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Araxá recebe o 1º Festival Paralímpico destinado a crianças e adolescentes

Para oferecer a crianças e adolescentes com deficiência a experiência de participar de modalidades paralímpicas e propiciar a inclusão social por meio do esporte, Araxá recebe o 1º Festival Paralímpico 2021 no dia 4 de dezembro, das 8h30 às 12h, na Praça da Juventude.

O evento esportivo é uma realização do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em parceria com a Secretaria Municipal de Esportes, sob a coordenação da Assessoria Municipal de Esportes Especializados.

O festival é voltado para crianças e adolescentes de 8 a 17 anos com e sem deficiência, com três modalidades paralímpicas: atletismo, bocha e goalball. Será fornecido aos participantes camiseta e kit lanche.

As inscrições estão abertas e podem ser realizadas na sede da Assessoria Municipal de Esportes Especializados, na avenida Antônio Afonso do Vale, Praça da Juventude. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Contatos: (34) 3664-7836 ou 3669-8055.

Att.
Assessoria de Comunicação

medicos

Prefeitura de Araxá abre credenciamento para contratação de 37 médicos para Unidades de Saúde e ESFs

A Prefeitura Municipal de Araxá abriu credenciamento de pessoa física ou jurídica para a contratação de médicos generalistas que irão atender nas Estratégias de Saúde da Família (ESFs), Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades Saúde da Família (USFs) e Equipes de Atenção Básica (EABs).

O edital foi publicado no link “Licitações” no site da Prefeitura Municipal de Araxá nesta sexta-feira (26), com o prazo de 30 dias para profissionais interessados apresentarem as suas propostas. A expectativa da Secretaria Municipal de Saúde é que, com o preenchimento das vagas, esses profissionais já sejam convocados para que iniciem, de imediato, o atendimento nas unidades de saúde do município.

O objetivo é atender a demanda existente e melhorar a qualidade do serviço prestado à população. São 31 vagas para clínico geral, de forma que haja atendimento em todas as unidades, em todas as escalas médicas, inclusive as que têm atendimento estendido no período noturno.

A Secretaria Municipal de Saúde também pretende fazer avaliação mensal de desempenho de metas e qualidade do atendimento prestado. Hoje, Araxá tem oito unidades funcionando com 14 médicos no total. A defasagem no quadro de profissionais que atendem nas ESFs é um problema herdado da administração anterior e uma solução vem sendo estudada há meses.

A secretária municipal de Saúde, Lorena de Pinho Magalhães, explica que o valor pago atualmente pela administração é defasado e está bem abaixo do que é praticado no mercado.

“Quando assumimos a gestão da Secretaria de Saúde encontramos uma defasagem de profissionais nas unidades básicas. Fizemos um estudo e constatamos que o valor do salário pago era totalmente fora da realidade e, por isso, não conseguíamos realizar a contratação de mais médicos. Agora, encontramos uma forma de remunerar esses profissionais conforme o valor médio do mercado, e acreditamos que vamos solucionar o problema de falta de médicos nas unidades de saúde”, diz a secretária.

Recentemente, também por meio de credenciamento, foram contratados 53 médicos para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), sendo 36 para atendimento clínico e 17 para atendimento de urgência em Sala Vermelha. Com os dois credenciamentos, o município passará a contar com o número de profissionais médicos clínicos gerais suficientes para atender a demanda existente.

“A contratação desses médicos é o primeiro passo para conseguirmos reestruturar todo o sistema de saúde do município que já apresentava vários problemas e que foi agravado com a pandemia do coronavírus”, explica Lorena.


Att.
Assessoria de Comunicação

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Coreia do Sul avalia proibir consumo de carne de cachorro

Defensores dos direitos dos animais aplaudem proposta, enquanto grande maioria da população apoia a proibição do comércio de carne canina. Por outro lado, tradicionalistas defendem que prato é receita típica sul-coreana.

O governo da Coreia do Sul anunciou nesta quinta-feira (25) que planeja criar um comitê de aconselhamento para discutir uma possível proibição do consumo de carne de cachorro no país.

A comissão de 20 membros será composta por especialistas, membros de organizações privadas e autoridades do governo, informou o Ministério da Agricultura sul-coreano, e deverá chegar a um consenso sobre a questão até abril de 2022.

Por um lado, o projeto é exaltado por ativistas e donos de animais de estimação. Os tradicionalistas, por outro, alegam que a carne é uma receita típica sul-coreana e que as pessoas devem ser livres para consumi-la.https://ea49c5fd0506e5ce8f2b21d36a4b37c7.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

O tema entrou na agenda governamental depois que o presidente Moon Jae-in sugeriu, em setembro, que seria hora de impor uma proibição à venda e ao consumo da carne de cachorro.

Presidente sul-coreano Moon Jae-in e primeira-dama Kim Jeong-sook brincam com cachorros em foto de 2018 — Foto: Cortesia/Presidência da Coreia do Sul

Presidente sul-coreano Moon Jae-in e primeira-dama Kim Jeong-sook brincam com cachorros em foto de 2018 — Foto: Cortesia/Presidência da Coreia do Sul

Moon, que é um adorador de animais, disse que comer cães tem se tornado cada vez mais controverso na comunidade internacional. E isso não é recente. Em 1988, por exemplo, o governo fechou todos os restaurantes que serviam carne de cachorro em Seul durante os Jogos Olímpicos, a fim de evitar uma imagem negativa da culinária local.

Queda brusca de popularidade

Ainda que a carne de cachorro faça parte da culinária coreana há séculos, sua popularidade tem caído drasticamente nos últimos anos.

Em 2019 foram contabilizados menos de cem restaurantes servindo cachorros em Seul, e a indústria relatou que as vendas tiveram queda de até 30% em um ano. O maior abatedouro de cães do país, em Seongnam, fechou em 2018. O último grande mercado de carne canina, na cidade de Daegu, fechou no início deste ano.

