Usando análise de ondas cerebrais, um estudo conduzido pela Microsoft mostrou que as reuniões virtuais, tão comuns em tempo de pandemia, são estressantes. No entanto, pequenas pausas podem fazer a diferença e, inclusive, aumentar a capacidade do indivíduo de se concentrar e se envolver no encontro.
O estudo faz parte de uma pesquisa maior sobre o futuro do trabalho diante da pandemia. O Laboratório de Fatores Humanos da Microsoft — empresa proprietária do aplicativo Teams, de videoconferências — buscava uma solução para o cansaço gerado pelas reuniões virtuais.
Quatorze pessoas participaram de videoconferências enquanto usavam equipamentos de eletroencefalograma, que monitoram a atividade elétrica do cérebro.
Cada voluntário esteve em duas sessões. Na primeira, eles compareceram a quatro reuniões consecutivas, cada uma com duração de meia hora, cada uma sobre uma tarefa diferente. No segundo dia, os quatro encontros foram intercalados com intervalos de dez minutos, nos quais os participantes meditaram com o aplicativo Headspace.
O estudo obteve algumas conclusões. Uma delas é que as pausas permitem que o cérebro dê um “reset” e não acumule tanto o estresse das reuniões. Os encontros consecutivos podem reduzir a capacidade de focar e se envolver nas discussões, mas, com os intervalos e a meditação, os padrões de ondas cerebrais mostraram níveis positivos de assimetria alfa frontal, que se correlaciona com um maior envolvimento durante a reunião.
Além disso, o momento de transição entre as videoconferências também pode se tornar uma grande fonte de estresse: os pesquisadores identificaram picos de tensão justamente nestas ocasiões.
Mudanças na Microsoft
A partir dos resultados do estudo, a Microsoft anunciou adaptações em seus produtos. Agora, será possível ajustar o Outlook para que ele reduza automaticamente em cinco, dez ou 15 minutos o tempo de uma reunião do Teams, para que haja um intervalo entre as conversas.
A multinacional alerta, porém, que é importante se afastar do computador no momento das pausas. “Tente não usar esses cinco ou dez minutos para trabalhar em alguma outra coisa”, disse Michael Bohan, diretor sênior do grupo de Engenharia de Fatores Humanos da Microsoft, que supervisionou o projeto. “Aguente firme e fique um tempo longe de sua tela.”
A Embraer anunciou nesta sexta-feira (13) o primeiro voo de seu avião elétrico. O experimento foi feito na sua unidade de Gavião Peixoto, em São Paulo, como mostra vídeo publicado pela empresa em suas redes sociais.
O anúncio faz parte do novo plano de metas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG, no acrônimo em inglês), em que a fabricante estabelece uma série de compromissos com operações neutras em carbono até 2050 e oportunidades de trabalho para grupos minorizados. Nesse contexto, a companhia anunciou o primeiro voo de sua aeronave elétrica.
“Estamos intensificando nossos esforços para minimizar nossa pegada de carbono ao permanecermos dedicados a soluções inovadoras que tenham um impacto mais amplo para nossos clientes, comunidades locais e nossas aeronaves”, disse Francisco Gomes Neto, presidente da fabricante brasileira na apresentação das novas metas de governança.
O ESG está no centro do propósito da Embraer e é por isso que o incluímos como um dos pilares do nosso plano estratégico ‘Fit for Growth’, alinhando a estratégia de negócios com a responsabilidade social e as práticas ambientais.”
Além de neutralizar as emissões poluentes de suas atividades industriais até 2040, a Embraer também planeja alcançar emissões líquidas zero de carbono em suas aeronaves até 2050. Para alcançar esse objetivo, a fabricante informou que desenvolverá uma “ampla gama de produtos, serviços e tecnologias sustentáveis”, incluindo veículos com motorização elétrica e híbrida, o uso de SAF (Combustível Sustentável para Aviação) em voos de demonstração de jatos executivos e a aplicação de fontes de energia alternativa, como o hidrogênio.
Segundo Luís Carlos Affonso, vice-presidente sênior de engenharia, desenvolvimento de tecnologia e estratégia corporativa da Embraer, a fabricante pretende iniciar os testes de voo com uma aeronave movida a hidrogênio em meados de 2025.
O executivo também confirmou que, recentemente, foi realizado o primeiro voo do demonstrador com motor elétrico da Embraer, um protótipo baseado no avião agrícola EMB-203 Ipanema projetado em parceria com a WEG e a EDP Energias do Brasil.
“O primeiro voo de uma aeronave é sempre um marco importante, e a decolagem do nosso primeiro avião elétrico de zero emissões simboliza também a relevante contribuição das nossas equipes e parceiros para a transição energética do setor”, disse Affonso.
O chefe de engenharia da Embraer ainda comentou sobre novos projetos da Embraer que já contemplam o uso de fontes energéticas sustentáveis, como o turboélice de última geração, o “carro voador” (eVTOL) da divisão de mobilidade urbana Eve e o STOUT, avião de transporte com motorização híbrida desenvolvido em conjunto com a Força Aérea Brasileira (FAB).
