A atriz Fernanda Montenegro oficializou sua candidatura a uma vaga na Academia Brasileira de Letras (ABL), nesta sexta-feira, 6. No dia anterior, o cantor e compositor Gilberto Gil também revelou seu interesse em se tornar imortal. Fernanda deverá disputar a cadeira de número 17, que pertenceu a Affonso Arinos de Mello Franco, morto em março do ano passado. “Enviamos a carta para a candidatura da cadeira número 17, que pertenceu ao saudoso acadêmico Affonso Arinos”, informou a assessoria de Fernanda Montenegro.
A vacância foi oficialmente declarada após a cerimônia da Sessão da Saudade, na ABL, em homenagem a Arinos. Já Gilberto Gil ainda não se decidiu se oficializa sua candidatura pela cadeira de Murilo Melo Filho ou a de Alfredo Bosi, que logo deverão ser declaradas vagas: na quinta-feira da semana que vem, dia 12, será a de Murilo Melo Filho (cadeira de número 20); no dia 19, a de Alfredo Bosi (12) e, no dia 26, a de Marco Maciel (39).
O Poetinha deixou saudades, mas também deixou cartas, rascunhos e manuscritos que agora podem ser acessados gratuitamente, com apenas um clique. O projeto Acervo Digital Vinicius de Moraes possui 11 mil documentos originais, e foi idealizado e coordenado por Julia e Marcus Moraes, neta e sobrinho-neto de Vinicius, respectivamente.
Vinicius de Moraes ganha acervo digital (09.jul.2021)Foto: Reprodução / CNN
Vinicius de Moraes era poeta, compositor, cantor, jornalista, diplomata, cronista e, como define a neta Julia Moraes um homem que “amava o amor”. Um dos maiores artistas brasileiros partiu há 41 anos, neste dia 9 de julho.
O objetivo é preservar digitalmente os arquivos, incentivar a pesquisa e democratizar o acesso à obra do poeta. Manuscritos e datiloscritos revelam particularidades do processo de criação do artista ao longo de quase 50 anos da vida e obra.
O acervo, agora digitalizado, foi doado no final da década de 1980 pela família de Vinicius de Moraes ao Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. São materiais que revelam o coração, a cabeça e o talento de Vinícius bem na ponta da sua caneta. Um Vinícius nu e cru, que também pisava na terra dos mortais, que errava e acertava.
“Você entende que esse processo não é só feito de acertos. Existe uma busca e um empenho muito grande dele nesse encontro da palavra perfeita. Dessa simplicidade poética”
Julia Moraes, neta de Vinicius de Moraes
Toquinho, parceiro musical de Vinicius por pelo menos uma década, falou à CNN com carinho de uma história que confirma isso:
“Me lembro que uma vez cheguei na casa dele e ele estava olhando o quintal dele lá na Bahia, e tinha um pavão, um peru, um gato e um cachorro. Aí ele olhou assim para mim e falou: Olha, Toquinho, estou aprendendo mais com esses bichos, com a harmonia que eles têm, do que com toda humanidade que conheci.”
Toquinho
Escrever o mundo, os sentimentos e a vida de forma simples, não é fácil. Vinícius era incansável na busca pela palavra certa.
Doutor e mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Miguel Jost lembra uma obra do poeta que mostra o quanto ele era criterioso na finalização dos seus escritos:
“Um poema muito importante na obra de Vinicius, ‘O Haver’, que você vai encontrar, por exemplo, no site, três versões distintas que denotam de forma muito interessante o rigor do Vinicius na forma final do poema”
Miguel Jost, doutor em Letras pela PUC-Rio
Também foi com muito talento que Vinicius deixou sua marca no cenário cultural, observando o entorno. Pensando e criando a partir do que estava em sua volta, como o Rio de janeiro, um dos seus cenários preferidos. E cada particularidade da cidade maravilhosa inspirava o Poetinha, como foi mostrado em um dos seus maiores sucessos: “A Garota de Ipanema”.
A canção que descreve Helô Pinheiro, na época, a menina de 17 anos, que passava por ele, “a caminho do mar”, foi composta em parceira com Tom Jobim e se tornou o hino da bossa nova. Rompeu fronteiras e se transformou na segunda música mais regravada de todos os tempos, ficando atrás apenas de “Yesterday”, dos Beatles. A canção foi interpretada por artistas consagrados, ganhou prêmios e levou para o mundo algumas paixões do nosso Poetinha: o Rio, o mar e as mulheres.
Durante sua vida e obra, Vinicius se deu, se doou e nos presenteou com músicas inesquecíveis, com versos simples, mas de sentimentos profundos. O artista era um apaixonado que nos ensinou a amar, e seu legado não para por aqui. A cultura brasileira tem muito de Vinicius, para nós e para as próximas gerações. Ainda bem. Como disse o poeta, “que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.
A partir do final dos anos 1960 participou de festivais regionais de música e de poesia, tendo realizado inúmeros shows em cidades do interior de Minas Gerais. Nos anos 70, mudou-se para São Paulo onde morou por dez anos, período no qual trabalhou com o cantor, humorista e ator Saulo Laranjeira, também oriundo de Pedra Azul. Retornou depois para Minas, se fixando em Belo Horizonte onde até hoje reside.
Durante o tempo em que viveu em São Paulo gravou seus três primeiros discos. O LP de estreia fez grande sucesso com a canção que lhe dá o título: “Jardim da Fantasia”, popularmente conhecida como “Bem-te-vi”.
Com um estilo que varia do romântico à MPB, fortemente influenciada pelo Clube da Esquina, e com algumas composições de chorinhos, Paulinho Pedra Azul tem 21 discos gravados, a maioria deles independentes, tendo vendido cerca de 500 mil exemplares de toda a sua obra. É também autor de 200 telas a óleo e acrílico e de 15 livros, dentre eles “Delírio Habanero – Pequeno Diário em Cuba”, escrito durante visita à ilha de Fidel Castro.
Apesar de não ser um constante frequentador da mídia de massa, Paulinho Pedra Azul consegue ser conhecido por um segmento específico que envolve principalmente universitários. Pesquisa feita pela AMAR (Associação de Músicos, Arranjadores e Regentes), o destacou como o segundo cantor mais conhecido de Minas Gerais, perdendo apenas para Milton Nascimento.
A sua canção mais conhecida é “Jardim da Fantasia”, que, segundo o próprio Paulinho, é apelidada de Bem-te-vi. A música teria sido feita para uma noiva falecida do compositor, mas ele nega isto.