Todos os anos, porém, são criados até 1,5 milhão de cães para fins de alimentação em fazendas espalhadas pelo país. A maioria é consumida nos meses quentes e úmidos do verão, em meio à crença de que comer carne de cachorro aumenta a resistência e a virilidade dos homens.

Cachorros que virariam comida na Coréia do Sul chega para ser adotados em San Francisco, na Califórnia — Foto: AP

Cachorros que virariam comida na Coréia do Sul chega para ser adotados em San Francisco, na Califórnia — Foto: APhttps://ea49c5fd0506e5ce8f2b21d36a4b37c7.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Segundo uma pesquisa de opinião pública divulgada em 2020 pela ONG de defesa dos direitos dos animais Sociedade Humana Internacional (HSI), 84% dos coreanos não comem ou não querem comer cachorro, e 60% disseram apoiar uma proibição do comércio.

“Na última década, com cada vez mais pessoas tendo cães de estimação em casa, os animais são vistos como parte da família, e não como alimento. A maioria dos jovens na Coreia sente-se horrorizada e enojada com a ideia de comer cachorro”, afirma Nara Kim, que dirige a campanha “End dog meat” (Pare com a carne de cachorro), da HSI.

“Além do aumento no número de donos de animais, cresceu também a conscientização das questões de bem-estar animal e, especificamente, o sofrimento animal que ocorre nas fazendas e nos matadouros”, diz Kim.

A mídia coreana demorou para informar a sociedade sobre a real situação das fazendas de cães. Mas quando os ativistas da HSI começaram a levar repórteres até esses locais, os telespectadores ficaram chocados não só com as condições, mas ao verem animais que consideram de estimação esperando para ser abatidos.

Alimento tradicional ou animal de estimação?

Segundo a ativista Nara Kim, a indústria da carne de cachorro na Coreia do Sul busca convencer a população de que os animais criados para comer são diferentes dos de estimação. “Quase como um animal diferente, sem alma. Quando as pessoas veem que isso não é verdade, isso tem um grande impacto”, destaca.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Enquanto pesquisas mostram que cada vez menos coreanos apreciam a carne de cachorro, Kim reafirma que o alimento não pode mais ser considerado parte da cozinha tradicional.

“É mais correto dizer que é um hábito ultrapassado, principalmente para homens idosos que gostam de acreditar que influencia em questões de saúde”, afirma. “Como coreana, é meio que um insulto e uma vergonha que o Ocidente pense que a carne de cachorro é uma tradição coreana.”

Nos últimos seis anos, a HSI cooperou com 18 criadores de cães que queriam deixar esse mercado e os ajudou na transição para um negócio diferente, enquanto encontrava um lar para seus cães, inclusive na Europa.

Kim se diz “cautelosamente otimista” de que a medida planejada pelo governo saia do papel, embora preveja uma forte resistência da indústria.

“Apenas criadores de grandes fazendas estão ganhando dinheiro com isso. As pequenas e médias não são lucrativas e certamente os fazendeiros com os quais conversamos regularmente sabem que esta é uma indústria em extinção e que é hora de deixá-la para trás, ainda que as associações de carne de cão não estejam cooperando”, diz.

Há quem apoie

Ainda que menor nos últimos anos, ainda há um certo grau de apoio ao consumo de carne de cachorro na sociedade sul-coreana. Young-chae Song, professor do Centro de Criação e Colaboração Global da Universidade Sangmyung de Seul, argumenta que, com cada vez menos adeptos ao prato, não seria necessário aprovar uma lei para proibi-lo.https://ea49c5fd0506e5ce8f2b21d36a4b37c7.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

“A demanda é tão baixa agora que o mercado deve decidir quais restaurantes devem sobreviver e continuar servindo carne de cachorro. E qualquer um que queira deve ter permissão para isso”, afirma.

“Não é muito diferente das tradições alimentares em outros países. Estive recentemente em Taiwan e vi pessoas passeando com porcos de estimação, mas os taiwaneses ainda comem carne de porco. Para mim, alguns animais podem ser tanto de estimação quanto comida, e se minha família ou amigos me convidassem para ir a um restaurante de carne de cachorro, eu iria.”

FONTE G1

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Mercúrio usado em garimpo no rio Madeira causa lesões nos órgãos de quem se alimenta todos os dias por peixes contaminados

Especialistas alertam que atividade ilegal prejudica vida aquática e impacta diretamente a saúde de populações tradicionais.

Dragas atracadas no Rio Madeira, no interior do AM. — Foto: Silas Laurentino

O mercúrio usado na atividade ilegal de garimpo no rio Madeira é capaz de causar lesões nos órgãos das pessoas que se alimentam todos os dias com peixes contaminados, pois apresentam sintomas mais crônicos do minério do corpo.

O minério despejado nos rios entra na cadeia alimentar dos animais e afeta diretamente a saúde das populações tradicionais, as principais consumidoras desse pescado.

O alerta foi feito por pesquisadores após a invasão de centenas de garimpeiros na região, nas proximidades da cidade de Autazes, distante 113 Km de Manaus. Eles formaram uma “vila flutuante” no local para exploração ilegal de ouro.

O médico e pesquisador em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Cesar Basta, explicou ao g1 que o mercúrio usado pelos garimpeiros afunda no leito do rio e, consequentemente, é consumido por peixes.

“No fundo do rio, ele sofre um processo de transformação química mediada por microrganismo. Ele se transforma numa forma química ainda mais tóxica, o metil mercúrio, e entra na cadeia alimentar desse pescado”, disse.

Mercúrio fica acumulado no corpo humano

Os povos tradicionais da Amazônia possuem o hábito alimentar muito marcado pelo consumo de pescado. Conforme Basta, as comunidades que comem os peixes contaminados todos os dias também estão sob alto risco de contaminação.

“Quando esse povo tradicional come o peixe contaminado, ele vai ser absorvido no nosso trato gastro intestinal e vai entrar na corrente sanguínea, sendo absorvido pelo corpo. Do jeito que o mercúrio acumula no peixe, ele também acumula no corpo do ser humano”, explicou.

