Suspeitos do assassinato do enfermeiro Murilo são presos

Autores do latrocínio do enfermeiro Murilo foram presos na manhã desta quinta-feira (25). De acordo com o delegado regional Vítor Hugo Heisler, as diligências estão sendo realizadas pela Polícia Civil em Araxá e assim que forem finalizadas será marcada uma entrevista coletiva com a imprensa para esclarecimentos.  Até lá, não serão passadas informações, para que as investigações em andamento não sejam prejudicadas, segundo o delegado.

O latrocínio (roubo seguido de morte) ocorreu no dia 11 de novembro, em um bar localizado no bairro João Bosco Teixeira, em Araxá. Segundo um homem de 25 anos, dois indivíduos encapuzados e armados chegaram ao local e anunciaram o roubo, subtraindo sua carteira contendo dinheiro e documentos pessoais. Durante a ação, a vítima, de 59 anos, foi atingida pelos autores com um disparo de arma de fogo na região direita do tórax. O homem foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas veio a óbito. Ele era funcionário da Unisa.

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Araxá recebe o 1º Festival Paralímpico destinado a crianças e adolescentes

Para oferecer a crianças e adolescentes com deficiência a experiência de participar de modalidades paralímpicas e propiciar a inclusão social por meio do esporte, Araxá recebe o 1º Festival Paralímpico 2021 no dia 4 de dezembro, das 8h30 às 12h, na Praça da Juventude.

O evento esportivo é uma realização do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em parceria com a Secretaria Municipal de Esportes, sob a coordenação da Assessoria Municipal de Esportes Especializados.

O festival é voltado para crianças e adolescentes de 8 a 17 anos com e sem deficiência, com três modalidades paralímpicas: atletismo, bocha e goalball. Será fornecido aos participantes camiseta e kit lanche.

As inscrições estão abertas e podem ser realizadas na sede da Assessoria Municipal de Esportes Especializados, na avenida Antônio Afonso do Vale, Praça da Juventude. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Contatos: (34) 3664-7836 ou 3669-8055.

Att.
Assessoria de Comunicação

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Deputado apresenta projeto de lei para cancelar Carnaval em 2022

Parlamentar baseia-se em alerta da OMS sobre quarta onda para proibir realização da festa em todo o território nacional 

O deputado federal Pastor Eurico (Patriota-PE) protocolou na Câmara dos Deputados um projeto de lei que proíbe as festividades do Carnaval em 2022 em todo o território nacional em razão da pandemia do novo coronavírus. 

O deputado Pastor Eurico (Patriota-PE) na Câmara

O deputado Pastor Eurico (Patriota-PE) na Câmara

CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

O texto do PL 4.183/2022 foi protocolado na quinta-feira (25), mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro disse em live que, “por mim, não teria Carnaval [em 2022]

O presidente ainda disse que a decisão não depende dele: “Só que tem um detalhe: quem decide não sou eu. Segundo o Supremo Tribunal Federal, quem decide são os governadores e os prefeitos. Não quero me aprofundar nessa que poderia ser uma nova polêmica”.

A polêmica, no entanto, estava instalada. Nas redes sociais, internautas se dividiram entre os que defendem o Carnaval e os que acham que é melhor adiar mais uma vez a festa. A discussão também ganhou contornos políticos, com acusações mútuas de falta de coerência entre a turma do “fique em casa” e a turma do “a economia primeiro”. 

Na Câmara, o texto aguarda despacho do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para começar a tramitação. Embora não haja indícios de que Lira vá pautar a matéria, o tema, que divide internautas, já chegou ao Legislativo.  

Justificativa

Na justificativa do projeto, o deputado Pastor Eurico cita o alerta da OMS (Organização Mundial de Saúde) para a quarta onda de contaminação. 

“Apesar do ritmo acelerado de vacinação proporcionado pelo nosso governo federal, a própria Organização Mundial da Saúde destaca que o Carnaval pode ser um risco de uma nova onda de contaminações de Covid-19. De acordo com Mariângela Simão, diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos da OMS, o mundo está entrando em uma quarta onda da pandemia do coronavírus. ‘Estamos vendo a ressurgência de casos de Covid-19 na Europa. Tivemos nas últimas 24 horas mais de 440 mil novos casos confirmados. E isso porque há subnotificação em vários continentes. O mundo está entrando em uma quarta onda, mas as regiões têm tido um comportamento diferente em relação à pandemia’, afirmou ela”, disse o deputado.

O parlamentar também se antecipa à discussão de se a Câmara pode legislar sobre o tema, e discorda do presidente Bolsonaro quanto a tratar-se de uma atribuição de governadores e prefeitos: “Ademais, é importante destacar que a aprovação deste projeto de lei não vai ferir a competência de outros entes federados legislarem sobre o tema. Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, as ações para combater o coronavírus são de competência compartilhada entre a União, estados, municípios e o DF. No caso de normas editadas por entes distintos, nossa Suprema Corte determinou que, em nome da segurança da população, serão adotadas as medidas mais restritivas”. 

FONTE R7

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Ambientalistas denunciam recompensa por caça a tubarões em Ubatuba, litoral de SP

Após repercussão negativa, dono de marina que incentivou caça a tubarões afirma que foi mal interpretado. Ataques a banhistas na cidade chamaram a atenção após o registro de dois casos em novembro.

