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Procon Araxá participa do Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação de Financeira

O Programa Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Araxá aderiu ao Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira. A ação é uma iniciativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em parceria com o Banco Central, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e os Procons de todo o país, e acontece de 7 a 31 de março.

A iniciativa é em alusão ao Dia Internacional do Consumidor, comemorado em 15 de março e, de acordo com a secretária executiva do Procon Araxá, Belma Nolli, o objetivo é que os consumidores aproveitem o período para negociar as suas dívidas atrasadas que foram contratadas em bancos ou em instituições financeiras.

“A campanha é voltada às pessoas físicas que não possuem bens dados como garantias. Você poderá negociar dívidas no cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado e demais modalidades de crédito”, informa.

A própria pessoa interessada em negociar as suas dívidas poderá fazer o processo que é todo de forma online. Para isso, basta acessar o site ( consumidor.gov.br ), fazer o cadastro (caso ainda não tenha), pesquisar no campo “Busca” pelo nome da instituição financeira, clicar para cadastrar a reclamação e responder às perguntas na página do sistema.

No campo “Área”, selecionar “Serviços Financeiros”; no campo “Problema” selecionar “Negociação – Parcelamento de Dívidas “, e adicionar anexos que julgar importantes. O banco tem o prazo de 10 dias para analisar o pedido e apresentar uma proposta. “Caso a pessoa tenha alguma dúvida, ela também poderá buscar informações e orientação no Procon Araxá”, informa Belma.

Segundo ela, na plataforma Registrato ( https://registrato.bcb.gov.br/registrato/login ), mantida pelo Banco Central, o cidadão pode puxar o relatório dos empréstimos e financiamentos em seu nome, contas bancárias, investimentos e chaves PIX, além de outras informações de seu relacionamento com instituições financeiras. Os relatórios são sigilosos e só podem ser vistos pela própria pessoa.

“Antes de partir para a negociação, descubra o valor com que poderá contar para pagar suas dívidas, lembrando que o consumidor tem as contas rotineiras da casa para pagar. Ele deve levar isso em conta e reservar o dinheiro que será usado exclusivamente para quitar o que for combinado na negociação”, orienta Belma.

Assessoria de Comunicação

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Oligarcas russos lutam para vender ativos e escapar de sanções internacionais

Buscando evitar prejuízos e congelamento de fortunas, bilionários da Rússia estão vendendo e despachando seus bens

Superiate Dilbar, do bilionário russo Alisher Usmanov, é avaliado em quase US$ 600 milhões e foi apreendido pela Alemanha em reação à invasão da UcrâniaFoto: UCG/Universal Images Group via Getty Images

Duas horas depois de enviar por e-mail um boletim imobiliário de casas de luxo para milhares de clientes ultra-ricos na manhã da última sexta-feira (4), Shawn Elliott, presidente da divisão de ultra luxo da Nest Seekers International, disse que recebeu três contatos. Não eram de potenciais compradores, mas de vendedores.

As ligações vieram de Nova York e Miami, dois locais populares entre os russos ricos, um possível sinal do que pode se tornar o ritmo acelerado de vendas de casas de luxo, propriedades à beira-mar, iates e apartamentos com vistas panorâmicas, enquanto os russos lutam para se antecipar às sanções internacionais.

“Pessoas assim têm seus contatos”, disse Elliott sobre os proprietários russos. Eles perguntaram: “‘Se eu fosse vender, quão rápido você poderia vender isso e quão rápido você poderia vender aquilo?’”

O impacto das sanções coordenadas dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia causou ondas de choque na elite russa. Alguns oligarcas estão tomando medidas em antecipação ao que poderia vir, procurando mover iates de lugar, vender ativos e se adaptar a uma onda de sanções que vieram mais rápidas do que o habitual e são mais expansivas do que antes.

O bilionário russo Roman Abramovich, que não foi sancionado, anunciou na última quarta-feira (2) que venderá o time de futebol inglês Chelsea Football Club, pois é “do melhor interesse do clube, dos torcedores, dos funcionários, bem como dos patrocinadores e parceiros do clube”. Ele disse que o lucro líquido da venda iria para uma fundação criada para ajudar “vítimas da guerra na Ucrânia”.

Os bilionários russos Mikhail Fridman e Oleg Deripaska romperam com o Kremlin e pediram o fim da guerra da Rússia na Ucrânia. A União Europeia anunciou sanções contra Fridman na semana passada e Deripaska está na lista de sanções dos EUA desde 2018.

“Este é um momento muito preocupante se você é um bilionário russo”, disse o ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA Max Bergmann. “Os advogados estão ocupados agora, tentando descobrir como expurgar os oligarcas de vários conselhos de empresas e como alienar ativos nos Estados Unidos.”

“Estamos recebendo um novo inquérito a cada hora”, disse Erich Ferrari, advogado que representa empresas e indivíduos estrangeiros na condução de sanções. “O telefone está tocando sem parar com pessoas de todo o mundo que foram sancionadas ou tiveram suas empresas afetadas.”

Instituições financeiras em jurisdições onde não há sanções, como os Emirados Árabes Unidos, estão seguindo o exemplo dos EUA e da União Europeia e congelando contas mantidas por russos, disse Ferrari.

Alguns países do Caribe — onde entidades controladas pela Rússia montaram negócios offshore em sigilo — não servirão mais como parceiros corporativos para essas empresas russas, deixando muitos delas incapazes de operar, acrescentou Ferrari.

“Não me lembro de um programa de sanções internacionais que fez todo mundo brigar”, disse o advogado.

A corrida para evitar as sanções acontece após a Casa Branca ter anunciado medidas totais de bloqueio a oito elites russas, além de seus familiares e associados. Todos eles serão bloqueados do sistema financeiro dos EUA, o que significa que seus ativos no país serão congelados e suas propriedades serão bloqueadas para uso.