“Se você come diariamente, duas ou três vezes, peixe contaminado pelo mercúrio, o corpo não tem tempo de eliminar, e ele vai acumulando. Nisso, ele vai provocando lesões em órgãos, principalmente no cérebro, rins, fígado, e no coração”.

 Foram coletados peixes nos rios Branco, Mucajaí e Uraricoera para diagnosticar se animais têm contaminação por mercúrio em Roraima  — Foto: Arquivo pessoal

Foram coletados peixes nos rios Branco, Mucajaí e Uraricoera para diagnosticar se animais têm contaminação por mercúrio em Roraima — Foto: Arquivo pessoalhttps://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Quais os principais sintomas nos seres humanos

De acordo com o pesquisador, em adultos cronicamente contaminados, a pessoa vai ter desde sintomas sensitivos, até os motores, e também podem causar alterações comportamentais.

Dentre as alterações nos órgãos de sentido mais comuns estão: diminuição da sensibilidade nas mãos e pés, deficiência na sensação de calor ou frio, zumbido no ouvido, paladar com gosto metálico, olfato prejudicado e a visão começa a tubular.

No campo motor, as pessoas podem sofrer com tremores nas mãos e pés, fraqueza, dificuldade para segurar copo, subir escada e até ter tontura. As alterações também comprometem a memória, aprendizado e comportamento, com sintomas de depressão e ansiedade, por exemplo.

São alterações que muitas vezes são subclínicas e podem ser confundidas com sintomas de outras doenças.

Em um grau mais grave, que leva a mortalidade, a maior recorrência é em crianças. “A mulher grávida, por intermédio do sangue do cordão umbilical, pode transmitir o mercúrio para o bebê que está em formação na barriga dela. Se as taxas de contaminação da mãe forem muito altas, a criança pode nascer com sintomas graves, como má formação, paralisia cerebral e até vir a óbito”, alerta.

Perturbação da vida aquática

O biólogo Jansen Zuanon, especialista em peixes da Amazônia e doutor em Ecologia, afirma que a invasão de garimpeiros no rio Madeira prejudica a vida aquática por diversas razões, desde a pertubação dessa fauna quanto pela contaminação direta da mesma.

“No momento em que ela retira os sedimentos do fundo do rio, sugado por uma mangueira, triado ou filtrado por minérios tóxicos, ele joga um líquido pra dentro da água, onde vão se formando o que a gente chama de “arrotos de draga”, que são aqueles montes de seixo e areia que ficam acumulados no rio”, disse.

Nesse processo, ele suspende o sedimento do fundo do rio, e acaba deixando a água ainda mais turva. Ele revolve toda a camada onde os peixes usam para a alimentação, e ainda causa esse problema pra navegação, por conta desse acúmulo de areia e seixo ao longo do rio.

Dragas e balsas atracaram no meio do rio Madeira, no Amazonas, para exploração ilegal de ouro. — Foto: REUTERS/Bruno Kelly

Dragas e balsas atracaram no meio do rio Madeira, no Amazonas, para exploração ilegal de ouro. — Foto: REUTERS/Bruno Kelly

Problemas na reprodução e mortalidade precoce de peixes

O mercúrio metálico, que é a forma que os garimpeiros usam pra amalgamar o ouro, não é tão prejudicial. O problema é que, quando ele está no fundo do rio, em condições de pouco oxigênio, ele se transforma em um composto que é o metil mercúrio.

“Esse metil mercúrio é absorvido por pequenos animais aquáticos e ele entra na cadeia alimentar. Então a cada vez que um animal come outros que estão contaminados, ele vai acumulando mercúrio no seu próprio corpo. Isso faz com que os grandes peixes carnívoros, por exemplo, os grande bagres, piranhas, tucunarés, acumulem muito mercúrio”, disse.

Há evidências científicas de que o mercúrio prejudica diretamente os peixes, principalmente atrapalhando na reprodução, causando mortalidade precoce, deformações e tumores.

“Também há relatos de problemas neurológicos, e os peixes acabam morrendo mais rapidamente, porque não consegue se esconder ou se defender de predadores”.

Quanto a diminuição de populações de peixes, não há estatísticas suficientes para essa afirmação.

“A gente não acompanha como está sendo a quantidade de filhotes que estão nascendo, a idade dos peixes da população que está sendo afetada, se estão morrendo mais cedo ou mais tarde. Se eu não sei o que está acontecendo, não quer dizer que não esteja. Normalmente nossas análises são muito focadas no ser humano”, explicou.

FONTE G1

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Nova variante leva Anvisa a recomendar suspensão do desembarque de passageiros vindos de 6 países africanos

Barra Torres afirmou que nenhuma medida restritiva contra o coronavírus é totalmente eficaz, mas o governo brasileiro deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para impedir a entrada de nova variante B.1.1.529.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nota técnica nesta sexta-feira (26) recomendando que o governo brasileiro adote medidas de restrições para voos e viajantes vindos de parte da África, em decorrência da identificação de nova variante do SARS-CoV-2, identificada como B.1.1.529.

Os países identificados na nota técnica alvo das medidas são, especificamente, África do SulBotsuanaEswatiniLesotoNamíbia e Zimbábue.

A Anvisa informa, contudo, que a efetivação das medidas sugeridas depende de portaria interministerial editada conjuntamente pela Casa Civil, pelo Ministério da Saúde, pelo Ministério da Infraestrutura e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

“É uma variante que possui características mais agressivas e que, obviamente, requer das autoridades sanitárias mundiais medidas imediatas. É exatamente o que fizemos há poucos minutos. Já enviamos nossas notas técnicas para os ministérios da Casa Civil, Saúde, Infraestrutura e Justiça no sentido que voos vindos desses países, são países localizados no sul do continente africano, sejam temporariamente bloqueados, não venham para o Brasil”, explicou o diretor Antonio Barra Torres à GloboNews.

Barra Torres afirmou que nenhuma medida restritiva contra o coronavírus é totalmente eficaz, mas o governo brasileiro deve adotar medidas neste momento para que o Brasil não viva novas ondas de coronavírus.

