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Casa de argila impressa em 3D pode indicar tendências da arquitetura no futuro

É possível que a arquitetura possa ajudar a resolver a crise imobiliária e, ao mesmo tempo, construir um futuro mais sustentável? 

É o que Mario Cucinella almeja. O arquiteto concluiu um protótipo para uma casa que visa fazer as duas coisas, combinando algumas das tecnologias mais recentes com os materiais de habitação mais antigos na pequena cidade de Massa Lombarda, na Itália. 

A moradia, batizada de TECLA, é a primeira casa impressa em 3D feita de barro e Cucinella espera que o desenho de seu programa seja uma opção viável para abrigar pessoas que carecem de moradia adequada, seja por questões financeiras ou de deslocamento. 

Nos últimos anos, uma série de casas e comunidades foram impressas em 3D, prometendo tempos de construção mais rápidos e custos mais baixos. Só para lembrarmos algumas, tem a casa de 400 metros quadrados impressa em 24 horas na Rússia em 2017 e um bairro inteiro impresso no México em 2019. 

Nos EUA, a primeira casa impressa a chegar ao mercado foi em fevereiro deste ano — um sobrado com mais de 420 metros quadrados em Nova York — foi avaliada em US $ 299 mil (cerca de R$ 1.711.745,00). Um condomínio de casas de dois e quatro dormitórios estará disponível para moradia ainda este ano no Texas.

Protótipo da TECLA
O design circular da TECLA acomoda um quarto, uma sala de estar e um banheiro

No entanto, as estruturas anteriores foram construídas com concreto ou materiais sintéticos, como plástico. Mas esta foi diferente: usou TECLA, uma espécie de mistura de terra, água, fibras de casca de arroz e um aglutinante. “A porcentagem de aglutinante é menor de 5%”, ressalta o arquiteto.  

O produto foi batizado em homenagem à cidade fictícia de Thekla, do escritor Italo Calvino, mas também é um amálgama de “tecnologia” e “argila”. 

Cucinella acredita que essa abordagem pode ser replicada em diferentes partes do mundo, usando quaisquer materiais locais disponíveis, e pode ser particularmente útil em áreas rurais carentes, onde os materiais de construção industrial são mais difíceis de encontrar.

Mas nem tudo são flores. Ou barro. Imprimir com argila tem suas desvantagens. Se a impressão do design é rápida, como em 200 horas, a mistura de argila pode levar semanas para secar, dependendo do clima. De acordo com Cucinella há também limitações de altura (arranha-céus de argila não fazem parte do futuro, por exemplo). 

Mas a adaptação no solo disponível e a facilidade na construção pode colocar o TECLA como alternativa de moradia em países de situação vulnerável. Em 2015, a Habitat for Humanity estimou que 1,6 bilhão de pessoas carecem de moradias adequadas, e o UN-Habitat — o programa das Nações Unidas para assentamentos humanos e desenvolvimento urbano sustentável — estima que até 2030, 3 bilhões de pessoas — isso significa 40% dos população mundial —, exigirá acesso a residências acessíveis e acessíveis. “Você pode construir esse tipo de casa em muitos lugares já que não depende de nenhum produto específico”, explicou Cucinella em entrevista por vídeo.

Tradição encontra novas tecnologias

Construir casas de terra, como Cucinella apontou, não é novo. 

O Adobe — mistura de terra, água e material orgânico — é um dos primeiros materiais de construção do mundo, conhecido por sua durabilidade, biodegradabilidade e isolamento natural.

Projeto TECLA
O projeto utiliza impressoras WASP para produzir a estrutura da casa

“O desafio foi usar um material antigo na história da arquitetura alinhado com as novas tecnologias em encontrar uma nova forma de casa”, disse Cucinella. As impressoras Crane WASP misturam água com a terra local para imprimirem camada por camada. 

O projeto apresenta dois espaços circulares unidos, espécie de clarabóias para que a luz entre. A residência ainda inclui uma sala de estar, um quarto e um banheiro. Seus móveis, incluindo mesas e cadeiras, também podem ser impressos com o maquinário WASP. Acabamentos, como portas e janelas, foram instalados após a impressão. 

A ideia por trás do TECLA não é necessariamente replicar a mesma casa para qualquer ambiente, mas ajustar o design com base na localização. “Não estamos produzindo um tipo de casa que você possa imprimir e fazer em qualquer lugar. É diferente um projeto de casa no norte da Itália, no meio da África ou na América do Sul “, explicou Cucinella. “Adaptamos a casa aos diferentes climas.”

Uma renderização mostra como poderia ser a TECLA caso uma família a habitasse
Uma renderização mostra como poderia ser a TECLA caso uma família a habitasse

“O processo de construção, usando máquinas impressas em 3D WASP, pode ser facilmente ensinado e amplamente utilizado”, disse. O ‘Maker Economy Starter Kit’ da WASP pode ser despachado em um único contêiner, com todas as ferramentas incluídas para fazer casas, desde o maquinário que imprime a estrutura geral até a mobília, além de um sistema de reciclagem e gerador de energia. 

“Não acho que estamos em posição de dizer que este será o futuro de todas as casas do planeta”, disse Cucinella, apontando que a crise em países como a China, onde grandes áreas metropolitanas estão enfrentando uma crise de superpopulação, não seria resolvida apenas através de construções de barro. 

No entanto, ele acrescentou: “Acho que a revolução da impressão 3D é dar às pessoas um grau de liberdade em como fazer as coisas, sem estar conectado a uma grande indústria profissional.”

