A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil em cooperação com a Secretaria de Educação de Araxá, Corpo de Bombeiros e a CBMM realizou o lançamento do projeto Cultura de Prevenção de Risco. Uma aula inaugural na Escola Municipal Professora Romália Porfírio de Azevedo Leite, localizada no bairro Aeroporto, marcou o início do programa. A ação tem o objetivo de evitar o impacto adverso de ameaças, ampliando a segurança da cidade.
Dilúvios, deslizamentos de terra, erosão, incêndio florestal, inundação e tempestades. Todo e qualquer evento ou desastre natural que eventualmente possa acontecer em Araxá, agora passa a ter um protocolo de ações preventivas, de socorro, assistência e reconstrução. O Plano de Segurança para Desastres Naturais foi assinado nesta sexta-feira (12) pelo prefeito Robson Magela, em reunião com representantes políticos e de segurança pública.
Também participaram o vice-prefeito e secretário municipal de Governo, Mauro Chaves, os secretários Daniel Rosa (Segurança Pública), Zulma Moreira (Educação), Ricardo Alexandre da Silva (Serviços Urbanos), José Antunes Soares Júnior (Esportes), Rick Paranhos (Procuradoria Geral), Cristiane Gonçalves Pereira (Ação Social), Ney Dutra (superintendente do IPDSA), o presidente da Câmara Municipal, Raphael Rios, os vereadores Valtinho da Farmácia e Professora Leni Nobre, o coordenador da Defesa Civil, José Márcio Nogueira, o capitão do Corpo de Bombeiros, Thiago Augusto Pereira e o comandante do 37º Batalhão de Polícia Militar, Ademir Fagundes
O plano é destinado a evitar desastres ou minimizar seus impactos para a população e a restabelecer a normalidade social. O objetivo é reduzir os riscos e os danos sofridos pela população em caso de desastres. “A cidade cresceu de forma desordenada nos últimos anos e hoje temos vários moradores residindo em áreas de risco. Sempre que há chuvas mais fortes, essas famílias estão em perigo. E o mínimo que uma cidade do porte de Araxá deve ter é um plano de contingência para evitar desastres”, destaca o prefeito.
O vice-prefeito Mauro Chaves, destaca que as ações implantadas reduzirão os danos causados por eventos inesperados “As ações são relacionadas ao monitoramento, alerta, preparação e resposta em tempo rápido e estruturada. A tradução desse plano é justamente preparar a cidade para qualquer evento que vier acontecer. Com o plano em mãos, nós estamos prontos para atender a qualquer eventualidade e minimizar os prejuízos causados”, reforça Mauro, coordenador do plano.
O plano foi elaborado pela Defesa Civil, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Segurança Pública. Conforme o coordenador José Márcio Nogueira, o documento detalha quais procedimentos serão adotados em casos de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas, processos geológicos ou hidrológicos correlatos.
Já o secretário municipal de Segurança Pública, Daniel Rosa, destaca a importância do documento para nortear as ações dos órgãos de segurança. “É um documento fundamental para apontar medidas preventivas e, caso aconteça algum desastre, a gente ter um norte de como agir para minimizar os impactos causados”, destaca Daniel.
O capitão do Corpo de Bombeiros Militar, Thiago Augusto Pereira, relembra o processo de implantação do plano, que começou com a estruturação da Defesa Civil de Araxá, com aquisição de equipamentos e reforço com recursos humanos. “O plano já tem mapeado as áreas de riscos e também os órgãos que podemos buscar apoio em caso de desastres. Ou seja, um suporte de extrema importância e que dá um norte também ao trabalho feito pelo Corpo de Bombeiros”, conclui Augusto.
Desde o ano passado e também em 2021 adentro, as chuvas nas regiões onde ficam algumas das principais hidrelétricas do país, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, vieram nos menores níveis em décadas.
Foi exatamente a mesma falta de chuva que atrapalhou diversas lavouras em estados como São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná, algumas das principais regiões agrícolas do país. Isso acabou pesando também no preço de vários alimentos e até do etanol.
Todos eles foram prejudicados por quebras de safra por seca ou geada – ou ambas – no Sudeste e no Sul do país no último ano.