“A prevenção deve ser feita agora. Quando se perde o tempo de prevenção, entramos no tratamento. Tratamento é aquilo que já vimos: são UTIs lotadas, famílias sendo ceifadas. Não há sentido em aguardar esse tipo de coisa. É claro que, se surgirem informações outras que nos levem a rever esse assessoramento, faremos”, afirmou Barra Torres.

“Mesmo com tudo feito, por algum mecanismo, por alguma brecha, essa variante pode acabar se materializando em nosso país. Temos que faze tudo o que estiver ao nosso alcance”, disse.

'Está sendo discutido internamente', diz Rodrigo Cruz sobre recomendação da Anvisa para restringir entrada de viajantes de 6 países africanos

‘Está sendo discutido internamente’, diz Rodrigo Cruz sobre recomendação da Anvisa para restringir entrada de viajantes de 6 países africanos

Na quinta-feira (26), a Anvisa fez outra recomendação sobre fronteiras: a agencia pede que o governo exija o certificado de vacinação de todos os que entrarem no Brasil. A decisão depende de portaria interministerial, mas André torres, ministro da Justiça, disse ser contra.

Sobre o pedido em relação às medidas de restrições aos seis países africanos citados na nota técnica desta sexta, o governo federal ainda não divulgou posicionamento.

Rodrigo Cruz, secretário-executivo do Ministério da Saúde, disse que os ministérios estão discutindo o assunto e que a pasta ainda não tem uma posição finalizada sobre o tema.

“Por conta de um decreto, essa posição é tomada por um colegiado de ministros. Ministro da Saúde, ministro da Justiça, ministro da Infraestrutura e ministro da Casa Civil, sempre ouvindo Anvisa. Ouve-se a Anvisa e essa decisão é tomada. Está sendo discutido internamente e não há um posicionamento fechado. Assim que tivermos, ele será breve, será comunicado a todos os senhores”, disse Cruz.

O que se sabe sobre a B.1.1.529

Covid: o que se sabe sobre nova variante detectada na África do Sul

Covid: o que se sabe sobre nova variante detectada na África do Sul

A variante B.1.1.529, identidifaca pela primeira vez na África do Sul, preocupa países da Europa, EUA, Ásia, além do Brasil, uma vez que já tem 50 mutações — algo nunca visto antes —, sendo mais de 30 na proteína “spike” (a “chave” que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19).

Os cientistas ainda não têm certeza da eficácia das vacinas contra a Covid-19 existentes contra a nova variante.

O virologista Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação na África do Sul, que anunciou a descoberta da nova variante na quinta-feira (25), afirmou na ocasião que a B.1.1.529 carrega uma “constelação incomum de mutações” e é “muito diferente” de outros tipos que já circularam.

“Esta variante nos surpreendeu, ela deu um grande salto na evolução [e traz] muitas mais mutações do que esperávamos”, afirma Oliveira, que é brasileiro. Mas ainda é cedo para dizer o quão transmissível ou perigosa é a variante — e seu efeito sobre as vacinas já desenvolvidas”, disse.

Restrições no mundo

No começo do mês, mais de 30 mil visitantes foram confinados na Disneylândia de Xangai após um caso de Covid-19 ser registrado no parque de diversões (veja no vídeo abaixo). A multidão só foi liberada após todas as pessoas serem testadas.

Disneylândia de Xangai reabre depois de confinar mais de 30 mil visitantes

Disneylândia de Xangai reabre depois de confinar mais de 30 mil visitantes

Ao menos 4 países já anunciaram restrições a voos de nações africanas devido à B.1.1.529 até o momento. Outras nações, como Singapura e Japão, também anunciaram que vão adotar medidas.

FONTE G1

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OMS declara a B.1.1.529 como ‘variante de preocupação’ e dá o nome de ‘ômicron’

Nova variante do coronavírus foi originalmente descoberta na África do Sul. Ao menos 9 países e/ou territórios já anunciaram restrições a voos de nações africanas.

OMS — Foto: Denis Balibouse/Reuters

Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a B.1.1.529 como uma “variante de preocupação” e escolheu como nome “ômicron“. Com essa classificação, a nova variante foi colocada no mesmo grupo de versões do coronavírus que já causaram impacto na progressão da pandemia: alfa, beta, gama e delta (leia mais abaixo sobre as classificações das variantes).

A omicron foi originalmente descoberta na África do Sul. Ela é considerada de preocupação pois tem 50 mutações, sendo mais de 30 na proteína “spike” (a “chave” que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19).

Ainda não se sabe se ela é mais transmissível ou mais letal: a própria OMS diz que precisará de semanas para compreender melhor o comportamento da variante.

Ao menos 9 países e/ou territórios já anunciaram restrições a voos de nações africanas devido à B.1.1.529 até o momento.

Origem da variante

A variante B.1.1529 foi reportada à OMS pela primeira vez em 24 de novembro de 2021, pela África do Sul. A situação epidemiológica no país tem sido caracterizada por três picos de casos notificados, sendo que o último era com a variante delta.

Nas últimas semanas, as infecções do coronavírus têm aumentado abruptamente, o que coincide com a detecção da nova variante B.1.1529. O primeiro caso confirmado da B.1.1529 foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021.

De acordo com OMS, a variante apresenta um “grande número de mutações”, sendo que algumas delas trazem preocupação.

“Evidências preliminares sugerem uma alta no risco de reinfecção com esta variante, em comparação com as outras versões do coronavírus. O número de casos da B.1.1.529 aparenta estar crescendo na maioria das províncias da África do Sul”, afirma a OMS.