Metas neutras em carbono 

Cucinella acredita que a impressão em 3D com materiais naturais pode ser uma importante ferramenta tecnológica para a Europa, que trabalha em alternativas para a neutralidade climática até 2050. 

De acordo com um relatório de 2020 da Agência Ambiental da ONU e da Agência Internacional de Energia, o setor de construção é responsável por 38% de todas as emissões de carbono no mundo.

Uma renderização de como uma comunidade de casas TECLA seria
Uma renderização de como uma comunidade de casas TECLA seria

 Cucinella afirma que TECLA é de baixo desperdício, uma vez que sua estrutura é biodegradável (apenas acessórios extras, como portas e janelas, não são) e o processo de construção usa menos energia do que construir uma casa padrão. 

“Quando falamos em sustentabilidade, acho que precisamos pensar também no processo de construção, porque estas etapas consomem e (geram) altas emissões de CO2 (dióxido de carbono)”, disse Cucinella. 

Ele acredita que podemos aprender com o projeto arquitetônico da era pré-industrial para fazer edifícios que não prejudicarão o planeta. “Se olharmos para o passado, podemos explorar como os arquitetos foram capazes de projetar edifícios sem energia por muitos e muitos séculos”, disse ele. 

O protótipo do TECLA está atualmente passando por testes de desempenho estrutural e térmico – etapa essencial antes do projeto ser dimensionado. Quando for para a produção, Cucinella disse que ficaria feliz em morar lá, dizendo que os materiais evocam uma sensação de casa e história. “Você tem a sensação de algo há muito tempo em sua memória”, disse ele.

FONTE CNN ESTILO

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MICROCHIP- Salão de beleza em Dubai transforma unhas em cartões de visita

Um salão de beleza em Dubai está dando uma nova opção para os clientes mais modernos: o Lanour Beauty Lounge está oferecendo um minúsculo microchip para as unhas.

Os chips podem ter informações embutidas que permitem que sejam usados como um cartão de visita digital ou para passar informações como um identificador do Instagram.

Eles usam tecnologia de comunicação de campo próximo para se conectar com dispositivos móveis. “Instalamos as informações que você deseja, como seu nome, número de celular, contas de mídia social e site da Web”, disse o fundador do salão, Nour Makarem, à CNN.

Makarem começou a oferecer “unhas inteligentes” após o início da pandemia. “O único desafio era como torná-lo pequeno o suficiente para caber na unha”, disse ela.

O Lanour Beauty Lounge diz que já concluiu mais de 500 esmaltação de unhas com microchip.

Makarem espera que o microchip de unhas tenha outros usos no futuro, desde cardápios digitais de restaurantes para garçons até pagamentos sem contato.

FONTE CNN

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Filhote de leão-das-cavernas de 28 mil anos é encontrado praticamente intacto

Encontrado congelado nas profundezas do Ártico Siberiano, o filhote de leão-das-cavernas parece que está dormindo e pode acordar com um simples toque.

Filhote de leão-das-cavernas congelado, encontrado na Sibéria com bigodes ainda intactos, tem mais de 28 mil anosFoto: Love Dalen

O pêlo dourado do filhote está coberto de lama, mas não está danificado. Seus dentes, pele, tecidos moles e órgãos estão mumificados, mas todos intactos. Cerca de 28 mil anos desde a última vez que fechou os olhos, suas garras ainda são afiadas o suficiente para furar o dedo de um dos cientistas que estão estudando este notável – e sem precedentes – espécime preservado de permafrost.

A fêmea de simba siberiano, apelidada de Esparta, foi um dos dois bebês leões-da-caverna – grandes felinos extintos que costumavam perambular amplamente pelo hemisfério norte – encontrados em 2017 e 2018 por caçadores de presa de mamute nas margens do rio Semyuelyakh, no Extremo Oriente da Rússia.

Inicialmente, pensava-se que os dois filhotes eram irmãos, pois foram encontrados a apenas 15 metros de distância um do outro, mas um novo estudo descobriu que eles diferiam em idade em cerca de 15 mil anos. Boris, como é conhecido o segundo filhote, tem 43.448 anos, de acordo com a datação por radiocarbono.

“Esparta é provavelmente o animal da Era do Gelo mais bem preservado já encontrado e está mais ou menos intacto, à exceção do pelo que está um pouco bagunçado. Ela até preservou os bigodes. Boris está um pouco mais danificado, mas ainda está muito bom”, disse Love Dalen, professor de genética evolutiva no Centro de Paleogenética de Estocolmo, na Suécia, e autor de um novo estudo sobre os filhotes.

Ambos os filhotes tinham apenas 1 ou 2 meses de idade quando morreram, disse o estudo. Não está claro como eles morreram, mas Dalen e a equipe de pesquisa – que inclui cientistas russos e japoneses – disseram que não há sinais de que tenham sido mortos por um predador.

A tomografia computadorizada mostrou danos ao crânio, deslocamento de costelas e outras distorções em seus esqueletos.

“Dada a sua preservação, eles devem ter sido enterrados muito rapidamente. Então, talvez eles morreram em um deslizamento de terra ou caíram em uma rachadura no permafrost“, disse Dalen. “O permafrost forma grandes rachaduras devido ao degelo e congelamento sazonal”.

Durante a última Era do Gelo, a Sibéria não era o lugar vazio que é hoje. Mamutes, lobos da tundra, ursos, rinocerontes-lanudos, bisões e antílopes saiga vagavam, junto com leões-das-cavernas – um parente ligeiramente maior dos leões africanos atuais.