“O projeto do turboélice tem um importante papel em nossa estratégia de zero carbono. Aviões turboélices são muito mais eficientes que os jatos em termos de consumo de combustível e emissões. Por isso, propomos um turboélice com características inovadoras para substituir aeronaves a jato. O STOUT poderá ter dupla aplicação, militar e civil”, contou Affonso, sem apontar datas de lançamentos desses novos produtos.
“Com a Eve nos estamos reimaginando o futuro da mobilidade urbana. Vamos melhorar a vida de milhões de pessoas em áreas congestionadas ao redor do mundo, com uma solução 100% elétrica e silenciosa. O veículo é projetado com padrões de segurança muito elevados. Estamos posicionados entre os poucos que terão êxito neste mercado”, acrescentou o executivo. Em anúncio anterior, a Embraer informou que seu eVTOL deve chegar ao mercado em 2026.
Metas sociais
Parte do plano ESG da Embraer, o programa ‘Social Tech’ tem como objetivo aumentar a diversidade e inclusão social de grupo minorizados dentro da companhia.
“A demanda por profissionais qualificados na área de tecnologia é crescente no mercado de trabalho global, mas que muitas vezes não estão ao alcance de grupos minorizados. Com o Social Tech, esperamos contribuir para eliminar essas barreiras sociais e econômicas”, afirma Carlos Alberto Griner, vice-presidente de pessoas, ESG e comunicação da Embraer.
A Embraer anunciou que pretende fornecer qualificação para 1.500 pessoas de grupo minorizados, abrindo novas oportunidades de trabalho relacionados à tecnologia. A empresa também diz estar comprometida em fornecer e aprimorar treinamentos de diversidade e inclusão para 100% de seus cargos de liderança até 2021 e todos os funcionários até 2022, além de aumentar a representação de mulheres na liderança sênior para 20% até 2025.
Segundo a PBH, os eletrônicos serão distribuídos aos alunos com o objetivo de viabilizar o retorno das atividades presenciais e remotas durante a pandemia da covid-19. A cidade começou a retormar as atividades nas escolas municipais no mês de maio.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que, em setembro de 2020, a Câmara de Coordenação do Orçamento da PBH liberou mais de R$ 70 milhões em investimentos na área de TI para as escolas da rede municipal. No primeiro semestre deste ano, já foram entregues mais de 5.000 tablets.
A secretaria ainda afirmou que os tablets têm sido priorizados para os alunos com maior dificuldade de acesso tecnológico ao ensino remoto.
“As famílias nesta situação foram mapeadas e são chamadas para assinar o termo de responsabilidade pelo empréstimo e receber as instruções de uso e a distribuição já tem sido feita na medida em que os equipamentos chegam desde janeiro”, explicou o órgão.
Segundo a secretaria, os tablets não vão perder a utilidade após a pandemia, pois as atividades em sala mediadas por tecnologias já estão em fase de planejamento para 2021.
A secretaria municipal de Educação informa que em setembro de 2020, a Câmara de Coordenação do Orçamento da PBH liberou mais de 70 milhões em investimentos na área de TI para as escolas da rede municipal. Desde aquele momento, a secretaria municipal de Educação vem tentando fechar as aquisições e participou de mais de 10 processos de compras.
Até hoje, tivemos sucesso apenas na entrega de 5mil tablets no primeiro semestre deste ano, de um total de 45 mil divididos em 3 contratos como este publicado no DOM de hoje, 12 de agosto. O mercado de itens tecnológicos foi também surpreendido pela pandemia e a produção nacional não tem conseguido responder à nova demanda em larga escala, uma vez que os insumos desta cadeia produtiva são todos importados da Índia e Coreia e demandados por todo o mundo.
Neste início de mês foi então que a SMED conseguiu fechar a distribuição de mais de 47 mil chips para alunos da rede municipal, e assim que os tablets forem chegando às famílias, esses chips serão repassados do celular para os aparelhos. Todo esse processo será concluído com a entrega destes 22.500 tablets prevista para o mês que vem.
Vale lembrar que estes equipamentos não perderam a utilidade com a abertura das escolas. Com o distanciamento, os rodízios permitem que os alunos frequentem a escola no máximo 2 vezes por semana. Assim, o ensino remoto segue sendo uma imposição da pandemia e os equipamentos ainda vem em boa hora para o fechamento do ano letivo 2020/2021, já que as famílias podem optar por enviar ou não os estudantes para as aulas presenciais.
Os tablets têm sido priorizados àqueles alunos com maior dificuldade de acesso tecnológico ao ensino remoto. As famílias nesta situação foram mapeadas e são chamadas para assinar o termo de responsabilidade pelo empréstimo e receber as instruções de uso e a distribuição já tem sido feita na medida em que os equipamentos chegam desde janeiro.
A faixa etária prioritária são alunos de 4o a 9o ano,que tem mais autonomia para o uso deste tipo de tecnologia que já faz parte da vida da maioria e a metodologia adotada pelas escolas que recebem os equipamentos foi concebida em um projeto chamado MetaBH, que trouxe para o mundo virtual o que chamamos de gatilhos, que são provocações através de jogos e outros meios capazes de fazer os alunos estarem aptos a receber e assimilar conteúdos que estão com dificuldades de aprender das formas tradicionais.