Carreira
Discografia
1982 – Jardim da fantasia (RCA/BMG/Ariola) LP/CD
1984 – Uma janela dentro dos meus olhos (Independente) LP
1986 – Sonho de menino (Independente) LP
1988 – Pintura (Independente) LP
1989 – Papagaio de papel (Independente) LP
1990 – Mais uma vez (Clave de Lua) LP
1991 – Paulinho Pedra Azul-10 anos/Coletânea (Clave de Lua) LP/CD
1992 – Uma história brasileira (Clave de Lua) LP/CD
1994 – Quarenta (Velas/Clave de Lua) CD
1995 – Vivo (Velas/Clave de Lua) CD
1997 – 15 Anos (Clave de Lua) CD
1997 – O Instrumental Encantado (Clave de Lua) CD
1997 – As Estações Do Homem (Clave de Lua) CD
1998 – Alma Expressa (Coletânea) (1998) (Clave de Lua) CD
1999 – E Lá Vou Eu NEssa Estrada (Escola de Canto Babaia) (Independente) CD
1999 – Samba Canção (Clave de Lua) CD
2000 – As Canções de Godofredo Guedes – Paulinho Pedra Azul e Wagner Tiso (NS Produções) CD
2002 – 20 Anos (Clave de Lua) CD
2004 – Os 50 Anos de Paulinho Pedra Azul (Clave de Lua) CD
2006 – 25 Anos (Clave de Lua) CD
2008 – Lavando A Alma (Clave de Lua) CD
2011 – Paulinho Pedra Azul – 30 Anos (Som Livre) CD
2016 – Paulinho Pedra Azul – 35 Anos de Carreira (Coletânea) (Independente)
2017 – Paulinho Pedra Azul – 35 Anos de Carreira Volume 2 (Coletânea)(Independente)
2018 – Paulinho Pedra Azul – 35 Anos de Carreira Volume 3(Coletânea)(Independente)
2019 – Paulinho Pedra Azul – 35 Anos de Carreira Volume 4 (Coletânea)(Independente)
Livros publicados
1978 – Pedaço de Gente – Independente.
1984 – Borboleta Branca com Cheiro de Cravo (Infantil) – Independente.
2000 – Placa de Prata do Colégio Pampulha – Belo Horizonte.
2000 – Placa de Prata do Colégio Pitágoras Cidade Jardim – Belo Horizonte.
2000 – Troféu SESC/SATED – Melhor trilha sonora peça infantil “Soltando os bichos” – Parceria com Gilvan de Oliveira.
2002 – Troféu SESC/SATED – Melhor trilha sonora peça infantil “História sem pé nem cabeça” – Parceria com Sérgio Abritta e Geraldinho Alvarenga.
2002 – Troféu Bonsucesso de Artes Cênicas – AMPARC – Melhor trilha sonora peça infantil “História sem pé nem cabeça” – Com Sérgio Abritta e Geraldinho Alvarenga (2002).
2004 – Troféu Carlos Drummond de Andrade “Noite dos Notáveis” – Itabira.
Ney de Souza Pereira (Bela Vista, 1 de agosto de 1941), mais conhecido como Ney Matogrosso, é um cantor, compositor, dançarino, ator e diretorbrasileiro. Ex-integrante dos Secos & Molhados (1973-1974), foi o artista que mais sobressaiu do grupo após iniciar sua carreira solo com o disco Água do Céu – Pássaro (1975) e com suas apresentações subsequentes. É considerado pela revista Rolling Stone como a terceira maior voz brasileira de todos os tempos e, pela mesma revista, trigésimo primeiro maior artista brasileiro de todos os tempos. Embora tenha começado relativamente tarde, das canções poéticas e de gêneros híbridos dos Secos e Molhados ele passou a interpretar outros compositores do país, como Chico Buarque, Cartola, Rita Lee, Tom Jobim, construindo um repertório que prima pela qualidade e versatilidade. Em 1983, completava dez anos de estreia no cenário artístico e já possuía dois Discos de Platina e dois Discos de Ouro, inclusive pela enorme repercussão da canção “Homem com H” de 1981.[1]
Como iluminador de espetáculos, tem supervisionado toda a produção da área em suas próprias apresentações e também merece destaque seu trabalho de iluminação e seleção de repertório no show Ideologia (1988) de Cazuza e no show Paratodos de Chico Buarque em 1993,[1] ao que afirma: “quero que as luzes provoquem sensações nas pessoas”.[2] Matogrosso também tem atuado recentemente no cinema: estreou em 2008 no curta-metragem Depois de Tudo, dirigido por Rafael Saar, e no filme Luz das Trevas de 2009, dirigido por Helena Ignez.[1]
Atribuem a sua maquiagem cênica e seu vestuário exótico desde os anos 70 uma certa mudança de conceitos sobre o comportamento masculino apropriado no Brasil.[3] Segundo Violeta Weinschelbaum, “o magnetismo de sua figura, a atração decididamente sexual que Ney Matogrosso produz sobre o palco é algo inimaginável.”[4] A biógrafa Denise Pires Vaz também escreve: “Dos cantores brasileiros, Ney Matogrosso é um dos poucos, senão o único, que pode merecer o título de showman.”
Biografia
Filho de Antônio Matogrosso Pereira e Beita de Souza Pereira, seu pai era militar, Ney teve uma infância nômade, mudando de cidade com frequência. O nome artístico que adotou mais tarde é uma referência a seu estado de nascimento: Mato Grosso do Sul. Ney nasceu na cidade de Bela Vista, fronteira com o Paraguai.[6] É considerado um dos intérpretes brasileiros mais importantes e produtivos no cenário artístico. Seu nome artístico Ney Matogrosso foi adotado por ele somente em 1971, quando se mudou para São Paulo.[7] Desde cedo demonstrou dotes artísticos: cantava, pintava e interpretava. Teve a infância e a adolescência marcadas pela solidão, pois se sentia incompreendido pela família e diferente dos outros meninos. Ao completar 18 anos assumiu sua homossexualidade, e decidiu deixar a casa de sua família para ingressar na Aeronáutica. Nesta época Ney ainda estava indeciso quanto à futura profissão. Gostava de ler sobre teatro e música, e desde a adolescência cantava em bares e cabarés de sua cidade natal e cidades próximas, com um grupo de amigos seus, todos os fins de semana. Desistiu, então, de servir as forças armadas, e acabou indo morar em Brasília, na casa de seu primo, onde começou a trabalhar no laboratório de anatomia patológica do Hospital de Base do Distrito Federal. Alguns anos depois, foi convidado para participar de um festival universitário, onde chegou a formar um quarteto vocal. Depois do festival, atuou dançando e cantando em um programa de televisão. Também concentrou suas atenções no teatro, decidido se profissionalizar na área e ser ator. Atrás deste sonho, deixou a Capital Federal e desembarcou no Rio de Janeiro em 1966, onde passou a viver da confecção e venda de peças de artesanato em couro. Ney adotou completamente a filosofia de vida hippie.[carece de fontes]
Início da carreira
Ney Matogrosso durante o início de sua carreira.
Neste período, viveu entre o Rio, São Paulo e Brasília, até conhecer o produtor musical João Ricardo, que procurava um cantor de voz aguda para um conjunto musical e convidou Ney para ser o cantor do grupo Secos & Molhados, com o qual gravou dois discos, ambos autointitulados e lançados pela extinta gravadora Continental, entre 1973 e 1974. O álbum chegou a marca de um milhão de cópias vendidas e gerou vários sucessos, como Rosa de Hiroshima, poema de Vinicius de Moraes musicado por Gerson Conrad, O Vira de Luli e João Ricardo, Sangue Latino de João Ricardo e Paulinho Mendonça, O Patrão Nosso de Cada Dia de João Ricardo, e no segundo álbum o destaque foi para Flores astrais de João Ricardo, em parceria com João Apolinário.