Não se sabe como o leão-das-cavernas se adaptou à vida nas duras latitudes altas, com suas rápidas mudanças de estação, ventos fortes e invernos frios e escuros.

estudo, publicado na revista científica Quaternary, revelou que a pelagem dos leões-das-cavernas era semelhante, mas não idêntica, à de um filhote de leão africano. Os filhotes da Era do Gelo tinham um subpelo longo e espesso que pode ter ajudado na adaptação ao clima frio.

** Esta imagem deve ser usada apenas com esta matéria específica **
O cientista Love Dalen medindo Sparta, um filhote de leão-das-cavernas encontrado congelado no permafrost da Sibéria

Caçadores de presas

Os restos mumificados de vários animais extintos – um rinoceronte-lanudo, uma cotovia, um urso-das-cavernas, um filhote canino – que antes vagavam pela estepe da Rússia foram encontrados nos últimos anos, muitas vezes por caçadores, que explodem túneis usando mangueiras de pressão de água no permafrost principalmente em busca das longas e curvas presas de mamute. Existe um comércio lucrativo – embora controverso – de presas, que são apreciadas por escultores de marfim e colecionadores como uma alternativa ao marfim de elefante.

Cientistas russos como Valery Plotnikov, coautor do estudo e pesquisador da Academia de Ciências, de Yakutsk, a principal cidade da Sibéria, acompanharam e desenvolveram relações de trabalho com os caçadores de presas, que realizam descobertas surpreendentes na lama e no gelo do permafrost.

“Em 2017, […] trabalhei com eles no buraco, na caverna de gelo”, disse Plotnikov em um podcast produzido pelo Museu de História Natural de Londres, lançado no mês passado.

“Está muito frio, perigoso e difícil de trabalhar, condições terríveis, muitos mosquitos”, acrescentou, dizendo que perdeu 10 quilos no mês que passou com os caçadores de presas. Mas as relações que ele criou geraram uma bonança científica. Plotnikov afirmou que encontrou os filhotes de leão-da-caverna, uma cabeça de lobo e uma família de mamutes mumificados.

crise climática também tem um papel importante neste contexto. Verões mais quentes – o Ártico está esquentando duas vezes mais rápido do que a média global – enfraqueceram a camada permafrost e prolongaram a temporada de caça às presas.

“Definitivamente, há mais descobertas sendo feitas atualmente. O principal motivo é o aumento da demanda por marfim de mamute, o que significa que mais pessoas estão procurando no permafrost. Mas as mudanças climáticas também contribuem, tornando a temporada de degelo (e, portanto, o trabalho de campo) mais longa, explicou Dalen por e-mail.

Os cientistas precisam testar os restos mortais congelados em busca de doenças infecciosas, como o antraz, que podem permanecer latentes antes de serem examinados detalhadamente, embora Dalen tenha dito que é improvável que os restos abriguem patógenos antigos. O sexo dos filhotes foi confirmado por tomografia computadorizada e determinação com base genética.

Dalen disse que o próximo passo seria sequenciar o DNA de Esparta, que poderia revelar a história evolutiva do leão-das-cavernas, o tamanho da população e suas características genéticas únicas.

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Araxá cria Lei de Incentivo à Inovação e Tecnologia

Um dos maiores polos do agronegócio do país e com uma das maiores empresas de mineração e tecnologia do mundo. Araxá deu um passo importante para a implantação do seu Parque Tecnológico. Um projeto que vai garantir o crescimento de empresas e tornar a cidade ainda mais atrativa para novos investidores. A proposta, criada pela Prefeitura de Araxá e aprovada recentemente pela Câmara Municipal, estabelece medidas de incentivo às atividades científicas, tecnológicas e de inovação realizadas por entidades públicas e privadas no município.

O projeto prevê a criação de um Laboratório da Inovação, espaço criado para desenvolver a inovação de forma a experimentar e impulsionar soluções inteligentes para os problemas do município; Incubadora de Empresas, que vai estimular e apoiar a criação e o desenvolvimento de empresas inovadoras; o Centro de Inovação que vai oferecer um conjunto de mecanismo e serviços de suporte ao processo de inovação; o Hub de Inovação, um espaço que facilitará a criação de projetos inovadores e tecnológicos e os conecta a comunidade; e o Parque Tecnológico, um complexo planejado de desenvolvimento empresarial e tecnológico.

A lei também prevê a criação de outras duas estruturas. O Conselho Municipal de Tecnologia e Inovação que terá caráter deliberativo e será responsável por formular, propor, avaliar e fiscalizar as ações e políticas públicas de promoção da inovação para o desenvolvimento do município. E o Fundo de Tecnologia e Inovação que terá por objetivo a aplicação de recursos na implementação de planos, programas e projetos que fomentem à ciência, inovação, tecnologia e empreendedorismo.

De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo, Juliano Cesar da Silva, a lei visa promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental e a melhoria dos serviços públicos municipais de forma específica. “Pela primeira vez, o município passa a ter de fato uma estrutura administrativa dentro da secretaria para fomentar projetos de inovação, além de uma legislação que vai regulamentar e direcionar esses programas e ações que serão desenvolvidos. Um passo muito importante para a cidade, um pontapé inicial para a implantação do nosso tão sonhado Parque Tecnológico.”

Segundo Juliano, a instalação da Desaer em Araxá, empresa fabricante de aeronaves, é um dos exemplos que a Lei de Inovação e Tecnologia pode atrair para a cidade. “Estamos falando de tecnologia e inovação. E nada melhor para ilustrar todo o planejamento que temos construído para Araxá é a instalação da Desaer. Um empreendimento que deve investir mais de US$ 100 milhões e gerar mais de 1 mil empregos diretos e indiretos na cidade. Isso sem falar que somos a maior produtora de nióbio do mundo e um dos maiores polos do agronegócio do país”, destaca o secretário.