“Isso causou um pânico repentino”, observou Bergmann, “porque a velha guarda, curiosamente, não sabia que essa [invasão] estava chegando, e acho que eles ficaram surpresos que Vladimir Putin finalmente decidiu invadir”.

Bergmann explicou que um oligarca pode entrar na justiça para tentar impedir as sanções, mas no curto prazo, esses bilionários russos estão vendendo e despachando seus bens.

“O que você já está vendo são oligarcas enlouquecendo com isso e movendo seus iates para lugares onde não podem ser extraditados”, disse disse o ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA. “Vimos iates começarem a navegar para Montenegro, onde não há tratado de extradição.”

Veja imagens de iates de bilionários russos que foram confiscados

  • 1 de 9Superiate Lady M, avaliado em 65 milhões de euros (cerca de US$71 milhões), ancorado ao lado do centro de ciências de Glasgow, no rio Clyde (foto de 2017)Crédito: PA Images via Getty Images
  • 2 de 9Iate Dilbar, do bilionário russo Alisher Usmanov. Dilbar pode não ser o iate mais longo do mundo, mas tem o maior em volume interior, pesando pouco menos de 16.000 toneladasCrédito: UCG/Universal Images Group via G
  • 3 de 9Iate Dilbar em doca da Alemanha localizada em Hamburgo. Navio de 156 metros, avaliado em US$ 600 milhões, foi projetado pelo arquiteto naval Espen Oino e entregue pela Lurssen em 2016Crédito: dpa/picture alliance via Getty I
  • 4 de 9Iate Dilbar, do bilionário russo Alisher Usmanov, em Elbe 17, doca da Alemanha localizada em HamburgoCrédito: dpa/picture alliance via Getty I
  • 5 de 9Iate Dilbar, do bilionário russo Alisher Usmanov, em foto de setembro de 2018, na TurquiaCrédito: Anadolu Agency via Getty Images
  • 6 de 9Iate Dilbar, do bilionário russo Alisher Usmanov, em foto de setembro de 2018, na TurquiaCrédito: Anadolu Agency via Getty Images
  • 7 de 9Iate “Amore Vero” (amor verdadeiro, da tradução do inglês), do oligarca russo Igor SechinCrédito: YachtCharterFleet / Divulgação
  • 8 de 9Interior do iate “Amore Vero”, do oligarca russo Igor SechinCrédito: YachtCharterFleet / Divulgação
  • 9 de 9Interior do iate “Amore Vero”, do oligarca russo Igor SechinCrédito: YachtCharterFleet / Divulgação.

Na última quarta-feira, autoridades francesas apreenderam um iate que disseram estar ligado a Igor Sechin, um executivo de petróleo russo sancionado e associado próximo de Putin, enquanto se preparava para fugir de um porto. Mas a empresa que administra o navio negou que Sechin fosse o proprietário.

Em Nova York, o presidente do distrito de Manhattan, Mark Levine, está pedindo mais sanções aos russos e a apreensão de suas propriedades: “Ainda estamos esperando que o governo dos EUA coloque o amplo círculo de oligarcas ligados a Putin na lista de sanções. Este é o pré-requisito para apreender as casas de ultra luxo que muitos possuem em Manhattan. Precisamos de ação sobre isso AGORA”, escreveu ele no Twitter.

O governo Biden não está apenas aplicando sanções. O Departamento de Justiça anunciou uma nova força-tarefa batizada de KleptoCapture. A operação reunirá promotores especialistas em sanções, lavagem de dinheiro e segurança nacional para investigar possíveis atividades criminosas dos russos ultra-ricos que o governo dos EUA acredita que estão apoiando Putin.

“Não deixaremos pedra sobre pedra em nossos esforços para investigar, prender e processar aqueles cujos atos criminosos permitem que o governo russo continue essa guerra injusta”, disse o procurador-geral Merrick Garland ao anunciar a nova força-tarefa.

Especialistas que observam o esforço de várias agências governamentais — principalmente os departamentos do Tesouro e da Justiça — acreditam que a quantidade de coordenação é sem precedentes e sinaliza a determinação de perseguir esses oligarcas e quaisquer atividades ilegais com força renovada.

“Pode ser necessário um pouco de peso de acusação e regulamentação para impor sanções a indivíduos extraordinariamente ricos que têm muitos recursos”, disse Edward Fishman, ex-líder de sanções do Departamento de Estado da Rússia. “Ao reunir essa força-tarefa de alto nível que é claramente supervisionada por alguns dos funcionários mais graduados do governo Biden, acho que sinaliza que eles vão aplicar essas sanções de forma bastante agressiva”, afirmou.

Muitos oligarcas usam empresas de fachada para protegerem suas propriedades, fazendo com que as autoridades rastreiem uma série de empresas antes de descobrir o verdadeiro proprietário.

“Parte da razão pela qual não vimos muitas ações legais é porque esses oligarcas são extremamente ricos e, embora muitos estejam cometendo crimes de colarinho branco, eles contratam advogados muito caros para fazer as coisas corretamente”, afirmou Bergmann, ex-funcionário do Departamento de Estado.

Essa repressão pode acabar causando revolta na Rússia, alertam especialistas. “Um problema para Putin é que ele tem uma classe muito irritada de pessoas que são muito ricas e poderosas que estão retornando a Moscou e São Petersburgo, e eles não querem estar lá”, pontuou Bergmann.

Uma possível área de vulnerabilidade para os russos nos EUA são os milhões de dólares que os oligarcas investiram em propriedades em Nova York, Miami e outros lugares.

Elliott, da Nest Seekers International, disse que russos ricos são experientes e previu: “Vai haver liquidação desses caras porque eles são inteligentes. Eles vão colocar pelo menos 20% abaixo do preço de mercado porque no final do dia 80% de algo é melhor que nada”.