OMS convoca reunião de emergência após nova variante detectada na África do Sul

OMS convoca reunião de emergência após nova variante detectada na África do Sul

Classificação das variantes

A OMS classifica as variantes do novo coronavírus em 3 categorias: VOC (variante de preocupação), VOI (variante de interesse) e VUM (variante sob monitoramento). São elas:

  • VOC (variantes de preocupação): alfa (detectada pela primeira vez no Reino Unido), beta (detectada na África do Sul), gama (no Brasil, também conhecida como P.1), delta (na Índia) e ômicron (também detectada na África do Sul);

São consideradas VOC as que demonstram estar associadas a uma ou mais das seguintes alterações em um grau de significância para a saúde pública global:

  1. Aumento da transmissibilidade ou alteração prejudicial na epidemiologia da COVID-19; ou
  2. Aumento da virulência ou mudança na apresentação clínica da doença; ou
  3. Diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública ou diagnósticos, vacinas e terapias disponíveis.
  • VOI (variantes de interesse): lambda (detectada pela primeira vez no Peru) e mu (na Colômbia);

É considerada VOI aquela variante que foi identificada como causadora de transmissão comunitária, de múltiplos casos ou de clusters (agrupamentos de casos) de COVID-19 ou foi detectada em vários países.

  • VUM (variantes sob monitoramento): 7 cepas que não recebem nome de letras do alfabeto grego

Constelação de mutações

O virologista Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação na África do Sul, que anunciou a descoberta da nova variante na quinta-feira (25), afirma que a B.1.1.529 carrega uma “constelação incomum de mutações” e é “muito diferente” de outros tipos que já circularam.

“Esta variante nos surpreendeu, ela deu um grande salto na evolução [e traz] muitas mais mutações do que esperávamos”, afirma Oliveira, que é brasileiro. Mas ainda é cedo para dizer o quão transmissível ou perigosa é a variante — e seu efeito sobre as vacinas já desenvolvidas

FONTE G1

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Senado aprova piso salarial de R$ 4,7 mil para enfermagem; texto segue para Câmara

A proposta indica ainda um piso mínimo de R$ 3,3 mil para os técnicos de enfermagem e de R$ 2,3 mil para os auxiliares de enfermagem e para as parteiras

Breno Esaki/Agência Saúde DF

O Senado aprovou na quarta-feira (24) um projeto que institui o piso salarial de R$ 4.750 para os enfermeiros do Brasil. A proposta indica ainda um piso mínimo de R$ 3.325 para os técnicos de enfermagem e de R$ 2.375 para os auxiliares de enfermagem e para as parteiras. Aprovada, a proposta segue para a análise da Câmara dos Deputados.

A proposta do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) recebeu voto favorável da relatora, senadora Zenaide Maia (Pros-RN), que apresentou o substitutivo aprovado em Plenário.

O projeto inclui o piso salarial na Lei 7.498, de 1986, que regulamenta o exercício da enfermagem, estabelecendo um mínimo inicial para enfermeiros no valor de R$ 4.750, a ser pago por serviços de saúde públicos e privados, para uma jornada de trabalho de 30 horas semanais.

Em relação à remuneração mínima dos demais profissionais, o projeto fixa a seguinte gradação: 70% do piso nacional dos enfermeiros para os técnicos de enfermagem e 50% do piso nacional dos enfermeiros para os auxiliares de enfermagem e as parteiras.

fonte CNN

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Entenda o que são superbactérias e a ameaça global da resistência a antibióticos

Resistência de microrganismos aos medicamentos poderá levar à morte de 10 milhões de pessoas por ano a partir de 2050, de acordo com estudo britânico

Resistência aos antibióticos é um problema de saúde globalGutemberg Brito/IOC/Fiocruz

A resistência de microrganismos aos antibióticos é uma das maiores ameaças à saúde global atualmente. O aumento no número de bactérias resistentes aos medicamentos, chamadas popularmente de superbactérias, coloca em risco a saúde de humanos e de animais. O problema está associado diretamente ao uso excessivo e incorreto dos antibióticos disponíveis.

Nesta quinta-feira (18), tem início a Semana Mundial do Uso Consciente de Antibióticos (World Antibiotic Awareness Week), realizada anualmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A campanha tem como objetivo conscientizar a população, profissionais de saúde e gestores públicos sobre os impactos de dimensões sociais, econômicas e ambientais causados pela resistência ao medicamento.

Há cinco anos, um relatório do governo britânico liderado pelo economista Jim O’Neill apontou um cenário global preocupante para a resistência bacteriana aos antibióticos. Segundo o documento, 700 mil pessoas morrem a cada ano no mundo devido a infecções causadas por bactérias resistentes.

Os pesquisadores estimaram que, se não forem feitas mudanças em nível global, a resistência a antibióticos pode levar à morte de 10 milhões de pessoas por ano a partir de 2050, o que representa uma morte a cada 3 segundos.

Para traçar um panorama atual da resistência bacteriana, a CNN consultou o economista Jim O’Neill, que revelou uma preocupação com os impactos da Covid-19, apontou a falta de interesse da indústria farmacêutica na produção de novos antibióticos e cobrou ações de governos e autoridades sanitárias no enfrentamento do problema.

“Como resultado da Covid-19, o mundo inteiro se dá conta, ou deveria se dar conta, de que as principais infecções globais, não apenas nos países emergentes, em que morrem milhões de pessoas, podem acontecer”, afirmou. “Alguns aspectos das nossas recomendações aconteceram, especialmente mais pessoas estudando infecções resistentes a medicamentos em departamentos de pesquisa especializada, e alguns esforços para reduzir o uso inadequado em animais, com resultados melhores do que o esperado”, acrescentou O’Neill.

O economista contou à CNN como foi receber o convite para liderar um estudo de uma área que não fazia parte da sua formação. “Fui convidado conscientemente porque não era especialista em ciências médicas, em parte para espalhar a consciência sobre o problema, mas também para pensar nas soluções em termos de economia e finanças”, afirmou.

“Esse foi um movimento muito inteligente, ao meu ver, por que os que entendem a ciência médica percebem o problema, mas se ele não for compreendido pelos políticos fora da saúde, não será resolvido”, completou.