Ambientalistas denunciam recompensa por caça a tubarões em Ubatuba, litoral paulista — Foto: BBC/Getty Images

Ambientalistas de 50 órgãos denunciam a iniciativa de uma marina que oferece recompensa financeira para caça de tubarões em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo. A cidade teve dois registros de banhistas feridos por tubarões em um espaço de menos de 15 dias. Apesar disso, os pesquisadores consideram os casos como raros e isolados.

O caso ganhou repercussão após a mensagem de um e-mail disparado pelo presidente do Tamoios Iate Clube viralizar nas redes sociais. Nela, a diretoria da empresa manifesta “preocupação com possíveis danos ao turismo” e anuncia “um prêmio pela captura ou eliminação do organismo causador dos ataques”.

A caça de tubarões é proibida por meio de portaria do Ministério do Meio Ambiente e considerada crime ambiental, com previsão de multa e prisão.

Na carta de repúdio contra a caça de tubarões, os ambientalistas destacam que a iniciativa pode provocar efeitos sérios e irreversíveis na vida marinha, que já é afetada negativamente por ações humanas, como a poluição.

“Os tubarões são essenciais para o equilíbrio do ecossistema marinho, sendo que diversas espécies de tubarões já se encontram vulneráveis, ameaçadas ou em risco de extinção, e atitudes como essa podem ampliar e causar imenso desequilíbrio ecológico desencadeando diversos problemas, inclusive aos seres humanos”, afirmam os ambientalistas.

Procurado pelo g1, o comodoro do Tamoios Iate Clube, José Jacyntho de Magalhães afirma que foi mal interpretado e que a mensagem não passava de uma ironia.

“Houve má interpretação do que se pretendia. Era uma brincadeira, ironia. Obviamente não vamos levar isso à frente”, afirmou.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Clube prometeu recompensa por captura de tubarões em Ubatuba; prática é criticada por ambientalistas — Foto: Reprodução

Clube prometeu recompensa por captura de tubarões em Ubatuba; prática é criticada por ambientalistas — Foto: Reprodução

FONTE G1

Filho diz que Chorão deixou dívida ‘impagável’ com gravadora, feita em 2005 e descontada até hoje

Herdeiro de direitos do Charlie Brown falou sobre trabalho com legado do pai e afirmou que, em 2016, guitarrista Thiago o trancou em um banheiro e ameaçou: ‘Vou tirar o nome da banda de você’.

Alexandre Abrão, filho de Chorão, parece ter mais dias de luta do que dias de glória ao administrar o legado do Charlie Brown Jr. A história conturbada do pai se repete com ele.

O capítulo mais recente é a saída dos guitarristas Marcão e Thiago Castanho de projetos envolvendo a antiga banda.

O filho diz que sempre concordou com as demandas dos ex-colegas do pai, e que Marcão e Thiago tentaram registrar marcas da banda e até entraram com um processo na justiça sem conversar com ele antes. Ao desabafar com o g1, Alexandre também revela outros desafios da sua atividade

  • Ele diz que o pai queria seguir carreira solo em 2005, quando a banda brigou, mas o presidente da gravadora EMI o impediu: ‘Tu é o Charlie Brown, não é o Chorão’.
  • Chorão comprou os direitos da banda dos outros músicos. Para levantar o dinheiro, fez uma dívida ‘impagável’ com a gravadora, diz o filho. Ele afirma que dívida é descontada até hoje.
  • Ele afirma que Thiago e Marcão romperam com ele em 2021 sem querer conversar, e que uma reconciliação depende dos dois.
  • Alexandre diz que, em 2016, foi trancado por Thiago em um banheiro, e o guitarrista colocou o dedo na sua cara e falou: ‘Vou tirar o nome do Charlie Brown de você’.
  • Segundo ele, o guitarrista fez a ameaça após ver que a turnê dos ex-músicos da Legião Urbana foi bem-sucedida sem a participação do filho de Renato Russo.
  • Ele diz que considera uma honra cuidar do trabalho do pai, mas que já viu isso como um fardo e que faz acompanhamento psicológico desde a morte do pai, em 2013.

Alexandre – Hoje eu fico praticamente 100% do tempo focado no Charlie Brown. É 24 horas por dia, 7 dias por semana, não tenho feriado nem final de semana. Como a gente lida com entretenimento, música, vídeo, rede social, é sempre uma coisa madrugada adentro e de manhã cedo continua.

g1 – O que era o projeto que envolvia o Marcão e o Castanho antes de vocês se desentenderem?

Alexandre – Estava continuando um projeto que eu criei lá em 2014, de devolver o Charlie Brown Jr aos palcos com os músicos. Eu sinto falta dos fãs do Charlie Brown, da energia que os meninos tinham no palco em conjunto.

Porque o Charlie Brown não era o trabalho do meu pai, era a vida dele. Dando continuidade ao legado dele, continua a história dele também. A banda em si acabou em 2013, mas o legado é eterno. Quanto mais eu trabalhar e levar o Charlie Brown de volta, mais tempo meu pai vai ser lembrado.

Alexandre Abrão, filho de Chorão — Foto: Divulgação

Alexandre Abrão, filho de Chorão — Foto: Divulgação

g1 – Justo agora, quando os eventos começaram a voltar, vocês brigaram. O que que aconteceu? Por que eles saíram?

Alexandre – Para ser sincero, não sei. Falam que eu não fui uma coisa, não fui outra, que eu fui mesquinho. Mas a verdade é que eu nunca fui contatado por eles para absolutamente nada. Ninguém falou: ‘Preciso que você faça isso, senão vou sair.’