Estes tablets por exemplo vão acompanhados de atividades matemáticas por níveis de aprendizagem no kan academy, que é uma plataforma intuitiva de desenvolvimento deste tipo de atividade. O professor tem controle do percurso já realizado pelo aluno que compartilha com ele os resultados individuais nesta plataforma. Além disso, os tablets estão sendo usados para assistir a vídeos e/ou para interação com o professor nos momentos de aulas síncronas. Os tablets não perderão a utilidade pós pandemia, porque já estão em fase de planejamento para 2021 as atividades em sala mediadas por tecnologias.
É possível que a arquitetura possa ajudar a resolver a crise imobiliária e, ao mesmo tempo, construir um futuro mais sustentável?
É o que Mario Cucinella almeja. O arquiteto concluiu um protótipo para uma casa que visa fazer as duas coisas, combinando algumas das tecnologias mais recentes com os materiais de habitação mais antigos na pequena cidade de Massa Lombarda, na Itália.
A moradia, batizada de TECLA, é a primeira casa impressa em 3D feita de barro e Cucinella espera que o desenho de seu programa seja uma opção viável para abrigar pessoas que carecem de moradia adequada, seja por questões financeiras ou de deslocamento.
Nos últimos anos, uma série de casas e comunidades foram impressas em 3D, prometendo tempos de construção mais rápidos e custos mais baixos. Só para lembrarmos algumas, tem a casa de 400 metros quadrados impressa em 24 horas na Rússia em 2017 e um bairro inteiro impresso no México em 2019.
Nos EUA, a primeira casa impressa a chegar ao mercado foi em fevereiro deste ano — um sobrado com mais de 420 metros quadrados em Nova York — foi avaliada em US $ 299 mil (cerca de R$ 1.711.745,00). Um condomínio de casas de dois e quatro dormitórios estará disponível para moradia ainda este ano no Texas.
No entanto, as estruturas anteriores foram construídas com concreto ou materiais sintéticos, como plástico. Mas esta foi diferente: usou TECLA, uma espécie de mistura de terra, água, fibras de casca de arroz e um aglutinante. “A porcentagem de aglutinante é menor de 5%”, ressalta o arquiteto.
O produto foi batizado em homenagem à cidade fictícia de Thekla, do escritor Italo Calvino, mas também é um amálgama de “tecnologia” e “argila”.
Cucinella acredita que essa abordagem pode ser replicada em diferentes partes do mundo, usando quaisquer materiais locais disponíveis, e pode ser particularmente útil em áreas rurais carentes, onde os materiais de construção industrial são mais difíceis de encontrar.
Mas nem tudo são flores. Ou barro. Imprimir com argila tem suas desvantagens. Se a impressão do design é rápida, como em 200 horas, a mistura de argila pode levar semanas para secar, dependendo do clima. De acordo com Cucinella há também limitações de altura (arranha-céus de argila não fazem parte do futuro, por exemplo).
Mas a adaptação no solo disponível e a facilidade na construção pode colocar o TECLA como alternativa de moradia em países de situação vulnerável. Em 2015, a Habitat for Humanity estimou que 1,6 bilhão de pessoas carecem de moradias adequadas, e o UN-Habitat — o programa das Nações Unidas para assentamentos humanos e desenvolvimento urbano sustentável — estima que até 2030, 3 bilhões de pessoas — isso significa 40% dos população mundial —, exigirá acesso a residências acessíveis e acessíveis. “Você pode construir esse tipo de casa em muitos lugares já que não depende de nenhum produto específico”, explicou Cucinella em entrevista por vídeo.
Tradição encontra novas tecnologias
Construir casas de terra, como Cucinella apontou, não é novo.
O Adobe — mistura de terra, água e material orgânico — é um dos primeiros materiais de construção do mundo, conhecido por sua durabilidade, biodegradabilidade e isolamento natural.
“O desafio foi usar um material antigo na história da arquitetura alinhado com as novas tecnologias em encontrar uma nova forma de casa”, disse Cucinella. As impressoras Crane WASP misturam água com a terra local para imprimirem camada por camada.
O projeto apresenta dois espaços circulares unidos, espécie de clarabóias para que a luz entre. A residência ainda inclui uma sala de estar, um quarto e um banheiro. Seus móveis, incluindo mesas e cadeiras, também podem ser impressos com o maquinário WASP. Acabamentos, como portas e janelas, foram instalados após a impressão.
A ideia por trás do TECLA não é necessariamente replicar a mesma casa para qualquer ambiente, mas ajustar o design com base na localização. “Não estamos produzindo um tipo de casa que você possa imprimir e fazer em qualquer lugar. É diferente um projeto de casa no norte da Itália, no meio da África ou na América do Sul “, explicou Cucinella. “Adaptamos a casa aos diferentes climas.”