O tempo é essencial para alguns russos que não são sancionados no momento, mas podem estar preocupados com o fato de serem os próximos.

“A partir de hoje, não há nada de ilegal em liquidar seus ativos”, disse Elliott.

FONTE CNN

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Rússia proíbe Facebook e Twitter no país

Além das redes sociais, serviços de informação de países do Ocidente também estão na mira do governo russo

A autoridade de comunicação do governo da Rússia anunciou que, a partir desta sexta-feira (4), as plataformas da Meta, empresa dona do Facebook, estão com o acesso bloqueado no país. Além da Meta, a agência de notícias russa TASS informou que o Twitter também foi bloqueado no território russo.

Existem relatos de que outros serviços de informação de países do Ocidente estão sendo bloqueados, como é o caso dos canais de notícias britânico BBC e alemão Deutsche Welle. Além disso, a plataforma Wikipédia também teria sido bloqueada.

Facebook trabalha para reestabelecer serviços

Em resposta ao anúncio, o vice-presidente de comunicações globais da Meta, Nick Clegg, afirmou que a empresa está se esforçando para tentar reestabelecer os serviços na Rússia, mas que não pode ir contra uma decisão governamental.

Além do Facebook, a Meta é proprietária do Instagram e do WhatsApp. Ambos os aplicativos também devem entrar no grupo de redes sociais banidas no país.

Na semana passada, dias após a invasão da Ucrânia, a direção do Facebook alertou, em nota, que a Rússia já ameaçava impor restrições às plataformas que fazem parte da Meta, visto que a empresa negou o pedido para parar de realizar checagens em notícias que eram veiculadas pelo governo do presidente Vladimir Putin.

Outro fator que explica a decisão russa é a tentativa, por parte da Rússia, de impedir a organização de protestos contra a guerra por meio das redes sociais da plataforma. As manifestações são proibidas no país. Para serem realizadas, os grupos de manifestantes precisam de uma autorização do governo com, no mínimo, 10 dias de antecedência.

FONTE CNN

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Transformação no futebol: entenda como funcionam os clubes-empresa no Brasil

Consolidado nas ligas europeias, formato pode beneficiar clubes endividados ou aqueles que buscam ter mais competitividade no cenário nacional, segundo especialistas

Empresário norte-americano John Textor, que comprou o Botafogo, é um dos entrevistados do programa CNN Soft Business, previsto para ir ao ar na quinta-feira (10/03), às 22h30Vitor Silva / Divulgação Botafogo

Manchester City, Paris Saint Germain, Bayern de Munique, Chelsea: esses são alguns exemplos de clubes-empresa na Europa. No Brasil, esse modelo de administração ainda é recente, mas começa a se consolidar com a adesão de grandes times do futebol nacional.

O governo federal autorizou, em agosto do ano passado, a transformação de clubes de futebol em sociedades anônimas, adotando novas normas para melhorar o gerenciamento. Com isso, surgiu a Lei da SAF (Sociedade Anônima do Futebol).

As SAF permitem, entre outras coisas, o pagamento das obrigações do clube aos seus credores por meio da recuperação judicial ou extrajudicial, além de possibilitar a execução dos bens e uma negociação coletiva, com um plano de pagamento definido.

Para o economista e sócio da consultoria Convocados, Cesar Grafietti, as SAFs são uma oportunidade para times com “dois perfis” no Brasil: aqueles que passam por dificuldades financeiras e para aqueles que, apesar de ter as contas em ordem, enfrentam dificuldades para crescer.

“As SAF criam mecanismos que permitem ou facilitam uma reestruturação de dívidas. Os clubes conseguem mais prazos de pagamento e uma renegociação mais organizada. Isso tende a ajudar na sustentação dos clubes, que sem essa reestruturação ficam sufocados no curto prazo”

Times considerados grandes no Brasil e atolados em dívidas já aderiram ao modelo, como é o caso de Cruzeiro, Botafogo e, mais recentemente, o Vasco.

“São clubes que, se não aderissem às SAF, teriam cada vez mais dificuldades no médio prazo”, diz Grafietti.

Já em relação a equipes de pequeno porte, o economista afirmou que a adesão ao modelo pode ajudar a equipe a subir de patamar dentro do futebol brasileiro.

“Clubes que estão organizados e com poucas dívidas, mas com limitação de receitas também podem optar pelo formato. Eles vão buscar algum aporte de investidor para aderir a novas práticas, fazer investimentos de infraestrutura, aprimorar a gestão, tudo isso para aumentar a receita a longo prazo e se tornar mais competitivos”, afirma Grafietti.

Ele avalia que, nesse primeiro ano das SAF, é natural os clubes mais endividados procurarem esse formato para sua sobrevivência, enquanto clubes médios devem aguardar os resultados para escolher se optam ou não pela aderência.

Legislação

O Projeto de Lei nº 5516, de 2019, sancionado pelo governo em agosto de 2021, traz ganhos tributários fundamentais para a criação das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF), na visão dos especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business.

Cesar Grafietti explica que os clubes de futebol brasileiros não eram geridos anteriormente em um modelo semelhante ao de uma empresa por causa das legislações previstas e a falta de eficiência da regulação tributária.

Por isso, o modelo mais comum no Brasil é o gerenciamento dos clubes por meio de associações, como indicam os nomes oficiais de muitos deles.

“Enquanto uma associação paga um imposto total de 3,5% a 4%, uma empresa pagaria cerca de 20% de impostos. As SAF chegam para quebrar isso, pagando apenas 5% da receita, o que é muito mais próximo do valor pago por uma associação”, afirma.

O jornalista Irlan Simões, autor do livro “Clube Empresa: abordagens críticas globais às sociedades anônimas no futebol”, explica que a legislação brasileira das SAF nasceu a partir de regulamentações semelhantes em Portugal e na Espanha.