O frango, que se alimenta de milho, que ficou sem água no Mato Grosso do Sul e no Paraná, está 30% mais caro. A conta de luz também subiu 30%, na média, e o etanol, cuja cana também apanhou da seca e das geadas em São Paulo, saltou 67%.
A mesma chuva que deixou de cair para a cana, deixou de cair para o café, deixou de cair para a laranja e deixou de recuperar os reservatórios.Maciel Silva, coordenador de produção agrícola a Confederação Agricultura e Pecuária (CNA)
A boa notícia é que, em outubro, as chuvas da região voltaram mais fartas e ajudaram a estancar, um pouco, os prejuízos.
A má notícia é que um ou outro mês de chuva regular será ainda muito pouco para desfazer os prejuízos criados ao logo do ano inteiro. Não é o suficiente para encher logo os reservatórios e levar os preços tanto da energia quanto da comida de volta para a normalidade tão cedo.
Outra má notícia é que há indícios de que secas intensas como a deste ano podem se tornar cada vez mais recorrentes. Isso significaria hidrelétricas vazias, plantações prejudicadas e, portanto, falta de produtos e aumentos de preços com muito mais frequência nos anos à frente.
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Pior seca desde os anos 60
“É normal haver secas de tempos em tempos. O que chama a atenção nesta é que ela vem de uma sequência longa de anos com chuvas abaixo da média”, diz o meteorologista Mozar Araújo Salvador, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
De acordo com levantamento feito pelo Inmet, 2020 foi o segundo ano com menos chuvas na região da bacia do Rio Paraná desde 1961, até quando há dados disponíveis. E 2021 caminha para ser o terceiro ou empatar (só será possível saber quando o ano terminar).
O Paraná é o rio que corta todos os principais estados atingidos pela seca deste ano.
Até hoje, o pior ano da região continua sendo 1963, quando o volume de chuvas ficou mais de 400 milímetros abaixo da média histórica, que é de 1000 a 1500 milímetros de precipitação por ano.
A diferença é que aquele foi um ano isolado entre outros que tiveram chuvas normais. Agora assistimos a uma sequência inédita de anos ruins.
Já são seis anos seguidos com precipitação abaixo da média – e bastante abaixo da média. Dos dez anos entre 2012 a 2021, em oito choveu menos. Nada parecido tinha acontecido, nesta intensidade, desde 1961.
“Apesar de já serem seis anos, trata-se ainda de uma série muito recente para o histórico do clima, e não dá para afirmar que há uma mudança de padrão”, diz Salvador.
Mas acende uma luz amarela. O período de 1961 para cá já é um histórico relativamente longo e isso nunca tinha acontecido. Há a possibilidade, sim, de que, a partir de agora, possamos ter novas sequências de três, quatro ou cinco anos de poucas chuvas.Mozar Araújo Salvador, meteorologista do Inmet
La Niña e desmatamento
De acordo com o meteorologista, é difícil mensurar o quanto dessa mudança de padrão dos últimos anos é resultado de causas naturais e o quanto já é resultado das interferências do homem no clima. “Pode ser influência da La Niña, e pode ser também efeito das mudanças climáticas e do desmatamento”, diz.
A La Niña é um fenômeno natural de resfriamento das águas do Oceano Pacífico e que, a depender da intensidade, pode potencializar os riscos de seca no Sul e no Sudeste do Brasil em determinados períodos do ano.
Ou seja, controlar essas interferências é também uma maneira de, no longo prazo, evitar que a vida fique mais cara de diversas maneiras.
“Parte gigantesca da chuva que vai para o Sudeste e o Sul é transportada da região amazônica, e a manutenção da floresta ajuda a manter esse processo”, explica Santiago.
Menos chuva, menos comida, mais inflação
Nos alimentos, a falta de chuva pode afetar as lavouras de diversas maneiras. Pouca água no solo, se não inviabiliza ou mata totalmente a plantação, pode gerar menos grãos e frutos nas plantas, ou mesmo frutos menores.
O resultado são aumento de custos para os produtores, plantações menos produtivas, colheitas encolhidas e, por consequência, preços mais altos no mercado.
Foi o que aconteceu com o café, que teve uma safra 23% menor que a de 2020, e com a laranja, por exemplo.