“O processo de construção, usando máquinas impressas em 3D WASP, pode ser facilmente ensinado e amplamente utilizado”, disse. O ‘Maker Economy Starter Kit’ da WASP pode ser despachado em um único contêiner, com todas as ferramentas incluídas para fazer casas, desde o maquinário que imprime a estrutura geral até a mobília, além de um sistema de reciclagem e gerador de energia.
“Não acho que estamos em posição de dizer que este será o futuro de todas as casas do planeta”, disse Cucinella, apontando que a crise em países como a China, onde grandes áreas metropolitanas estão enfrentando uma crise de superpopulação, não seria resolvida apenas através de construções de barro.
No entanto, ele acrescentou: “Acho que a revolução da impressão 3D é dar às pessoas um grau de liberdade em como fazer as coisas, sem estar conectado a uma grande indústria profissional.”
Metas neutras em carbono
Cucinella acredita que a impressão em 3D com materiais naturais pode ser uma importante ferramenta tecnológica para a Europa, que trabalha em alternativas para a neutralidade climática até 2050.
De acordo com um relatório de 2020 da Agência Ambiental da ONU e da Agência Internacional de Energia, o setor de construção é responsável por 38% de todas as emissões de carbono no mundo.
Cucinella afirma que TECLA é de baixo desperdício, uma vez que sua estrutura é biodegradável (apenas acessórios extras, como portas e janelas, não são) e o processo de construção usa menos energia do que construir uma casa padrão.
“Quando falamos em sustentabilidade, acho que precisamos pensar também no processo de construção, porque estas etapas consomem e (geram) altas emissões de CO2 (dióxido de carbono)”, disse Cucinella.
Ele acredita que podemos aprender com o projeto arquitetônico da era pré-industrial para fazer edifícios que não prejudicarão o planeta. “Se olharmos para o passado, podemos explorar como os arquitetos foram capazes de projetar edifícios sem energia por muitos e muitos séculos”, disse ele.
O protótipo do TECLA está atualmente passando por testes de desempenho estrutural e térmico – etapa essencial antes do projeto ser dimensionado. Quando for para a produção, Cucinella disse que ficaria feliz em morar lá, dizendo que os materiais evocam uma sensação de casa e história. “Você tem a sensação de algo há muito tempo em sua memória”, disse ele.
Um salão de beleza em Dubai está dando uma nova opção para os clientes mais modernos: o Lanour Beauty Lounge está oferecendo um minúsculo microchip para as unhas.
Os chips podem ter informações embutidas que permitem que sejam usados como um cartão de visita digital ou para passar informações como um identificador do Instagram.
Eles usam tecnologia de comunicação de campo próximo para se conectar com dispositivos móveis. “Instalamos as informações que você deseja, como seu nome, número de celular, contas de mídia social e site da Web”, disse o fundador do salão, Nour Makarem, à CNN.
Makarem começou a oferecer “unhas inteligentes” após o início da pandemia. “O único desafio era como torná-lo pequeno o suficiente para caber na unha”, disse ela.
O Lanour Beauty Lounge diz que já concluiu mais de 500 esmaltação de unhas com microchip.
Makarem espera que o microchip de unhas tenha outros usos no futuro, desde cardápios digitais de restaurantes para garçons até pagamentos sem contato.
Encontrado congelado nas profundezas do Ártico Siberiano, o filhote de leão-das-cavernas parece que está dormindo e pode acordar com um simples toque.
Filhote de leão-das-cavernas congelado, encontrado na Sibéria com bigodes ainda intactos, tem mais de 28 mil anosFoto: Love Dalen
O pêlo dourado do filhote está coberto de lama, mas não está danificado. Seus dentes, pele, tecidos moles e órgãos estão mumificados, mas todos intactos. Cerca de 28 mil anos desde a última vez que fechou os olhos, suas garras ainda são afiadas o suficiente para furar o dedo de um dos cientistas que estão estudando este notável – e sem precedentes – espécime preservado de permafrost.
A fêmea de simba siberiano, apelidada de Esparta, foi um dos dois bebês leões-da-caverna – grandes felinos extintos que costumavam perambular amplamente pelo hemisfério norte – encontrados em 2017 e 2018 por caçadores de presa de mamute nas margens do rio Semyuelyakh, no Extremo Oriente da Rússia.
Inicialmente, pensava-se que os dois filhotes eram irmãos, pois foram encontrados a apenas 15 metros de distância um do outro, mas um novo estudo descobriu que eles diferiam em idade em cerca de 15 mil anos. Boris, como é conhecido o segundo filhote, tem 43.448 anos, de acordo com a datação por radiocarbono.
“Esparta é provavelmente o animal da Era do Gelo mais bem preservado já encontrado e está mais ou menos intacto, à exceção do pelo que está um pouco bagunçado. Ela até preservou os bigodes. Boris está um pouco mais danificado, mas ainda está muito bom”, disse Love Dalen, professor de genética evolutiva no Centro de Paleogenética de Estocolmo, na Suécia, e autor de um novo estudo sobre os filhotes.
Ambos os filhotes tinham apenas 1 ou 2 meses de idade quando morreram, disse o estudo. Não está claro como eles morreram, mas Dalen e a equipe de pesquisa – que inclui cientistas russos e japoneses – disseram que não há sinais de que tenham sido mortos por um predador.