Saiu dos Secos & Molhados em 1974 e no ano seguinte lançou o primeiro disco solo, Água do Céu – Pássaro (também conhecido como O homem de Neanderthal em referência à faixa homônima de abertura, de autoria de Luís Carlos Sá, e por ter sido o título do antológico primeiro espetáculo da carreira solo), que vinha numa capa de papelão cru, com Ney Matogrosso pintado, vestido com pelos de macaco, chifres e pulseiras de dentes de boi, apresentando sonoridade vanguardista, com músicas interligadas por sons da floresta, macacos, ventanias, água corrente e pássaros. Foi considerado extravagante demais e obteve vendagem inexpressiva, destacando no repertório as músicas América do Sul de Paulo Machado e o mambo Kubanacan, além da regravação de um fado de Amália Rodrigues (Barco negro) e canções de Milton Nascimento/Rui Guerra e João Bosco/Aldir Blanc (Bodas e Corsário, respectivamente), além das músicas Açúcar candy (de Sueli Costa e Tite de Lemos) e Idade de ouro (de Jorge Omar e Paulo Mendonça); o trabalho foi distribuído juntamente com um compacto, que apresentou duas músicas que ele gravou na Itália com o músico e compositor argentino Astor Piazzola: As Ilhas e 1964. Em 1976 veio o reconhecimento com o disco Bandido. A canção Bandido Corazón, no repertório deste foi composta por Rita Lee, tornou-se um grande sucesso na voz de Ney. Além desta, o disco trazia, dentre outras, as músicas Pra não morrer de tristeza de João Silva e Caboclinho, Trepa no coqueiro de Ari Kerner, Gaivota (de Gilberto Gil), Usina de prata de Rosinha de Valença e Mulheres de Atenas (Chico Buarque, em parceria com Augusto Boal), contando com a produção musical da violonista Rosinha de Valença com direção musical do empresário Guilherme Araújo. Nessa época, Ney escandalizava o Brasil. Bandido é considerado o espetáculo mais ousado da carreira do cantor e performático Matogrosso.
Na sequência, vieram: Pecado (1977), que trouxe músicas do espetáculo calcado na divulgação do disco anterior que ainda não haviam sido registradas em disco; este também foi o último trabalho feito para a gravadora Continental, em um repertório que misturou rock (Metamorfose ambulante de Raul Seixas e Com a boca no mundo de Rita Lee, em parceria com Luís Sérgio e Lee Marcucci), bossa nova (Desafinado, de Tom Jobim e Newton Mendonça), tango (Retrato marrom, de Fausto Nilo e Rodger Rogério), San Vicente de Milton Nascimento e Fernando Brant, e as regravações das músicas Da cor do pecado, de Bororó – com a participação especial do grupo Regional do Evandro – e Sangue latino, esta última consagrada pelo grupo Secos & Molhados e ainda originou um especial gravado para a Rede Bandeirantes, Feitiço e Seu Tipo, nos anos 1970. Os dois últimos contaram com a produção de Mazzola, nome que seria recorrente em sua discografia a partir desta época.
O álbum Feitiço (1978) marcou a estreia na gravadora WEA, e trouxe alguns sucessos como Bandoleiro, da dupla Luli e Lucina, Mal necessário de Mauro Kwitko, a regravação de O Tic-Tac do Meu Coração, de Alcir Pires Vermelho e Valfrido Silva (sucesso de Carmen Miranda em 1935), Dos Cruces de Carmelo Larrea, e o frevoNão existe pecado ao sul do Equador, de Chico Buarque e Rui Guerra, cujo arranjo evoca a batida da disco music, que naquela época, já era executada no Brasil inteiro; a regravação da canção, originalmente gravada pelo autor 5 anos antes no censurado álbum Calabar, impulsionou as vendas do álbum e foi utilizado como tema de abertura da novela global Pecado Rasgado, de Sílvio de Abreu. Já em Seu Tipo (1979), onde tirou pela primeira vez a fantasia para se apresentar de cara limpa, o repertório foi puxado pela faixa-título, de autoria do então desconhecido Eduardo Dusek em parceria com Luís Carlos Góis, bem como Tom Jobim (Falando de amor) e canções de Fátima Guedes e Joyce, compositoras que despertavam na emergente cena feminina de 1979 (Dor medonha e Ardente, respectivamente), a regravação de Rosa de Hiroshima de Gerson Conrad sobre poema de Vinícius de Morais, Tem gente com fome (poema de Solano Trindade musicado por João Ricardo) e Encantado (versão de Caetano Veloso para Nature boy de autoria de Eden Ahbez, sucesso de Nat King Cole), dentre outras.
Repertório e características
Ney terminou a década de 1970 e começou a de 1980 totalmente transgressor, sendo ameaçado várias vezes pelo regime militar. Nesse período, Ney lançou alguns dos maiores sucessos: Homem com H, Vida, Vida, Pro dia nascer Feliz, Vereda Tropical, Amor Objeto, Seu tipo, Por debaixo dos panos, Promessas demais, Tanto amar, Ando meio desligado, Sangue latino, entre outros.
É considerado um dos principais precursores da androginia enquanto estética de arte, desenvolvida inicialmente com a Tropicália. Apresentando coreografias erotizantes e expondo sua masculinidade como um contraponto à ousadia nos tempos de chumbo, Ney acaba por influenciar toda uma geração de artistas. Também é coreógrafo, iluminador e dançarino, atuando como diretor geral de seus espetáculos musicais; o espetáculo Sou eu, dirigindo Simone, foi considerado o melhor do ano (1992), um espetáculo de Cazuza (O tempo não pára), RPM e ganhou o extinto Prêmio Sharp de Música com os temas Gilberto Gil e Ângela e Cauby de Ângela Maria e Cauby Peixoto. Atuou também como ator de cinema (no longa-metragemSonho de valsa, de Ana Carolina e no curta Caramujo flor de Joel Pizzini), foi responsável pela iluminação de espetáculos de Nana Caymmi, Nélson Gonçalves, Chico Buarque, da Fundação Osvaldo Cruz e peças de teatro, como Somos irmãs e Mistério do amor.
Década de 1980
Começou a década de 1980 com o álbum Sujeito Estranho, de 1980, produzido por Gutti Carvalho, que não obteve maior repercussão; no repertório, todo composto por canções apresentadas no espetáculo Seu tipo mas que não haviam sido gravadas no álbum homônimo, destaque para a canção Napoleão da dupla Luli e Lucina – a faixa de abertura do álbum -, duas canções de Rita Lee (Doce vampiro e Ando meio desligado, esta última em parceria com Arnaldo e Sérgio Baptista) e duas regravações da cantora e compositora Ângela Rô Rô, lançadas por ela no primeiro álbum no ano anterior: Balada da arrasada e Não há cabeça. Prosseguiu com o álbum autointitulado de 1981, que marcou a estreia na gravadora Ariola. O álbum contou com a produção de Mazzola, arranjos de César Camargo Mariano e Lincoln Olivetti, trazendo alguns êxitos como Viajante de Teresa Tinoco, Amor objeto (Rita Lee e Roberto de Carvalho), a marchinha Folia no matagal (de Eduardo Dusek e Luís Carlos Góis, que dois anos antes foi gravado por Maria Alcina, não obtendo sucesso), Vida vida (tema de abertura da novela global Jogo da Vida de Sílvio de Abreu) e principalmente o forróHomem com H, de Antônio Barros, que a princípio não queria gravar, o fez depois de muita insistência e se tornou um dos maiores sucessos da carreira, e a participação especial da cantora Gal Costa e da Orquestra Tabajara na faixa Espinha de bacalhau, de Severino Araújo – com arranjo e regência do próprio – e Fausto Nilo.