Em julho, o Thiago e o Marcão deram entrada no INPI [Instituto Nacional de Propriedade Industrial] com marcas que meu pai já tinha: “CBJR”, “C.Brown Jr.”

Até “Charlie Brothers”, que meu pai não tinha. Pô, “Charlie Brothers” (risos)

Eram coisas assim: “Charlie Brown 30 anos”, Charlie Brown isso e aquilo. Eu falei: ‘gente, o que que tá acontecendo?’

Ao mesmo tempo, comecei a ter uma discussão com o empresário da época, o Branco. Ele vinha botando uma pressão em cima de mim para eu licenciar o nome do Charlie Brown Jr. para ele. Trabalho com licenciamento desde 2013, sei que não é assim.

A banda sempre foi feita através do escritório do meu pai. Sou sócio do escritório do meu pai desde antes de ele falecer.

g1 – Se o nome “Charlie Brown Jr” não está registrado no INPI, apenas estes termos relacionados, o que fez do seu pai, e agora você, donos da banda?

Alexandre – Em 2005, quando teve a ruptura do Charlie Brown e saiu o Champignon, Marcão e Pelado, meu pai queria fazer um projeto solo chamado Chorão Skate Vibe. Só que ele tinha um contrato muito pesado com a EMI [a gravadora EMI foi comprada e incorporada pela Universal em 2012; já a editora EMI, que cuida de direitos das músicas, foi comprada e incorporada pela Sony em 2018].

O Maynard, que era presidente da gravadora, falou: ‘Pô, você vai fazer projeto solo o caral**! Tu é o Charlie Brown, tu não é o Chorão’. Aí meu pai comprou dos outros músicos os direitos artísticos, de marca, de imagem. Através disso ele virou o dono da banda.https://94a9a444973747a001cf58abc7dd8bd7.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Desde que meu pai faleceu, uma das pessoas que trabalhava com o meu pai falava: ‘O Chorão tem uma dívida impagável com a EMI’. Até hoje essa dívida impagável está aí. A gente paga de pouquinho em pouquinho, porque retém os direitos artísticos. Isso é uma coisa que ninguém sabia.

Documentário 'Chorão: Marginal Alado' mostra relação com fãs, solidariedade e intimidade

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Documentário ‘Chorão: Marginal Alado’ mostra relação com fãs, solidariedade e intimidade

g1 – Vocês pagam ainda essa dívida com parte dos direitos que a obra do Chorão arrecada?

Alexandre – Na verdade não paga. A EMI simplesmente retém e a gente não vê esse dinheiro. As pessoas falam: ‘Ah, chove dinheiro’. Não é assim.https://94a9a444973747a001cf58abc7dd8bd7.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Meu pai, para comprar [os direitos dos outros músicos], tomou uma dívida da EMI de advanceds [termo que se usa no mercado musical para falar de pagamentos adiantados de gravadoras aos músicos]. Para quitar a compra com o Marcão, o Champignon e o Pelado.

O Thiago já tinha saído da banda antes. Com essa ruptura, para fazer voltar o Charlie Brown, ele chamou o Thiago de volta. Porém, como contratado. Todos os músicos que entraram no Charlie Brown Jr desde 2005 eram contratados.

g1 – Então vocês estão pagando até hoje dívida de ‘advanced’ de gravadora?

Alexandre – Não só dívida de ‘advanced’ da EMI. A gente paga todos os problemas jurídicos. Porque o Charlie Brown tem problemas jurídicos da época do meu pai. Tem diversos processos.

g1 – Já faz muito tempo para ainda ter dívida com gravadora. Você tem uma previsão de quando termina ou quanto falta para pagar?

Alexandre – Eu cuido da parte bacana da coisa. Que fica aqui até não sei que horas editando vídeo para entrar no YouTube, no Instagram e no telão do show. A parte do dinheiro, para mim, sinceramente não faz muita diferença.

g1 – Você vê alguma possibilidade de eles voltarem ou já está trabalhando com a perspectiva de não ter o Thiago e o Marcão?

Alexandre – Não depende de mim, depende de eles atenderem o telefone ou me ligarem. Porque eles me processaram e eu continuei tentando falar. Quando fui tentar falar com eles, três dias depois eles foram no público e falaram: ‘A gente está saindo’.

‘Gente, vocês estão me processando e mesmo assim eu estou aqui. Vamos conversar.’

Tudo que eles pediram eu abri um pouco as pernas. ‘Eu quero cachê de tanto’. Tá bom. ‘Eu quero ter a possibilidade de fazer uma marca Charlie Brown Jr. com meu nome, para fazer merchandising.’ Tá bom, não tem problema. ‘Eu quero isso, aquilo’. Beleza.

Eu quero muito fazer a turnê para comemorar os 30 anos da vida do meu pai. Eu sou uma pessoa que não gosta de briga, mas não depende de mim.

Integrantes da banda Charlie Brown Jr. posam para foto em 1997. Na foto, o guitarrista Thiago Castanho, o vocalista Chorão, o baixista Champignon, o baterista Renato Pelado e guitarrista Marcão. — Foto: Julio Vilela/ Estadão Conteúdo

Alexandre – Hoje eu fico praticamente 100% do tempo focado no Charlie Brown. É 24 horas por dia, 7 dias por semana, não tenho feriado nem final de semana. Como a gente lida com entretenimento, música, vídeo, rede social, é sempre uma coisa madrugada adentro e de manhã cedo continua.

g1 – O que era o projeto que envolvia o Marcão e o Castanho antes de vocês se desentenderem?