“O número de frutos [da laranja] veio maior do que em 2020, mas eles não tiveram volume para encher as caixas [de suco], porque faltou água no solo e os frutos ficaram menores”, conta o coordenador de produção agrícola da CNA, Maciel Silva. No varejo, a laranja lima sobe 15% e, a laranja pera, 18%.
Outro efeito das chuvas desreguladas são colheitas que podem ficar prontas mais tarde ou ter intervalos maiores entre uma e outra, criando períodos de entressafra – quando os produtos já ficam naturalmente mais caros – maiores.
Foi o caso da soja e do milho, que são plantados alternadamente nas mesmas áreas ao longo do ano.
“Com as poucas chuvas [no fim do ano passado], alguns esperaram para plantar quando chovesse, e demorou a chover. Outros arriscaram, perderam e tiveram que plantar de novo”, conta Salvador, do Inmet.
“As alterações das chuvas da última safra têm seguido um comportamento semelhante de alguns anos mais recentes”, diz Silva, da CNA.
“Com isso, já se começa a assumir a possibilidade de um plantio um pouco mais tardio. A plantação que era esperada para acontecer na primeira ou segunda semana de setembro, já se cogita que pode ser feita no fim de setembro ou começo de outubro.”
Mulheres vítimas de violência, gestantes e jovens que precisam se inserir no mercado de trabalho. Araxá viveu um dia marcante nesta quarta-feira (10).
Pela primeira vez na história pessoas entre 18 e 59 anos em vulnerabilidade social serão assistidas por uma política pública municipal. A Prefeitura de Araxá fez o repasse de R$ 1.990.092,51 para 11 projetos assistenciais na cidade.
A Secretaria Municipal de Esportes abriu, nesta quarta-feira (10), inscrições para o Campeonato Feminino de Futebol Society (Fut7) que será realizado neste mês de novembro. As equipes interessadas devem procurar a Assessoria Municipal de Esportes Amador e Rural, no Centro Esportivo Álvaro Maneira (antigo ATC), na avenida Imbiara, n° 620, para fazer a inscrição.
O início dos jogos e as tratativas para o regulamento da competição serão definidas em reunião com as equipes inscritas. O encontro será realizado na próxima quarta-feira (17), às 18h, no Centro Esportivo Álvaro Maneira.
Para mais informações, pelo contato da Assessoria Municipal de Esportes Amador e Rural: (34) 3691-2031.
Para ampliar a capacidade de atendimento aos Conselhos Municipais atuantes e garantir maior suporte e conforto à população, a Casa dos Conselhos de Araxá está em um novo endereço. O serviço foi instalado na rua João Magalhães, nº 54, Vila João Ribeiro. O horário de atendimento é das 8h às 17h e o telefone para contato é (34) 3691-7067.
A Casa dos Conselhos tem como objetivo dar acesso às informações a todos os cidadãos que querem participar ativamente do controle social das políticas públicas no município. É um espaço físico de referência, onde funcionam as Secretarias Executivas dos Conselhos vinculados administrativamente à Secretaria Municipal de Ação Social.
O local, possui hoje cinco Conselhos municipais – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Conselho Municipal do Idoso de Araxá – CMIA, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Conselho Municipal de Habitação – COMUHAB, Conselho Municipal de Políticas Sobre Álcool e Outras Drogas – COMAD. E em breve será implantado o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – CMDM, por meio da sua Lei de Criação n.º 7.594, de 26 de agosto de 2.021.
Estruturar e organizar o município como destino turístico de bem-estar, natureza e de eventos. A Expoqueijo Brasil – International Cheese Awards 2021 marcou o início do projeto de reconstrução do turismo. Elaborado pela Prefeitura de Araxá em parceria com o Sebrae-MG e a rede hoteleira, a proposta pretende posicionar a cidade como um dos principais destinos turísticos do mercado nacional. De acordo com o prefeito Robson Magela, o município aposta na realização de grandes eventos e na estruturação dos roteiros turísticos de bem-estar e aventura.
