estou empolgada para sentir o público do Lolla, sabe?”
Clarice Falcão no show ‘Em conserto’ — Foto: Michelle Castilho / Divulgação Circo Voador
Lagum
A banda mineira de pop suave e “good vibes” toca no dia mais roqueiro do Lollapalooza – o domingo, que tem os Foo Fighters como atração principal. Eles vão dar uma turbinada no show, conta o vocalista Pedro Calais:
“A gente pretende fazer um show mais enérgico, com certeza. Mesmo os nossos reggaes, as coisas mais pop, samba… nos nossos shows elas têm sempre uma pitada mais enérgica, porque a gente toca com guitarra, com bateria, que é diferente do estúdio quando a gente usa violões, um beatzinho e vai para uma coisa mais tranquila. Mas esse show vai ser focado para ser o mais enérgico possível.
Lagum toca no Lollapalooza Brasil 2022 no domingo (27) — Foto: Divulgação/Webber Pádua
Alessia Cara
A cantora canadense vai tocar os hits que a transformaram em uma das maiores revelações recentes do pop e do r&b, como “Here”. Mas ela também vai mostrar o seu amor brasileiro pela bossa nova. “Eu não quero entregar, mas pode ser que tenha um pouco aí para o público brasileiro. Como não poderia? Claro, eu amo tanto essa música (brasileira). Vai ter algo, definitivamente. Então eu acho que entreguei (risos). Mas não vou dizer o que é…”, ela provoca.
Alessia Cara — Foto: Shervin Lainez / Divulgação
LP
A cantora de voz imponente do hit “Lost on you” vai mostrar que o ukulele, aquele pequeno instrumento de corda havaiano, não serve apenas para fazer indie-folk fofinho (o fofolk). “Eu não acho que ninguém que canta como eu canto toca ukulele. Mas acho que é um contraste interessante. O instrumento falou para minha alma, me fez sentir alegria. A delicadeza dele é de partir o coração. Na minha opinião é um instrumento profundo. Mesmo que não pareça”.
LP — Foto: Divulgação / Instagram oficial da artista
Contar aos mais novos a história de Araxá e promover a educação patrimonial. É com este objetivo que o projeto Por um Museu Humanizado – Construindo Cidadania, desenvolvido pela Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB), está oportunizando o acesso de alunos do ensino fundamental de escolas públicas aos museus da cidade.
O projeto acontece duas vezes por mês de maneira alternada nos museus Dona Beja e Sacro.
A primeira visita foi com alunos da Escola Estadual Maria de Magalhães no Museu Dona Beja. Após o tour, o monitor promove um bate-papo sobre a história do museu visitado e a importância que ele tem para Araxá.
“Essa iniciativa é importante e buscar despertar nos alunos o conhecimento sobre a riqueza histórica de Araxá. Muita coisa mudou de antigamente em relação a hoje. E trazer isso aos mais novos é necessário, pois foi por meio do antigo que a gente caminhou para a modernidade”, destaca a coordenadora dos museus e idealizadora do projeto, Graça Maria Melo da Silva.
Filhotes foram soltos as pressas por conta das cheias inesperadas do Rio Branco. Tartarugas brancas são consideradas raras.
Os filhotes de tartarugas brancas nasceram no dia 4 de março, no tabuleiro de manejo de reprodução Santa Fé. Em seguida, foram levados para a base do PQA. Até então, haviam duvidas sobre a soltura no rio ou a transferência para Boa Vista.
O caso é considerado raro, segundo o coordenador do PQA. Inicialmente acreditava-se que o filhotes eram albinos, mas depois o Ibama verificou que, na verdade, eram tartarugas brancas, também consideradas raras na natureza.
Tartarugas brancas foram soltas no Rio Branco — Foto: Divulgação/Ibama
Brasiliense Caroline Teixeira ficou entre as 40 mais belas do concurso realizado em Porto Rico.
A representante da Polônia, Karolina Bielawska, de 21 anos, venceu outras 96 concorrentes e foi coroada Miss Mundo na noite desta quarta (16). A 70ª edição do evento foi realizada em Porto Rico.
A brasiliense Caroline Teixeira, 24, representante do Brasil, ficou no grupo das 40 semifinalistas e não avançou.
Em segundo e terceiro lugares, respectivamente, ficaram as misses de Estados Unidos, Shree Saini, e Costa do Marfim, Olivia Yacé.
Completaram ainda o Top 6 as misses de Indonésia, Carla Yules; Irlanda do Norte, Anna Leitch; e México, Karolina Vidales.