No ano seguinte lançou o álbum Mato Grosso, produzido por Mazzola, que não obteve o total êxito artístico do disco lançado no ano anterior; o trabalho emplacou outro tema de abertura em novela global, no caso Promessas demais utilizada na abertura da novela Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa, com destaque também para Por debaixo dos panos de Cecéu, Primeiro de abril, de Antônio Brasileiro e Roderiki, Alegria Carnaval, de Jorge Aragão (que misturou disco-music à samba-enredo, contando com uma minibateria de escola de samba) e Tanto amar, de Chico Buarque – lançada pelo cantor e compositor no ano anterior -, e a canção Johnny pirou teve a execução pública proibida à época do lançamento do disco, que contou inclusive com a participação especial de Rita Lee na faixa Uai uai, composta por ela e o marido Roberto de Carvalho.
Em 1983 lançou o disco …Pois É, com faixa-título de John Neschling e Geraldo Carneiro, cujos maiores sucessos foram Pro Dia Nascer Feliz (gravada também pelo grupo Barão Vermelho e composta pelos integrantes desta, Cazuza e Frejat) e a paródia Calúnias – Telma eu não sou gay (da música americana Tell me once again), com a participação especial do grupo João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, e incluiu também um pot-pourri, que abria o álbum, contendo as regravações dos sucessos ao longo de dez anos de carreira, completados naquele ano.
O álbum subsequente, Destino de Aventureiro, de 1984, com faixa-título de Eduardo Dusek e Luís Carlos Góis, que contou com a participação especial do grupo Placa Luminosa, cujo repertório incluiu músicas do espetáculo calcado na divulgação do trabalho anterior, trouxe duas regravações: uma do grupo Barão Vermelho (Por que a gente é assim, de Frejat, Cazuza e Ezequiel, que não obteve o mesmo sucesso da canção gravada no disco anterior), e a música Retrato marrom – gravada pelo cantor sete anos antes, além da canção Pra virar lobisomem de Cecéu e o boleroVereda Tropical, de Gonzalo Curiel, utilizado como tema de abertura da novela homônima global, de Carlos Lombardi. O último trabalho nesse caminho foi Bugre (1986), época onde o rock brasileiro se expandiu no mercado fonográfico, por isso o disco apresentou uma sonoridade pop com alta dose de eletrônica, onde o cantor mostrava seu lado compositor assinando músicas com Leoni (Dívidas de amor) e a dupla Paulo Ricardo e Luiz Schiavon, ex-integrantes do grupo RPM; no repertório, destaque para a regravação de um sucesso do grupo Os Mutantes, Balada do louco, de Rita Lee e Arnaldo Baptista, trazendo também algumas canções como o samba-enredoHistória do Brasil de Jorge Aragão e Nilton Barros, Fratura não exposta de Pisca, Cazuza e Ezequiel Neves, e a rumbaLas Muchachas de Copacabana, de Chico Buarque, gravada também no álbum Malandro produzido por Homero Ferreira e Carlinhos Vergueiro, tendo sido incompreendido por público e crítica.
Com o relativo fracasso de Bugre, em 1987 Ney Matogrosso entra em uma nova fase: com o elogiadíssimo LPPescador de Pérolas, lançado pela gravadora CBS[desambiguação necessária], gravado ao vivo na temporada do projeto A luz do solo, ele mostra uma faceta mais segura. Abandona as maquiagens, veste um terno e atrai um novo público. O repertório deste apresentou clássicos da música brasileira e latina (Dos Cruces de Carmelo Larrea – esta já gravada pelo cantor -, Alma llanera de Pedro Elias Gutierrez – que viria a ser regravada dois anos depois – e a célebre Bésame mucho de Consuelo Velásquez – compositora mexicana), uma ária de ópera (no caso, Mi Par D’udir Ancora – I Pescatori di Perle de Bizet), foi apresentado no teatro Carlos Gomes (compositor campineiro a quem homenageou com a canção Quem sabe, no repertório deste), contou com a participação especial de quatro músicos: Rafael Rabello (violão), Arthur Moreira Lima (piano), Paulo Moura (sax) e Chacal (percussão).
Motivado pelo êxito artístico e comercial deste, prosseguiu com o denso álbum Quem Não Vive Tem Medo da Morte (1988), que não obteve repercussão e a primeira tiragem deste em CD foi pequena e produzida na época do lançamento; no repertório, algumas canções como Dama do cassino (Caetano Veloso), Todo o sentimento (Chico Buarque, em parceria com o pianista Cristóvão Bastos) – esta, já gravada por Chico no ano anterior -, Tudo é amor (Cazuza e Laura Finochiaro), Felicidade zen de Arnaldo Brandão e Tavinho Pais, Vamos pra lua de Pisca e Ronaldo Bastos, Caro amigo de Lucio Dalla – cantor e compositor italiano -, Aluísio Reis e Byafra – as duas últimas canções foram impostas pela CBS -, e Chavão abre porta grande (Itamar Assumpção). Em 1989 lançou o álbum Ao Vivo, o último para a extinta gravadora CBS, a qual pouco tempo depois se transformaria na Sony Music, gravado na casa Olympia (SP) em 11 e 12 de março de 1989, voltou a se apresentar com fantasia, o repertório trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras músicas as quais nunca havia gravado, como Comida (do repertório do grupo Titãs) e O beco (gravada originalmente pelo grupo Os Paralamas do Sucesso), além da regravação da música Morena de Angola (Chico Buarque), sucesso na voz de Clara Nunes.
Década de 1990 e projetos especiais
Durante a década de 1990 voltou a trabalhar com Raphael Rabello (no elogiadíssimo álbum À Flor da Pele, de 1991, lançado pela gravadora Som Livre, que trouxe releituras de clássicos da MPB), e ao transferir-se para a extinta gravadora PolyGram (atualmente Universal Music), gravou o álbum As Aparências Enganam em 1993, junto com o grupo Aquarela Carioca e também álbuns dedicados a intérpretes/compositores, como um abordando o repertório da Sapoti, Angela Maria (Estava Escrito, 1994). Seis músicos participaram do projeto: Leandro Braga (direção musical, arranjos e piano), Bruce Henry (baixo), Fábio Nim (violão), Zero (percussão), Márcio Montarroyos (trompete e flugelhorn) e as participações especiais de Cláudio Jorge (violão) nas faixas Amendoim torradinho de Henrique Beltrão e Nem eu de Dorival Caymmi, e da homenageada na faixa Só vives pra lua, de Othon Russo e Ricardo Galeno. Já o grupo Aquarela Carioca é formado por: Paulo Brandão (baixo e violão), Lui Coimbra (violoncelo, violão e charango), Mário Sève (saxofone, flauta, flautim e Wind Control Yamaha), Paulo Muylaer (guitarra, viola e flauta) e Marcos Susano (pandeiro e percussão). O álbum Estava Escrito (1994) dedicado a Ângela Maria, foi o último a ter versão em vinil, que trouxe o mesmo número de músicas que a versão em CD, porém com a ordem das faixas levemente alterada.