FONTE: ASCOM – PREFEITURA DE ARAXÁ.

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Pai desenvolve exoesqueleto para filho se locomover sem ajuda.

Na França, um pai construiu para o filho deficiente um exoesqueleto que permite mobilidade.

Por meio de um comando de voz, o garoto de 16 anos pede para que a estrutura se levante de forma automática e ela comece a andar.

O exoesqueleto é preso ao corpo do adolescente pela cintura, peito e joelho e permite que ele se locomova sem a ajuda de ninguém.

O menino tem um problema neurológico, que impede que as pernas recebam impulso nervoso responsável pelo movimento.

O pai dele, que é engenheiro robótico, resolveu criar o modelo com recursos da empresa onde trabalha. A estrutura será produzida em maior escala e vai poder beneficiar outras pessoas.

FONTE: CNN BRASIL

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Dubai usa drones para fazer chuva artificial e conter calor de quase 50ºC.

Para conter o calor que beira aos 50?°C, os Emirados Árabes Unidos apelaram à tecnologia para fazer chover. E conseguiram, nesta semana, graças ao lançamento de drones que carregaram eletricidade nas nuvens a ponto de fazê-las desaguarem em chuvas torrenciais. 

A ideia é de que os choques elétricos nas gotículas de água das nuvens façam com que elas fiquem mais propensas a precipitar.PUBLICIDADE

O sucesso da tecnologia pode ser visto em vídeos postados pelo Centro Nacional de Meteorologia dos Emirados Árabes Unidos, que mostrou como as chuvas torrenciais atingiram Ras al Khaimah, no norte do país, no domingo (18). 

“O que estamos tentando fazer é tornar as gotículas dentro das nuvens grandes o suficiente para que, quando caírem da nuvem, sobrevivam até a superfície”, disse a meteorologista e pesquisadora Keri Nicoll à CNN em maio, enquanto sua equipe se preparava para começar testando os drones perto de Dubai. 

Isso porque, como os Emirados Árabes têm altas temperaturas, o mais natural é que as gotículas de água formadas pelas nuvens sequem antes mesmo de caírem no solo, e, por isso, as chuvas se tornam escassas na região.

Nicoll faz parte de uma equipe de cientistas da Universidade de Reading, na Inglaterra, cujas pesquisas levaram às tempestades provocadas artificialmente nesta semana.

Em 2017, os cientistas da universidade receberam US$ 1,5 milhão para uso ao longo de três anos do Programa de Pesquisa dos Emirados Árabes Unidos para a Ciência do Melhoramento da Chuva, que investiu em pelo menos nove projetos de pesquisa diferentes nos últimos cinco anos.

Para testar sua pesquisa, Nicoll e sua equipe construíram quatro drones com envergadura de cerca de 6½ pés. Os drones, que são lançados de uma catapulta, podem voar por cerca de 40 minutos.

Durante o voo, os sensores do drone medem temperatura, umidade e carga elétrica dentro de uma nuvem, o que permite que os pesquisadores saibam quando e onde eles precisam disparar.

Alternativa à dessalinização

Os Emirados Árabes conduziram 242 missões de semeadura de nuvens em 2017, de acordo com o Centro Nacional de Meteorologia. A melhora das precipitações pode oferecer uma solução de melhor custo-benefício e sustentabilidade do que procedimentos como a dessalinização, no qual o sal é retirado de águas oceânicas.

Os Emirados Árabes Unidos possuem uma das maiores operações de dessalinização do mundo, com quantidades enormes de salmoura produzidas como sobressalente. O depósito de salmoura no mar pode prejudicar a vida marinha. 

Nos últimos anos, o grande impulso dos Emirados Árabes Unidos para a tecnologia de dessalinização – que transforma a água do mar em água doce removendo o sal – ajudou a fechar a lacuna entre a demanda por água e o abastecimento.

A maior parte da água potável dos Emirados Árabes Unidos, e 42% de toda a água usada no país, vem de suas cerca de 70 usinas de dessalinização, de acordo com o governo local.

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Como o superacelerador de partículas pode ajudar no combate à Covid-19.

O maior e mais complexo instrumento de pesquisa científica feito no país, o superacelerador de partículas Sirius, tem ajudado em estudos sobre o novo coronavírus – isso mesmo sem estar totalmente aberto aos cientistas, o que deve ocorrer somente no segundo semestre deste ano.

As primeiras pesquisas feitas no superacelerador de partículas construído em Campinas (SP) foram direcionadas para a busca de um possível remédio contra a Covid-19 antes mesmo que ele fosse oficialmente inaugurado, em outubro do ano passado.   

A gigantesca máquina tem a capacidade de “escanear” todo tipo de matéria. O equipamento tem sido usado por grupos brasileiros de pesquisa já familiarizados com esse tipo de tecnologia. Antes do Sirius, só era possível encontrá-la no exterior.

Um dos grupos é o Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), vinculado à USP (Universidade de São Paulo) e com sede em São Carlos (SP).

“Nosso objetivo é produzir enzimas importantes do vírus em laboratório. Depois disso, nós tentamos verificar quais medicamentos ou outras moléculas interagem com essa proteína em um tubo de ensaio. Até o momento, já testamos mais de 10 mil moléculas contra essa proteína feita a partir do coronavírus”, afirma o biólogo André de Godoy, pós-doutorando do CIBFar.