A tomografia computadorizada mostrou danos ao crânio, deslocamento de costelas e outras distorções em seus esqueletos.
“Dada a sua preservação, eles devem ter sido enterrados muito rapidamente. Então, talvez eles morreram em um deslizamento de terra ou caíram em uma rachadura no permafrost“, disse Dalen. “O permafrost forma grandes rachaduras devido ao degelo e congelamento sazonal”.
Durante a última Era do Gelo, a Sibéria não era o lugar vazio que é hoje. Mamutes, lobos da tundra, ursos, rinocerontes-lanudos, bisões e antílopes saiga vagavam, junto com leões-das-cavernas – um parente ligeiramente maior dos leões africanos atuais.
Não se sabe como o leão-das-cavernas se adaptou à vida nas duras latitudes altas, com suas rápidas mudanças de estação, ventos fortes e invernos frios e escuros.
O estudo, publicado na revista científica Quaternary, revelou que a pelagem dos leões-das-cavernas era semelhante, mas não idêntica, à de um filhote de leão africano. Os filhotes da Era do Gelo tinham um subpelo longo e espesso que pode ter ajudado na adaptação ao clima frio.
Caçadores de presas
Os restos mumificados de vários animais extintos – um rinoceronte-lanudo, uma cotovia, um urso-das-cavernas, um filhote canino – que antes vagavam pela estepe da Rússia foram encontrados nos últimos anos, muitas vezes por caçadores, que explodem túneis usando mangueiras de pressão de água no permafrost principalmente em busca das longas e curvas presas de mamute. Existe um comércio lucrativo – embora controverso – de presas, que são apreciadas por escultores de marfim e colecionadores como uma alternativa ao marfim de elefante.
Cientistas russos como Valery Plotnikov, coautor do estudo e pesquisador da Academia de Ciências, de Yakutsk, a principal cidade da Sibéria, acompanharam e desenvolveram relações de trabalho com os caçadores de presas, que realizam descobertas surpreendentes na lama e no gelo do permafrost.
“Em 2017, […] trabalhei com eles no buraco, na caverna de gelo”, disse Plotnikov em um podcast produzido pelo Museu de História Natural de Londres, lançado no mês passado.
“Está muito frio, perigoso e difícil de trabalhar, condições terríveis, muitos mosquitos”, acrescentou, dizendo que perdeu 10 quilos no mês que passou com os caçadores de presas. Mas as relações que ele criou geraram uma bonança científica. Plotnikov afirmou que encontrou os filhotes de leão-da-caverna, uma cabeça de lobo e uma família de mamutes mumificados.
A crise climática também tem um papel importante neste contexto. Verões mais quentes – o Ártico está esquentando duas vezes mais rápido do que a média global – enfraqueceram a camada permafrost e prolongaram a temporada de caça às presas.
“Definitivamente, há mais descobertas sendo feitas atualmente. O principal motivo é o aumento da demanda por marfim de mamute, o que significa que mais pessoas estão procurando no permafrost. Mas as mudanças climáticas também contribuem, tornando a temporada de degelo (e, portanto, o trabalho de campo) mais longa, explicou Dalen por e-mail.
Os cientistas precisam testar os restos mortais congelados em busca de doenças infecciosas, como o antraz, que podem permanecer latentes antes de serem examinados detalhadamente, embora Dalen tenha dito que é improvável que os restos abriguem patógenos antigos. O sexo dos filhotes foi confirmado por tomografia computadorizada e determinação com base genética.
Dalen disse que o próximo passo seria sequenciar o DNA de Esparta, que poderia revelar a história evolutiva do leão-das-cavernas, o tamanho da população e suas características genéticas únicas.
Um dos maiores polos do agronegócio do país e com uma das maiores empresas de mineração e tecnologia do mundo. Araxá deu um passo importante para a implantação do seu Parque Tecnológico. Um projeto que vai garantir o crescimento de empresas e tornar a cidade ainda mais atrativa para novos investidores. A proposta, criada pela Prefeitura de Araxá e aprovada recentemente pela Câmara Municipal, estabelece medidas de incentivo às atividades científicas, tecnológicas e de inovação realizadas por entidades públicas e privadas no município.
O projeto prevê a criação de um Laboratório da Inovação, espaço criado para desenvolver a inovação de forma a experimentar e impulsionar soluções inteligentes para os problemas do município; Incubadora de Empresas, que vai estimular e apoiar a criação e o desenvolvimento de empresas inovadoras; o Centro de Inovação que vai oferecer um conjunto de mecanismo e serviços de suporte ao processo de inovação; o Hub de Inovação, um espaço que facilitará a criação de projetos inovadores e tecnológicos e os conecta a comunidade; e o Parque Tecnológico, um complexo planejado de desenvolvimento empresarial e tecnológico.