Prosseguiu com outro álbum só com canções de Chico Buarque (o elogiadíssimo Um Brasileiro, 1996) todos produzidos por Marco Mazzola, um voltado para as canções da dupla Tom Jobim e Heitor Villa-Lobos (O Cair da Tarde, 1997); dois em homenagem a Cartola (Ney Matogrosso Interpreta Cartola, 2002 e Ney Matogrosso Interpreta Cartola Ao Vivo, de 2003), e o elogiado Batuque, lançado em 2001, apenas com canções anteriores à revolucionária década de 1960, priorizando canções de Carmen Miranda, além de um disco com canções inéditas, homenageando compositores da nova geração (Olhos de Farol, 1999). O espetáculo calcado na divulgação deste último acabou por gerar um CD ao vivo (Vivo, gravado no Rio de Janeiro em 12, 13 e 14 de novembro e lançado no final de 1999), e também um DVD,gravado no palco do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, em Julho de 1999, cujo repertório abordou regravações dos antigos sucessos entre outras canções do álbum de estúdio anterior, bem como algumas músicas inéditas na voz. A produção foi assinada por João Mário Linhares, que produziria a partir do referido O Cair da Tarde todos os seus discos – alguns em parceria – e Zé Nogueira.
Década de 2000
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, sobre o álbum Batuque, no qual contou com a participação especial do grupo Nó em Pingo D´Água em várias faixas, declarou: Eu conhecia essas canções sem saber porque as ouvia desde criança. Mas não faço um espetáculo da época de resgate, porque essas músicas não se perderam. Estão à disposição de quem as quiser cantar e gravar. A seleção de repertório contou com a colaboração de quatro pesquisadores (Jairo Severino, Zuza Homem de Mello, Paulinho Albuquerque e Fausto Nilo), originando também um espetáculo homônimo que saiu em DVD. Apesar de trazer várias canções gravadas por Carmen Miranda, a Pequena Notável, Ney revelou não se tratar de uma homenagem a cantora: Não estou prestando uma homenagem a Carmen, não quis me limitar a ela. Mas o melhor daquelas décadas passava por ela mesmo. Eu teria que passar, inevitavelmente. As luzes e cenários foram dirigidos pelo próprio Ney, definido por ele como de teatro de revista. Já o figurino contou com a assinatura do estilista Ocimar Versolato: É extravagante, embora sóbrio, mas é erótico porque é todo preto, explicou em entrevista ao jornalEstadão.
Já o disco dedicado a Cartola surgiu junto com a publicação de um livro com várias fotos, de suas fases da carreira. Ousar ser, lançado em 2002, trouxe 272 páginas, e também 135 fotos de Luís Fernando Borges da Fonseca, sobre os espetáculos que projetou ao longo da carreira, revelando mudanças e contou com depoimentos do artista. O disco contou com a participação especial de cinco músicos: Ricardo Silveira (violão e arranjos), Marcelo Gonçalves (violão sete cordas), Zero (percussão), Zé Nogueira (saxofone) e Jorge Hélder (baixo e cavaquinho), e o coro As Gatas na faixa Ensaboa O espetáculo também originou um CD ao vivo, bem como um DVD – gravado em novembro de 2002 no Centro Integrado de Cultura em Florianópolis (SC), contando também com a participação do músico Celso José (Celsinho) da Silva (percussão) e foi sucesso de público e crítica, contando inclusive com apresentações no exterior. Ainda em 2003, a canção Kubanacan gravada no primeiro álbum solo, foi o tema de abertura da telenovela homônimaglobal, de Carlos Lombardi.Ney Matogrosso no Auditório Ibirapuera, São Paulo, 2006.
Em 2004 voltou aos meios de comunicação com o projeto Vagabundo, em que canta com o grupo carioca Pedro Luís e a Parede com produção de Carlos Matau, obtendo relevante sucesso de público e crítica, originando também um espetáculo homônimo, do qual saiu o álbum ao vivo e o DVD, gravado na casa Olympia (SP) em 15 de julho de 2005, com a participação especial também dos músicos Glauco Cerejo (saxofone e flauta) inclusive produtor do álbum, Pedro Jóia (violão e alaúde) e Ricardo Silveira (guitarra). Ainda em 2005, chegou às lojas o álbum e DVDCanto em qualquer canto, gravado ao vivo no SESC Pinheiros, que trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras releituras de sucessos alheios e duas canções inéditas (Uma canção por acaso e Duas nuvens, ambas de autoria de Pedro Jóia e Tiago Torres da Silva). O projeto contou com a participação especial de quatro músicos: Pedro Jóia (violão e alaúde), Ricardo Silveira (guitarra e violão de aço), Marcelo Gonçalves (violão sete cordas) e Zé Paulo Becker (violão e viola caipira).
Ney mantém no estado do Rio de Janeiro uma área de preservação ambiental para micos-leões-dourados, espécie ameaçada de extinção. Estreou no segundo semestre de 2007 um dos espetáculos mais comentados, Inclassificáveis, originando um CD, lançado pela gravadora EMI com produção de Ricardo Fábio, gravado em dezembro e um DVD. Este permaneceu em cartaz até 2009 contando com apresentações pelo Brasil inteiro, com visual impactante e andrógeno, e sonoridade comportando apenas guitarra, violão, percussões, programações e baixo.Ney Matogrosso apresentando-se durante o show Inclassificáveis, 2008.
Em junho de 2008 os 15 primeiros discos do artista foram reeditados em CD, na caixa Camaleão, que também trouxe um CD com gravações avulsas, em participações especiais do artista em projetos especiais e discos de outros artistas, bem como sobras de estúdio, fonogramas de compactos raros, registros ao vivo e músicas gravadas exclusivamente para a trilha sonora de novelas e filmes (Pérolas raras) e outro trabalho coletivo, com Caetano Veloso e João Bosco (Brazil Night – Montreux 83), gravado ao vivo em Montreux, na Suíça, em 9 de julho de 1983; Ney apresentou o espetáculo Mato Grosso, cujo repertório era baseado no trabalho homônimo lançado em 1982; o repertório do referido álbum trouxe as músicas Deixar você e Andar com fé – ambas de Gilberto Gil -, Napoleão (apresentada no álbum Sujeito Estranho) e Folia no matagal (do repertório do álbum autointitulado de 1981). Alguns destes trabalhos eram inéditos no formato digital, como os cultuados Água do céu Pássaro, Bandido, Pecado e Mato Grosso. Os álbuns estavam fora de catálogo há tempos e trouxeram capas, contracapas e encartes originais dos LPs completos (na edição anterior o encarte havia sido suprimido ou reduzido), letras de todas as músicas e texto interno com a história do álbum no encarte redigido pelo jornalista e crítico musical Rodrigo Faour, que também idealizou a coleção.
Protagonizou o especial da Rede Globo exibido em 28 de junho do mesmo ano, cantando músicas de Cazuza. Ainda em 2008, regravou a música Lig Lig Lig Lé para ser a abertura da novela das seis Negócio da China, de Miguel Falabella, e fez uma participação como um dançarino em Macau nesta novela, logo no primeiro capítulo. Também participou do curta-metragemDepois de tudo do diretor Rafael Saar.