Alexandre – Estava continuando um projeto que eu criei lá em 2014, de devolver o Charlie Brown Jr aos palcos com os músicos. Eu sinto falta dos fãs do Charlie Brown, da energia que os meninos tinham no palco em conjunto.

Alexandre Abrão, filho de Chorão — Foto: Divulgação

Alexandre Abrão, filho de Chorão — Foto: Divulgação

g1 – Justo agora, quando os eventos começaram a voltar, vocês brigaram. O que que aconteceu? Por que eles saíram?

Alexandre – Para ser sincero, não sei. Falam que eu não fui uma coisa, não fui outra, que eu fui mesquinho. Mas a verdade é que eu nunca fui contatado por eles para absolutamente nada. Ninguém falou: ‘Preciso que você faça isso, senão vou sair.’

Em julho, o Thiago e o Marcão deram entrada no INPI [Instituto Nacional de Propriedade Industrial] com marcas que meu pai já tinha: “CBJR”, “C.Brown Jr.”

Ao mesmo tempo, comecei a ter uma discussão com o empresário da época, o Branco. Ele vinha botando uma pressão em cima de mim para eu licenciar o nome do Charlie Brown Jr. para ele. Trabalho com licenciamento desde 2013, sei que não é assim.

A banda sempre foi feita através do escritório do meu pai. Sou sócio do escritório do meu pai desde antes de ele falecer.

g1 – Se o nome “Charlie Brown Jr” não está registrado no INPI, apenas estes termos relacionados, o que fez do seu pai, e agora você, donos da banda?

Alexandre – Em 2005, quando teve a ruptura do Charlie Brown e saiu o Champignon, Marcão e Pelado, meu pai queria fazer um projeto solo chamado Chorão Skate Vibe. Só que ele tinha um contrato muito pesado com a EMI [a gravadora EMI foi comprada e incorporada pela Universal em 2012; já a editora EMI, que cuida de direitos das músicas, foi comprada e incorporada pela Sony em 2018].

O Maynard, que era presidente da gravadora, falou: ‘Pô, você vai fazer projeto solo o caral**! Tu é o Charlie Brown, tu não é o Chorão’. Aí meu pai comprou dos outros músicos os direitos artísticos, de marca, de imagem. Através disso ele virou o dono da banda.https://94a9a444973747a001cf58abc7dd8bd7.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Desde que meu pai faleceu, uma das pessoas que trabalhava com o meu pai falava: ‘O Chorão tem uma dívida impagável com a EMI’. Até hoje essa dívida impagável está aí. A gente paga de pouquinho em pouquinho, porque retém os direitos artísticos. Isso é uma coisa que ninguém sabia.

Documentário 'Chorão: Marginal Alado' mostra relação com fãs, solidariedade e intimidade

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Documentário ‘Chorão: Marginal Alado’ mostra relação com fãs, solidariedade e intimidade

g1 – Vocês pagam ainda essa dívida com parte dos direitos que a obra do Chorão arrecada?

Alexandre – Na verdade não paga. A EMI simplesmente retém e a gente não vê esse dinheiro. As pessoas falam: ‘Ah, chove dinheiro’. Não é assim.https://94a9a444973747a001cf58abc7dd8bd7.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Meu pai, para comprar [os direitos dos outros músicos], tomou uma dívida da EMI de advanceds [termo que se usa no mercado musical para falar de pagamentos adiantados de gravadoras aos músicos]. Para quitar a compra com o Marcão, o Champignon e o Pelado.

O Thiago já tinha saído da banda antes. Com essa ruptura, para fazer voltar o Charlie Brown, ele chamou o Thiago de volta. Porém, como contratado. Todos os músicos que entraram no Charlie Brown Jr desde 2005 eram contratados.

g1 – Então vocês estão pagando até hoje dívida de ‘advanced’ de gravadora?

Alexandre – Não só dívida de ‘advanced’ da EMI. A gente paga todos os problemas jurídicos. Porque o Charlie Brown tem problemas jurídicos da época do meu pai. Tem diversos processos.

g1 – Já faz muito tempo para ainda ter dívida com gravadora. Você tem uma previsão de quando termina ou quanto falta para pagar?

Alexandre – Eu cuido da parte bacana da coisa. Que fica aqui até não sei que horas editando vídeo para entrar no YouTube, no Instagram e no telão do show. A parte do dinheiro, para mim, sinceramente não faz muita diferença.

g1 – Você vê alguma possibilidade de eles voltarem ou já está trabalhando com a perspectiva de não ter o Thiago e o Marcão?

Alexandre – Não depende de mim, depende de eles atenderem o telefone ou me ligarem. Porque eles me processaram e eu continuei tentando falar. Quando fui tentar falar com eles, três dias depois eles foram no público e falaram: ‘A gente está saindo’.

‘Gente, vocês estão me processando e mesmo assim eu estou aqui. Vamos conversar.’

Tudo que eles pediram eu abri um pouco as pernas. ‘Eu quero cachê de tanto’. Tá bom. ‘Eu quero ter a possibilidade de fazer uma marca Charlie Brown Jr. com meu nome, para fazer merchandising.’ Tá bom, não tem problema. ‘Eu quero isso, aquilo’. Beleza.

Eu quero muito fazer a turnê para comemorar os 30 anos da vida do meu pai. Eu sou uma pessoa que não gosta de briga, mas não depende de mim.