“Ela foi muito inspirada na lei das Sociedades Anônimas Desportivas (SADs), na Espanha e em Portugal. É uma ideia de criar um tipo específico jurídico de sociedades anônimas voltadas para o futebol”, diz Simões. “Uma vez que o futebol é um negócio de características muito específicas, os clubes devem ser sociedades anônimas reguladas de acordo com essas características e com uma tributação também muito específica.”

Benefícios

O sócio-fundador da Top Soccer, empresa especializada em planejamento financeiro para atletas, Marcelo Claudino, disse ao CNN Brasil Business que o modelo de clubes-empresa é a “maior oportunidade para o futebol brasileiro desde a Lei Pelé“.

“Agora é possível abandonar o modelo associativo, que é baseado no jogo político, de disputas pelo poder, conflitos de interesses, benesses a conselheiros… a nova legislação permite um planejamento estratégico a longo prazo e tende a quebrar esses paradigmas já estabelecidos”, afirma.

O empresário declarou que a transformação passa por uma gestão mais profissional e transparente com os sócios e com os próprios torcedores do time do coração.

“A SAF traz mais governança e transparência ao público, e provavelmente trará também mais informações em volume e em qualidade ao público, não somente para o mercado esportivo, mas para o torcedor também”, diz.

Claudino avalia que o modelo também amplia o espaço para exploração das propriedades do clube. “É um modelo que comercialmente favorece bastante.”

Apostas dos grandes clubes

Botafogo, Cruzeiro e Vasco, clubes considerados grandes no Brasil mas que passam por dificuldades, enxergam a possibilidade de retomar o protagonismo nos gramados com a migração para a gestão empresarial.

O CEO do Vasco, Luiz André Mello, afirmou que essa é a melhor maneira de tornar o clube novamente protagonista no futebol nacional, de uma forma sustentável e modernizando sua estrutura administrativa.

“Primeiro, chegamos a um consenso de que a melhor opção para mudar a realidade do clube, em meio ao seu alto endividamento, seria a criação e negociação da SAF. Depois dessa decisão, iniciamos um longo período de prospecção, no qual recebemos e analisamos criteriosamente várias propostas”, disse.

“No fim, entendemos que o projeto da 777 Partners foi o que mais atendia aos interesses do Vasco. Um projeto sólido, pautado na gestão profissional e competente. Tenho certeza que isso é o que a torcida vascaína mais deseja: um clube saudável, forte e competitivo”, destacou.

Já Jorge Braga, CEO do Botafogo e um dos pivôs na venda da SAF do clube para o americano John Textor, explicou que é necessário haver uma transição administrativa, mas que seja alinhada à cultura do clube as características do investidor.

“Especialmente no caso do Botafogo, que assegurou uma mudança de cultura profunda, no sentido de prestar conta com muita transparência, também é fazer a ponte para essa nova linhagem que vem de acordo com o perfil do novo investidor.

“No final das contas, o trabalho é ser invisível, fazer tudo continuar funcionando e evoluindo sem grande ruptura. Essa é a missão da gestão profissional, que faz essa ponte entre o passado e o futuro, de falar pelos resultados e não pelo brilho individual”, completou.

Perigos

Já o jornalista Irlan Simões questiona a capacidade de os clubes de futebol se inserirem no modelo. Segundo ele, a transformação de uma associação de futebol em uma empresa não chega a ser uma garantia de melhoria financeira e esportiva.

“Os clubes estão vendendo suas marcas muito apressadamente, por quaisquer valores. É certo que eles estão endividados, possuem má condição esportiva e a moeda está desvalorizada, mas, na minha opinião, estão vendendo suas marcas por pouco”, diz.

Simões pondera que o futebol “não é uma ciência exata” e mesmo que investidores profissionalizem a administração, isso não garante que o clube seja campeão e o retorno, dado em campo.

“Você pode ter todo o dinheiro do mundo, uma gestão extremamente profissional e não dar resultado em campo. Assim como pode ter uma gestão que é uma tragédia, mas nos jogos o time joga bem e é campeão. Essa crença que está acontecendo no Brasil é muito perigosa, sobram casos de clubes empresariais que não tiveram sucesso no resto do mundo”, acrescenta Simões.

Risco de falência

Cesar Grafietti, economista e sócio da consultoria Convocados, enxerga dois pontos de atenção que um clube deve ter ao buscar a transformação em empresa.

“É preciso organizar um plano em que a associação garanta alguma participação e um acordo para que haja um planejamento a longo prazo eficiente que assevera a sustentabilidade do clube”, diz. “O segundo ponto é, na verdade, uma maior atenção com o perfil do investidor. É necessário buscar parceiros que aportem conhecimento e inteligência, que conheçam o futebol, e não aqueles que ofereçam dinheiro”, completa.

Grafietti alerta para que a associação tenha uma cláusula no contrato firmado a possibilidade de recompra por determinado valor, no caso de o investidor se frustrar com o retorno e optar por se desfazer do negócio.

“Isso é necessário para o clube não quebrar ou não se tornar irrelevante. É uma garantia de que o clube não vai desaparecer a longo prazo caso os planejamentos não deem certo”, afirma.

Processo

Segundo os especialistas, a transformação de um clube em empresa passa por algumas etapas. No caso de clubes que tenham torcedores como sócios, Simões explica que o processo passaria pela assembleia de sócios e pelo conselho deliberativo dos clubes.

Marcelo Claudino afirmou que o apelo da torcida pode ser fundamental na hora da negociação, sobretudo para times grandes.

Por fim, o economista Cesar Grafietti afirma que a simpatia da torcida é importante, mas a aprovação depende apenas dos sócios (sejam torcedores ou não), conselheiros e membros da associação que comanda o clube.

Próximos passos

Marcelo Claudino, sócio-fundador da Top Soccer, calcula um “boom” de clube-empresa no futebol brasileiro, com novos negócios em 2022.