Além disso, segundo O’Neill, a resistência aos antibióticos pode impactar diferentes áreas além da saúde. “Conforme minha análise mostrou, terminaremos com pelo menos 10 milhões de pessoas morrendo por ano devido à resistência aos antimicrobianos até 2050, e uma perda colossal do PIB. A experiência da Covid-19 em 2020 e 2021 mostra o que pode acontecer”, afirmou.

O especialista avalia que há uma falta de compromisso por parte de governos e autoridades de saúde no combate à resistência antimicrobiana.

“Há menos e menos atenção para o problema nos pronunciamentos de política global desde os destaques de 2015 e 2016, principalmente no que se refere ao tópico central do investimento financeiro. Nem os governos nem as empresas do ‘Big Pharma’ [as grandes farmacêuticas do mundo] querem comprometer recursos para isso”, disse. “Houve muito pouco progresso em muitas de nossas recomendações, especialmente no diagnóstico e no mercado quebrado de novos antibióticos”, afirmou O’Neill.

Pesquisadora da Fiocruz, Ana Paula Assef atua no estudo da resistência bacteriana. Na imagem, rotina do laboratório em 2017, antes da pandemia de Covid-19 / Josué Damacena/IOC/Fiocruz

Como o uso indiscriminado favorece a resistência

Os antibióticos são medicamentos capazes de matar ou inibir o crescimento de bactérias. A sua eficácia está associada diretamente ao agente causador da infecção. Isso significa que nem todos os antibióticos são adequados para o tratamento de uma mesma infecção. Por isso, esses medicamentos devem ser utilizados apenas no combate a infecções bacterianas e de acordo com a prescrição médica.

resistência aos antibióticos acontece quando determinada bactéria se modifica em resposta ao uso dos medicamentos.

Imagine uma pessoa que tenha contraído a sífilis, uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Após o diagnóstico, o indivíduo é tratado com um antibiótico chamado penicilina benzatina, conhecido como Benzetacil.

Vamos supor que 90% das bactérias sejam eliminadas e que 10% sobrevivam. Dentre as sobreviventes, é possível que uma parte tenha desenvolvido mecanismos de resistência à penicilina benzatina. Quando essas mesmas bactérias forem expostas novamente ao medicamento, ele pode não ter a mesma eficácia, tornando mais difícil o combate à infecção.

“São as bactérias que se tornam resistentes e não os seres humanos. Com o uso inadequado de antibiótico, pode ocorrer um processo de ‘seleção’: enquanto as bactérias ‘sensíveis’ são eliminadas a partir do tratamento, as ‘resistentes’ permanecem e se multiplicam”, explica a pesquisadora Ana Paula Assef, do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Segundo a pesquisadora da Fiocruz, o uso indiscriminado desses medicamentos por instituições de saúde, pela população e em práticas agropecuárias tem contribuído para o aumento da resistência.

“A rotina hospitalar, por exemplo, conta com uma série de procedimentos invasivos que são portas de entrada para as bactérias – como a utilização de ventilação mecânica e de cateteres venosos. Em consequência ao aumento das infecções hospitalares associadas a esses instrumentos, o uso de antibióticos é intensificado, o que promove a seleção de bactérias resistentes nesse ambiente”, explica.

A falta de sistemas de saneamento eficazes, com o lançamento de esgoto de hospitais e domicílios no ambiente sem o tratamento adequado, também favorece o aumento da resistência. Na natureza, as bactérias entram em contato com outros microrganismos e resíduos de antibióticos, o que gera novos processos de seleção e resistência.

A resistência eleva os custos de tratamentos, prolonga a permanência dos pacientes nos hospitais e aumenta os índices de mortalidade. Conforme os antibióticos vão se tornando ineficazes, o número de infecções que se tornam mais difíceis de tratar também tende a aumentar.

“Com o esgotamento das ações terapêuticas, infecções que hoje são conhecidas por ter um tratamento simples, poderão, no futuro, causar danos maiores ao organismo, na medida em que teremos menos recursos para combatê-las”, afirma Assef.

A opinião é compartilhada pelo economista Jim O’Neill. “Um dos acontecimentos mais preocupantes desde o nosso estudo é que existe o uso excessivo de colistina para promoção de crescimento em animais, que levou à evidência de resistência em animais e humanos. Esse é um dos últimos e mais importantes antibióticos de amplo espectro para a humanidade”, ressaltou.

Ações globais podem reverter a situação

O documento produzido por Jim O’Neill destacou um cenário alarmante da resistência bacteriana no mundo, mas também elencou dez pontos de ação que podem nortear as decisões de governos e autoridades sanitárias (veja quadro abaixo).

Arte/CNN

Cinco anos após a publicação do documento, o economista afirma enxergar dois cenários para 2050, um otimista e outro pessimista. “O mais otimista não poderá acontecer sem a ação decisiva dos formuladores de políticas. Estou especialmente desapontado que a reunião de 2021 do G20 não tenha feito maiores progressos na reforma sistemática chave da política de saúde global”, ressaltou.

O especialista estima que, sem a adoção das recomendações do documento, o mundo enfrentará um contexto catastrófico devido à resistência antimicrobiana. “Precisamos que muitos países, incluindo o Brasil e outros grandes países do chamado mercado emergente, tratem isso como um problema grave”, disse O’Neill.

A pesquisadora Ana Paula Assef, da Fiocruz, participa das formulações de documentos nacionais sobre o tema e de um projeto de fortalecimento do Sistema Nacional de Vigilância da Resistência Antimicrobiana.

Ela defende o desenvolvimento de políticas públicas que abordem o tema e incentivem mudanças de comportamento da população.

“A lavagem correta das mãos e dos alimentos, por exemplo, são práticas eficazes que devem ser estimuladas para a prevenção da transmissão de bactérias. Além disso, é importante cumprir as recomendações médicas sobre os antibióticos, evitando o uso por conta própria e a interrupção da duração do tratamento recomendado pelo médico”, disse.

Como parte de um esforço coletivo, as recomendações para a população em geral incluem o uso de antibióticos apenas com prescrição de um profissional de saúde, seguir as orientações médicas quanto aos horários e dosagens recomendadas, não compartilhar ou usar sobras de antibióticos, além de manter hábitos de higiene individual e lavar os alimentos antes do consumo.