Karolina Bielawska, de 21 anos, é a nova miss mundo — Foto: Reprodução / Twitter / Miss Mundo
A última polonesa a vencer o Miss Mundo foi Aneta Beata Kreglicka, em 1989.https://c561df4332baddfee00f6a1cb9ea05a0.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
O evento em Porto Rico corresponde à edição 2021 do concurso, que foi adiado em três meses após um surto de Covid-19 entre as candidatas em dezembro passado.
Polonesa Karolina Bielawska é a nova Miss Mundo — Foto: Reprodução / Instagram
Essa expressão tem gênese ligada à ordenação social do mundo feudal.
Expressão de sentido degradante, “de meia-tigela” é um termo usualmente dirigido contra alguém com o intuito de desqualificar as suas habilidades. Apesar de não ser tão usual nos dias de hoje, essa designação nos conta uma interessante história sobre algumas transformações que aconteciam em Portugal durante a Idade Média. Foi nesse momento que a gíria de sentido fortemente depreciativo foi concebida.
No mundo feudal, a propriedade de terras era o mais importante meio de produção existente. Não por acaso, todo aquele que tinha terras sobre o seu controle ocupava a distinta e privilegiada posição de senhor feudal. Neste posto, um proprietário de terras poderia conduzir uma população de servos que trabalharia em suas terras e pagaria pelo seu uso com a doação de parte da produção agrícola. Em contrapartida, o senhor feudal deveria se ocupar de meios para ampliar e proteger suas propriedades de alguma invasão.
Temendo que a extensão de suas terras diminuísse com o passar das gerações, vários senhores feudais concediam os seus direitos de herança ao seu filho primogênito. Com isso, os demais integrantes da prole do nobre ficavam à mercê de alguma atividade ou posto eclesiástico que lhes garantisse o sustento. Em alguns casos, a busca por um casamento vantajoso, a realização de assaltos nas estradas ou o sequestro de algum grande proprietário.
Foi justo nesse processo de exclusão sócio-econômica que a nossa “maldosa” expressão passou a ganhar a boca de vários castelos medievais lusitanos. Todo aquele filho de nobre que não herdava terras era conhecido como “fidalgo de meia-tigela”. Isso porque ele também era proibido de participar de um importante banquete, ritual onde se fazia a quebra de todos os pratos, louças e tigelas que serviam as refeições. Por fim, sobrava ao pobre filho de nobre os restos de sua posição social, ou seja, as meias-tigelas.
Por Rainer Sousa Graduado em História Equipe Brasil Escola
A Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB) iniciou o registro de grupos de Congado e Folias de Reis como bens patrimoniais imateriais de Araxá junto ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). O projeto visa a preservação como uma forma de manter viva as culturas populares do município.
Para o processo de registro, no primeiro momento será realizada uma pesquisa documental e de campo para levantar informações sobre o surgimento dos grupos, quem são seus representantes e como eles desenvolvem suas atividades em Araxá.
Por meio das informações coletadas, será elaborado um dossiê com os dados e um videodocumentário de 30 minutos será produzido, juntamente com um catálogo, que terá uma linguagem mais popular. O levantamento será feito por historiadores, antropólogos e musicólogos.
“Esse dossiê e os outros materiais serão encaminhados ao Iepha e ficarão sujeitos à aprovação. Só depois que o instituto aprovar podemos oficializar os grupos como um bem cultural do município”, explica o historiador da FCCB, José Antônio de Ávila Oliveira.
A estimativa é que Araxá tenha seis grupos de Congado e cerca de 30 Folias de Reis em atividade. De acordo com José Antônio, o número concreto só poderá ser confirmado após a conclusão das pesquisas.
“Todas as manifestações populares têm uma relevância, um sentido histórico. Se não houver a preservação e a reprodução do bem, a tendência é que ele acabe. Por isso, a fundação está trabalhando com a salvaguarda, que é a preservação, manutenção e reprodução. Esse registro também é importante para que o Poder Público possa apoiar mais de perto e com algum suporte financeiro esses movimentos culturais”, destaca.
Eventos culturais
Para proporcionar mais incentivo às políticas culturais, a FCCB iniciou as tratativas para apoiar os eventos ligados aos grupos, como a 30ª Festa em Louvor à Mártir Filomena, que voltará a acontecer após dois anos, entre os dias 28 de abril e 1º de maio, e o 56° Encontro Regional de Congados e Moçambiques, que ocorrerá no mês de junho.
“Além de apoiar as festas tradicionais destes grupos que acontecem anualmente, o intuito da fundação é de registro e preservação. Valorizamos o que conhecemos e buscamos também a valorização dessas pessoas que fazem parte dessa cultura há anos. Com isso, futuramente elas poderão pleitear projetos via leis de incentivo”, ressalta a presidente da FCCB, Cynthia Verçosa.