“Eu acredito que vá existir um boom inicial de adesão, seguido por um período de pausa. Depois disso, os resultados dos clubes que fizeram o investimento lá atrás deverão mostrar os caminhos futuros”, diz Claudino. “Ainda é cedo para saber que destinos vamos tomar, mas a minha sensação é de uma tendência positiva, de um final mais feliz para os clubes do que aqueles tinham antes das SAFs”, acrescenta.

Simões também acredita que, em um primeiro momento, o dinheiro aplicado deve fazer com que o clube suba de patamar. No entanto, ele questiona o quanto seja sustentável.

“Com o fim do aporte, não sabemos o que pode acontecer. Não dá para saber se daqui a seis ou sete anos vamos falar dos ganhos sucessivos de Botafogo e de Vasco. É uma incógnita”, disse. “Mas daqui a 2 ou 3 anos esse investimento será sentido, sim”, sentencia.

FONTE CNN

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Briga de torcidas no México deixa pelo menos 22 feridos

Órgãos do governo ainda não confirmaram mortes durante o confronto; Querétaro e Atlas se enfrentavam pelo Campeonato Mexicano

Torcedores de Querétaro e Atlas se enfrentam nas arquibancadas do estádio La Corregidora, durante partida da 9ª rodada do Campeonato MexicanoFoto: Cesar Gomez/Jam Media/Getty Images

Pelo menos 22 pessoas ficaram feridas no sábado (5) após uma briga entre torcidas durante um jogo de futebol profissional no México entre Querétaro e Atlas, no estádio Corregidora, em Querétaro, informou a Coordenação de Proteção Civil do estado.

“Derivado dos acontecimentos registados na tarde deste sábado no estádio da Corregidora, o CEPC informa que até o momento não há registo de pessoas falecidas, 22 feridos, 9 deles transferidos para o Hospital Geral e destes, dois deles em estado grave” disse a entidade em comunicado.

Tanto a Liga quanto a Federação Mexicana de Futebol informaram que abriram investigações sobre o incidente, ocorrido durante a partida entre Gallos Blanco del Querétaro e Atlas.

Violência “inadmissível”

Mikel Arriola, presidente executivo da Liga Mexicana de Futebol, condenou os acontecimentos e disse que os responsáveis ​​serão “punidos”.

“Inadmissível e lamentável a violência no estádio Corregidora em Querétaro. Os responsáveis ​​pela falta de segurança no estádio serão punidos de forma exemplar. A segurança dos nossos jogadores e torcedores é prioridade! Continuaremos a relatar”, escreveu ele em sua conta no Twitter.

Torcedores do Querétaro agridem torcedores do Atlas durante briga generalizada em partida no estádio La Corregidora, no Mexico / Foto: Cesar Gomez/Jam Media/Getty Images

Times condenam a violência

O clube Atlas disse que “lamenta e desaprova” o ocorrido, e que o futebol deve ser um “aliado para promover valores e diversão para toda a família”. A equipe pediu às autoridades que “investiguem minuciosamente e cheguem às últimas consequências, determinando as responsabilidades dos envolvidos”.

Querétaro também condenou a violência no estádio e afirmou, em comunicado divulgado nas redes, que estão em “coordenação com as autoridades para que atuem vigorosamente contra qualquer responsável”.

FONTE CNN

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Prefeitura de Araxá lança nova etapa da campanha Adote um Cãomigo

Gravatas, lacinhos e um perfume para aquecer ainda mais o coração de quem ama animais. Os cachorrinhos do Canil Municipal já estão preparados para a nova etapa da campanha de adoção promovida pela Prefeitura de Araxá – Adote um Cãomigo.

Os animais vivem no Canil Municipal. Eles foram acolhidos em algum momento em que precisaram de tratamento e cuidados veterinários. A coordenadora do espaço, Leidy Marília Sales, diz que os cães disponíveis para adoção estão saudáveis, vermifugados e castrados. Os filhotes têm castração gratuita garantida. “São animais que viviam nas ruas e que passaram por alguma situação que exigiu a nossa intervenção. Aqui, eles ficam para se recuperar e aguardam um novo dono”, afirma.

Atualmente o Canil Municipal abriga 216 animais, dentre os quais há aqueles mais idosos ou com alguma limitação, como a cegueira, deficiência física ou paraplégico. Estes, conforme explica Leidy, são os que têm maior dificuldade para achar um lar.

“A campanha Adote um Cãomigo é feita para evitar o retorno desses animais para as ruas. Hoje temos recebido uma demanda muito grande de animais e a saída é pequena. Para se ter uma ideia, atendemos em média 90 cães mensalmente e a taxa de adoção está em cerca de 15 animais por mês”, fala. De acordo com ela, é preciso liberar espaço para que o canil possa atender outros animais.

A campanha Adote um Cãomigo acontece tanto de forma presencial – rua Camarões, nº 125, bairro Novo Horizonte – como também virtual. Neste caso, as fotos dos animais que estão disponíveis para adoção são divulgadas através das redes sociais da Prefeitura de Araxá.

Para adotar um cachorrinho, é preciso ter 18 anos, apresentar RG, CPF e assinar um termo de responsabilidade. Os interessados em adotar devem comparecer ao Canil Municipal de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h.

Assessoria de Comunicação

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Mais de 2.000 atendimentos já foram feitos pela Sala Mineira do Empreendedor em Araxá

Em um cenário de pandemia, o trabalho de consultoria e capacitação voltado aos empreendedores torna-se crucial para contornar os impactos e fortalecer os negócios. Desempenhando este papel desde maio de 2021, a Sala Mineira do Empreendedor já prestou 2.136 atendimentos em Araxá. Deste total, 1.650 foram voltados para microempreendedores individuais (MEI).