O grupo estuda doenças como zika, febre amarela e chikungunya, mas desde a chegada da pandemia parou todos as outras pesquisas para focar no causador da maior crise sanitária mundial dos últimos 100 anos. 

Além dos cientistas da USP São Carlos, o Laboratório Nacional de Biociências tem usado a infraestrutura do Sirius para entender melhor como a relação entre o vírus e determinadas moléculas ocorrem. Este é um dos quatro laboratórios do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social responsável pelo Sirius e supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Mais nitidez na garimpagem

Os pesquisadores dizem que, sem o Sirius, a visão para tentar estudar vírus no Brasil é um pouco opaca. Por ter potência maior, o superacelerador de partículas permite que a luz síncroton usada nas linhas de pesquisa (leia abaixo como é a luz síncroton) entre muito mais a fundo nas estruturas, o que dá nitidez à visão dos cientistas. Com isso, aumenta a velocidade para identificar moléculas que interrompam a infecção provocada pelo vírus.

O desenvolvimento de um medicamento costuma começar desse modo, segundo Godoy. É preciso, primeiro, identificar quais moléculas conseguem se ligar a um determinado vírus e desempenhar o papel de brecar a atividade do invasor no corpo humano. No entanto, o processo de descoberta de novos medicamentos é longo. Com o Sirius, os cientistas tentam agilizar a garimpagem. Das milhares de moléculas testadas até agora, poucas vão chegar ao fim do processo.

“Temos cerca de 20 moléculas que parecem ter alguma atividade em inibir a enzima do vírus. A questão agora é verificar quais delas têm atividade em culturas de células infectadas, além de testar quão tóxica essas moléculas são para as células não-infectadas. Esperamos em alguns meses chegar a pelo menos uma molécula com um bom perfil para que possa ser testada em animais”, afirma Godoy. 

Depois de identificada a molécula, que será o princípio ativo de um eventual antiviral, ela terá que ser testada em laboratório antes de chegar às fases de experimento em humanos, como ocorreu com as vacinas aprovadas em vários lugares do mundo contra a Covid-19.

Pesquisadores espalhados pelo planeta tendem a fazer o mesmo que estes grupos de ponta da ciência brasileira. Além de procurar moléculas novas, como algumas isoladas de plantas na natureza, também há uma busca por atalhos, como usar moléculas já conhecidas, que tenham uma atividade antiviral contra outros microrganismos, para ver se elas também conseguem inibir o novo coronavírus.

Cristal de proteína do coronavírus
Cristal da proteína 3CL do SARS-CoV-2, causador da Covid-19, coletado para ser submetido à análise na primeira estação de pesquisa a receber…Crédito: Divulgação/CNPEM
Vista área do Sirius
O Sirius foi construído em Campinas (SP), no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM)Crédito: Divulgação/CNPEM
Laboratório da linha de luz Manacá, do Sirius
O laboratório da linha de luz Manacá foi o primeiro a funcionar e é usado para pesquisa com medicamentosCrédito: Divulgação/CNPEM
Sirius, acelerador de partículas brasileiro
Batizado de “Maracanã da Ciência”, o Sirius pode ajudar no desenvolvimento de substância capaz de conter o coronavírusCrédito: CNPEM/Divulgação
Estrutura da proteína do coronavírus
Estrutura da proteína 3CL do SARS-CoV-2, causador da Covid-19, obtida no SiriusCrédito: Divulgação/CNPEM
Moléculas se ligam à proteína do coronavírus
Os dados produzidos pela luz síncroton do Sirius permitem verificar onde as moléculas (bastões) se ligam à proteína viral (em azul)Crédito: Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos
Cristal de proteína do coronavírus
Cristal da proteína 3CL do SARS-CoV-2, causador da Covid-19, coletado para ser submetido à análise na primeira estação de pesquisa a receber…Crédito: Divulgação/CNPEM
Vista área do Sirius
O Sirius foi construído em Campinas (SP), no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM)Crédito: Divulgação/CNPEM
Laboratório da linha de luz Manacá, do Sirius
O laboratório da linha de luz Manacá foi o primeiro a funcionar e é usado para pesquisa com medicamentosCrédito: Divulgação/CNPEM
Sirius, acelerador de partículas brasileiro
Batizado de “Maracanã da Ciência”, o Sirius pode ajudar no desenvolvimento de substância capaz de conter o coronavírusCrédito: CNPEM/Divulgação
Estrutura da proteína do coronavírus
Estrutura da proteína 3CL do SARS-CoV-2, causador da Covid-19, obtida no SiriusCrédito: Divulgação/CNPEM

Esses medicamentos, quando prontos para os testes, costumam ser desenvolvidos por grandes grupos da indústria farmacêutica. Os institutos de pesquisa ligados ao poder público também podem entrar no processo por meio de parcerias.

O Sirius encurtou o caminho dos pesquisadores brasileiros. “Antes de existir o Sirius, nós fazíamos esses experimentos em laboratórios no exterior, principalmente no Diamond Light Source (no Reino Unido). Com o novo laboratório, podemos realizar os mesmos experimentos com uma máquina de forma equivalente aos síncrotrons europeus e americanos”, explica Godoy.

Do desenvolvimento de remédios à exploração de petróleo

Além de estudos relacionados ao coronavírus, estão em andamento no Sirius experimentos relacionados à busca de novos antibióticos e outros medicamentos para doenças raras e doenças negligenciadas, como o Mal de Chagas. Em termos práticos, o que vem sendo feito é apenas um pequeno e importante exemplo do que o superacelerador de partículas pode representar.