A lei também prevê a criação de outras duas estruturas. O Conselho Municipal de Tecnologia e Inovação que terá caráter deliberativo e será responsável por formular, propor, avaliar e fiscalizar as ações e políticas públicas de promoção da inovação para o desenvolvimento do município. E o Fundo de Tecnologia e Inovação que terá por objetivo a aplicação de recursos na implementação de planos, programas e projetos que fomentem à ciência, inovação, tecnologia e empreendedorismo.
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo, Juliano Cesar da Silva, a lei visa promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental e a melhoria dos serviços públicos municipais de forma específica. “Pela primeira vez, o município passa a ter de fato uma estrutura administrativa dentro da secretaria para fomentar projetos de inovação, além de uma legislação que vai regulamentar e direcionar esses programas e ações que serão desenvolvidos. Um passo muito importante para a cidade, um pontapé inicial para a implantação do nosso tão sonhado Parque Tecnológico.”
Segundo Juliano, a instalação da Desaer em Araxá, empresa fabricante de aeronaves, é um dos exemplos que a Lei de Inovação e Tecnologia pode atrair para a cidade. “Estamos falando de tecnologia e inovação. E nada melhor para ilustrar todo o planejamento que temos construído para Araxá é a instalação da Desaer. Um empreendimento que deve investir mais de US$ 100 milhões e gerar mais de 1 mil empregos diretos e indiretos na cidade. Isso sem falar que somos a maior produtora de nióbio do mundo e um dos maiores polos do agronegócio do país”, destaca o secretário.
Na França, um pai construiu para o filho deficiente um exoesqueleto que permite mobilidade.
Por meio de um comando de voz, o garoto de 16 anos pede para que a estrutura se levante de forma automática e ela comece a andar.
O exoesqueleto é preso ao corpo do adolescente pela cintura, peito e joelho e permite que ele se locomova sem a ajuda de ninguém.
O menino tem um problema neurológico, que impede que as pernas recebam impulso nervoso responsável pelo movimento.
O pai dele, que é engenheiro robótico, resolveu criar o modelo com recursos da empresa onde trabalha. A estrutura será produzida em maior escala e vai poder beneficiar outras pessoas.
Para conter o calor que beira aos 50?°C, os Emirados Árabes Unidos apelaram à tecnologia para fazer chover. E conseguiram, nesta semana, graças ao lançamento de drones que carregaram eletricidade nas nuvens a ponto de fazê-las desaguarem em chuvas torrenciais.
A ideia é de que os choques elétricos nas gotículas de água das nuvens façam com que elas fiquem mais propensas a precipitar.PUBLICIDADE
O sucesso da tecnologia pode ser visto em vídeos postados pelo Centro Nacional de Meteorologia dos Emirados Árabes Unidos, que mostrou como as chuvas torrenciais atingiram Ras al Khaimah, no norte do país, no domingo (18).
“O que estamos tentando fazer é tornar as gotículas dentro das nuvens grandes o suficiente para que, quando caírem da nuvem, sobrevivam até a superfície”, disse a meteorologista e pesquisadora Keri Nicoll à CNN em maio, enquanto sua equipe se preparava para começar testando os drones perto de Dubai.
Isso porque, como os Emirados Árabes têm altas temperaturas, o mais natural é que as gotículas de água formadas pelas nuvens sequem antes mesmo de caírem no solo, e, por isso, as chuvas se tornam escassas na região.
Nicoll faz parte de uma equipe de cientistas da Universidade de Reading, na Inglaterra, cujas pesquisas levaram às tempestades provocadas artificialmente nesta semana.
Em 2017, os cientistas da universidade receberam US$ 1,5 milhão para uso ao longo de três anos do Programa de Pesquisa dos Emirados Árabes Unidos para a Ciência do Melhoramento da Chuva, que investiu em pelo menos nove projetos de pesquisa diferentes nos últimos cinco anos.
Para testar sua pesquisa, Nicoll e sua equipe construíram quatro drones com envergadura de cerca de 6½ pés. Os drones, que são lançados de uma catapulta, podem voar por cerca de 40 minutos.
Durante o voo, os sensores do drone medem temperatura, umidade e carga elétrica dentro de uma nuvem, o que permite que os pesquisadores saibam quando e onde eles precisam disparar.
Alternativa à dessalinização
Os Emirados Árabes conduziram 242 missões de semeadura de nuvens em 2017, de acordo com o Centro Nacional de Meteorologia. A melhora das precipitações pode oferecer uma solução de melhor custo-benefício e sustentabilidade do que procedimentos como a dessalinização, no qual o sal é retirado de águas oceânicas.
Os Emirados Árabes Unidos possuem uma das maiores operações de dessalinização do mundo, com quantidades enormes de salmoura produzidas como sobressalente. O depósito de salmoura no mar pode prejudicar a vida marinha.
Nos últimos anos, o grande impulso dos Emirados Árabes Unidos para a tecnologia de dessalinização – que transforma a água do mar em água doce removendo o sal – ajudou a fechar a lacuna entre a demanda por água e o abastecimento.
A maior parte da água potável dos Emirados Árabes Unidos, e 42% de toda a água usada no país, vem de suas cerca de 70 usinas de dessalinização, de acordo com o governo local.