A Sala Mineira do Empreendedor é resultado de uma parceria entre a Prefeitura de Araxá, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Minas Gerais (Sebrae Minas), Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg) e Sindicato do Comércio de Araxá (Sindicomércio).

A unidade oferta atendimento exclusivo, gratuito e de qualidade aos empreendedores, por meio de orientações, serviços e capacitações que visam facilitar, desburocratizar e agilizar o acesso aos serviços necessários para a abertura e manutenção de sua empresa.

A maioria dos atendimentos foi para pessoas jurídicas, totalizando 1.702 empresas. “As demandas trazidas por pessoas físicas geralmente são em relação a orientações para formalização ou capacitação através dos cursos oferecidos. Ou seja, em um próximo atendimento, muitas delas acabam retornando à Sala Mineira para se tornarem pessoas jurídicas”, explica a agente de Desenvolvimento da Sala Mineira, Sebastiana Barbosa.

Um apoio que veio na hora certa, destaca Sebastiana. “Muita gente foi demitida por causa da pandemia e muitos profissionais não tinham como exercer suas atividades. E essas pessoas precisaram se reinventar para garantir uma renda. Então, surgiram muitos jardineiros, salgadeiros, eletricistas, pedreiros, dentre outros profissionais que viram a importância de se formalizarem para garantir a continuidade de benefícios assegurados ao contribuinte da Previdência Social. Além disso, recebemos pessoas que buscaram preparo, capacitação e orientação para planejar e abrir o seu negócio”, aponta Sebastiana.

A Sala Mineira do Empreendedor fica na sede do Sindicomércio, na rua Dr. Edmar Cunha, nº 260, no bairro Santa Terezinha.

Assessoria de Comunicação

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Queda de rocha em Capitólio que matou dez pessoas foi ‘evento natural’, conclui Polícia Civil; ninguém foi indiciado

Segundo a instituição, não foi verificada nenhuma ação humana específica que tenha provocado o tombamento.

A Polícia Civil informou nesta sexta-feira (4) que não identificou responsáveis ou culpados pelo desabamento de uma rocha no Lago de Furnas, em Capitólio, no Sul de Minas Gerais, que deixou dez pessoas mortas no dia 8 de janeiro. Todas as vítimas estavam em uma única embarcação.

Segundo a instituição, não foi verificada nenhuma ação humana específica que tenha provocado a queda do paredão. A polícia concluiu que a ocorrência foi um “evento natural” e pediu o arquivamento do inquérito.

“Nós averiguamos eventuais irregularidades do empreendimento, mas essas irregularidades não estão conexas com o tombamento da placa rochosa. Se houvesse (conexão), indiciaríamos responsáveis pelos dez homicídios, o que não ficou comprovado”, afirmou o delegado regional de Passos, Marcos Pimenta.

Pedra desliza sobre turistas em Capitólio — Foto: Redes Sociais/Reprodução

Pedra desliza sobre turistas em Capitólio — Foto: Redes Sociais/Reprodução

A Polícia Civil não indiciou ninguém, mas elaborou dez sugestões que serão encaminhadas aos órgãos e às instituições responsáveis pelo licenciamento e fiscalização da região para a melhoria da segurança em Capitólio. Segundo a instituição, outras pedras podem vir a cair.

“Tem rocha lá em que é necessário intervenção urgente”, afirmou o perito e geólogo Otávio Guerra.

Entre as sugestões, estão o mapeamento das zonas de risco, que já começou a ser feito, a redução do número de embarcações permitidas nos cânions, o uso obrigatório de coletes salva-vidas em toda a represa e a proibição de passeios turísticos após advertências da Defesa Civil (veja a lista completa ao final da reportagem).

Cerca de duas horas antes do acidente, no dia 8 de janeiro, a Defesa Civil de Minas Gerais tinha emitido um alerta sobre chuvas intensas e a possibilidade de ocorrências de cabeça d’água em Capitólio.

De acordo com o delegado Marcos Pimento, era responsabilidade do piloto averiguar as condições climáticas. Ele está entre as vítimas mortas na tragédia.

O pedido de arquivamento do inquérito será analisado agora pelo Ministério Público, que pode concordar, requisitar novas diligências ou optar por denunciar alguém.

Perito criminal de Passos, Rogério Shibata, delegado regional de Passos, Marcos Pimenta, e perito criminal Otávio Guerra — Foto: Flávia Cristini / TV Globo

Irregularidades

Uma empresa que atua na região de Capitólio tinha solicitado ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) autorização para a perfuração de um poço de 80 metros de profundidade, para verificar a disponibilidade de água.

No entanto, segundo o delegado Marcos Pimenta, a perfuração foi feita por outra empresa, com um CNPJ diferente, e com profundidade de 288 metros.

“Quando não se encontra água no poço, tem que fechar e comunicar ao Igam no prazo legal de 30 dias, e não houve por parte das empresas, por nenhum CNPJ, essa comunicação”, disse o delegado.

Além disso, um decreto municipal de Capitólio previa a existência de um píer para a fiscalização das embarcações. De acordo com o policial, esse píer chegou a existir, mas “desapareceu há alguns meses e não foi reposto”.

A polícia também identificou que apenas crianças e idosos utilizavam coletes salva-vidas e que a legislação permitia até 40 embarcações nos cânions, o que, para a instituição, é um número muito elevado. No dia da tragédia, foram contabilizadas oito embarcações e uma moto aquática.

No entanto, segundo a Polícia Civil, nenhuma dessas irregularidades contribuiu para a queda da rocha.