Quando tiver as linhas de luz síncroton totalmente prontas, ele estará entre os principais do mundo e poderá ser usado em variadas áreas científicas, desde a farmacologia até a agricultura e a exploração de petróleo em águas profundas.

Segundo a bióloga Daniela Trivella, coordenadora científica do Laboratório Nacional de Biociências, o Sirius abre caminho para o país avançar no desenvolvimento de produtos tecnológicos a partir da biodiversidade nacional. “O Sirius pode ajudar o Brasil a viabilizar uma cadeia sustentável na área de fármacos. O grande diferencial do Brasil é a sua biodiversidade. A grande parte das moléculas das plantas de todos os biomas nacionais, além das encontradas nos organismos marinhos, são novas. Precisamos de pesquisas e das empresas para termos mais inovação”, diz a cientista, que já usou o equipamento para estudar o coronavírus.

Daniela Trivella
A bióloga Daniela Trivella, coordenadora científica do Laboratório Nacional de Biociências, pesquisou o coronavírus no Sirius

“A linha Ema, que está em montagem, vai ser voltada para o estudo de materiais em condições termodinâmicas extremas (pressão, temperatura e campo magnético). Os pesquisadores poderão investigar, neste caso, amostras de rochas do interior da terra”, explica o físico Antônio José Roque da Silva, diretor do CNPEM e responsável pelo Sirius. No caso do Brasil, experimentos como esses podem ajudar a desenvolver técnicas ainda mais modernas de exploração de petróleo e gás natural em águas profundas.

Até agora, o Sirius recebeu 31 propostas de pesquisas vindas de vários estados brasileiros e da França. Como é praxe nesse tipo de equipamento, os grupos de pesquisa fazem o pedido de reserva das estações e esperam o agendamento. Depois do uso gratuito, voltam aos seus laboratórios para outras etapas dos experimentos. Se for necessário retornar ao Sirius, o novo período de utilização tem de ser pago.     

Investimento bilionário

O Sirius é resultado de um ousado projeto que começou a ser desenhado no início deste século por cientistas brasileiros. Os primeiros R$ 2 milhões destinados pelo governo federal para estudar a proposta foram liberados em 2009. A construção começou em 2014 no campus do CNPEM, em Campinas.

Orçado em R$ 1,8 bilhão, dos quais ainda faltam cerca de R$ 500 milhões para serem liberados, o complexo de pesquisa é totalmente financiado pelo governo, apesar dos cortes de verbas da ciência nos últimos anos, e exibe números superlativos. São 68 mil metros quadrados de área construída, 1.000 km de cabos elétricos e 900 toneladas de aço.

O Sirius terá no total 14 linhas de luz. Cada uma terá uma característica específica e receberá nomes alusivos à biodiversidade brasileira. A linha Manacá é a única em operação até agora. “Até o início de 2022 teremos seis linhas de luz com algum tipo de operação”, afirma o físico Roque da Silva. “Às vezes parece que estou em um sonho”, comenta com emoção sobre o projeto.

A montagem de mais três linhas de luz deve ocorrer durante o ano que vem. Outras cinco linhas, para chegar ao total de 14, ainda dependem de recursos financeiros para serem terminadas. Não há previsão de quando isso vai ocorrer.

O Sirus tem 264 funcionários, incluindo pesquisadores que realizam experimentos próprios, trabalham no desenvolvimento da superacelerador de partículas e no suporte aos cientistas externos. 

Autódromo de elétrons 

Por ter uma máquina de quarta geração – e, portanto, estar na fronteira do conhecimento científico –, o Sirius permite aos cientistas estudar com muito mais detalhe o nanocosmo das moléculas, das células vivas e de materiais como rochas, entre outros. 

A ciência é feita nas estações de pesquisa, atreladas às linhas de luz síncroton. Elas são instaladas ao redor dos aceleradores de partículas que têm a função de acondicionar e focalizar a luz para que ela ilumine as amostras dos materiais que se quer analisar. 

Coração da infraestrutura, a luz sincrotron é um tipo de radiação eletromagnética extremamente brilhante que se estende por um amplo espectro. Ela é composta por diversos tipos de luz, desde o infravermelho, passando pela luz visível e pela radiação ultravioleta e chegando aos raios X. 

A máquina é como se fosse um grande autódromo de elétrons. São três aceleradores de partículas funcionando de forma integrada e fazendo os elétrons se aproximarem da velocidade da luz dentro de um anel de 518 metros de circunferência. Ao se deslocarem, as partículas são forçadas, por poderosos ímãs – nada menos do que 1.300 — acoplados ao anel, a mudar de trajetória, perdendo energia e emitindo a luz síncrotron. 

Com o uso dessa luz especial, pode-se penetrar a matéria e revelar características de sua estrutura molecular e atômica para a investigação de todo tipo de material. O amplo espectro da luz gerada permite realizar diferentes tipos de análise com as radiações que a compõem. Seu alto brilho possibilita a realização de experimentos extremamente rápidos e a investigação de detalhes dos materiais na escala de nanômetros — medida que equivale a um bilionésimo de 1 metro ou muito menos que a espessura de um fio de cabelo. 

Erguido em um prédio em forma de donut, o Sirius mereceu uma intrincada obra de engenharia. Na base de todo o edifício há uma espessa camada de concreto para evitar qualquer tipo de vibração. “Cabanas” de proteção radiológica funcionam como uma espécie de bunker que blinda as áreas por onde os feixes de luz síncrotron circulam. As paredes precisam ser espessas para impedir o vazamento da energia emitida pelas fontes de luz. Isto preserva a saúde dos pesquisadores e funcionários do Sirius e garante a qualidade dos estudos.