Integrantes da banda Charlie Brown Jr. posam para foto em 1997. Na foto, o guitarrista Thiago Castanho, o vocalista Chorão, o baixista Champignon, o baterista Renato Pelado e guitarrista Marcão. — Foto: Julio Vilela/ Estadão Conteúdo
Integrantes da banda Charlie Brown Jr. posam para foto em 1997. Na foto, o guitarrista Thiago Castanho, o vocalista Chorão, o baixista Champignon, o baterista Renato Pelado e guitarrista Marcão. — Foto: Julio Vilela/ Estadão Conteúdo

g1 – Mas você acha possível fazer a turnê sem eles? Porque eles não conseguem fazer sem você, e não sei se você consegue fazer sem eles.
Alexandre – Eu gosto de trabalhar as coisas bacanas. Tem uma história linda do meu pai, do Champignon, do Marcão, do Thiago.
Eu boto no Google, e em vez de aparecer uma coisa legal, aparece: ‘Membros do Charlie Brown arrumam barraco com filho do Chorão’. Primeiro, eu não quero ficar como ‘filho do Chorão’. Eu fico atrás. Eu sou uma pessoa tímida. Fiquei oito anos para começar a falar sobre a vida pessoal com um repórter.

Minha vida é minha vida. Eu fico aqui, jogo meu videogame, tomo meu café, gosto de Elton John. Eu tô aqui quietinho. É muito triste ver que, por causa deles, de eles estarem fazendo isso, o nome do Charlie Brown Jr. está sendo puxado junto para essa briga.

Porque o Charlie Brown não era só briga. Ele tem muita história de amor e superação.
g1 – Mas o Chorão também teve essa relação difícil com os músicos. Tanto que eles saíram e voltaram. Você acha que, de alguma forma, está repetindo a relação do seu pai e entrando nesse ciclo do qual ele mesmo não conseguiu sair?

Alexandre – Realmente, meu pai sempre levou o Charlie Brown Jr como uma coisa muito dele. ‘É do meu jeito e vai ser do meu jeito’. Eu não penso assim. Menos de um mês depois que meu pai faleceu, numa reunião na casa da ex-mulher do Thiago para falar sobre o futuro da banda, eu falei: os caras são músicos, é isso que eles sabem fazer. Tem que tocar.
Estamos editando um livro que meu pai começou. Sempre que brigava com alguém, ele falava: ‘Não quero mais o cara no livro’. Ia lá e riscava o rosto das fotos. Uma dessas pessoas foi o Heitor. Eu não concordo. Peguei o telefone e falei:’ Heitor, meu pai te tirou, mas quero te colocar, porque você faz parte da história’.
Charlie Brown era a vida do meu pai, e sempre vou continuar trabalhando dessa forma. Seja com eles de preferência, ou seja sem eles.
g1 – Há um peso de ter ficado com esse legado? Para você é uma coisa difícil, nem sempre boa?
Alexandre – Tem coisa que é legal e coisa que é chata. Mas sempre que alguém vem falar de Charlie Brown comigo é uma honra. Se eu estou aqui hoje trabalhando com as coisas do meu pai, se ele foi quem foi, foi por causa dos fãs, dos amigos, das brigas, disso tudo.


Pode ser visto, sim, como um fardo para alguns. Eu, inclusive, já pensei dessa maneira. Desde o falecimento do meu pai eu faço acompanhamento psicológico, obviamente. Mas tudo que envolve Charlie Brown Jr, mesmo que for pesado, é parte de mim.

O problema é que o Thiago sempre foi uma pessoa muito pesada.

Em 2016, o cara me trancou dentro de um banheiro, e o cara que trabalhava para ele, segurança, ficou segurando a maçaneta para eu não sair. E o cara botou o dedo na minha cara para falar: ‘eu vou te processar. Vou tomar o nome do Charlie Brown de você’.

E eu sempre tentei relevar. Inclusive quando eu fui falar com ele de novo em 2019, foi tipo: Thiago, eu não quero falar de Charlie Brown, você era amigo do meu pai, eu quero ter uma relação saudável com você. Dessas conversas vim percebendo que ele queria voltar a tocar.
Sempre foi prometido: qualquer contrato que for feito você vai ter acesso. Qualquer número bancário, vai ter acesso. Sempre foi assim, pelo menos comigo. Meu pai não. Meu pai era: fechei aqui, show tal, tá aqui sua passagem aérea, te vejo lá.
Fico chateado, porque me mostra o Thiago de verdade. Porém, de novo, o cara era amigo do meu pai, que também tem sua história. Vou continuar tratando ele bem, com carinho.


E se a turnê do Legião Urbana foi extremamente bem-sucedida sem o Renato Russo e fez ele entrar naquela mentalidade de ‘ eu vou tirar o bagulho de você’…. (suspira) Eu não posso fazer nada. Eles me processaram sem falar comigo, anunciaram uma ruptura sem eu saber. Estou tipo mulher do outro, sempre sabendo depois.

Me surpreendeu o Marcão ter entrado nessa. O Marcão sempre falou: o Chorão é o dono do Charlie Brown e o Xande representa o Chorão. Falava: ‘Thiago, para com essas ideias’.
O Marcão, inclusive, não estava falando com o Thiago quando ele voltou. Tem umas trocas de e-mails os dois batendo boca engraçado. ‘Ah, porque eu sou Charlie Brown desde 1993’. E o Marcão fala que é desde 1992. Aí eu penso: ‘Tá, o Charlie Brown era o Chorão, e eu sou de 90. Então eu sou Charlie Brown desde 1990’ (risos).