Sugestões da Polícia Civil

  • Realização de mapeamento de todas as zonas de risco (movimento de massas) por geólogos e/ ou outros profissionais especializados no ramo e sua demarcação em campo e em planta;
  • Redução no número de embarcações nos cânions, que deverão apenas contemplar o local, em velocidade baixa e sem uso de aparelho sonoro;
  • Implementação do selo de identificação nas embarcações;
  • Identificação de todos os turistas que utilizarem embarcações, sendo que o controle/ cadastro deverá ser armazenado/ disponibilizado nos respectivos píeres;
  • Uso obrigatório de colete salva-vidas em toda a represa e capacete na região dos cânions e áreas semelhantes;
  • Maior integração entre os órgãos/ instituições responsáveis pela concessão e fiscalização de empreendimentos turísticos;
  • Proibição de passeios turísticos na região quando houver comunicação de advertência pela Defesa Civil;
  • Fortalecimento das fiscalizações de engenharia, geologia e ambiental;
  • Exigência de estudo de risco e respectiva contenção para os empreendimentos turísticos;
  • Efetiva participação de Furnas e da concessionária Nascentes das Gerais na adoção de medidas preventivas de segurança.

FONTE G1.COM

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Putin está mesmo isolado na invasão à Ucrânia? O que dizem especialistas sobre a posição do presidente russo

Estudiosos analisam se existe uma alienação internacional e doméstica em relação ao líder e comentam o posicionamento da China em relação sobre o conflito, os efeitos das sanções econômicas contra a Rússia e a votação da resolução na Assembleia da ONU.

Presidente russo, Vladimir Putin — Foto: Sputnik/Aleksey Nikolskyi/Kremlin via Reuters

Durante semanas, Vladimir Putin, presidente da Rússia, negou que estaria planejando invadir a Ucrânia, e alegou que a movimentação das suas tropas perto da fronteira se tratava de exercício militar. Ele também não escondeu a convicção de que a Otan e a União Europeia estavam cada vez mais próximas dos ucranianos — o que diretamente, para ele, é um risco ao governo russo.

Agora, enquanto a Rússia invade a Ucrânia, países do Ocidente se unem para aplicar sanções econômicas que possam frear os avanços de Putin e enviam armas para apoiar o Exército ucraniano. Na mesma linha, empresas privadas também impõem restrições ou encerram as prestações de serviços na Rússia.

A questão é: Vladimir Putin está mesmo isolado na invasão à Ucrânia? A seguir, especialistas ouvidos pelo g1 analisam:

  • O posicionamento da China em relação sobre o conflito;
  • Efeitos das sanções econômicas contra a Rússia;
  • A votação na Assembleia da ONU.

Putin está sozinho nessa guerra?

Tanto Tanguy Baghdadi, especialista em relações internacionais, quanto Denilde Oliveira Holzhacker, professora de relações internacionais da ESPM, concordam que Vladimir Putin está isolado internacionalmente. Quanto ao apoio da população russa, ainda é difícil avaliar. Não restam dúvidas de que ele é um líder de grande poder, mas, como o presidente controla a imprensa e as opiniões que circulam no país, pouco se sabe sobre a avaliação dos russos em relação à invasão na Ucrânia.

“Há uma sinalização de que ele não tenha um apoio interno, mas com certeza ele teve apoio dos grandes milionários. Agora, com as sanções, isso pode estar sendo perdido porque o impacto para a pessoa física tem sido muito alto”, opina Denilde.

Ela também observa que não existe um aliado direto na guerra, nem mesmo a China. “É um conflito que é liderado e está sendo feito pelas forças russas. Para a leitura do Putin pode significar que ele tenha essa alienação, mas também não tem uma oposição direta da China contra ele”.https://e24ae3a26cc4d72eca255ea07a806a64.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Na avaliação de Baghdadi, Putin não está isolado internamente. “Ele continua tendo um apoio bastante grande doméstico. Muitos continuam considerando que a culpa da guerra é da Ucrânia, dos Estados Unidos e da Otan. É importante contar que ele é sim um político popular dentro da Rússia“. Apesar disso, o especialista acredita que isso possa mudar com o decorrer da guerra.

Qual o posicionamento da China em relação ao conflito?

Embaixador da China na ONU fala na Assembleia Geral

Embaixador da China na ONU fala na Assembleia Geral

China manteve sua imparcialidade durante a votação na ONU (leia mais abaixo). O que não significa que o país não esteja, também, defendendo seus próprios interesses. Os chineses são, inclusive, uma das apostas de especialistas como possíveis mediadores diplomáticos para lidar com o conflito.https://e24ae3a26cc4d72eca255ea07a806a64.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Mas, afinal, quais seriam os interesses da China? Estabilidade. Tanguy Baghdadi comenta que, do ponto de vista chinês, “o respeito à soberania tem que existir porque senão há instabilidade, e instabilidade é ruim para todo mundo”. Com a premissa de que “é preciso crescer economicamente”, o país mira em manter suas parcerias internacionais e encontrar formas negociáveis para o fim da guerra.

“A China teria muito interesse em participar de alguma forma. Talvez não diretamente, mas agindo nos bastidores, demonstrando que é uma grande potência ponto de vista econômico e político, e apoia uma solução de paz”, aposta Tanguy.

Efeitos das sanções na estratégia russa

Inicialmente, estudiosos que acompanham política e economia internacional entenderam que as sanções econômicas já conhecidas, aplicadas em países como Cuba, Venezuela ou Síria, não eram eficazes para frear os avanços de Putin na Ucrânia.

À medida que mais restrições e bloqueios foram sendo feitos, a opinião de alguns analistas mudou. Baghdadi caracteriza as novas sanções como “nucleares”. “São sanções muito pesadas, muito fortes. Por exemplo, que impedem a Rússia de ter acesso a uma parte das reservas internacionais do país. Países ocidentais também tiraram a Rússia do sistema Swift. Essas são sanções impedem a Rússia de manter o valor da sua moeda”.https://e24ae3a26cc4d72eca255ea07a806a64.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

O ponto crucial para Baghdadi e para Denilde é que o impacto dessas novas sanções é imediato e causa, a curto prazo, um isolamento e um sufocamento econômico. Elas também atingem civis e elites locais, que podem ajudar a pressionar o presidente russo a cessar-fogo.