Fazenda de energia solar

Adesão a energia solar cresce 44% impulsionada por conta de luz alta.

Com a crise hídrica enfrentada pelo país e os recorrentes reajustes na conta de luz, mais consumidores estão procurando reduzir os gastos com energia elétrica e adotando fontes alternativas. Entre as modalidades, a energia solar se tornou uma aposta de destaque, segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Somente no primeiro semestre de 2021, foram 142.199 novas adesões de consumidores à modalidade – número 44,3% maior que o crescimento verificado no primeiro semestre de 2020 – quando foram 98.502 novas miniusinas

Os clientes vão desde consumidores residenciais ou comerciais que instalam painéis nos telhados interessados em gerar boa parte da energia que consomem até cooperativas que produzem a energia normalmente em áreas maiores – conhecidas como fazendas solares – e negociam a geração de créditos que podem ser usados pelo consumidor no consumo de energia elétrica. 

Segundo a Absolar, associação das empresas de energia solar, o mercado cresce desde 2012, quando a Aneel iniciou a regulamentação que afeta o segmento. Os consumidores têm como atrativos a possibilidade de contribuir com o meio ambiente e a de economizar. A associação estima que um sistema fotovoltaico bem dimensionado pode reduzir os gastos com eletricidade em até 95%. 

A pandemia e a conta de luz alta com o retorno das bandeiras vermelhas em dezembro do ano passado se tornaram novos ingredientes nesse mercado. “As pessoas passaram a valorizar mais o tempo dentro de casa, ficaram mais de olho na conta de luz. Algumas aproveitaram reforma da casa para instalar painéis. E o aumento da conta chama ainda mais a atenção para o assunto”, afirma. 

Empresas do setor confirmam o aumento da procura. Segundo a Sun Mobi, que conecta geradores de energia solar e possíveis clientes, a busca cresceu 40% em junho, quando houve o retorno da bandeira vermelha patamar 2 na conta de energia – a tarifa mais cara entre as existentes. No mesmo mês, a Aneel aprovou ainda um aumento do valor dessa tarifa.

A expansão acontece em todos os estados do Brasil. Minas Gerais, onde há benefícios tributários mais relevantes, foi o segundo estado com mais clientes novos no primeiro semestre – 23.614. Número bem próximo do de São Paulo – 23.973, que ficou em primeiro lugar.

Outro fator que favorece a expansão são valores mais acessíveis em relação ao praticado nos primeiros anos. A estimativa é que os custos tenham caído 80% dede 2012. Guilherme Susteras calcula que a instalação em uma casa atualmente pode variar de R$ 10 a R$ 50 mil dependendo do tamanho e do consumo esperado. E o retorno do investimento pode ser alcançado entre 4 de 8 anos, de forma geral, dependendo também de vários fatores como a irradiação solar no local. 

Cooperativas

A maioria dos novos clientes ainda é de pessoas que instalam painéis para consumo na própria unidade. Vem crescendo, no entanto, o mercado de consórcios e cooperativas que trabalham com fazendas solares, alugando pequenas partes delas a consumidores distantes que usufruem dessa forma dos créditos da energia solar.

O sistema já atrai empresas de tecnologia que passaram a funcionar como startups da área de energia, unindo cooperativas e clientes que, por meio de aplicativos, podem se conectar aos geradores.

Fazenda de energia solar

Fazenda de energia solar

REPRODUÇÃO

O mercado crescente é, no entanto, alvo de disputas e de discussões que envolvem a regulamentação do setor da geração distribuída, ou seja, aquela produzida fora das grandes usinas do país. Nesse contexto se insere a energia solar produzida por pequenos consumidores. A Resolução nº 482 da Aneel determinou que esses geradores são isentos de pagar pelo uso do sistema elétrico e os encargos que estão na conta de energia – como subsídio a consumidores de baixa renda. Normalmente quem produz energia solar segue conectado à rede porque a energia está disponível apenas quando há luminosidade natural – à noite, é preciso recorrer à rede tradicional. 

As distribuidoras de energia elétrica argumentam que, se esse benefício for encerrado, os custos do sistema elétrico serão divididos de forma mais equânime entre todos, beneficiando famílias de baixa renda que não têm acesso à energia solar. “Acaba sendo um subsídio oculto, não aprece na conta de energia, só aparece na conta dos demais consumidores”, diz Marcos Madureira, presidente da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica). 

A associação questiona o uso da energia elétrica por meio de cooperativas, como vem sendo feito, apontando que ela mascara a venda da energia no mercado de baixa tensão, o que não é permitido pela legislação.

Madureira afirma que os maiores beneficiários desse tipo de geração de energia solar são grandes empresas que ficam longe das miniusinas. “São normalmente grandes cadeias de supermercado, bancos e outros tipos de empresas de grande porte que têm utilizado esse mecanismo. Há ainda uma parte menor de clientes residenciais, que são famílias de alta renda e estão sendo beneficiadas”, defende. 

‘Taxar o Sol’

A discussão sobre a regulação foi feita de forma intensa em 2019, com a realização de uma consulta pública pela Aneel. À época, o Ministério da Economia defendeu que a manutenção do subsídio vai custar ao consumidor R$ 34 bilhões até 2035. Apesar das pressões, o presidente Jair Bolsonaro decidiu não alterar as regras e chegou a afirmar a apoiadores que não iria “taxar o sol”. 