Notas de Thiago e Marcão:

Os guitarristas divulgaram duas notas no Instagram quando saíram do projeto com Alexandre. “Infelizmente, o ego, a vaidade e a ganância falaram mais alto que uma parceria coerente e honesta, fazendo com que a gente tome a decisão de nos desligar da tour anunciada e de qualquer outro projeto que esteja vinculado ao Alexander, filho do Chorão, e suas empresas”, diz a 1ª nota.

“Diferente do que foi contado, NÃO se trata de querermos o nome, mesmo sabendo que ele não pertence a essas pessoas! Vale lembrar que não existe o registro do nome Charlie Brown Jr no INPI, o que assim não dá direito a ninguém se dizer dono de tal “marca” como no texto é mencionado. Não iremos aceitar ameaças e coações da empresa e representantes ligados ao Alexandre, filho do Chorão. Temos o direito de tocar nossas músicas com quem e como a gente quiser!”, diz a 2ª nota.

FONTE G1

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Brumadinho: MP recorre da decisão que fez com que ex-presidente da Vale e outros 15 deixassem de ser réus

A tragédia matou 270 pessoas em Brumadinho. Nesta sexta-feira, a Polícia Federal indiciou 19 pessoas por homicídio doloso.

Tragédia matou 270 pessoas em 2019 — Foto: Reprodução/TV Globo

O Ministério Público de Minas Gerais (MP) recorreu da decisão judicial que extinguiu o processo criminal que corria no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) sobre a tragédia que matou 270 pessoas em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 25 de janeiro de 2020.

O rompimento da barragem de Córrego do Feijão, da mineradora Vale, também provocou a poluição do Rio Paraopeba, prejudicando o abastecimento de água de dezenas de cidades da região.

A decisão, tomada em outubro, fez com que o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, e outras 15 pessoas – funcionárias da mineradora e da empresa de consultoria TÜV SÜD – deixassem de ser réus por homicídio qualificado, por crimes contra fauna e flora, além de crime de poluição em um dos episódios mais trágicos da história do país.

Segundo o MP, a denúncia para que eles fossem julgados pelo Tribunal do Júri “já havia sido aceita pela Justiça de Brumadinho, mas foi questionada em outras instâncias sob a alegação de que haveria elementos no caso que seriam de competência da Justiça Federal”.

O STJ aceitou o argumento da defesa de Schvartsman que a tragédia afetou sítios arqueológicos, que são de responsabilidade da União. Além disso, a acusação do MP de irregularidades em documentos enviados pela Agência Nacional de Mineração (ANM), que também é de âmbito federal.

Segundo o recurso do MP, o STJ “desconsiderou que os supostos e alegados crimes conexos, que justificaram o declínio da competência para a Justiça Federal, sequer foram atribuídos” aos réus.

O órgão ainda defende que a decisão contraria “a garantia constitucional fundamental do Tribunal do Júri”.

Inquérito

Nesta sexta-feira (26), a Polícia Federal indiciou 19 pessoas a Vale e a TÜV SÜD, no inquérito que investiga o rompimento da barragem.

As pessoas físicas foram indiciadas por homicídio doloso (dolo eventual) duplamente qualificado pelo emprego de meio que resultou em perigo comum e de recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima, por 270 vezes.

Elas também foram indiciadas – assim como a Vale, responsável pela barragem, e a TÜV SÜD, responsável pela auditoria da estrutura – por crimes ambientais de poluição e contra a fauna terrestre e aquática, a flora, os recursos hídricos, unidades de conservação e sítios arqueológicos, além do crime de apresentação de declaração falsa perante a Agência Nacional de Mineração (ANM).

O que dizem as empresas

A Vale afirmou que “colaborou continuamente com as investigações da Polícia Federal” e que “aguarda ser formalmente cientificada da conclusão do inquérito para a devida manifestação por intermédio de seu advogado, David Rechulski”.

“A Vale informa, ainda, que compreende que as autoridades que presidem investigações são livres na formação de suas próprias convicções, no entanto, reafirma que sempre norteou suas atividades por premissas de segurança e que nunca se evidenciou nenhum cenário que indicasse risco iminente de ruptura da estrutura B1”, disse a empresa.

A TÜV SÜD falou que não pode comentar porque ainda não teve “a oportunidade de avaliar esse relatório”.

FONTE G1

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Prefeito decreta luto oficial de três dias pelo falecimento do radialista Silmar Borges

Prefeito decreta luto oficial de três dias pelo falecimento do radialista Silmar Borges

O prefeito Robson Magela decretou luto oficial de três dias em razão do falecimento do radialista Silmar Borges Ferreira, ocorrido na madrugada deste domingo (14). Neste período, o pavilhão do Centro Administrativo ficará hasteado a meio-mastro.

Silmar Borges se destacou como ícone do rádio araxaense, líder de audiência no despertar das manhãs, conquistando uma legião de fãs com o seu bordão “Alô, Moçada!”. Além disso, sua inconfundível voz marcou a locução de grandiosos eventos de Araxá e região e também de mídias publicitárias. Silmar deixa esposa Lucivani, as filhas Nataliana, Sabrina e Mila e netas


“Falar do Silmar é falar de um amigo, de uma referência, de uma pessoa consagrada que eterniza seu nome nas áreas de comunicação e imprensa de Araxá. É uma perda que sentimos profundamente. Aos amigos, familiares, admiradores, deixamos em nome do nosso município o mais profundo pesar”, destaca o prefeito Robson Magela.
Assessoria de Comunicação

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Cultura de Prevenção de Riscos

A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil em cooperação com a Secretaria de Educação de Araxá, Corpo de Bombeiros e a CBMM realizou o lançamento do projeto Cultura de Prevenção de Risco. Uma aula inaugural na Escola Municipal Professora Romália Porfírio de Azevedo Leite, localizada no bairro Aeroporto, marcou o início do programa. A ação tem o objetivo de evitar o impacto adverso de ameaças, ampliando a segurança da cidade.