O maior e mais complexo instrumento de pesquisa científica feito no país, o superacelerador de partículas Sirius, tem ajudado em estudos sobre o novo coronavírus – isso mesmo sem estar totalmente aberto aos cientistas, o que deve ocorrer somente no segundo semestre deste ano.
As primeiras pesquisas feitas no superacelerador de partículas construído em Campinas (SP) foram direcionadas para a busca de um possível remédio contra a Covid-19 antes mesmo que ele fosse oficialmente inaugurado, em outubro do ano passado.
A gigantesca máquina tem a capacidade de “escanear” todo tipo de matéria. O equipamento tem sido usado por grupos brasileiros de pesquisa já familiarizados com esse tipo de tecnologia. Antes do Sirius, só era possível encontrá-la no exterior.
Um dos grupos é o Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), vinculado à USP (Universidade de São Paulo) e com sede em São Carlos (SP).
“Nosso objetivo é produzir enzimas importantes do vírus em laboratório. Depois disso, nós tentamos verificar quais medicamentos ou outras moléculas interagem com essa proteína em um tubo de ensaio. Até o momento, já testamos mais de 10 mil moléculas contra essa proteína feita a partir do coronavírus”, afirma o biólogo André de Godoy, pós-doutorando do CIBFar.
O grupo estuda doenças como zika, febre amarela e chikungunya, mas desde a chegada da pandemia parou todos as outras pesquisas para focar no causador da maior crise sanitária mundial dos últimos 100 anos.
Além dos cientistas da USP São Carlos, o Laboratório Nacional de Biociências tem usado a infraestrutura do Sirius para entender melhor como a relação entre o vírus e determinadas moléculas ocorrem. Este é um dos quatro laboratórios do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social responsável pelo Sirius e supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Mais nitidez na garimpagem
Os pesquisadores dizem que, sem o Sirius, a visão para tentar estudar vírus no Brasil é um pouco opaca. Por ter potência maior, o superacelerador de partículas permite que a luz síncroton usada nas linhas de pesquisa (leia abaixo como é a luz síncroton) entre muito mais a fundo nas estruturas, o que dá nitidez à visão dos cientistas. Com isso, aumenta a velocidade para identificar moléculas que interrompam a infecção provocada pelo vírus.
O desenvolvimento de um medicamento costuma começar desse modo, segundo Godoy. É preciso, primeiro, identificar quais moléculas conseguem se ligar a um determinado vírus e desempenhar o papel de brecar a atividade do invasor no corpo humano. No entanto, o processo de descoberta de novos medicamentos é longo. Com o Sirius, os cientistas tentam agilizar a garimpagem. Das milhares de moléculas testadas até agora, poucas vão chegar ao fim do processo.
“Temos cerca de 20 moléculas que parecem ter alguma atividade em inibir a enzima do vírus. A questão agora é verificar quais delas têm atividade em culturas de células infectadas, além de testar quão tóxica essas moléculas são para as células não-infectadas. Esperamos em alguns meses chegar a pelo menos uma molécula com um bom perfil para que possa ser testada em animais”, afirma Godoy.
Depois de identificada a molécula, que será o princípio ativo de um eventual antiviral, ela terá que ser testada em laboratório antes de chegar às fases de experimento em humanos, como ocorreu com as vacinas aprovadas em vários lugares do mundo contra a Covid-19.
Pesquisadores espalhados pelo planeta tendem a fazer o mesmo que estes grupos de ponta da ciência brasileira. Além de procurar moléculas novas, como algumas isoladas de plantas na natureza, também há uma busca por atalhos, como usar moléculas já conhecidas, que tenham uma atividade antiviral contra outros microrganismos, para ver se elas também conseguem inibir o novo coronavírus.
Esses medicamentos, quando prontos para os testes, costumam ser desenvolvidos por grandes grupos da indústria farmacêutica. Os institutos de pesquisa ligados ao poder público também podem entrar no processo por meio de parcerias.
O Sirius encurtou o caminho dos pesquisadores brasileiros. “Antes de existir o Sirius, nós fazíamos esses experimentos em laboratórios no exterior, principalmente no Diamond Light Source (no Reino Unido). Com o novo laboratório, podemos realizar os mesmos experimentos com uma máquina de forma equivalente aos síncrotrons europeus e americanos”, explica Godoy.
Do desenvolvimento de remédios à exploração de petróleo
Além de estudos relacionados ao coronavírus, estão em andamento no Sirius experimentos relacionados à busca de novos antibióticos e outros medicamentos para doenças raras e doenças negligenciadas, como o Mal de Chagas. Em termos práticos, o que vem sendo feito é apenas um pequeno e importante exemplo do que o superacelerador de partículas pode representar.
Quando tiver as linhas de luz síncroton totalmente prontas, ele estará entre os principais do mundo e poderá ser usado em variadas áreas científicas, desde a farmacologia até a agricultura e a exploração de petróleo em águas profundas.