“Elas [sanções] sinalizam que as formas de atuação dos países da Europa vão ser de não entrar em uma confrontação direta, mas pressionar por vias econômicas”, diz Denilde.

Há também o posicionamento de empresas privadas que se colocaram contrárias à guerra. Tanguy Baghdadi destaca a decisão das empresas de serviços financeiros Visa e Mastercard em encerrar operações na Rússia. Assim como a Boeing e a Airbus, que pararam de prestar assistência para Moscou. “Com o espaço aéreo europeu fechado, nem mesmo as aeronaves russas, para voos comerciais, conseguem ir para a Europa”, ressalta Baghdadi.

Quais são as estratégias militares de Putin? Veja perguntas e respostas sobre a guerra na Ucrânia

Votação na Assembleia Geral da ONU

Assembleia Geral da ONU sobre invasão da Ucrânia — Foto: Reuters/Carlo Allegri

Assembleia Geral da ONU sobre invasão da Ucrânia — Foto: Reuters/Carlo Allegrihttps://e24ae3a26cc4d72eca255ea07a806a64.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Na quarta-feira (2), foi aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) uma resolução contra a invasão russa na UcrâniaForam 141 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções. Sendo os países que votaram contra Belarus, Coreia do Norte, Eritreia, Rússia e Síria.

O destaque da votação, no entanto, não são os votos que foram contrários a resolução, já que, como descreveu Denilde, “são países liderados por ditadores, com histórico de estarem em situações de crise e conflito. Reflete em uma questão mais simbólica do que efetiva.”

A atenção fica em cima das abstenções da índia e da China, que mantêm a imparcialidade. A China, como explicam os especialistas, costuma se abster nessas votações, o que não traz surpresas. E os indianos, ao mesmo tempo que têm relações comerciais de produtos militares com a Rússia, sustentam bons laços com países ocidentais. A análise, então, é que os dois países demonstram que é preciso encontrar outros caminhos, diplomáticos, para encerrar o conflito.

Lembrando que a Venezuela, aliada da Rússia, perdeu o direito ao voto na Assembleia Geral por falta de pagamento de sua adesão à ONU. Segundo o jornal venezuelano “El Universal”, a divida é de cerca de 40 milhões de dólares.https://e24ae3a26cc4d72eca255ea07a806a64.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

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Pelo menos 33 países autorizam entrada de refugiados da Ucrânia

Brasil publicou na quinta-feira (3), no Diário Oficial da União, a portaria que prevê visto humanitário por 180 dias

Organização das Nações Unidas (ONU) informou que mais de 1 milhão de pessoas já deixaram a UcrâniaAttila Husejnow/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Giulia Alecrimda CNN
em São Paulo

Ao menos 33 países estão autorizando a entrada de pessoas que estão fugindo da guerra na Ucrânia. A primeira manifestação de abrigo veio da União Europeia, bloco que reúne 27 países membros aptos a receber refugiados. Ainda não está claro por quanto tempo a aliança europeia emitirá a permissão de entrada, mas haverá possibilidade de emprego, moradia e assistência médica.

De acordo com um levantamento exclusivo da Agência CNN, além dos países membros, outros seis anunciaram a entrada, são eles: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Austrália.

O Brasil publicou na quinta-feira (3), no Diário Oficial da União, a portaria que prevê visto humanitário por 180 dias, com possibilidade de solicitar residência por tempo indeterminado Os imigrantes também poderão trabalhar, nos termos da legislação vigente.

Os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira a emissão do Status de Proteção Temporária (TPS) por 18 meses para quem tiver adentrado o país até 1º de março.

Canadá até o momento foi o único país que informou que não teria limite de quantas pessoas poderiam aplicar para o visto, além de informar a possibilidade de residência por mais de dois anos.

Reino Unido, que deixou a União Europeia oficialmente no dia 1° de janeiro de 2021, não chegou a autorizar vistos para qualquer imigrante, mas sim para pais, irmãos, filhos e avós de residentes ucranianos no Reino Unido encontrarem suas famílias.

Os Emirados Árabes Unidos haviam, inicialmente, suspendido a entrada de ucranianos, mas depois de críticas dos aliados do Oriente Médio, resolveram voltar atrás e anunciar que os refugiados seriam aptos para vistos.

Por fim, a Austrália divulgou que já analisou “centenas” de pedidos de visto nos últimos dias. Residentes ucranianos que já viviam no país e que estavam próximos de ter o visto vencido, ganharão uma extensão automática de mais seis meses.

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que mais de 1 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia.

Refugiados deixam a Ucrânia

  • 1 de 7Refugiados da Ucrânia chegam a abrigo temporário em Korczowa, na PolôniaCrédito: Sean Gallup/Getty Images
  • 2 de 7Refugiados choram e se abraçam após encontrar parentes do outro lado da fronteira da Ucrânia com a PolôniaCrédito: Attila Husejnow/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
  • 3 de 7Pessoas esperam por refugiados em estação de trem nas proximidades da fronteira entre Rússia e UcrâniaCrédito: Janos Kummer/Getty Images
  • 4 de 7Refugiada ucraniana cruza a pé a fronteira da Ucrânia com a PolôniaCrédito: Attila Husejnow/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
  • 5 de 7Refugiados acampam perto da fronteira entre a Ucrânia e a PolôniaCrédito: Beata Zawrzel/NurPhoto via Getty Images
  • 6 de 7Abrigo de refugiados ucranianos na PolôniaCrédito: Agnieszka Majchrowicz/Anadolu Agency via Getty Images
  • 7 de 7Estação de trem na Polônia registra alto fluxo de refugiados vindos da UcrâniaCrédito: Agnieszka Majchrowicz/Anadolu Agency via Getty Images

FONTE CNN.