Iniciativas brasileiras de enfrentamento da resistência

A reportagem da CNN consultou o Ministério da Saúde, mas não obteve respostas. Também consultou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre o uso indiscriminado de antibióticos na pecuária como estratégia de promoção do crescimento animal.

Em nota, o Mapa afirmou que a resistência aos antimicrobianos no âmbito da pecuária é guiada pelas diretrizes de um plano nacional elaborado em 2018. Dessa forma, médicos veterinários, produtores rurais, tutores de animais, profissionais da cadeia de produção e transformação de produtos de origem animal, profissionais da indústria veterinária, entre outros especialistas, atuam de acordo com o documento.

“Há diversas intervenções para promover a implementação de medidas de prevenção e controle de infecções na saúde animal, as boas práticas agropecuárias, o bem-estar animal e o uso racional de antimicrobianos em animais”, informa a nota.

Em 2021, o ministério elaborou e implementou o Programa de Vigilância e Monitoramento da Resistência aos Antimicrobianos no Âmbito da Agropecuária, coordenado pelos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (AFFAs).

O programa tem como objetivo avaliar riscos, tendências e padrões na ocorrência e disseminação da resistência antimicrobiana por meio de alimentos de origem animal produzidos no Brasil. Segundo o ministério, através do programa, serão fornecidos dados essenciais para análises de risco relevantes à saúde animal e humana.

Com vigência de 2019 a 2022, o programa monitora as cadeias de avicultura de corte, suinocultura e bovinocultura de corte, tendo como alvo microrganismos como a Salmonella spp. e a Escherichia coli.

O monitoramento das fases 1 e 2 da resistência é realizado por meio da avaliação de espécimes bacterianos obtidos de amostras coletadas em programas sanitários do ministério. Ao final desta etapa, será realizada uma avaliação do programa e dos resultados obtidos para definir as atividades e estratégias a serem implementadas nas próximas etapas, a partir do ano de 2023, segundo o Mapa.

Ministério da Agricultura realiza o monitoramento da resistência antimicrobiana na pecuária / Helena Lopes/Unsplash

Controle do uso de antimicrobianos na pecuária

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou, ainda, promover o uso racional de antimicrobianos a partir de medidas legais que incluem o registro e a fiscalização dos produtos de uso veterinário, em relação à fabricação, comércio e administração.

“O registro dos produtos de uso veterinário é concedido somente após a análise pelo Mapa do atendimento aos requisitos previstos na legislação, visando assegurar a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos”, disse o ministério.

No Brasil, a comercialização dos antimicrobianos de uso veterinário só é autorizada mediante a prescrição veterinária, de acordo com a instrução normativa nº 26/2009 do Mapa. Os produtos destinados à alimentação animal que contêm esses medicamentos também são regulamentados por instrução normativa da pasta.

Em relação ao uso indiscriminado, o ministério afirmou que proibiu, de forma progressiva, a partir de 1998, a autorização de diversas classes e substâncias antimicrobianas que tinham finalidade de melhorar o desempenho animal.

“São elas: avoparcina, anfenicóis, tetraciclinas, penicilinas, cefalosporinas, quinolonas, sulfonamidas, eritromicina, espiramicina, colistina em 2016 e, mais recentemente, em 2020, tilosina, lincomicina e tiamulina”, informou o MAPA.

O ministério reforça que para além das regulamentações em vigência no país, a conscientização dos médicos veterinários, técnicos, produtores e a sociedade, de forma geral, sobre a obrigatoriedade de prescrição para antimicrobianos de uso veterinário é um dos desafios prioritários para o enfrentamento da resistência no Brasil e no mundo.

O que explica a falta de interesse das grandes farmacêuticas

A formulação de um novo antibiótico pode levar de 10 a 15 anos. Por mais que sejam formulados novos medicamentos, as bactérias continuam criando mecanismos de resistência, o que faz com que o desenvolvimento dos antibióticos seja visto como um mercado pouco lucrativo.

“As grandes empresas farmacêuticas tomam uma decisão calculada de risco e retorno, a menos que os governos ofereçam financiamento ou grande suporte, elas não querem investir em soluções por que não é especialmente rentável”, diz O’Neill.

Para a pesquisadora da Fiocruz, a limitação das drogas disponíveis para o tratamento de infecções bacterianas chama a atenção para o investimento em pesquisa que permita ampliar o estudo de novas formas de eliminação das bactérias.

“Para pensar em novas formas de combate, é importante estudar a estrutura da bactéria, conhecer os mecanismos de resistência e investigar novos alvos de antibióticos”, afirma a especialista.

Pandemia de Covid-19 pode acelerar processo de resistência

A Covid-19 é uma infecção respiratória causada por um vírus chamado tecnicamente de SARS-CoV-2, ou novo coronavírus. Embora os antibióticos não tenham efeito no combate às infecções virais, o aumento no número de pacientes internados em decorrência da Covid-19 ampliou o uso desses medicamentos em larga escala em todo o mundo.

O aumento do uso de antibióticos está associado principalmente ao tratamento de infecções hospitalares, comuns em pacientes que permanecem internados por longos períodos, como pode acontecer em casos graves de Covid-19.

O economista Jim O’Neill afirma que, por um lado, a pandemia deixou duas lições: a lavagem de mãos é uma estratégia simples e eficaz para conter a disseminação de doenças e que as vacinas são especialmente úteis, em termos da resistência, por reduzir a necessidade dos antibióticos e prevenir a doença.

Por outro, ele reforça que o uso incorreto dos antibióticos na pandemia contribuiu para o agravamento do contexto da resistência. “A pandemia piora esse cenário uma vez que em muitas partes do mundo os antibióticos têm sido utilizados para lidar com os problemas da Covid-19, para enfrentar desafios para os quais não foram feitos, aumentando a resistência”, disse.