Assessoria de Comunicação

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Prefeito assina Plano de Segurança para Desastres Naturais elaborado pela Defesa Civil

Dilúvios, deslizamentos de terra, erosão, incêndio florestal, inundação e tempestades. Todo e qualquer evento ou desastre natural que eventualmente possa acontecer em Araxá, agora passa a ter um protocolo de ações preventivas, de socorro, assistência e reconstrução. O Plano de Segurança para Desastres Naturais foi assinado nesta sexta-feira (12) pelo prefeito Robson Magela, em reunião com representantes políticos e de segurança pública.

Também participaram o vice-prefeito e secretário municipal de Governo, Mauro Chaves, os secretários Daniel Rosa (Segurança Pública), Zulma Moreira (Educação), Ricardo Alexandre da Silva (Serviços Urbanos), José Antunes Soares Júnior (Esportes), Rick Paranhos (Procuradoria Geral), Cristiane Gonçalves Pereira (Ação Social), Ney Dutra (superintendente do IPDSA), o presidente da Câmara Municipal, Raphael Rios, os vereadores Valtinho da Farmácia e Professora Leni Nobre, o coordenador da Defesa Civil, José Márcio Nogueira, o capitão do Corpo de Bombeiros, Thiago Augusto Pereira e o comandante do 37º Batalhão de Polícia Militar, Ademir Fagundes

O plano é destinado a evitar desastres ou minimizar seus impactos para a população e a restabelecer a normalidade social. O objetivo é reduzir os riscos e os danos sofridos pela população em caso de desastres. “A cidade cresceu de forma desordenada nos últimos anos e hoje temos vários moradores residindo em áreas de risco. Sempre que há chuvas mais fortes, essas famílias estão em perigo. E o mínimo que uma cidade do porte de Araxá deve ter é um plano de contingência para evitar desastres”, destaca o prefeito.

O vice-prefeito Mauro Chaves, destaca que as ações implantadas reduzirão os danos causados por eventos inesperados “As ações são relacionadas ao monitoramento, alerta, preparação e resposta em tempo rápido e estruturada. A tradução desse plano é justamente preparar a cidade para qualquer evento que vier acontecer. Com o plano em mãos, nós estamos prontos para atender a qualquer eventualidade e minimizar os prejuízos causados”, reforça Mauro, coordenador do plano.

O plano foi elaborado pela Defesa Civil, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Segurança Pública. Conforme o coordenador José Márcio Nogueira, o documento detalha quais procedimentos serão adotados em casos de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas, processos geológicos ou hidrológicos correlatos.

Já o secretário municipal de Segurança Pública, Daniel Rosa, destaca a importância do documento para nortear as ações dos órgãos de segurança. “É um documento fundamental para apontar medidas preventivas e, caso aconteça algum desastre, a gente ter um norte de como agir para minimizar os impactos causados”, destaca Daniel.

O capitão do Corpo de Bombeiros Militar, Thiago Augusto Pereira, relembra o processo de implantação do plano, que começou com a estruturação da Defesa Civil de Araxá, com aquisição de equipamentos e reforço com recursos humanos. “O plano já tem mapeado as áreas de riscos e também os órgãos que podemos buscar apoio em caso de desastres. Ou seja, um suporte de extrema importância e que dá um norte também ao trabalho feito pelo Corpo de Bombeiros”, conclui Augusto.


Assessoria de Comunicação

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Falta de chuva encareceu luz, comida e etanol; tendência é que seca seja comum

Pouca água nas hidrelétricas e em diversas plantações no Sul, Sudeste e Centro-Oeste é uma das grandes culpadas pela inflação alta

Colheita de café: preço do produto subiu 35% nos supermercados em um ano Wenderson Araujo/CNA

Uma das maiores secas das últimas décadas foi a grande responsável por uma sucessão de aumentos pesados na conta de luz dos brasileiros.

Desde o ano passado e também em 2021 adentro, as chuvas nas regiões onde ficam algumas das principais hidrelétricas do país, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, vieram nos menores níveis em décadas.

Como resultado, os reservatórios esvaziaram e o governo teve que recorrer a fontes de geração complementares, mais caras do que a água que vem de graça, para que o país não ficasse sem energia.

Foi exatamente a mesma falta de chuva que atrapalhou diversas lavouras em estados como São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná, algumas das principais regiões agrícolas do país. Isso acabou pesando também no preço de vários alimentos e até do etanol.

Caféaçúcarlegumes, e muitas frutas são alguns itens que têm alta perto de 20% ou mais nos últimos 12 mesesde acordo com os dados do IPCA, o índice oficial de inflação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Todos eles foram prejudicados por quebras de safra por seca ou geada – ou ambas – no Sudeste e no Sul do país no último ano.

O frango, que se alimenta de milho, que ficou sem água no Mato Grosso do Sul e no Paraná, está 30% mais caro. A conta de luz também subiu 30%, na média, e o etanol, cuja cana também apanhou da seca e das geadas em São Paulo, saltou 67%.