O debate permanece. Um projeto de lei que determina a taxação do mercado de geração distribuída foi colocado na pauta da Câmara. Um substitutivo apresentado pelo relator do texto, o deputado federal Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), prevê que os consumidores de energia solar devem pagar pelo uso do fio das distribuidoras, mas não por outros encargos presentes na tarifa de energia. Cria ainda um período de transição de oito anos.

Fonte R7

O projeto é apoiado pela Absolar, que entende que haverá uma taxação global de cerca de 27% que não inviabilizaria o mercado. O coordenador Guilherme Susteras afirma que precisa ser considerada nesse debate a redução de perdas elétricas propiciada pela geração solar local, que permite que consumidores e geradores estejam próximos. Isso, aliado aos benefícios ambientiais e à possibilidade de acionar termoelétricas com menor frequencia, reduzindo assim as bandeiras vemelhas na conta de luz, trazem benefícios e economia a todos os usuários de energia, defende. Ele argumenta ainda que famílias de classes C e D são mais da metade das novas geradoras de energia solar, em razão de o sistema ter se tornado mais barato, o que contraria a ideia de que pessoas mais pobres estão sendo prejudicadas no atual sistema.

O Abradee, associação dos distribuidores, critica o texto em debate e aponta que ele traz um custo para os demais consumidores da ordem de R$ 500 bilhões nos próximos 40 anos, afetando especialmente as famílias de baixa renda. A entidade apoia uma emenda do deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), que tenta derrubar o texto de Laffayete Andrada, e prevê a cobrança de encargos. 

Ainda sem acordo, o assunto será discutido em nova audiência pública em agosto. 

Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia reconhece trajetória de pesquisadores brasileiros.

A CBMM divulgou, nesta quinta-feira (15), os vencedores da terceira edição do Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia. A premiação, que tem o propósito de fomentar e valorizar a produção científica e tecnológica no Brasil, contou com mais de 425 inscritos de diversos estados do país.

Reconhecidos por suas trajetórias inovadoras, o físico Dr. Vanderlei Salvador Bagnato e o engenheiro Dr. Júlio César Rodrigues Fernandes de Oliveira foram contemplados nas categorias Ciência e Tecnologia, respectivamente. “Historicamente, estamos engajados em transformar a sociedade para melhor, e o Prêmio CBMM é uma das formas que encontramos para fazer isso. Queremos cada vez mais valorizar a ciência e a tecnologia no Brasil e reconhecer pesquisadores que desenvolvem soluções que geram impacto positivo para o mundo”, ressaltou Ricardo Lima, vice-presidente da CBMM.

Dr. Vanderlei Salvador Bagnato é doutor em física pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), professor titular e diretor do Instituto de Física da USP em São Carlos (SP), e membro da National Academy of Science, nos Estados Unidos. Com mais de 700 artigos publicados, estuda a utilização de ferramentas da física óptica para controlar átomos e para o tratamento de doenças como o câncer e controle microbiológico.

“O cientista, quando produz algo de boa qualidade é muito útil, mas quando se preocupa e tem prazer em explicar para as pessoas comuns o que fez, torna-se mais completo. Valorizo muito iniciativas como o Prêmio CBMM, justamente por nos ajudar a levar a ciência ainda mais longe, impactando um grande número de pessoas”, declarou Bagnato.

Já Dr. Júlio César Rodrigues Fernandes de Oliveira é formado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Campina Grande – PB, seu mestrado e doutorado são na área de comunicações ópticas, pela UNICAMP. Empreendedor, centrou esforços no desenvolvimento de soluções em óptica para o aprimoramento das telecomunicações, sendo responsável por aumentar a velocidade de transmissão de dados via a convergência entre fotônica e microeletrônica com impactos internacionais. Hoje, CEO do Grupo IDEA, formado pelas empresas, IDEA, BrPhotonics e PITEC, das quais é fundador, já licenciou mais de 15 patentes e transferiu mais de 20 produtos ao mercado.

“Ver uma empresa da iniciativa privada interessada em jogar luz ao legado de pesquisadores brasileiros que buscam por novos desenvolvimentos é muito gratificante”, explicou Oliveira. “Ações como esta são responsáveis por criar um círculo virtuoso para todo o ecossistema de inovação de um país, o que beneficia, acima de tudo, a nossa sociedade”, completou.

Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia

Criado em 2019 com o objetivo de reconhecer o legado de profissionais que contribuem significativamente para o desenvolvimento do Brasil, o Prêmio oferece 500 mil reais aos vencedores de duas categorias: Ciência e Tecnologia. Para concorrer os pesquisadores se inscrevem voluntariamente ou são indicados por instituições, empresas e profissionais renomados nas áreas de Ciências Exatas e Engenharias. As três últimas edições da premiação somaram mais de 800 inscrições vindas de todo o país. 

Com comissão julgadora totalmente independente, formada por profissionais renomados, o Prêmio CBMM passou a contar, em 2021, com a participação da cientista Helena Nader, biomédica, professora titular da Escola Paulista de Medicina e vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências.

Acesse mais informações e fotos: https://cbmm.com/pt/media-center/noticias/noticias-internas/ganhadores-premio-cbmm-ciencia-e-tecnologia-2021

Sobre a CBMM

Líder mundial na produção e comercialização de produtos de Nióbio, a CBMM possui mais de 400 clientes, em 50 países. Sediada no Brasil, com escritórios e subsidiárias na China, Países Baixos, Singapura, Suíça e Estados Unidos, a companhia fornece produtos e tecnologia de ponta aos setores de infraestrutura, mobilidade, aeroespacial e energia. Em 2019, investiu na 2DM, empresa dedicada ao Grafeno.