Em março de 2009, Ney protagonizou o filme Luz Nas Trevas, de Helena Ignez, roteiro de Rogério Sganzerla, continuação do filme O Bandido da Luz Vermelha, de 1968. No final do mesmo ano lançou o elogiado CD Beijo bandido, com produção de Paulo Junqueiro e Victor Kelly, que conta com a participação especial de quatro músicos: Leandro Braga, que já havia trabalhado com o cantor em projetos anteriores (piano), Ricardo Amado (violino e bandolim), Felipe Roseno (percussão) e o multi-instrumentista Lui Coimbra (violoncelo e violão), trazendo músicas inéditas e regravações.
Atualidade (2010-presente)
Em janeiro de 2011 lançou um registro ao vivo da turnê homônima, em forma de CD ao vivo e DVD. No mesmo ano, participa do curta-metragemFca Carla, como o médico Dr. Virgílio. O filme, baseado na história de Francisca Carla, tem ainda no elenco Elke Maravilha e Vinícius de Oliveira.[8] Em 2012, Ney Matogrosso atua no filme Gosto de Fel, de Beto Besant e lança o documentário “Olho Nu”, dirigido por Joel Pizzini, num autorretrato em terceira pessoa que atravessa a carreira do cantor e reúne um rico acervo audiovisual.
“
Sem idade, dribla seus 71 anos e faz acreditar que a eternidade existe, ao menos, por uma hora e quarenta minutos.
”
– Julio Maria, crítico do jornal O Estado de S. Paulo, março de 2013.[9]
Após anos testando novas composições em seus shows, Matogrosso gravou 14 destas canções no álbum Atento aos Sinais, lançado em 2013.[10] Em 2015, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira nas categorias Melhor Cantor de Pop/rock/reggae/hip-hop/funk e Melhor Álbum do mesmo gênero.[11]
Depois de um incêndio e de passar mais de cinco anos fechado, o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, reabre neste fim de semana. Neste sábado (31), a cerimônia será apenas para autoridades, e no domingo (1), o público em geral poderá visitar.
Novas salas e instalações foram construídas ao longo dos últimos anos. O museu também ganhou um terraço com vista para o Jardim da Luz e para a torre do relógio, cartão postal da cidade.
O incêndio aconteceu em dezembro de 2015 e consumiu boa parte do interior do prédio que fica situado na Estação da Luz, centro da capital.
A cerimônia de reinauguração será transmitida ao vivo pelas redes sociais do museu. Estarão presentes o governador de São Paulo, João Doria, além de representantes de nações que falam a língua portuguesa, como o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos de Almeida Fonseca. Alguns ex-presidentes do Brasil, como Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney também confirmaram presença.
Por conta da reabertura em meio à pandemia de Covid-19, a visita de turistas será restrita a 40 pessoas a cada 45 minutos, respeitando uma série de protocolos sanitários, como distanciamento e uso de máscara. Os ingressos estão disponibilizados pela internet e é necessário agendar o dia e horário da visita. Aos sábados a visita é gratuita.
Guilherme contribuiu decisivamente também para o surgimento do fenômeno new wave no Brasil, em 1981, assinando aquela que é considerada a primeira música do gênero no país: “Perdidos na Selva“.[3]
Na década de 1980, chegou a bater recorde de arrecadação de direitos autorais, superando nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil, além de ter colocado 12 músicas em primeiro lugar nas paradas do sucesso.[7] Também nos anos 1980, recebeu elogios de Tom Jobim.[8]
É um dos 20 artistas que mais tiveram canções incluídas como trilhas sonoras de novelas brasileiras, com 27 músicas.[12]
Em 2013, seu álbum Condição Humana recebeu o Prêmio Multishow de melhor álbum daquele ano [13] e em 2019 eleito, por absoluta unanimidade, o álbum da década – de 2010 a 2020 – na votação pública do site da Red Bull Brasil.[14]
Ainda na década de 1970, lança mais três álbuns e começa a pavimentar seu caminho de hitmaker com canções de sucesso como Cuide-se Bem, Baile de Máscaras, Amanhã e Êxtase.[19]
Na época, escreveu “Só Deus é Quem Sabe” e ‘Aprendendo a Jogar” para Elis Regina, com quem iniciaria um relacionamento mais tarde. O namoro continuou por quatro meses, até Guilherme recusar o convite de Elis para ser seu diretor musical.[20]
Década de 1980
Em 1980, lança o álbum Coração Paulista, ainda com muitas características roqueiras e progressivas que marcaram em grande medida seus álbuns na década anterior.[21] Ainda em 1980, se aproxima de Elis Regina, que grava duas músicas suas: Só Deus É Quem Sabe e Aprendendo a Jogar, esta com grande êxito comercial.[22]
No ano seguinte, 1981, lança sucessos como Deixa Chover e Planeta Água, esta responsável por levá-lo à final do Festival MPB-Shell daquele ano.
Ao longo da década, vai acumulando hits e trilhas de novelas, tais como O Melhor Vai Começar, Lance Legal (1982), Pedacinhos (1983), Fio da Navalha (1984), Cheia de Charme, Olhos Vermelhos, Fã Número 1 (1985), Coisas do Brasil, Loucas Horas (1986), Um Dia, Um Adeus, Ouro, Marina no Ar (1987), Raça de Heróis e Muito Diferente (1989). Emplaca ainda muitas músicas em trilhas sonoras de programas infantis, a exemplo de Brincar de Viver, na voz de Maria Bethânia, e Lindo Balão Azul, interpretada por Baby Consuelo, Bebel Gilberto, Moraes Moreira e Ricardo Graça Mello.[23]
Décadas de 1990, 2000 e 2010
Nos anos 1990, lança seis álbuns de inéditas e, embora em quantidade menor que nos anos 1980, segue lançando hits e trilhas de novelas tais como Sob o Efeito de Um Olhar, Lágrima de Uma Mulher, Trilhas, Hora de Partir o Coração e Marca de Uma Estrela.[24]
Em 2000, muda-se para a Bahia[25] e na década que ali se iniciava lançou três álbuns de inéditas, bem como o seu primeiro DVD ao vivo.[26]
Instituto Planeta Água Jacuípe/BA – Plantio e Replantio de mudas, conservação de manguezais, atividades de artesanato e educação ambiental com jovens e senhoras.
Pousada Estúdio Planeta Água – Produtora Coaxo do Sapo Jacuípe, Bahia – Pousada para receber músicos, com estrutura de estúdio, equipamentos e instrumentos para produção musical, onde foi gravado o CD e DVD Intimidade em 2007 e o CD Condição Humana em 2013.
Bibliografia
BARCINSKI, André. Pavões Misteriosos — 1974-1983: A explosão da música pop no Brasil São Paulo: Três Estrelas, 2014.
Ele teve uma longa carreira na TV e também como dublador
Orlando Drummond, ator mais lembrado pelo personagem Seu Peru da Escolinha do Professor Raimundo, morreu hoje (27), aos 101 anos. A informação é do jornal O Globo. Ele deixa dois filhos, cinco netos e três bisnetos.