“Hoje, temos um projeto turístico da cidade, construído por quem realmente vive do turismo. O que nossa gestão quer é que Araxá volte a ser uma cidade turística e a Expoqueijo é um exemplo de que com parcerias conseguimos colocar novamente nossa cidade no roteiro turístico do Brasil e do Mundo. Ver a cidade alegre, o comércio movimentado, bares e restaurantes cheios, as pessoas se confraternizando, é muito gratificante. Claro que tudo com a responsabilidade que o momento ainda exige”, destaca o prefeito.
Segundo ele, Araxá realizará um grande evento mensal a partir do próximo ano. “Todo mês nossa cidade vai receber turistas de todo o país para participarem das nossas festas, exposições, congressos, feiras, corridas e outras competições. São oportunidades que teremos de proporcionar aos nossos visitantes experiências incríveis, momentos inesquecíveis e de apresentar tudo que temos de valioso em nossa cidade. Com isso, atraímos mais turistas, investimentos para o setor, movimentamos a economia e colocamos Araxá novamente entre os principais destinos turísticos do Brasil”, afirma o prefeito.
Expoqueijo Brasil – International Cheese Awards
Com mais de 250 competidores, cerca de 800 queijos inscritos no concurso, dez países participantes e um público de quase 50 mil pessoas durante os quatro dias de festa, a Expoqueijo Brasil – International Cheese Awards foi um sucesso.
O evento já tem data marcada para acontecer novamente. O anúncio foi feito pela gestora da Bonare Eventos, Maricell Hussein (organizadora da Expoqueijo), e pela secretária de Estado de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, Ana Maria Valentini. A Expoqueijo Brasil – International Cheese Awards 2022 vai acontecer entre os dias 11 e 14 de agosto.
Aeronave caiu perto do aeroporto que atende à zona de Caratinga, em Minas Gerais, onde a cantora sertaneja faria um show. Causas do acidente ainda serão investigadas.
A cantora Marília Mendonça morreu aos 26 na tarde desta sexta-feira (5) em um acidente aéreo na zona rural de Caratinga, no leste de Minas Gerais. Além dela, os outros quatro ocupantes da aeronave morreram com a queda.
O desastre, que deixou milhões de fãs em luto pelo Brasil, ainda será investigado — como ocorre em tragédias da aviação como essa.
A aeronave
O avião era um Beechcraft King Air C90a, um bimotor bastante utilizado na aviação executiva no mundo inteiro, da companhia de táxi aéreo PEC.
A aeronave fabricada em 1984 tinha capacidade para 6 passageiros e estava em situação normal de aeronavegabilidade, ou seja, estava dentro dos parâmetros para fazer esse tipo de transporte, e autorizado para a aviação executiva.
O trajeto
O avião saiu do aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, no início da tarde desta sexta-feira rumo ao aeroporto de Ubaporanga, em Minas Gerais. De lá, Marilia Mendonça seguiria por terra à cidade vizinha de Caratinga (MG), onde faria um show nesta noite. A apresentação estava marcada para o Parque de Exposições da cidade, localizado na BR 116.
A aeronave, porém, caiu a poucos quilômetros da pista de pouso, por volta das 16h30. O local da queda é uma cachoeira na zona rural de Caratinga, próximo a pousadas e fazendas, em uma encosta abaixo da BR-474.
A aeronave tinha cinco ocupantes. Todas morreram. Até o momento, foram divulgadas as identidades de três das quatro vítimas:
Marília Mendonça, cantora
Henrique Ribeiro, produtor
Abicieli Silveira Dias Filho, tio e assessor
As identidades do piloto e do co-piloto, que também morreram, não foram divulgadas. O resgate dos corpos terminou já depois de escurecer, no início da noite desta sexta.
Essa informação tinha sido relatadas por pilotos que sobrevoaram a região próximo ao momento do acidente e também por testemunhas. Elas disseram que o avião teria rasgado fios de alta tensão ligadas a uma torre próximo ao local.
Os órgãos aéreos da região já haviam recebido relatos de outros pilotos antes do acidente, nos meses de setembro e agosto, de que os fios elétricos atrapalhariam o pouso no aeródromo de Caratinga. São relatos denominados de Notam (Notificação Aeronáutica) e que indicam dados sobre riscos e alertam outros pilotos que se dirigem à região sobre perigos para operar no local.