Segundo a bióloga Daniela Trivella, coordenadora científica do Laboratório Nacional de Biociências, o Sirius abre caminho para o país avançar no desenvolvimento de produtos tecnológicos a partir da biodiversidade nacional. “O Sirius pode ajudar o Brasil a viabilizar uma cadeia sustentável na área de fármacos. O grande diferencial do Brasil é a sua biodiversidade. A grande parte das moléculas das plantas de todos os biomas nacionais, além das encontradas nos organismos marinhos, são novas. Precisamos de pesquisas e das empresas para termos mais inovação”, diz a cientista, que já usou o equipamento para estudar o coronavírus.
“A linha Ema, que está em montagem, vai ser voltada para o estudo de materiais em condições termodinâmicas extremas (pressão, temperatura e campo magnético). Os pesquisadores poderão investigar, neste caso, amostras de rochas do interior da terra”, explica o físico Antônio José Roque da Silva, diretor do CNPEM e responsável pelo Sirius. No caso do Brasil, experimentos como esses podem ajudar a desenvolver técnicas ainda mais modernas de exploração de petróleo e gás natural em águas profundas.
Até agora, o Sirius recebeu 31 propostas de pesquisas vindas de vários estados brasileiros e da França. Como é praxe nesse tipo de equipamento, os grupos de pesquisa fazem o pedido de reserva das estações e esperam o agendamento. Depois do uso gratuito, voltam aos seus laboratórios para outras etapas dos experimentos. Se for necessário retornar ao Sirius, o novo período de utilização tem de ser pago.
Investimento bilionário
O Sirius é resultado de um ousado projeto que começou a ser desenhado no início deste século por cientistas brasileiros. Os primeiros R$ 2 milhões destinados pelo governo federal para estudar a proposta foram liberados em 2009. A construção começou em 2014 no campus do CNPEM, em Campinas.
Orçado em R$ 1,8 bilhão, dos quais ainda faltam cerca de R$ 500 milhões para serem liberados, o complexo de pesquisa é totalmente financiado pelo governo, apesar dos cortes de verbas da ciência nos últimos anos, e exibe números superlativos. São 68 mil metros quadrados de área construída, 1.000 km de cabos elétricos e 900 toneladas de aço.
O Sirius terá no total 14 linhas de luz. Cada uma terá uma característica específica e receberá nomes alusivos à biodiversidade brasileira. A linha Manacá é a única em operação até agora. “Até o início de 2022 teremos seis linhas de luz com algum tipo de operação”, afirma o físico Roque da Silva. “Às vezes parece que estou em um sonho”, comenta com emoção sobre o projeto.
A montagem de mais três linhas de luz deve ocorrer durante o ano que vem. Outras cinco linhas, para chegar ao total de 14, ainda dependem de recursos financeiros para serem terminadas. Não há previsão de quando isso vai ocorrer.
O Sirus tem 264 funcionários, incluindo pesquisadores que realizam experimentos próprios, trabalham no desenvolvimento da superacelerador de partículas e no suporte aos cientistas externos.
Autódromo de elétrons
Por ter uma máquina de quarta geração – e, portanto, estar na fronteira do conhecimento científico –, o Sirius permite aos cientistas estudar com muito mais detalhe o nanocosmo das moléculas, das células vivas e de materiais como rochas, entre outros.
A ciência é feita nas estações de pesquisa, atreladas às linhas de luz síncroton. Elas são instaladas ao redor dos aceleradores de partículas que têm a função de acondicionar e focalizar a luz para que ela ilumine as amostras dos materiais que se quer analisar.
Coração da infraestrutura, a luz sincrotron é um tipo de radiação eletromagnética extremamente brilhante que se estende por um amplo espectro. Ela é composta por diversos tipos de luz, desde o infravermelho, passando pela luz visível e pela radiação ultravioleta e chegando aos raios X.
A máquina é como se fosse um grande autódromo de elétrons. São três aceleradores de partículas funcionando de forma integrada e fazendo os elétrons se aproximarem da velocidade da luz dentro de um anel de 518 metros de circunferência. Ao se deslocarem, as partículas são forçadas, por poderosos ímãs – nada menos do que 1.300 — acoplados ao anel, a mudar de trajetória, perdendo energia e emitindo a luz síncrotron.
Com o uso dessa luz especial, pode-se penetrar a matéria e revelar características de sua estrutura molecular e atômica para a investigação de todo tipo de material. O amplo espectro da luz gerada permite realizar diferentes tipos de análise com as radiações que a compõem. Seu alto brilho possibilita a realização de experimentos extremamente rápidos e a investigação de detalhes dos materiais na escala de nanômetros — medida que equivale a um bilionésimo de 1 metro ou muito menos que a espessura de um fio de cabelo.
Erguido em um prédio em forma de donut, o Sirius mereceu uma intrincada obra de engenharia. Na base de todo o edifício há uma espessa camada de concreto para evitar qualquer tipo de vibração. “Cabanas” de proteção radiológica funcionam como uma espécie de bunker que blinda as áreas por onde os feixes de luz síncrotron circulam. As paredes precisam ser espessas para impedir o vazamento da energia emitida pelas fontes de luz. Isto preserva a saúde dos pesquisadores e funcionários do Sirius e garante a qualidade dos estudos.