Em maio deste ano, o ator chegou a ser internado para tratar de uma infecção urinária e passou dois meses em um hospital do Rio de Janeiro.
Drummond teve uma longa carreira como dublador, dando voz a personagens como Alf, o ETeimoso, Popeye e Scooby-Doo nas versões clássicas das séries. Ele entrou para o Livro dos Recordes por dublar Scooby Doo por mais de 35 anos.
Além disso, ele também dublou inúmeras outras figuras icônicas como o Vingador de Caverna do Dragão e o Puro Osso de As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy.
Na TV, Drummond fez parte do elenco de programas de humor como Chico Anysio Show, Escolinha do Professor Raimundo, Os Trapalhões e Zorra Total.
Em 2019, ele foi tema do desfile de carnaval do bloco Diversão Brasileira, que reúne dubladores e fãs de dublagem.
Drummond completou 101 anos em outubro de 2020. O ator também foi um dos primeiros a tomar a vacina contra COVID-19 em 31 de janeiro deste ano.
Os organizadores do Rock in Rio anunciaram nesta sexta-feira (16) a criação de um novo festival de música em São Paulo. Batizado de “The Town”, o evento ainda não tem atrações confirmadas, mas é previsto para acontecer em setembro de 2023, no Autódromo de Interlagos – mesmo local que recebe o Lollapalooza.
Os idealizadores do evento estimam receber em torno de 105 mil pessoas por dia – a ideia é que os shows sejam dividos em cinco dias “com muita música, muitos palcos e muito entretenimento, com atrações nacionais e internacionais”.
De acordo com o evento, a partir do ano que vem, o Brasil contará com o Rock in Rio nos anos pares e, agora, The Town nos anos ímpares.
Para o presidente do Rock in Rio, Roberto Medina, o The Town será “mais uma referência do entretenimento de qualidade no Brasil, com entregas também de alto nível para o público e para as marcas”.
O The Town, segundo Medina, “chega para confirmar esta esperança contínua de dias melhores, de celebração e paz. Em setembro de 2023, São Paulo vai ganhar uma nova forma de viver entretenimento”.
“Eu vivo o Brasil intensamente. E, assim como o Rock in Rio, The Town nasce dessa paixão pela nossa terra, da amplificação do olhar para novas oportunidades e do desejo que a pandemia me trouxe nestes meses de enclausuramento de trazer algo inédito. Será surpreendente. Toda a concepção foi pensada a partir de uma São Paulo inspiradora e cosmopolita, além de pronta para sediar um evento desta magnitude”, disse o presidente do Rock in Rio, e agora, do The Town.
Insubstituível. Pela voz de contralto arrebatadora. Pelo carisma. Pelo visual. Dez anos depois de sua morte por abuso de álcool completados nesta sexta-feira (23), ninguém preencheu o vácuo deixado por Amy Winehouse. Não há pares semelhantes. Assim é com nomes como Elvis Presley, Beatles, Michael Jackson, Elis Regina, João Gilberto. Assim é com Amy Winehouse.
Tragicamente, a cantora e compositora britânica faz parte do mítico ‘clube dos 27’: artistas geniais que morreram de forma precoce aos 27 anos, como ela, Kurt Cobain, Janis Joplin e Jim Morrison. Com seu livro ‘Minha Amy – A Vida Que Partilhamos’, que está em pré-venda e será lançado no início de agosto no Brasil (Editora Agir, 368 págs., R$ 69,90), o músico britânico Tyler James, melhor amigo de Amy desde a adolescência, traz mais elementos dessa persona complexa, a partir de seu olhar afetivo (mas não complacente) e suas memórias de praticamente uma vida inteira compartilhada com ela.
James a conheceu em uma das aulas na Escola de Teatro Sylvia Young, em Londres. Ali, diante dele, a garota miúda que tinha 12, 13 anos, mas parecia não passar dos 9, começou a cantar. “Eu não conseguia acreditar nos meus ouvidos ou nos meus olhos. Aquela garotinha cantava como uma jazzista veterana de 40 anos que bebia três garrafas de uísque e fumava cinquenta Marlboros Red por dia”, descreve ele no livro. Os dois não se separaram mais, até a morte dela. Ele foi o segundo a entrar na casa de Amy e encontrá-la sem vida (o primeiro foi o segurança Andrew Morris), momento doloroso relatado por ele no livro.
Para James, o que fez Amy atingir o mais alto patamar de artista que influencia, mas não deixa herdeiros? “De vez em quando, surge alguém que é único em todos os aspectos. E ela era única. Sua aparência, sua atitude, sua música, seu som, suas letras. Ela era assim como pessoa. Tão inteligente, tão talentosa”, avalia o cantor e compositor, em entrevista à CNN. “Amy cresceu ouvindo jazz, era uma estudiosa do gênero, mas também ouvia hip hop e R&B. Depois, ela entrou nesses grupos de garotas dos anos 50, como as Shangri-Las. E misturou todas essas coisas.”
Mais que o som
Amy uniu sua técnica e conhecimento a sua alma de artista. Ao imponderável. “Claro, você pode listar carisma, carga dramática, a capacidade de ser um repórter do seu tempo, ou seja, fazer uma leitura do estilo de vida, dos timbres, e traduzir isso em uma obra, no caso, musical”, observa o produtor João Marcello Bôscoli. “Mas quando você pega uma foto do Bob Marley, do Elvis, da Amy, parece que na foto você já vê que a pessoa tem uma aura, um magnetismo. Amy tinha isso.”
É possível que venha a existir uma cantora com as mesmas características de Amy Winehouse: inglesa, branca, influenciada pelo jazz e pelo soul, com um quê de Billy Holliday, uma pitada de Erykah Badu. “Ela poderia ter tudo isso, e não ter acontecido nada. Mas há esse outro ingrediente, esse ‘je ne sais quois’ (não sei o quê)”, acrescenta Bôscoli.
Parte importante dessa aura deve-se ao retrato cru que Amy permitia que se tirasse dela, em seus momentos mais sombrios. Sem filtros de apps e redes sociais, sem intermediação excessiva de agentes e gerenciadores de crises. Amy estava sempre a flor da pele. “Ela vem com algo profundamente humano, o sofrimento, os conflitos, as inseguranças, tudo isso ela juntou ao talento, à força. É uma coisa muito verdadeira”, acredita o produtor, filho de Elis Regina e do jornalista, produtor e compositor Ronaldo Bôscoli.
Segundo ele, existia um drama, uma profundidade e não um plano de marketing. “Miley Cyrus fez tudo para virar uma Amy Winehouse: vazou filme íntimo, tomou drogas, polêmica, polêmica. Ela é respeitada, é muito legal, mas não chegou aonde a Amy chegou.” Ele lembra de ter ouvido a britânica pela primeira vez cantando em ‘Frank’, seu disco de estreia de 2003 – que teve boa recepção da crítica. Mas o estouro mesmo veio com o segundo álbum, ‘Back to Black’ (2006). “O que ela fez era algo retrofuturista, porque os arranjos eram meio 60’s, talvez começo de 70’s, mas com os timbres de hoje.”