A mesma chuva que deixou de cair para a cana, deixou de cair para o café, deixou de cair para a laranja e deixou de recuperar os reservatórios.Maciel Silva, coordenador de produção agrícola a Confederação Agricultura e Pecuária (CNA)

A boa notícia é que, em outubro, as chuvas da região voltaram mais fartas e ajudaram a estancar, um pouco, os prejuízos.

A má notícia é que um ou outro mês de chuva regular será ainda muito pouco para desfazer os prejuízos criados ao logo do ano inteiro. Não é o suficiente para encher logo os reservatórios e levar os preços tanto da energia quanto da comida de volta para a normalidade tão cedo.

Outra má notícia é que há indícios de que secas intensas como a deste ano podem se tornar cada vez mais recorrentes. Isso significaria hidrelétricas vazias, plantações prejudicadas e, portanto, falta de produtos e aumentos de preços com muito mais frequência nos anos à frente.

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Pior seca desde os anos 60

“É normal haver secas de tempos em tempos. O que chama a atenção nesta é que ela vem de uma sequência longa de anos com chuvas abaixo da média”, diz o meteorologista Mozar Araújo Salvador, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

De acordo com levantamento feito pelo Inmet, 2020 foi o segundo ano com menos chuvas na região da bacia do Rio Paraná desde 1961, até quando há dados disponíveis. E 2021 caminha para ser o terceiro ou empatar (só será possível saber quando o ano terminar).

O Paraná é o rio que corta todos os principais estados atingidos pela seca deste ano.

Até hoje, o pior ano da região continua sendo 1963, quando o volume de chuvas ficou mais de 400 milímetros abaixo da média histórica, que é de 1000 a 1500 milímetros de precipitação por ano.

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Desvio da precipitação anual média à média histórica, em milímetros / Inmet

A diferença é que aquele foi um ano isolado entre outros que tiveram chuvas normais. Agora assistimos a uma sequência inédita de anos ruins.

Já são seis anos seguidos com precipitação abaixo da média – e bastante abaixo da média. Dos dez anos entre 2012 a 2021, em oito choveu menos. Nada parecido tinha acontecido, nesta intensidade, desde 1961.

“Apesar de já serem seis anos, trata-se ainda de uma série muito recente para o histórico do clima, e não dá para afirmar que há uma mudança de padrão”, diz Salvador.

Mas acende uma luz amarela. O período de 1961 para cá já é um histórico relativamente longo e isso nunca tinha acontecido. Há a possibilidade, sim, de que, a partir de agora, possamos ter novas sequências de três, quatro ou cinco anos de poucas chuvas.Mozar Araújo Salvador, meteorologista do Inmet

La Niña e desmatamento

De acordo com o meteorologista, é difícil mensurar o quanto dessa mudança de padrão dos últimos anos é resultado de causas naturais e o quanto já é resultado das interferências do homem no clima. “Pode ser influência da La Niña, e pode ser também efeito das mudanças climáticas e do desmatamento”, diz.

A La Niña é um fenômeno natural de resfriamento das águas do Oceano Pacífico e que, a depender da intensidade, pode potencializar os riscos de seca no Sul e no Sudeste do Brasil em determinados períodos do ano.

O desmatamento em regiões-chave como a Amazônia, por sua vez, algo que há décadas vem reduzindo a cobertura vegetal da maior floresta tropical do mundo e que voltou a acelerar nos últimos anos, reduz a umidade e transporte de umidade pelos territórios vizinhos no Brasil.

Ou seja, controlar essas interferências é também uma maneira de, no longo prazo, evitar que a vida fique mais cara de diversas maneiras.

“Parte gigantesca da chuva que vai para o Sudeste e o Sul é transportada da região amazônica, e a manutenção da floresta ajuda a manter esse processo”, explica Santiago.

Menos chuva, menos comida, mais inflação

Nos alimentos, a falta de chuva pode afetar as lavouras de diversas maneiras. Pouca água no solo, se não inviabiliza ou mata totalmente a plantação, pode gerar menos grãos e frutos nas plantas, ou mesmo frutos menores.

O resultado são aumento de custos para os produtores, plantações menos produtivas, colheitas encolhidas e, por consequência, preços mais altos no mercado.

Foi o que aconteceu com o café, que teve uma safra 23% menor que a de 2020, e com a laranja, por exemplo.

“O número de frutos [da laranja] veio maior do que em 2020, mas eles não tiveram volume para encher as caixas [de suco], porque faltou água no solo e os frutos ficaram menores”, conta o coordenador de produção agrícola da CNA, Maciel Silva. No varejo, a laranja lima sobe 15% e, a laranja pera, 18%.

Outro efeito das chuvas desreguladas são colheitas que podem ficar prontas mais tarde ou ter intervalos maiores entre uma e outra, criando períodos de entressafra – quando os produtos já ficam naturalmente mais caros – maiores.

Foi o caso da soja e do milho, que são plantados alternadamente nas mesmas áreas ao longo do ano.

“Com as poucas chuvas [no fim do ano passado], alguns esperaram para plantar quando chovesse, e demorou a chover. Outros arriscaram, perderam e tiveram que plantar de novo”, conta Salvador, do Inmet.

“As alterações das chuvas da última safra têm seguido um comportamento semelhante de alguns anos mais recentes”, diz Silva, da CNA.

“Com isso, já se começa a assumir a possibilidade de um plantio um pouco mais tardio. A plantação que era esperada para acontecer na primeira ou segunda semana de setembro, já se cogita que pode ser feita no fim de setembro ou começo de outubro.”

FONTE CNN