Pessoas viram avião de Marília Mendonça bater numa torre de transmissão, diz capitão da PM da MG
Uma testemunha relatou às autoridades que, após colidir contra os fios, o avião teria perdido um motor. A aeronave tinha dois motores mas, segundo essa testemunha, que também é piloto, a aeronave teria perdido sustentação com a colisão (estolado).
Sem perícia, porém, não há como dizer que uma colisão com fios teria causado a queda do avião.
Velório e sepultamento
Até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre os horários e os locais dos velórios e dos sepultamentos de Marília Mendonça e das demais vítimas do acidente.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Famílias lamentam parentes que morreram sem ver o lar reconstruído; quase 300 imóveis precisam ser erguidos
Famílias atingidas pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, a 110 quilômetros de Belo Horizonte, chegaram ao sexto ano da tragédia, nesta sexta-feira (5), ainda aguardando a reconstrução das casas levadas pela lama de rejeitos.
No distrito de Bento Rodrigues, dos 203 imóveis que precisam ser refeitos, dez ficaram prontos. Na comunidade de Paracatu de Baixo, nenhuma casa ficou pronta. Lá, a previsão é que 81 residências sejam erguidas. Destas, seis tiveram as obras iniciadas. Já a comunidade de Gesteira aguarda na Justiça a homologação do projeto conceitual do reassentamento.
A estudante de direito Mônica dos Santos, de 36 anos, ex-moradora de Bento Rodrigues, está na lista dos que ainda não viram o início das obras do novo lar. Ela e a mãe negociam o projeto com a Fundação Renova, criada para administrar a reparação dos danos da tragédia.
A universitária lamenta o fato de que quatro parentes — dois tios, um tio-avô e o irmão mais velho —–, também donos de casas na comunidade varrida pelos rejeitos, tenham morrido nos últimos anos sem ver a comunidade reerguida.
“Meses depois do meu tio falecer, começaram a construir a casa dele. Infelizmente, ele não viu nenhum tijolo ser colocado na obra”, lembra a estudante.
Desde 2015, quando houve o colapso que matou 19 pessoas, a Renova atrasou três vezes a entrega dos reassentamentos. O último adiamento foi em fevereiro de 2021. A empresa atribui o atraso às negociações e liberações dos projetos e à pandemia da Covid-19, que reduziu o ritmo das obras desde 2020.
Agora, a fundação promete entregar até dezembro de 2022 as casas de Bento Rodrigues e de Paracatu de Baixo que já tiveram os projetos aprovados. “Vale dizer que as famílias podem fazer alterações nos projetos até a emissão do alvará, e a fundação não tem controle sobre o tempo gasto pelas famílias para aprovação final dos projetos, até que seja concedida autorização para submissão à prefeitura, para fins de análise e emissão de alvará”, ressaltou a Renova.
Os adiamentos levaram o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) a pedir à Justiça, em março deste ano, a aplicação de multa de R$ 1 milhão por dia de atraso. A promotoria também solicitou que R$ 3 milhões fossem depositados de imediato como garantia. Os pedidos, no entanto, ainda aguardam decisão judicial.
Reparação
A construção das casas não é a única reclamação dos atingidos. Alguns ainda negociam indenizações. Mônica dos Santos também está entre eles, já que não concordou com as propostas oferecidas devido ao prejuízo que teve com a perda de renda. A família tinha uma horta e trabalhava em um bar que foi destruído.
“A Renova nos ofereceu três propostas, mas deixou para trás muitas coisas importantes. Então estamos preparando a documentação para ajuizar uma ação”, detalha ela.
De acordo com a fundação, foram empenhados R$ 15,57 bilhões em ações de reparação, dos quais R$ 6,5 bilhões foram destinados a indenizações e auxílios emergenciais a 336 mil pessoas, incluindo moradores de toda a bacia do rio Doce, atingido pelos rejeitos.
Atualmente, o poder público negocia com a Justiça um novo termo para definir o caminho da reparação de Mariana. O documento deveria ter ficado pronto em 2020, mas as negociações só começaram em 2021 devido à pandemia. A expectativa é que a tratativa seja concluída até fevereiro de 2022.