Mais que a dor
Há mais de 10 anos apresentando um show-tributo a Amy Winehouse em paralelo ao seu trabalho autoral, a cantora e compositora Miranda Kassin diz que, em ‘Back to Black’, Amy e o produtor Mark Ronson, grande responsável pela sonoridade do disco, “acharam um gênero musical novo, que é soul pop, pop soul music”.
“O ‘Back to Black’ é totalmente autobiográfico, fala das dores, do amor, dos tombos, é uma entrega muito bonita. É um disco verdadeiro e exposto”, analisa Miranda, que fará uma live especial em homenagem a Amy nesta sexta, 23, às 22h15, em seu Instagram. “As pessoas sentiam a força e a fragilidade ao mesmo tempo, muitas se inspirando, muitas se identificando. Ela foi essa paixão avassaladora. Muita gente se identificou com a obra dela, da forma como ela se expôs, sem medo. E mostrou as feridas.”
Com fortes referências de ícones da soul em sua formação musical, Miranda faz sucesso com seu show dedicado à obra de Amy, o que a levou a abrir o show da cantora britânica no Brasil, em 2011. Foi um dos grandes momentos na vida de Miranda. Na época, Amy tentava levar uma vida saudável, longe das drogas e das bebidas, como fazia nos intervalos entre as reabilitações (esse drama, aliás, inspirou um de seus maiores sucessos, ‘Rehab’, em ‘Back to Black’). O documentário ‘Amy’, de 2015, mostra que a compositora não estava preparada para fazer viagens e shows.
No show em São Paulo, Amy visivelmente não estava bem. A imagem dela no palco contrastava com as fotos publicadas na imprensa em que aparecia feliz, em um hotel de luxo em Santa Teresa, no Rio, onde ficou hospedada. Amy chegou atrasada ao Anhembi. Ao longo da apresentação, foi ficando dispersa, confusa. Parecia esquecer algumas letras e, nessas horas, era afetuosamente amparada por sua banda, que assumia os vocais. Amy chegou a desafinar. Na plateia, um misto de surpresa e tristeza em ver a cantora daquela forma, tão fragilizada.
Miranda assistiu à apresentação de sua musa no backstage. Não era permitido álcool no camarim e em nenhuma parte. “Lembro que o show atrasou pra caramba, porque ela não queria ir. Quando chegou ao estádio, ela nem foi para o camarim, foi direto do carro para o palco. O segurança falou para mim que eu não podia abrir a boca, porque, se ela soubesse que havia alguém ali que era fã, ela não desceria do carro.”
À CNN, James diz que, naquele momento da vida de Amy, a amiga deveria ter se concentrado em ficar sóbria, mas que talvez o pai dela, Mitch, e o empresário pensassem que deixá-la ocupada seria o melhor para ela. “Às vezes, não ter nada para fazer também não ajuda o vício”, pondera.
“Mas ela deveria ter feito seu show no Brasil? Eu diria que, naquela fase, não era uma ideia péssima. As coisas ficaram muito ruins depois disso. Mas eu sei que ela não gostou, porque Amy estava entediada de cantar aquelas músicas, era meio que uma fase em que ela estava percebendo que não queria mais ser Amy Winehouse, não queria ser essa pessoa.”
Mais que a morte
Por que escrever um livro de memórias agora, depois de dez anos da partida de Amy? James conta que sempre soube que faria isso algum dia. Pensava que seria quando fosse mais velho. Veio antes. “Dez anos parece muito tempo, mas o luto é um processo muito difícil, complicado e nunca termina. Quando Amy morreu, achei que não conseguiria. Meu primeiro pensamento foi tirar minha própria vida”, conta.
James seguiu em frente, sem Amy, mas, segundo ele, não estava vivendo. “Eu estava com raiva, chateado e podia ouvir Amy me dizendo para escrever, porque foi isso que Amy fez. Ela sempre escreveu as coisas. É por isso que ela era uma musicista tão incrível. Quando sua cabeça ficava confusa com um cara ou qualquer coisa, ela escrevia e transformava isso em uma música.”
Em ‘Minha Amy’, as histórias dele e da cantora se cruzam o tempo todo, nas semelhanças, como a depressão na adolescência, e nas divergências, como no abuso alcóolico da amiga. Ao longo do livro, James relata uma vida dedicada a Amy, a cuidar dela – apesar de ele ter construído a própria trajetória na música, mesmo que bem mais discreta. Foi James quem incentivou Amy a gravar uma fita cantando pela primeira vez. Ele foi testemunha da ascensão e do calvário dela. E fala da relação dela com as drogas, o álcool, do amor destrutivo com ex-marido Blake.
Além do livro, vai ser lançado um novo documentário da cantora, ‘Reclaiming Amy’, com narração de sua mãe, Janis. O disco ‘Amy Winehouse at The BBC’, com versões ao vivo do catálogo dela, também foi relançado em maio pela Universal.
Num exercício adivinhatório, se Amy ainda estivesse viva, o que ela estaria fazendo? Estaria casada e com filhos, como sonhava? “Espero que sim. Ela era a mais bela pessoa maternal”, James responde. Teria virado atriz? Ele acha que possivelmente sim, mas não para ser famosa, como ela não queria ter sido famosa na música. “Ela era uma grande fã de Robert Rodriguez e desse tipo de filmes. Tenho certeza de que, se ela recebesse a oferta de um papel em uma dessas coisas, ela simplesmente teria feito isso.”
E ela teria continuado a compor? “Sim, porque, para Amy, a música era uma forma de terapia. Mas ela provavelmente não teria lançado essas músicas. Ela teria apenas se sentado, como fez, no chão da cozinha, com caneta, papel e violão, sem a garrafa de vodca, porque estaria sóbria se ainda estivesse aqui. Ela estava perto de ficar sóbria.”
Flávio Venturini nasceu em Belo Horizonte, em 23 de julho de 1949. Descobriu a música aos 3 anos de idade. Aos 15 anos começou sua formação musical. Acordeon foi o seu primeiro instrumento. Logo depois ganhou de seu pai um piano, e assim começou seus estudos na Fundação de Educação Artística de Belo Horizonte, onde estudou percepção musical e piano.
Carreira
Foi revelado nos anos 1970 pelo movimento Clube da Esquina, que também revelou Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, entre outros. Participou do grupo musical O Terço,[1] entre 1974 e 1976, antes de criar em 1979 o grupo 14 Bis, pelo qual fez sucesso entre 1980 e 1989, quando saiu do grupo para seguir carreira solo,[1] também com grande sucesso.
Entre seus principais sucessos, como compositor ou intérprete, estão “Todo Azul do Mar”, “Linda Juventude”, “Planeta Sonho”, “Nascente”, “Nuvens”, “Espanhola” (parceria com Guarabyra, da dupla Sá e Guarabyra), que é sua música mais conhecida e foi um grande hit entre 1986 e 1987; e “Mais Uma Vez” (parceria com Renato Russo, líder da Legião Urbana, que foi gravada originalmente pelo 14 Bis em 1987 e ganharia uma nova versão em 2003,[2] apenas com a voz de Renato e incluída na trilha sonora da telenovela Mulheres Apaixonadas). Da carreira-solo, destacam-se, entre outras músicas, “Princesa”, “Besame“, “Céu de Santo Amaro” e “Noites com Sol”.