A pesquisadora da Fiocruz, Ana Paula Assef, aponta a necessidade de ampliar o controle das infecções, agilizar a identificação da bactéria e do mecanismo de resistência. Dessa forma, é possível acelerar ações de isolamento do paciente e contenção do espalhamento do microrganismo.

“É imprescindível estimular o desenvolvimento de novas drogas, visto que temos um número restrito de antibióticos no mercado que apresentam eficácia no combate às bactérias multirresistentes”, conclui.

FONTE CNN

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Leopardos-das-neves morrem de complicações de Covid-19 em zoológico nos EUA

Três leopardos-das-neves do Lincoln Children’s Zoo, em Nebraska, nos Estados Unidos, morreram de complicações causadas pela Covid-19, anunciaram os funcionários do zoológico na sexta-feira (13).

“Nossos leopardos, Ranney, Everest e Makalu, eram amados por toda a nossa comunidade dentro e fora do zoológico”, disse a instituição em uma publicação no Facebook. “Esta perda é verdadeiramente dolorosa e estamos todos juntos de luto”.

Os leopardos-das-neves são nativos das áreas montanhosas da Ásia Central e são considerados uma espécie vulnerável à extinção, de acordo com o World Wildlife Fund (WWF).

No mês passado, o zoológico disse que os leopardos e seus tigres de Sumatra testaram positivo após apresentar sintomas consistentes com os causados pelo vírus. Os animais foram tratados com esteroides e antibióticos para prevenir infecções secundárias, afirmou o zoológico na época.

“Os tigres de Sumatra, Axl e Kumar, tiveram uma recuperação aparentemente completa de sua doença”, disseram autoridades do zoológico na sexta-feira. A Covid-19 foi detectada em vários mamíferos, incluindo grandes felinos, primatas, furões e martas, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos.

O zoológico permanece aberto “e continua a tomar todas as precauções para evitar a disseminação da Covid-19 para humanos e animais”, informou no Facebook.

“Continuaremos seguindo as diretrizes da Associação Americana de Veterinários de Zoológicos (AAZV) e do CDC para garantir a segurança de nossos animais, equipe e comunidade”, disse a publicação.

Um leopardo-da-neve no zoológico de San Diego testou positivo em julho e três leopardos-da-neve no zoológico de Louisville foram infectados com a doença em dezembro passado.

FONTE CNN

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Primeiro centro nacional de vacinas do Brasil será em Minas Gerais

Orçamento de R$ 80 milhões permitirá construir estrutura voltada à produção de imunizantes e controle de doenças

foto Gettyimages

Um ambiente de Ciência, Tecnologia e Inovação comparado ao Centro da Universidade de Oxford que desenvolveu a vacina AstraZeneca. Essa deverá ser a ‘cara’ do Centro Nacional de Vacinas, que tem previsão para começar a ser construído, em Belo Horizonte, em janeiro de 2022. A estrutura, inédita no Brasil, amplia as instalações do CTVacinas, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que desenvolveu a SpiNTec, vacina para Covid-19 com promessa de produção com 100% de insumos nacionais e que servirá de reforço para o combate à doença. A SpiNTec, que ainda irá passar pela fase de testagem do imunizante em humanos, se soma ao projeto da LeishTec, vacina para a leishmaniose visceral canina, também fruto do trabalho do CTVacinas.

O primeiro Centro Nacional de Vacinas brasileiro terá certificação dentro dos padrões internacionais. A expectativa é que a iniciativa permita ao Brasil ser produtor de vacinas no âmbito mundial, estando, inclusive, preparado para as próximas pandemias. A produção de imunizantes, hoje, cria as bases para a produção de outras vacinas no futuro, contra novas doenças, já que alguns processos se repetem em todo o percurso de desenvolvimento de um imunizante. Com a estrutura instalada em Minas Gerais, o objetivo é que o Brasil deixe a condição de refém da tecnologia internacional, agilizando a fabricação, por exemplo, de vacinas para infecções virais epidêmicas e pandêmicas, como malária, leishmaniose, doença de Chagas, zika, chikungunya, dengue e covid-19.

“A mão de obra em Biotecnologia, em Minas Gerais, é altamente qualificada. Temos pesquisadores de renome internacional na UFMG, que é avaliada como uma das melhores universidades da América Latina. Somado a isso, o País conta com a credibilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ou seja, temos tudo para atrair para o Brasil, e especificamente para Minas Gerais, empresas fortes do exterior que possam produzir, a partir das nossas pesquisas, soluções modernas para a saúde humana e animal”, afirma Felipe Attiê, subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.

Ecossistema de imunidade

Para viabilizar o projeto, serão investidos R$ 80 milhões: R$ 30 milhões do Governo de Minas Gerais para a construção e importação de equipamentos laboratoriais, sendo R$ 12 milhões disponibilizados pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e R$ 18 milhões pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG); e os outros R$ 50 milhões via Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

  — Foto: Gettyimages

— Foto: Gettyimages

Segundo o subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, o investimento busca criar um ecossistema não só de vacinas, mas de imunidade, com desenvolvimento de produtos tecnológicos para defesa do organismo humano, abrangendo anticorpos e testes de diagnósticos, atuando também na saúde animal: “Com esse ecossistema fortalecido em Minas Gerais, iremos atrair mais pesquisadores e players da iniciativa privada para impulsionar o estado na fronteira da CT&I.”

Reconhecimento

Para viabilizar o Centro Nacional de Vacinas, serão construídos dois anexos no espaço do CTVAcinas e adquiridos equipamentos importados. A expansão é um reconhecimento ao trabalho realizado por uma equipe altamente qualificada da UFMG, em parceria com o Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas) e o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTEC).

“Esses pesquisadores vêm entregando uma série de contribuições à sociedade na área de Biotecnologia, por isso não chega a ser uma grande surpresa terem concebido a primeira vacina brasileira contra a Covid-19. Minas é muito forte em Ciência, Tecnologia e Inovação, só precisamos dar mais visibilidade ao que está sendo feito aqui”, conclui Marco Aurélio Crocco, diretor-presidente do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC).

FONTE G1.COM